EVOLUÇÃO NO PLANETA AZUL
VOVÓ MARIA CONGA
quarta-feira,
21 de janeiro de 2015
PERGUNTA: - o que é mironga de preta(o) velha(o)?
VOVÓ MARIA CONGA: - É
magia branca nas suas mais variadas aplicações cósmicas com a finalidade de
cura.
É conhecimento milenar dos velhos magos de outrora, iniciados e
sacerdotes das coisas místicas e ocultas de todos os tempos, que aplicam a
alquimia astral para mudança dos estados de energia nos mais diversos planos,
dimensões e densidades de manifestação da vida e do espírito imortal, com a
finalidade única de caridade socorrista, trazendo alento e conforto aos
sofredores de todas as espécies.
A mironga é feita sem alarde, com humildade e serventia ao próximo, pelo
amor aos filhos da Terra e do Além que perambulam inconscientes.
Tornou-se de senso comum entre os filhos, que aquilo que cura e não se
sabe o que ou quem fez, se alardeia como sendo mironga de preto (a) velho (a),
mas é só uma maneira De denominar-se a nossa característica de trabalho, que é
de anonimato.
Só se "fala" e se transmiteo que foi
feito quando o ser precisa refletir no mal que o aflige e mudar a sua postura
mental.
Para fazermos mironga, utilizamos as energias elementais dos quatro
elementos: terra, ar, fogo e água e dos espíritos da natureza: duendes, silfos,
salamandras e ondinas, ligados a esses sítios vibracionais, e que lhes são
afins, e os mais variados catalisadores, junto com aparelhos encarnados para
agirmos no plano Terra, material.
PERGUNTA: - O que são energias elementais, formas-pensamentos elementares e espíritos
da natureza?
VOVÓ MARIA CONGA: -Energias
elementais são as ligadas aos sítios vibracionais relacionados aos quatro
elementos: ar, terra, fogo e água.
Nessas energias, numa mesma faixa de frequência, estagiam os espíritos da natureza: silfos,
duendes, salamandras e ondinas, erroneamente confundidos com as próprias energias
elementais.
As formas pensamentos elementares estão à volta dos homens, densas e
pegajosas, enfermiças, em decorrência dos pensamentos continuamente emitidos e
da baixa condição moral.
Essas concentrações fluídicas que vagueiam, pesadas, em volta dos filhos,
são transmutadas pelos espíritos da natureza sob o nosso comando mental,
retomando aos recantos da natureza que lhes são próprios por intermédio do
aparelho mediúnico, que, com seus fluidos animalizados, funcionam como eficaz
exaustor.
PERGUNTA: -
Solicitamos à veneranda irmã que nos fale um pouco de si, no intuito de situar
melhor o leitor espiritualista, menos afeito à Umbanda,
egrégora em que sois mais conhecida.
VOVÓ MARIA CONGA: -
Saudamos os filhos de todas as crenças terrenas nas suas mais variadas
manifestações.
Seremos concisa, pois não gostamos de falar de nós.
Somos discreta servidora da caridade anônima, e se há um nome e uma forma
astral de apresentação aos homens, nesse caso uma combalida vovó, preta velha
septuagenária, curvada no débil corpo de ossos carcomidos, é exatamente pela
necessidade de exemplificação de humildade aos homens, nada mais.
O corpo físico que foi vestimenta fugaz, e lentamente foi-se finando
diante dos anos, serviu de meio imprescindível ao fortalecimento do ser imortal
para o festim de libertação do presídio das posses ilusórias na matéria, da
prepotência e do egoísmo humano.
Somos espírito comprometido com o amparo das criaturas sofredoras e
doentes que procuram o alívio e a cura dos males que os afligem.
Ligamo-nos a Ramatís desde eras em que quase a nossa memória espiritual
falha, tal a antiguidade desse encontro, que se deu em outro planeta do
Universo.
Viemos com esse irmão para a Terra dos homens, onde estamos há algumas
dezenas de milhares de anos, desde os Templos da Luz da velha Atlântida, já
tendo reencarnado várias vezes, compromisso de mergulho na carne de que estamos
dispensada nesse orbe, o que não nos isenta de continuarmos evoluindo junto aos
homens.
O fato de um espírito não precisar mais reencarnar não significa que seja
perfeito, ou um facho de luz proveniente de locais elevados que ofusca os olhos
dos encarnados.
Ao contrário, pelo pouco alcançado, de amor ao próximo, aumentam em muito
as obrigações de auxílio para com aqueles retidos na carne e, no nosso caso,
também aos afligidos que transitam pelos vários recantos, do que vocês
chamam de Umbral Inferior.
Para nós, são buracos largos, áridos, escuros e profundos, com vastos
habitantes: vermes, répteis, animais putrefatos, seres que já foram homens na
crosta se apresentando com sérias deformações em seus corpos astrais, em
formatos de animais, lobos andrajosos, ursos com garras, macacos peludos, ou
ainda como seres patibulares de faces cadavéricas, de olhos injetados, com
patas em lugar de pés e mãos, e estiletes pontiagudos em vez de unhas; todos "homens" desencarnados a perambular em bandos rastejantes, fétidos e deformados,
que emitem incessantes uivos animalescos de rancores e lamentos dolorosos.
As desfigurações, as loucuras dessas mentes desencarnadas é que sustentam
o império dos "lucíferes",
entidades poderosas que realmente acreditam ser o próprio diabo a comandar em
perpétuas torturas as suas legiões infernais, a servirem no mal e na magia
negra os homens encarnados da crosta do planeta.
É um escambo fluídico de larga disseminação nessas regiões, onde os
pensamentos dos dois planos da vida jungem-se irremediavelmente pela semelhança
de interesses desditosos.
Nascemos em encarnação passada no Brasil como simples filha de escravos
vindos da região do Congo, situada na África, e fomos alfabetizada e
catequizada na religião católica.
Íamos à missa todos os domingos, mas, desde menina, quase que
diariamente, na penumbra da senzala, como curiosa aprendiz, relembrávamos, por
meio da prática com velho feiticeiro da nossa tribo, os rituais de magia do
antigo Congo do Oriente, que jaziam em nosso inconsciente de longa data,
encontros em que esses conhecimentos nos foram repassados oralmente e
renasceram por anos a fio.
Tínhamos livre trânsito, mas éramos escrava igual a todos.
Não chegamos a sentir no dorso as chicotadas dos capatazes da fazenda,
pois éramos muito querida da sinhá e do sinhô, a ponto de termos sido mãe de
leite dos seus filhos.
Nosso sofrimento foi no âmago da alma, causado pelas muitas mortes
ocorridas em nosso colo dos irmãos de cor, vários nascidos em nossos braços de
parteira; todos negros, surrados diariamente em nome do feitor abaixo de
cortante chibata.
Muito curamos as feridas dos irmãos torturados aos pés dos troncos e dos
formigueiros, pois éramos exímia conhecedora de ervas e fazíamos simpatias e
benzeduras que aprendemos com as escravas mais antigas.
Fomos abadessa na Idade Média (1), em espécie de hospital católico na Espanha do século 13, momento
terrível da Inquisição.
A Igreja era fortemente contrária a todas as crenças, e os hereges eram
perseguidos em nome do Cordeiro.
O povo oprimido e ignorante jogava-se aos nossos pés em busca de
proteção. Muitas crianças ficaram órfãs.
Todas as mulheres e homens que conhecessem ervas e realizassem curas
deveriam ser conduzidos e julgados pelos tribunais santos.
Os infiéis eram sumariamente queimados, e até mesmo saber ler já podia
ser indício de feitiçaria; e qualquer manuscrito estranho às escrituras
sagradas era considerado diabólico.
Por receio de possíveis retaliações do clero ameaçador, que nos alertava
constantemente para a possibilidade de perda dos confortos e das mordomias da
abadia, se houvesse quaisquer suspeitas de socorro aos inquiridos, deixamos de
atender vários irmãos que bateram a nossa porta, chagados pelos suplícios
infligidos.
Nota do médium:
Esse guia amoroso, Vovó Maria Conga, é
entidade proveniente da Constelação de Sírius, do mesmo planeta que abrigou a consciência espiritual que hoje
conhecemos como Ramatís.
Ela também se mostra em corpo astral como uma
freira, ocasiões em que se apresenta com um grande livro nas mãos..
Nessas oportunidades, reassume a personalidade
da sua encarnação como abadessa, na Espanha do século 13, denominando-se madre
Maria de Las Mercês.
Essa preta velha, humilde e laboriosa, ainda
se mostra como uma menina entre cinco e sete anos, com lindo vestido rosado,
grande laço amarrado à frente e de longas tranças loiras, chamando-se, nesses
momentos, de Chiquinha, atuando na magia como uma entidade do orixá Yori.
Relata-nos que foi muito feliz nessa
encarnação de criança, que muito a marcou por ter sido a última na longa
caminhada de libertação do ciclo carnal embora tenha ocorrido um desencarne
repentino, mas sem sofrimento, por volta da idade em que se deixa ver.
Não fizemos o mal, mas deixamos de praticar o bem da caridade cristã que
tanto alardeávamos no meio religioso.
Vários dos cruéis e orgulhosos inquisidores espanhóis abrigamos nos
braços como recém-nascidos ou escravos torturados em chão brasileiro, e com os
conhecimentos de magia, de ervas, das simpatias e benzeduras resgatamos o
descaso de outrora.
Não é verdade que somos mais conhecida na Umbanda, egrégora em que nos
apresentamos como preta velha, pois também trabalhamos no kardecismo como
freira versada em assuntos da psicologia humana, nos comunicando do Além pela
escrita, entre outras atividades do mediunismo.
Somente para situar os homens, tão carentes dessas referências, é que
moldamos nosso corpo astral em conformidade com as vossas consciências,
hábitos, raças e costumes sociais, obtendo assim maior aceitação da caridade
socorrista e esclarecedora em todos os meios terrenos.
De nenhuma forma porque sejamos superiores a quaisquer servidores do
Cristo-Jesus que não tenham os nomes na lembrança dos filhos, muito menos por
diferenças religiosas, filosóficas ou doutrinárias dos homens.
Essas distinções e diferenças não têm a menor importância, pois o que nos
rege é o amor, o combustível cósmico que movimenta a grande Fraternidade Branca
Universal.
PERGUNTA: - No
Umbral Inferior, onde tendes comprometimento de auxílio,
as legiões comandadas por líderes diabólicos mais nos parecem uma turba
perdida e sem comando.
A predominância de um império, seja no bem ou no mal, requer comando,
autoridade e disciplina.
Esses cenários nos parecem contraditórios a tais princípios.
O que podeis nos falar a respeito?
VOVÓ MARIA CONGA: - Nos
locais descritos existem cavernas em espécie de subsolo úmido e pegajoso, como
se fossem charcos ferventes emanando continuamente vapores sulfurosos.
Nesses pontos, ficam guarnecendo os "lucíferes", "diabos" do Além controlando suas cidadelas de aparente desorganização.
Muitos desses líderes são antigos sacerdotes católicos revoltados com a
providência divina, já que não alcançaram o céu prometido.
Adotam as técnicas de mando e de tortura utilizadas na Inquisição, e por
um mecanismo de indução mental transformam os seus corpos astrais em assustadores
demônios: com chifres, asas, tridente, capa vermelha, pernas e pés de equinos,
para difundir o medo e o pavor à sua volta como método de impor a autoridade e
o mando.
Desses esconderijos secretos, imaginam todos os rituais macabros de
sacrifícios animais que pedirão aos encarnados para satisfazerem seus pedidos,
com frio planejamento vampirizador e obsessivo sobre as vítimas a serem
atingidas pela desventura.
Por meio desses fluidos animais, conseguidos em tais sacrifícios com
sangue quente, cheio de vitalidade ectoplásmica emanada, fortalecem e mantêm
seus domínios.
Como se fossem deuses têm seus enviados para manter a ordem e a
disciplina na desordem e no caos das suas legiões.
Tais porta-vozes são como eles próprios: insensíveis, bárbaros, egoístas,
exigentes e intolerantes.
A turba perdida na anarquia se torna fértil para a captura e manutenção
de escravos comandados por meio da indução mental coletiva, em processo de
tortura poderoso e abrangente.
Há uma divisão entre esses líderes, e um não se intromete em território
do outro, sendo que, muitas vezes, se unem quando os interesses malévolos são
comuns.
Obtêm tecnologia, tendo em seus quadros muitos engenheiros, médicos,
geneticistas e pesquisadores.
Mantêm laboratórios de pesquisas subterrâneos, onde projetam aparelhos
que serão colocados no corpo etérico dos alvos a serem atacados, incautos
encarnados e desencarnados que serão ocultamente torturados por esses pequenos
engenhos tecnológicos que afetam diretamente o sistema nervoso. Algumas localidades
têm veículos para se locomoverem nas regiões umbralinas áridas e irregulares,
que utilizam para perseguição e aprisionamento desses bandos de dementados que
perambulam perdidos. Guardam esses utilitários em pavilhões parecidos com
aqueles existentes nos aeroportos dos homens.
PERGUNTA: -
Podeis explicar-nos melhor os casos em que tendes de apresentar-vos como uma
freira nas mesas kardecistas, e por que não como uma
preta velha?
VOVÓ MARIA CONGA: - A
sabedoria da Providência Divina não se circunscreve aos ideais egoístas dos
homens que criaram todas essas divisões no misticismo, com a Espiritualidade
que é única.
Não existe uma religião que prepondere no Cosmo, e sim um amor no
Universo que a todos une.
A motivação básica que nos move nos trabalhos de auxílio socorrista está
personificada na Terra na figura de Jesus.
Esse mestre nunca deixou de respeitar as raças, os costumes e os hábitos
de antanho, embora contrariasse muitos interesses de poderosos.
Um irmão socorrido nos charcos do Umbral Inferior, na maioria das vezes,
precisa de um instante de esclarecimento em contato com fluidos animalizados
que um médium oferece, pois está tão fixo em seus desequilíbrios mentais que
não nos enxerga.
Em análise preliminar de suas encarnações passadas, podemos verificar que
esse irmão foi muito ligado ao catolicismo e às crenças dessa religião.
Como resguardamos as consciências, em vez de ser orientado em uma casa de
Umbanda, em que se apresentarão muitos silvícolas e pretos velhos com suas
práticas ligadas aos elementos da natureza, preferimos conduzi-la à conversação
que lhe é mais familiar.
E, assim, na mesa espírita, vendo-se no meio de freiras, clérigos,
médicos, enfermeiros, literatos e doutores da lei, esse irmão se sente mais à
vontade e é mais receptivo ao esclarecimento.
Muitos caciques e pretos velhos "transformam-se" em
médicos gregos ou egípcios, em túnicas brancas reluzentes, e a todos amparamos
em nome do amor crístico.
Moldamos nossos corpos astrais de acordo com as conveniências da caridade
a ser prestada.
Muito espírito de médico, considerado muito "elevado" e evoluído no meio dos homens, trabalha anonimamente como humilde pai
preto na Umbanda, pois em encarnação passada assim o foi.
Não nos apresentamos como uma preta velha nas mesas porque o nosso comprometimento
nessa configuração astral é na egrégora de Umbanda, e tais manifestações dos
nossos corpos astrais estão de acordo com os homens e suas consciências.
Respeitemo-las.
Umbanda à luz do Cosmo
PERGUNTA: - A
Umbanda, enquanto expressão de religiosidade, como espiritualismo em que se
pratica o intercâmbio mediúnico com desencarnados,
só existe em solo brasileiro
Qual o motivo desse exclusivismo?
VOVÓ MARIA CONGA: - Essa
situação é condizente com o carma coletivo do Brasil, pátria que abrigou em seu
fértil solo grande parte dos espíritos ligados à Inquisição.
Inquisidores vieram como escravos, e suas vítimas de outrora como " donos" da
terra, como se retomassem a posse dos bens confiscados.
Aliado a isso, o fato de a população indígena aqui presente, que também
foi escravizada e "catequizada" pelo
homem branco, juntamente com os ritos africanistas e a cultura católica dos
colonizadores portugueses e espanhóis, e mais recentemente o Espiritismo
provindo da França de Kardec, terem demarcado o sentimento de religiosidade dos
brasileiros como se fosse uma grande colcha de retalhos.
Fez-se necessário um movimento religioso que abrigasse harmoniosamente
todas essas tendências que desaguaram no país, expurgando-se definitivamente o
carma negativo gerado pela intolerância e pela perseguição religiosa do "Santo" Ofício inquisitorial. Sendo assim, reuniu-se uma Alta Confraria Branca
no Astral Superior, que planejou, com a permissão direta de Jesus, o nascimento
da Umbanda no solo dessa pátria chamada Brasil.
Todo esse movimento, aparentemente contraditório na visão transitória dos
homens impacientes, é abençoado resgate dos conhecimentos mais antigos, da
solidariedade e fraternidade que existiram na Terra de antanho, e que está
contribuindo decisivamente para a formação da mentalidade universalista cristã
prevista para se consolidar no futuro.
PERGUNTA: - Podemos
afirmar que já existe uma "identidade" umbandista,
embora não haja um sistema doutrinário e ritualístico codificado que propicie
uniformidade para a Umbanda.
Essa identificação não se estende à maioria dos seus adeptos, que não se
declaram de fé ou crença umbandista, e sim de outras religiões, principalmente
a católica.
Por que esse "receio"?
VOVÓ MARIA CONGA: - Em
todos os povos e sociedades que já se formaram na Terra, têm os filhos
registros da utilização da magia.
Desde as comunidades mais antigas e tribais, os homens já se reuniam à
volta do fogo e, com urros e danças agressivas, se preparavam para a caçada.
As forças cósmicas atuavam por meio da criação de formas pensamentos
emitidas pelo grupo nesse ritual à volta da fogueira, pois a mente sempre foi e
será geradora de magia, que por si só não é boa nem má, porque está ligada à
intenção de quem o gerou e não à magia em si, que pode ser valioso instrumento
de cura.
Ocorre que o conflito do "sagrado"
católico com o profano "herege" das
crenças mágicas, foi igualmente criado pelos homens em busca do domínio de sua
religião sobre as coletividades.
Pela ancestralidade divina que vibra em todos, os filhos são por si só
agentes mágicos, já que a mente é um motor gerador de pensamentos que nunca
cessa.
A Umbanda lida com a magia, manipula fluidos os mais diversos e forças do
Astral, tendo na comunicação com o Além e na chamada mecânica de incorporação o
alicerce de sua caridade na Terra.
O mediunismo ainda é visto como espécie de "culto
de possessão", situação que não se prende somente à Umbanda, pois se estende como um
todo àquelas doutrinas e crenças sustentadas pelo exercício da mediunidade.
Muitos dos líderes das religiões que atacam e perseguem o intercâmbio com
o Além estão intuídos por magos negros do Astral Inferior, e não apresentam
sinais visíveis dessa influenciação aos limitados olhos carnais.
A Umbanda, por ser mais observada
a mecânica de incorporação em sessões de caridade feitas à portas abertas e
para todos que quiserem assistir, infelizmente, ainda fica mais visível para o
ataque das sombras.
Não importando a procedência do seu culto, o filho médium, fervoroso em
sua crença e dedicado trabalhador da caridade que cura e alenta, na opinião
desses perseguidores se encontrará "possuído
pelos demônios" no exercício da abençoada mediunidade.
Esse tratamento injusto e cruel das religiões para com a capacidade de
comunicação com os espíritos desencarnados foi marcando o inconsciente dos
filhos, causando-lhes excessivo receio ao longo de várias encarnações. Esquecem
os homens, de memória curta diante da perenidade das questões da
Espiritualidade, que o mal ou o bem está em cada um, situação que paira acima
das religiões, crenças e doutrinas da Terra e não se subordina diretamente a
quaisquer mediunismos.
Rendamos graças a Oxalá, pois cada vez mais essas incompreensões estão se
desfazendo.
O tempo a todos educará na união e tolerância amorosa que prepondera no
Cosmo.
PERGUNTA: -
Verificamos um caráter andrógino em muitos chefes de terreiro, pais e
mães-de-santo.
Qual o motivo dessa aparência ou modo
indefinido no campo sexual?
Isso tem importância para a mediunidade?
VOVÓ MARIA CONGA: - Se os
filhos prestarem mais atenção, a situação relatada não se prende somente ao
movimento de Umbanda.
Muitos dos líderes atuais, nos quais a mediunidade é ferramenta de amparo
e socorro, recaem em condicionamentos milenares, pois a maioria já esteve
ligado ao sacerdócio, em mais de uma religião terrena, vivências que os levaram
a virar as costas para o "profano" dos
simples mortais e se voltarem exclusivamente para as coisas espirituais e
internas dos templos.
O sexo, visto como feio e pecaminoso, foi reprimido em suas polaridades
que demarcam o feminino e o masculino dos espíritos encarnados.
Afora isso, há aqueles espíritos que efetivamente já sublimaram a questão
sexual mais carnal, se encontrando como "sem sexo", não sendo necessária uma expressão
preponderante nesse campo.
Essas situações não têm relação direta com a mediunidade em si, mas com a
evolução do espírito na sua longa caminhada, pois a partir de um determinado
estágio ele não tem mais sexo, e sim consciências eternas que se arrebatam e se
unem no sentimento amoroso por tudo no Cosmo.
PERGUNTA: - E aqueles médiuns que notada mente são homossexuais?
VOVÓ MARIA CONGA: - Isso
pouco nos importa.
A conduta "culposa" que
está relacionada com a moral dos homens, e o fato de um médium se encontrar em
situação provacional, como o é a questão da homossexualidade, é meramente
efeito na atual encarnação de causas passadas, assim como o são as provas
diárias do egoísmo, da vaidade, dos ciúmes e das maldades "comuns" para os
homens.
Pode um filho de conduta sexual "normal" aos olhos dos valores fugazes da sociedade dos
homens ter pouco ou nenhum valor moral na visão da Espiritualidade, nos casos
em que se exige um instrumento mediúnico.
O sexo em si não ofende as leis espirituais e não devemos classificar o
homossexual como um anormal ou impuro.
O amor, a solidariedade, o perdão das ofensas e a pureza do espírito,
isso sim são requisitos indispensáveis, como objeto de julgamento severo que se
estabelece quando do abençoado labor como aparelho mediúnico.
PERGUNTA: -
Notamos um processo de "orientalização do Ocidente", sendo
crescente o interesse por temas místicos, esotéricos, de vidas passadas, carma,
reencarnação, fitoterapia, Nova Era, enfim, de espiritualismo em geral. Como se coloca a Umbanda nesse cenário?
VOVÓ MARIA CONGA: -
Umbanda é luz, sabedoria milenar e pura harmonia. Conduz as consciências ao
entendimento da verdadeira vida, que é a do espírito imortal.
É unidade no Cosmo, um todo de que fazemos parte.
É universalismo na sua essência, que está registrado em todos nós por
nossa ancestralidade espiritual.
A Umbanda, regida pelo Cristo Cósmico, tendo em Jesus a sua manifestação
máxima na Terra, é mais antiga que todas as religiões dos homens, e terá enorme
importância por sua procedência sagrada nesta Era de Aquário.
Aceita todas as outras religiões, e, por ser anterior as mesmas, em todas
teve grandes influências, principalmente nas oriundas do Oriente.
Nesse cenário, cabe à Umbanda um papel muito importante, pois será uma
das expressões de unificação amorosa na Terra.
PERGUNTA: - O
Brasil é um país continental e tem um povo de grande misticismo, que abriga
variadas formas de mediunismo mais arcaico, inclusive com sacrifícios de
animais: pajelança da Amazônia, candomblés de caboclo,
catimbós, ritual de xangô, catimbó-jurema, entre outros.
Qual a finalidade desses movimentos?
Podemos chamá-los de Umbanda?
VOVÓ MARIA CONGA: -
Agradeçamos todos ao Alto por essa pátria abrigar todos os seus filhos em seus
anseios espirituais.
O que parece uma balbúrdia para os homens, é abençoada acomodação das
consciências em evolução.
É com essa liberdade de semeadura que vão os filhos evoluindo, e o que
muitas vezes parece uma insensatez aos olhos dos julgamentos precipitados dos
homens, é sensata caminhada rumo à colheita de luz.
Os mais recatados em seus valores espirituais consideram tais ritos e
práticas como "pecaminosos", já que
são de opinião que estão no caminho certo e que suas doutrinas ou religiões são
as verdadeiras, como se a Divindade os elegesse.
Mesmo os que estão ainda retidos em rituais "arcaicos", como o de sacrifício de animal em nome de orixá
cultuado, oferenda dispensável, já que nenhuma vida no Cosmo deve findar em
prol de outra, reconheçamos que por tratar-se de ato de fé, de crença fervorosa
para com a Divindade, esses filhos também estão no caminho do despertamento
amoroso, como todos no Universo.
Muitas vezes, esses mesmos críticos acham-se superiores no seu misticismo
com o Além, mas esquecem-se da palavra fraterna e solidária no banquete diário
de negócios em que a maledicência se instala, servidos que se encontram com
finos alcoólicos e cortes especiais de carnes suculentas e mal passadas,
distantes dos locais em que se mostram caridosos e humildes no encontro do
culto semanal que praticam.
Nessas ocasiões que se satisfazem avidamente, não imaginam que, para os "olhos" do
Além, a expressão da fé, mesmo "arcaica", é direito inalienável de cada cidadão, ao contrário
da satisfação dos instintos animalescos dos homens "evoluídos".
Não podemos afirmar que essas manifestações de mediunismo sejam Umbanda,
de conformidade com o planejamento sideral desse movimento, mas pela sua
universalidade nata, pois oriunda do Cristo Cósmico na sua essência amorosa, as
altas entidades do Astral, dirigentes do mediunismo umbandista no Brasil,
preveem que a Umbanda acabará abrigando em seu seio todas essas expressões de
fé, pois há uma depuração irreversível de todas essas práticas, o que é
coerente com a própria evolução dos homens, sendo que a própria Umbanda está em
constante mudança evolutiva nesta era de Aquário.
PERGUNTA: - Mas
não há o risco de ocorrer exatamente o contrário, ou seja,
de alguns cultos enfraquecerem o movimento de Umbanda, como o da jurema,
por exemplo, que foi introduzido e é praticado
em Terreiros ditos de Umbanda no Nordeste?
VOVÓ MARIA CONGA: - O
culto de Jurema, de origem indígena inicialmente,
com o decorrer do tempo sofreu alterações decorrentes da influência afro
brasileira.
Como é praticado nos dias atuais nos terreiros de Umbanda citados, é uma
mistura do candomblé, do espiritismo kardecista, do catolicismo e da Umbanda,
chamada popular
Dá-se origem a uma nova prática, onde todos esses elementos se harmonizam
em sua existência dinâmica com o mediunismo que a todos abriga, e nessa
reformulação de hábito religioso, originalmente restrita às tribos indígenas
que habitavam essas regiões, o espaço místico que nasce, aparentemente
inusitado, fortalece os filhos nos ideais do bem e da fraternidade.
A convivência pacífica no terreiro, que se torna ponto de convergência de
vários conflitos existenciais e dos mais diversos anseios espirituais, gerados
na coletividade materialista que cerca os filhos simples e iletrados, na sua
maioria é motivo de congraçamento amoroso entre as criaturas.
Nas assimilações e ritos adaptados, as curas e reformas morais vão
ocorrendo, e, por meio da palavra de alento do humilde preto velho e dos "puxões de orelha" dos
caboclos altivos, vão todos revendo seus valores e aprendendo verdadeiramente o
exercício da solidariedade e do amor.
Fortalece-se o movimento de Umbanda, exatamente pela sua constante
evolução e adaptabilidade a todos que o procuram, pois não está amarrado a
dogmas doutrinários.
Os atos nefastos de irmãos inescrupulosos nas lides com o Além, que se
aproveitam da fé e do desespero daqueles que os procuram, são defeito
unicamente dos homens e não estão limitados somente à Umbanda, que, por estar
em constante evolução, é mais visada para criticas.
Qualquer movimento do bem na face planetária, onde haja o intercâmbio com
o Além, não está sujeito aos caprichos de vaidade e egoísmo, nem a modelos
particularistas criados pelos mercadores de graças que a tudo resolvem com
interesses de ganho em proveito próprio.
Nesses casos, seja o nome que tiverem em suas práticas, os bons obreiros,
mentores, guias e protetores da Espiritualidade do Além se farão ausentes.
PERGUNTA: - O que
os umbandistas chamam de
"gira da caridade", seja de caboclos ou pretos velhos, nos
parece algo indisciplinado, uma algazarra.
Cada entidade "incorporada" ou cada
médium trabalhando a seu modo, não existindo uma padronização no tipo de
atendimento ou consulta.
O que tendes a dizer a respeito?
VOVÓ MARIA CONGA: - Não é
nenhum tipo de padronização que garantirá a curadora assistência espiritual aos
consulentes.
Gestos diferentes, um tipo de benzedura aqui, um passe localizado ali,
uma maceração de erva lá, um assobio ou sopro acolá, todos são recursos de cura
utilizados.
Ao contrário das impressões deixadas nos apressados olhos humanos, a
disciplina é enorme e rígida, existindo forte amparo astral, hierarquizado nas
casas sérias e moralizadas, embora cada entidade tenha a sua liberdade de
manifestação na prática que lhe é mais peculiar, e nessa aparente algazarra e
burburinho vão os homens se modificando para melhor e todos continuam evoluindo
juntos, tanto na carne como no Plano Astral.
PERGUNTA: - É de
bom alvitre que em muitos casos até os consulentes fiquem mediunizados e "recebam" os seus guias ou protetores espirituais?
VOVÓ MARIA CONGA: - Sim.
Naqueles consulentes que têm comprometimento com o mediunismo e já estão
educando suas mediunidades, "receber" seus
guias ou protetores espirituais os aliviará das cargas deletérias, dos miasmas
e das formas-pensamentos que estão "grudadas" nas suas auras e que são uma espécie de campo
energético que todos vocês têm, sendo o corpo físico a parte visível, a energia
mais condensada desse complexo energético, ou seja, dos homens.
Esses enviados espirituais que neles incorporam imprimem-lhes no corpo
astral as suas vibrações mais elevadas que são afins a esses irmãos muito antes
da atual encarnação, e, pela alteração de freqüência imposta, essas placas e
agregados destrutivos são liberados e retomam para a natureza.
Regularizam os chacras desarmonizados e alinham as vibrações do corpo
astral e do etérico.
Naqueles médiuns ainda deseducados, esse contato lhes serve para mostrar
a importância e a necessidade de procurarem se desenvolver.
Claro está que essa intervenção do Além se dá para o auxílio do aparelho
mediúnico, e se torna dispensável nos mais experientes, que já aprenderam a se
livrar dessas cargas negativas sozinhos.
PERGUNTA: - Esse
hábito de dar passagem, permitido aos consulentes nessas giras, não contraria a segurança mediúnica?
VOVÓ MARIA CONGA: - Ao
contrário, conduz à plena educação
A segurança no exercício da mediunidade, por um médium na Umbanda, é
marcante porque, habituando-se a dar passagem aos seus guias e protetores,
aprende a lhes conhecer profundamente as vibrações e, com o trabalho
continuado, conseguirá a necessária segurança para que não se deixe envolver
por irmão de outras vibrações, ditos obsessores e vampiros do Astral Inferior.
Ao mesmo tempo, vamos gradativamente equilibrando as vibrações dos
chacras, facilitando e intensificando o intercâmbio.
PERGUNTA: - O que
dizeis dos médiuns trabalhadores que dão passividade para os chamados eguns (espíritos
obsessores) no mesmo momento em que atendem aos
consulentes?
VOVÓ MARIA CONGA: - Isso
se faz necessário para que esses irmãos possam ser conduzidos para locais de
refazimento existentes no Plano Astral.
Eles são retirados do corpo etérico dos consulentes, qual carrapato que
se arranca da pele de animal indefeso.
É feito um atendimento socorrista de urgência e, posteriormente, são
encaminhados para maiores esclarecimentos.
Havendo necessidade, serão reconduzidos para a manifestação mediúnica em
locais apropriados às suas consciências.
PERGUNTA: - A
nosso ver, há nesses casos uma doutrinação precária. Isso não teria de acontecer
em sessão reservada, especialmente com finalidade desobsessiva?
VOVÓ MARIA CONGA: - Na
verdade, não há nenhuma doutrinação.
Na maioria dos casos, não se fazem necessárias maiores conversações.
O choque fluídico propiciado pelo aparelho do médium, conduzido
habilmente pelo guia ou protetor, seja preto velho ou caboclo, já é o
suficiente para o alivio desse sofredor, qual imersão de peixe asfixiado fora
d'água em límpida enseada à beira-mar.
Após essa desopressão instantânea, esses socorridos são retidos provisoriamente
para hospitais do Astral até que tenham condição de discernimento para
entenderem sua situação existencial.
Nos mais aguerridos, raivosos e enlouquecidos, se exige a condução para
sessões mediúnicas destinadas exclusivamente para esse fim, podendo ser no
terreiro umbandista ou no centro espírita.
Tudo ocorrerá de acordo com a consciência que está em tratamento, como já
afirmamos em pergunta anterior.
PERGUNTA: - Essa
exposição demasiada ao mediunismo não se torna prejudicial e até chocante àqueles
que o procuram, quando o comparamos a outras maneiras de fazer caridade, em que a mediunidade é instrumento de amparo e socorro?
VOVÓ MARIA CONGA: - A
cada um é dado conforme sua necessidade e condição existencial.
Nos dias de hoje, ninguém adentra um templo umbandista, no culto
evangélico ou na palestra doutrinária do centro espírita obrigado.
A época de impor-se às consciências o "certo" ou "errado", fruto
da árvore do julgamento dos homens e dos mandatários religiosos "detentores" da
verdade, é fato histórico que jaz sepultado num passado algo recente, mas
ausente da realidade espiritual da Terra hoje, embora ainda muito nítido no
inconsciente de muitos filhos, bem como em algumas regiões da superfície
planetária.
Não havendo imposições e intolerâncias, concluímos que o sentir-se
chocado resulta de uma decisão exclusivamente individual. Logo, cabe a esse ser
buscar aquilo que o satisfaça em seus anseios espirituais, seja em que local
for entre os homens.
A exposição ao mediunismo nada mais é que uma lembrança da própria
condição de espírito de cada um.
O Eu Sou verdadeiro e imortal está momentaneamente aprisionado no pesado
corpo de carne, e a sessão mais reservada não livra os consulentes dos assédios
e intercâmbios com o Além que ocorrem nas 24 horas do dia e não dependem de um
local preparado especialmente para esse fim.
Todos são médiuns em maior ou menor grau, e refutar a constância e a
naturalidade do mediunismo na vida é como negar o próprio ar que os filhos
respiram.
PERGUNTA: -
Podeis descrever-nos, sob o ponto de vista do Plano Astral, a movimentação
invisível aos nossos olhos carnais que ocorre nessas giras de caridade, praticadas nas casas de Umbanda?
VOVÓ MARIA CONGA: - Toda
casa de Umbanda que é séria e faz a caridade gratuita e desinteressada é um
grande hospital das almas, tendo o apoio de falanges espirituais do Astral
Superior.
Essas giras de caridade são grandes prontos-socorros espirituais, onde
não se escolhe o tipo de atendimento, estabelecendo enormes demandas no Além.
Os consulentes que procuram os pretos velhos e caboclos para a palavra
amiga e o passe, avançam trazendo os mais diversos tipos de problemas: doenças,
dores, sofrimentos, obsessões, desesperos etc.
Processa-se a caridade sem alarde, pura, assim como o Cristo-Jesus procedia,
atendendo a todos que o procuravam.
É indispensável um ambiente harmonioso e de energias positivas no grupo
de médiuns que formarão a corrente vibratória.
Para se conseguir as vibrações elevadas, se cantam pontos, que são
verdadeiros mantras, faz-se a defumação com ervas de limpeza físico-etérea e
espargem-se essências aromáticas que auxiliam a elevar as vibrações.
No Plano Astral, estabelece-se um campo vibratório de proteção
espiritual.
Vários quarteirões em volta do local da gira ou templo, os caboclos e
guardiões já se colocam com seus arcos e flechas com dardos paralisantes e
soníferos. Bandos de desocupados e malfeitores tentam passar por esse cordão de
isolamento, mas são repelidos por uma espécie de choque, através de uma
imperceptível malha magnética.
Outras entidades que acompanham os consulentes não são barradas e, ao
adentrar a casa, são colocados em local apropriado de espera. Várias entidades
auxiliares lhes prestam socorro e preparação inicial.
Por isso, os consulentes sentem muita paz quando entram numa casa e
aguardam o momento da consulta.
No ato da consulta, o guia ou protetor está trabalhando junto ao médium e
dirige os trabalhos, tendo vários auxiliares invisíveis que ainda não "incorporam".
Havendo necessidade, é dada passagem para as entidades obsessoras ou
sofredoras que estão acompanhando os consulentes, como descrito em resposta
anterior.
Manipulam com grande destreza o ectoplasma do médium, que é "macerado" com
princípios ativos eterizados de ervas e plantas, fitoterápicos astralizados
usados para a cura.
Os espíritos da natureza trabalham ativamente buscando esses medicamentos
naturais nos sítios vibratórios que lhes são afins, bem como recolhem, para a
manipulação perfeita do caboclo ou preto velho, as energias ou elementais do
fogo, ar, terra e água, que sempre estão em semelhança vibratória com os
consulentes, refazendo as carências energéticas localizadas.
É a magia dos quatro elementos utilizada para amenizar os sofrimentos dos
homens.
Nos casos em que se requer atendimento à distância, nas casas dos
consulentes, ficam programados trabalhos para a mesma noite ou posteriores,
dependendo da urgência.
Há intensa movimentação e praticamente nunca descansamos.
Numa casa grande, bem estruturada, chegamos a atender 500 a 600 consulentes,
sendo que a população de espíritos desencarnados socorridos numa gira com essa
demanda pode chegar a 4 mil.
Os chefes de falanges "anotam" todos
os serviços que serão realizados durante e após a gira, pois as remoções e
socorros continuam ininterruptamente, sendo o dia de caridade pública aos
encarnados o cume da grande montanha que se chama caridade.
PERGUNTA: - Poderíeis nos dar maiores esclarecimentos sobre esses atendimentos à
distância nas casas dos consulentes?
Quais são os tipos de serviços "anotados" pelos chefes de falanges, e o que ocorre nessas remoções socorristas?
VOVÓ MARIA CONGA: - Esses
atendimentos são em geral de remoção de comunidades de espíritos sofredores que
ficam habitando junto à casa do filho doente e que procurou auxílio espiritual.
Os chefes de falanges organizam os socorros que serão realizados em
espécie de ronda que irão dirigir.
Como são espíritos experientes nessas lides já sabem antecipadamente os
imprevistos com que se depararão: vampiros, torturadores de aluguel, irmãos com
aparência animalesca, resíduos e fluidos pútridos, drogados e viciados em sexo,
enfim, verdadeiras comunidades sofredoras e maldosas habitando a mesma área
etérea.
Os caciques vão à frente liderando os comandados.
É montada rede magnética de detenção à volta do local a ser higienizado.
As falanges de apoio ficam em guarda em torno do local, e esse bolsão de
miséria é removido para localidades hospitalares do Astral que comportam a
densidade espiritual de cada envolvido, onde os socorristas aguardam para o
atendimento de urgência de todos esses filhos.
PERGUNTA: - Nunca
se comprovou a utilização do termo Umbanda dentro dos ritos, cultos e crenças
africanistas.
Diante da participação ativa dos pretos velhos da Angola e do Congo nas
hostes umbandistas, pode-se negar a origem africana dessa
religião?
VOVÓ MARIA CONGA: - A
Umbanda é muito mais antiga que o próprio homem na Terra.
Muitos dos negros da Angola e do Congo foram sacerdotes no Egito, na
Caldéia, na Pérsia e na Atlântida.
Embora não haja a comprovação "histórica" para o convencimento dos incrédulos homens, o
conhecimento uno, antigo e milenar jaz nesses negros,
mesmo naqueles que utilizam a magia para o mal em ritos, cultos e crenças
distorcidas e aparentemente sem ligação com a Umbanda.
PERGUNTA: - E o
que dizeis de alguns confrades umbandistas que negam abertamente a relação de
culto com os ritos africanistas, afirmando a origem "cabocla" desse
movimento em solo pátrio, e que não teria nenhuma
ligação com os negros da África?
VOVÓ MARIA CONGA: - Que
esses filhos são movidos por preconceito e discriminação racial e que
consideram os cultos africanistas inferiores. Realmente há uma predominância de
caboclos nas manifestações mediúnicas e nos prepostos dos orixás, e em todos se
fazem presentes os caboclos peles-vermelhas, a exceção da linha de Yorimá e
Yori.
Mas o ser negro ou vermelho tem relação somente com uma existência na
carne
Todos estamos constantemente evoluindo e já passamos muitas vezes no vaso
da matéria.
Não discutiremos profundamente as nuanças da magia etéreo-física
envolvida em cada culto ou raça ligada ao antigo e primevo conhecimento
Aumbandhã, que veio de outra parte do Cosmo para auxiliar os homens, pois
confundiríamos o leitor menos atento ao ocultismo umbandista.
Não temos a menor dúvida da nossa vinda de outra constelação, da nossa
passagem pelas comunidades atlante
e lemuriana, e estamos convictas da utilização desses conhecimentos em nossas
encarnações como negra africana. Preocupemo-nos com questões maiores e
constituídas de amor fraterno e solidário para o exercício da verdadeira
caridade.
Como diz o bugre rude do interior: "Cavalo
ganho não se olha os dentes, não se pergunta a idade nem o tipo de pêlo, pois
nos apraz é a serventia que o bichano vai ter."
Tratemos a Umbanda como um cavalo ganho pelo grande senhor das almas,
nosso Cristo-Jesus.
PERGUNTA: - Muitos
dizem que as entidades intituladas caboclos são rudes,
ásperas e um tanto coercitivas, não tendo trato fraterno, e que
desrespeitam o livre-arbítrio e o merecimento individual nas atividades
socorristas tanto aos encarnados como desencarnados.
Isso é verdadeiro?
VOVÓ MARIA CONGA: -
Estamos todos evoluindo ininterruptamente. Realmente, alguns caboclos são
diretos e ríspidos em alguns momentos.
São índios aguerridos que enfrentam todo o tipo de batalha com entidades
de baixíssimo estado evolutivo, violentas, duras e raivosas.
Enfrentam as organizações dos lucíferes do Umbral Inferior, resgatam
prisioneiros e sofredores muitas vezes em condições extremamente adversas,
em locais de grande densidade, quase que materializados e de dificílima
movimentação.
Toda atuação das falanges atuantes na Umbanda é regida pela Lei do Carma
e pelo merecimento do socorro oferecido àqueles que são amparados.
Como as remoções e desmanchos envolvem grandes comunidades de
desencarnados sofredores, seja mago negro ou soldado de organização do mal, as
avaliações individuais da situação cármica dos socorridos são feitas
posteriormente nos locais de detenção do Umbral Inferior, que são fortalezas vibratórias
da luz crística no meio da escuridão.
Logicamente um caboclo não terá a gentileza de uma freira na sua incursão
às regiões trevosas e abismais, pois se assim fosse, o dispensaria da
necessidade de apresentação do seu corpo astral como guerreiro indígena
Muitas vezes, uma voz rude e
áspera denota espírito amoroso e sinceridade,
ao contrário do verniz fraterno de mentes controladoras e maquiavélicas,
que disfarçam seus verdadeiros sentimentos com a oratória recheada de
conhecimento evangélico decorado em anos de estudo, mas com o coração árido de
amor.
PERGUNTA: - O método socorrista da mesa kardecista não é mais recomendado sob o ponto
de vista do Evangelho do Cristo?
VOVÓ MARIA CONGA: - Se a
modalidade de cura para o filho socorrido é a conversa esclarecedora com grande
apelo evangélico, e que está de acordo com a sua consciência, encaminhamos esse
irmão socorrido para a mesa kardecista.
A cada um é dado de acordo com a sua necessidade evolutiva.
Mas consideremos que nem todos no Universo em que atuamos estão
receptivos a esse tipo de atendimento doutrinário.
Há uma linha dividindo a necessidade de esclarecimento evangélico que
socorre, da pretensão de alguns homens de a todos doutrinarem.
O convencimento religioso e místico vem do íntimo de cada criatura, e o
que se pode fazer é orientar, em alguns casos, nunca catequizar ou tentar
indistintamente convencer todos que se apresentam de crença contrária. Jesus
não doutrinava os demônios dos possuídos, e sim "expulsava-os" com sua
superioridade moral e energia crística.
Entendemos que o Evangelho do Cristo recomenda o amor ao próximo como a
si mesmo, e o fato de um caboclo ser de poucas palavras, rude e áspero, não o
coloca como menos ou mais amoroso com seus irmãos do que o articulado
doutrinador espírita de oratória eloquente, pois tais situações podem
dissimular os verdadeiros sentimentos que estão em desacordo com as aparências
que tanto os homens valorizam.
PERGUNTA: - Se
existem entidades de elevada estirpe sideral que labutam na egrégora de
Umbanda, por que falam errado; às vezes num linguajar
quase tribal e tosco?
VOVÓ MARIA CONGA: - É o
amor que prepondera como quesito principal na elevação das consciências.
O conhecimento necessariamente não significa sabedoria, que é o outro
alicerce que sustenta as entidades iluminadas que se manifestam pelo
mediunismo.
É exatamente por causa desse incomensurável amor aos humanos que muitas
entidades vêm de outros locais do Cosmo, ainda inimagináveis aos seres da
Terra, e se impõem imenso rebaixamento vibratório a fim de se apropriarem
novamente de um corpo astral.
Percebam a dificuldade para se fazerem comunicar por intermédio de um
aparelho carnal, limitado e preso às percepções materiais.
Logo, a necessidade de se fazerem entender no exíguo tempo que têm
linguajar tosco ou tribal, e que está de acordo com a capacidade de compreensão
dos consulentes simples, pobres e iletrados que procuram em multidões os
terreiros de Umbanda.
Isso não quer dizer que não possam falar articuladamente e com grande
sapiência diante dos homens doutos.
Que os filhos não se deixem levar precipitadamente pelas impressões que
mais marcam os seus olhos e ouvidos!
PERGUNTA: - O que é a chamada "mecânica de incorporação"?
VOVÓ MARIA CONGA: - É a "posse", por
parte da entidade comunicante, do aparelho psicomotor do médium, o que se dá
pelo afastamento do seu corpo astral e completa apropriação do seu corpo
etérico pelo corpo astral do guia ou protetor espiritual.
Assim, o invólucro material do médium fica cedido para a atividade mental
do preto velho ou caboclo, que poderá manifestar-se à vontade como se encarnado
fosse.
É muito rara a inconsciência total nessa forma de manifestação.
O mais comum na mecânica de incorporação é uma espécie de sonolência
letárgica em que o aparelho mediúnico fica imobilizado em seu poder mental e
consequentemente na parte motora, tendo, no entanto, semiconsciência de tudo
que ocorre, e havendo considerável rememoração após o transe.
O guia ou protetor espiritual não "entra" no corpo do médium, como muitos pensam.
O que ocorre é que há um afastamento do corpo etérico, sendo esse, sim,
tornado como se fosse um perfeito encaixe.
PERGUNTA: - É o corpo etérico o mais atuante na incorporação?
VOVÓ MARIA CONGA: - Não
se trata de ser o mais atuante, mas é o corpo sutil mais utilizado nos
trabalhos de cura, em que os guias e protetores se utilizam intensamente do
ectoplasma que aí é metabolizado.
Dependendo da faixa vibratória da assistência curativa que está
acontecendo, o corpo astral ou corpo mental do aparelho são os mais atuantes.
Nos casos em que os sentimentos preponderam na comunicação, no momento
exato da consulta, ou na irradiação intuitiva e nas situações de clarividência,
esses outros dois corpos são mais utilizados.
Mas como os filhos são uma unidade existencial, embora constituídos de
vários corpos vibratórios, todos têm atuação nas manifestações mediúnicas.
PERGUNTA: - A "mecânica de
incorporação" no seio umbandista não é um tanto rudimentar quando comparada a outras
lides do mediunismo: as técnicas de mento magnetização, a cromoterapia, os
cones de luz, o pêndulo radiestésico, irradiações à
distância e a psicografia intuitiva?
VOVÓ MARIA CONGA: - Os
aparelhos mediúnicos que labutarão na linha de Umbanda diferem dos demais, pois
antes de reencarnarem tiveram uma polarização energética em seus corpos astrais
que os habilitarão a trabalhar quando na vida física com as comunidades do
Umbral Inferior e com fluidos mais densos.
São verdadeiras usinas de ectoplasma, e, na sua maioria, têm um leve
afastamento do corpo etérico, como se fosse uma janela vibratória que fica
sempre aberta.
Nesses casos a mecânica de incorporação se faz necessária para que o guia
ou protetor espiritual possa manipular com maior precisão todos os fluidos
envolvidos nos processos de cura, não só os do aparelho, mas também os da
natureza.
Afora esses aspectos, os próprios corpos físico e etérico do médium se
tornam os principais agentes de cura, e são fundamentais para os trabalhos das
entidades ligadas à Umbanda e ao magismo da natureza.
Isso de maneira alguma os coloca em um mediunismo rudimentar. Tais
comparações denotam um certo ranço vaidoso, como se houvesse um intercâmbio
mais aperfeiçoado que outro.
Não encaremos a mediunidade como veículo auto motor do que a cada ano sai
novo modelo, mais moderno e com recursos avançados.
Esse automóvel terá longevidade, não incorrerá em multa ou acidente
automobilístico, não dependendo de todo o aparato técnico que o acompanha,
mas sim da habilidade do motorista que o conduzirá.
Assim é o médium moralizado, de conduta reta, que faz a caridade
desinteressada como o Cristo-Jesus praticava, qual motorista cuidadoso com as
normas que o cercam e que respeita o cidadão que o acompanha, seja a pé,
em carroça puxada por jumento ou em possante e veloz máquina corredora.
PERGUNTA: - O que são guias e protetores e qual a relação / ligação dos médiuns com
eles?
Há envolvimento de vidas passadas ou de
antepassados?
VOVÓ MARIA CONGA: - Guias
e protetores são espíritos como os filhos,
somente sem esse pesado fardo que é o paletó físico que os encobre, nada
mais.
Claro está que por todos nós sermos espíritos milenares em evolução, as
situações de encarnações passadas determinam as afinidades amorosas que unem os
guias e protetores aos seus pupilos na carne, ou as repulsas odiosas que
separam os filhos do amor e os imantam no cipoal das vinganças sem fim dos
obsessores e desafetos de outrora, já que não existe perfeição na Terra, sendo
a vida dos espíritos única e atemporal nas suas jornadas rumo às paragens
angelicais desde o momento crucial em que fornos criados por Deus.
PERGUNTA: - É
verdade que os espíritos classificados como protetores são entidades
necessitadas de evolução e os guias não precisam mais evoluir?
VOVÓ MARIA CONGA: - Todos
no Cosmo estão evoluindo ininterruptamente e por toda a eternidade, pois só
existe uma perfeição absoluta, que é Deus.
O que ocorre é que existem patamares evolutivos que distanciam um irmão
do outro meramente por diferenças vibratórias, mas estamos todos unidos no
ideal de caridade.
Geralmente, um protetor sob a égide da Umbanda é espírito mais
necessitado de contado com a mecânica de incorporação com o aparelho mediúnico,
e ambos, espírito e médium, se completam nesse labor de auxílio aos
necessitados e estão evoluindo juntos.
O protetor "cuida" mais do
seu aparelho, tem maior compromisso com o seu desenvolvimento e grande
comprometimento em apoiá-lo, ligações que vêm de encarnações passadas.
É muito comum o protetor ter necessidade de mais algumas encarnações e é
provável que o médium de hoje seja o protetor de amanhã, em conluio amoroso de
longa data.
Por sua vez, os guias, vários não precisando mais reencarnar
compulsoriamente, ligam se aos aparelhos por compromissos em tarefas
específicas, mas igualmente têm laços de antepassados e estão evoluindo.
Na verdade somos todos irmãos e tais denominações são para situar os
filhos,
tão carentes de referenciais de nomes e adjetivos no plano Terra.
PERGUNTA: -
Concluímos que os guias não incorporam com tanta regularidade.
Como atuam então?
VOVÓ MARIA CONGA: - É
verdade.
A maioria das incorporações ocorridas nos terreiros são de protetores,
dos caboclos das linhas vibratórias dos orixás Ogum e Xangô. Isso não quer
dizer que os guias dessas falanges não incorporem, mas a maioria atua pela
irradiação intuitiva e mais diretamente por intermédio do corpo mental, em
conexão com a mente do médium, espécie de telepatia.
Mas se considerarmos a escassez das incorporações das demais linhas
vibratórias, em especial de Oxalá,
Yori e Yemanjá, afirmamos que a maioria dos guias não atuam na mecânica de incorporação,
contrariando muitos pais de terreiro que a tudo fazem incorporados "inconscientes", situação que já está mais do que na hora de se
esclarecer diante da raridade atual dessa fenomenologia mediúnica.
Ocorre que esses diretores encarnados escoram-se nos guias e protetores,
como se fôssemos muletas vitalícias, e, escondendo-se na mistificação de não se
lembrarem de nada, nunca são questionados e mantêm o controle total de alguns
terreiros, alimentando suas vaidades e enraizando cada vez mais os processos de
fascinação com entidades de baixa envergadura espiritual e que não têm nada a
ver com a Umbanda.
PERGUNTA: - E as
casas de Umbanda que a tudo resolvem, cobrando consulta e
prometendo verdadeiros milagres?
VOVÓ MARIA CONGA: - Não
são da verdadeira Umbanda, pois caboclo e preto velho das genuínas falanges
regidas pelos orixás não vão a esses locais
Ali se comprazem entidades mistificadoras, e o vil metal é o motivo da
satisfação vampirizadora que as realiza, formando círculo vicioso entre
consulentes, encarnados e desencarnados, de difícil solução.
O imediatismo dos homens na busca da realização dos seus anseios, na
maioria das vezes, os mais mesquinhos, ligados ao sexo, ao poder, ao trabalho e
aos prazeres mundanos mais desregrados, faz com que se alimente esse triste
processo de parasitismo.
Se há quem pague, sempre haverá quem receba; é da lei de sintoma que rege
a relação entre o mundo oculto e o material, invisível e visível, imanifesto e
manifesto.
PERGUNTA: - Há a
necessidade de pontos riscados e cantados, de defumações e
águas de essências perfumadas nos rituais de Umbanda?
VOVÓ MARIA CONGA: -
Podemos dizer que os homens são cobertos por energias e magnetismo.
Essas vibrações são responsáveis pela manifestação da vida na forma que
os filhos conhecem no planeta Terra: mineral, vegetal, animal, hominal e
astral.
As energias etéricas têm polaridades, ativa e passiva, positiva ou
negativa, e se cruzam, estando interpenetradas.
Dentro das sete linhas vibratórias dos orixás, se fazem necessários
pontos riscados de identificação que reluzem vibratoriamente com forte
magnetismo de atração no "lado
de cá"
As energias manipuladas atraem, absorvem, potencializam e expandem os
fluidos movimentados pelos caboclos e pretos velhos.
Na verdade, os pontos riscados são como se fossem elos identificadores
que fazem a conjunção do tipo de energia utilizada com a vibração específica da
linha vibratória.
Para que as forças que constituem esses elos sejam movimentadas
especificamente para os trabalhos de Umbanda, é imperioso que haja o
acionamento de determinados códigos de acesso, consoante o resultado que se
queira alcançar.
É um ato litúrgico que envolve a magia das entidades, que aglutinarão
etericamente em torno dos traços riscados os fluidos e energias benéficas.
Os riscos simbolizam a identidade da linha solicitada, da entidade e do
tipo de trabalho exigido, e servem como sinalizadores para as falanges
envolvidas nessas demandas mais densas e que exigem grande quantidade de
ectoplasma.
Os pontos cantados servem como verdadeiros mantras, elevando a vibração e
a egrégora pelos sons articulados conjuntamente, e facilitam o intercâmbio
mediúnico.
Não têm nenhuma relação com a batucada ensurdecedora de atabaques que
acabam incentivando o animismo e as mistificações.
O Pai propiciou aos filhos vários sentidos para que pudessem perceber o
mundo físico que os cerca e galgarem a evolução na Terra.
O olfato, dependendo dos aromas, aflora emoções e sentimentos.
Os aromas podem deixar os homens agitados ou calmos, ansiosos ou
relaxados.
Antigamente, utilizado nos rituais do Egito antigo, dos hindus, dos
persas, e hoje na Umbanda e no Catolicismo, entre outros, o olfato é ferramenta
de sensibilização que harmoniza e favorece a percepção psíquica, em que a
recepção e inspiração mediúnica são facilitadas.
Além dos odores envolvidos, as ervas, com seus princípios químicos,
quando queimadas e eterizadas, se tornam poderosos agentes de limpeza astral e
de cura, mantendo mais agradável o ambiente.
PERGUNTA: - Isso tudo não é dispensável para a ação caridosa dos bons espíritos?
VOVÓ MARIA CONGA: - Qual bom espírito?
Se o filho entende bom espírito somente como elevado, de vibrações
sutilíssimas, doutor e erudito, quase que inatingível aos homens e aos irmãos
desencarnados doentes que perambulam pela crosta terrena em busca de auxílio,
qual caranguejo retido no lodo pegajoso e putrefato, realmente se faz
dispensável.
Mas a grande maioria de trabalhadores do Além, laboriosos na caridade de
Umbanda, anônimos, e que não se manifestam aos olhos dos filhos, ainda estão
muito próximos dos sentidos humanos e evoluindo como tudo no Cosmo. São
caboclos do interior, pais velhos, sertanejos, benzedeiras, índios, enfim, a
mais variada gama de espíritos que foram simples e ignorantes quando na carne.
Logo, são necessários esses rituais exteriores para disciplinar e
comandar todos esses agrupamentos, que, numa primeira impressão, podem levar a
interpretações equivocadas dos menos atentos sobre o que verdadeiramente ocorre
na Espiritualidade no auxílio socorrista aos filhos.
PERGUNTA: - Tudo
nos parece muito complexo.
Se falharmos no canto ou na grafia do ponto, se utilizarmos ervas erradas
para a defumação ou as essências odoríficas forem inadequadas, a caridade dos bons espíritos deixa de acontecer?
VOVÓ MARIA CONGA: - A
caridade nunca deixará de ocorrer nos locais em que prepondera o sentimento
amoroso que propicia o altruísmo entre as criaturas.
Certo está que existe muito chefe de terreiro mistificando, se achando
indispensável, único, e que acaba caindo no ridículo e expondo a Umbanda em
seus princípios ritualísticos e magísticos à incompreensão dos filhos de outras
crenças.
Nesses casos, sim, se faz ausente a assistência do "lado de cá", e não
em decorrência de um ponto mal riscado, de um banho de descarrego errado ou de
uma defumação malfeita.
É a vaidade e o egoísmo de alguns cegos que conduzem outros o que fecha
as portas para o auxílio dos bons espíritos.
Sabemos das dificuldades dos homens, e os sentimentos dos filhos são como
um. grande campo aberto a nossa visão astral.
PERGUNTA: -
Poderíeis tecer-nos maiores comentários sobre os trabalhos de ectoplasmia que
denominais de densos e que ocorrem nos terreiros ou templos
umbandistas?
VOVÓ MARIA CONGA: - É a
substância mais utilizada pelos caboclos e pretos velhos nas curas e nos
desmanchos.
O ectoplasma se torna vital, já que os espíritos não o têm, por se tratar
de um fluido animalizado que se materializa no plano físico-etéreo.
Nas curas, é utilizado na recomposição de tecidos e regeneração celular.
Nos trabalhos de desmanche das magias negras, potencializamos o
ectoplasma, direcionando-o aos lugares onde se encontra a origem da feitiçaria,
que geralmente são objetos vibratoriamente magnetizados e que continuam a
vibrar no Plano Astral muito tempo, mesmo após a decomposição física dos
materiais utilizados nesses feitiços.
Podemos tomá-lo em forma de varreduras energéticas, e, por sua densidade
quase física, permite a mudança e a desmobilização de bases dos magos negros.
Os médiuns que têm compromisso com a linha de Umbanda são grandes
doadores desse fluido vital.
PERGUNTA: - O que é a chamada "Lei da Pemba"?
VOVÓ MARIA CONGA: - É
importante deixar claro aos filhos que a pemba, um tipo de giz especial para utilização
ritualística, na verdade não tem nenhuma utilidade prática, podendo ser
qualquer tipo de giz.
O que se toma fundamental é o conhecimento cabalístico da entidade ou do
médium que está realizando os sinais riscados.
Esse amontoado de pembas por aí é só para confundir e para alguns
incautos fazerem comércio em cima do grande desconhecimento da maioria dos
ditos "iniciados" nas coisas ocultas.
Os princípios iniciáticos dos pontos riscados, que ficaram indevidamente
denominados entre os homens como "Lei da Pemba", quando corretamente manipulados, identificam:
a vibração da entidade, o orixá, a falange, a sub-falange, a legião ou o
agrupamento, o grau hierárquico, se é um orixá menor, guia ou protetor, a
vibração do astro regente, entre outras identificações necessárias para os
trabalhos de magia.
PERGUNTA: - A Umbanda Esotérica é a mesma Umbanda "tradicional"?
VOVÓ MARIA CONGA: - A Lei
Maior Divina, a Umbanda, é uma só.
O que ocorre é que o dito movimento esotérico tenta resgatar um método de
estudo que leve ao conhecimento mais profundo das coisas ocultas, não se
preocupando em demasia com os ritos exteriores.
Em verdade, esse movimento vem resgatar a Umbanda em seus princípios
iniciáticos mais puros e antigos, tornando necessário um maior estudo dos médiuns.
Caminha a nossa sagrada Umbanda para a unificação de sua ritualística.
O grande desafio dos esotéricos é não afidalgar a Umbanda, e não deixar
que o conhecimento afaste os filhos da simplicidade que deve haver na caridade
com os consulentes que demandam as portas dos terreiros e templos.
PERGUNTA: - O que é "fazer a cabeça"?
Se o pai de terreiro não "fizer a
cabeça", o médium não se desenvolve?
VOVÓ MARIA CONGA: - Essa
questão muito nos entristece.
Há muito filho querendo ser médium, ser cavalo de Umbanda de qualquer
jeito;
chegam a procurar um pai-de santo para fazer a cabeça e firmar o guia ou
protetor.
O bisonho dessa situação é que chegam a procurar diversos terreiros, até
aqueles que dão certificado para mostrarem depois que são "cabeça feita"
Não se paga para obter a mediunidade de tarefa e muito menos alguém pode
nos capacitar para aquilo que não temos.
Sendo assim, os aproveitadores da fé alheia se fazem presentes, e isso
não tem nada a ver com a Umbanda e suas sagradas leis.
RAMATÍS: - O Cristo-Jesus
dizia: "Quando um cego guia outro, ambos cairão
na cova"
Essas palavras devem ter um sentido especial para os diretores
espirituais da Terra nas diversas formas de manifestação do mediunismo.
Estais vivenciando a era dos gurus, o momento que a humanidade começa a
se voltar para o holismo: o homem é um todo indivisível participe do Cosmo.
Do Oriente ao Ocidente há aqueles que se dizem mestres a conduzir
aprendizes.
A iniciação independe de diploma ou certificado e nenhum homem ou
espírito pode iniciar outro, pois cada um inicia a si mesmo.
Jesus, um verdadeiro mestre espiritual que já esteve entre vós, nunca
iniciou nenhum de seus discípulos ou apóstolos, que eram gente do povo, toscos,
mas puros de coração.
Lembrai-vos, contudo, da auto-iniciação, muito bem mostrada no dia de
Pentecostes, em que 120 discípulos do Divino Mestre iniciaram a si próprios,
depois de nove dias de silêncio, jejum e meditação.
Demonstra presunção e arrogância quem diz que vai iniciar alguém ou "fazer a cabeça" para o
capacitar como médium umbandista.
O ritual aplicado não significa iniciação espiritual interiorizada, e a
condição para um guia, protetor, mentor ou anjo guardião se fazer manifestar
por um aparelho mediúnico é o compromisso assumido no Além de longa data, que,
por si só, não garante que tal ocorra se a condição moral do médium for
inadequada.
Essa situação é uma espécie de fraude que os mais espertos realizam com
os que procuram de todo jeito a mediunidade para satisfazer as suas vaidades,
como se quisessem adquirir um objeto valioso, que dê status e possa ser
mostrado como jóia rara finamente enfeitada e conquistada com sacrifício.
PERGUNTA: - Por que são necessárias sete iniciações no desenvolvimento mediúnico da
Umbanda Esotérica para o médium ser considerado apto aos trabalhos ou de
"cabeça feita"?
VOVÓ MARIA CONGA: - O
fato de um médium ter feito as iniciações existentes nesses locais não o
avaliza como instrumento fiel e seguro aos "olhos" do "lado de cá"
Um número determinado de iniciações, seja na mata, no mar, na cachoeira,
na pedreira, ou outros sítios vibratórios junto à natureza, são antes de mais
nada um oferecimento energético que serve como repositório salutar àqueles que
se encontram em desenvolvimento.
Se a aptidão mediúnica não se faz presente no corpo astral, o verdadeiro
veículo que deve estar sensibilizado para o intercâmbio antes da encarnação,
não adiantam nada as iniciações, e independem de quantidade.
Ocorre que esse tipo de sistemática facilita o aprendizado e o aparelho
vai se "habituando" com as
vibrações dos guias e protetores, até ser considerado em condições pelo diretor
espiritual, ou não, de participar ativamente das giras de caridade e dos demais
trabalhos no terreiro ou templo.
PERGUNTA: -
Observamos em alguns templos uma graduação setenária de classificação
hierárquica dos médiuns.
Há como se classificar o corpo mediúnico?
VOVÓ MARIA CONGA: -
Hierarquia na Umbanda não deve significar superioridade como quartel militar.
Muitas vezes, a mais singela tarefa, como a de recepcionar os consulentes
na entrada do terreiro, é a que requer mais amor e humildade.
Logo, os filhos não devem se envaidecer com títulos, graus ou nomes
pomposos.
Acreditamos que os graus hierárquicos podem ser ferramentas eficazes para
a educação mediúnica, como método de estudo e para manter a disciplina
principalmente nas casas maiores.
PERGUNTA: -
Considerando que o desenvolvimento mediúnico se dá pela moralização do médium e
pela capacidade dos seus "dons"
de sintonia com o Plano Astral, as iniciações em matas, cachoeiras,
praias, entre outras citadas e utilizadas pelos umbandistas, não são desnecessárias?
VOVÓ MARIA CONGA: - Nas
casas sérias, que realmente têm amparo dos bons guias e protetores da Sagrada
Umbanda, filho de fé que não tem moral não entra para a educação mediúnica,
pois não terá condição de ser "cavalo de demanda", ou médium umbandista.
Claro que se os "dons" estão
ausentes, se dispensará qualquer atividade de desenvolvimento ou iniciação na
natureza.
As iniciações são necessárias para fortalecimento energético dos médiuns
e para "firmar" as
vibrações com as entidades que estão programadas para trabalhar com o aparelho.
"Cavalo" de
Umbanda trabalha com fluidos do Umbral Inferior, com magia, grande quantidade
de ectoplasma e energias etéricas da terra, ar, fogo e água.
Por si só, as oferendas e rituais aplicados nesses locais não garantem a
plenitude mediúnica, que deverá vir acompanhada de moral elevada, conduta reta
e sentimento de doação, de exercitar a caridade desinteressada e inevitavelmente
amor ao próximo.
PERGUNTA: - Os
congás, cheios de imagens de todos os tipos, são
importantes?
Afinal de contas, o que é um congá?
VOVÓ MARIA CONGA: - O
congá é o local sagrado de todo o cerimonial umbandista.
Os rituais que são aplicados têm no congá o ponto máximo de convergência
vibratória durante os trabalhos magísticos de uma gira de caridade.
As vibrações de Oxalá emanam desse ponto, abrangendo toda a corrente que
se forma.
Os que adentram em um templo umbandista ainda não estão em condições de prescindir
dos objetos que serão pontos focais dos pensamentos direcionados para um local
em comum, e que estrutura e mantém a egrégora necessária para a magia.
Encontram no congá esse ponto de referência e fixação (1).
Esses excessos de imagens são decorrência do sincretismo e sob certo
aspecto serviram muito para acalmar as mentes desajustadas e doentes que,
procurando a cura dos males na Umbanda, encontram na imagem do seu santo
de fé a certeza de que ali resolverão os seus infortúnios, acalmando os corações
em desalinho.
1 - Os
templos de todas as correntes religiosas, do passado e do presente, sempre
souberam que se faz necessário um ponto focal - o altar - para centralizar o
conjunto vibratório.
Na Antiguidade, usava-se uma chama sobre os altares, simbolizando a Luz
divina, como nos Templos da Luz atlantes, prática herdada pelos egípcios,
hindus, gregos, celtas e até romanos, onde as oferendas de flores,
incenso,
perfumes etc., faziam a conexão com as energias da natureza.
Aliás, entre os celtas, onde foi sacerdote, por exemplo, Allan Kardec, os
altares eram erigidos nas grandes florestas para trabalhar diretamente com as
forças sagradas da natureza.
Talvez aos kardecistas muito ortodoxos causasse um choque emotivo se
pudessem vislumbrar a figura austera do mestre de Lyon no papel de sacerdote
druida, de túnica branca, entre os carvalhos da antiga Gália, oficiando diante
dos altares o culto sagrado da mais pura das magias, com a evocação das forças
elementais, reverenciando a Mãe Terra e os espíritos das árvores, com os belos
rituais de harmonização e cura, por intermédio de sons e cânticos sagrados em
que eram mestres os druidas.
Não gratuitamente, os guias do professor Rivail lhe sugeriram adotar o
pseudônimo de Allan Kardec.
Grandes energias espirituais de proteção e harmonia deveriam estar
ligadas,
como numa "chave" oculta,
a esse nome sacerdotal.
O que ocorre é que alguns congás são uma confusão de tal monta que nem os
mais afeitos, do "lado de
cá", a pontos de identificação para os consulentes,
de fixação e eliminação dos fluidos dos elementos utilizados na magia,
conseguem entender.
Esses congás mal orientados, carregados de fluidos deletérios e das
baixas entidades do Astral Inferior, nada têm a ver com a imantação que tomará
o congá um corredor de boas correntes, de descargas saudáveis e outros
benefícios da manipulação magística dos pretos velhos e caboclos.
PERGUNTA: -
Parece-nos que há um excesso de hierarquia na Umbanda: legiões, falanges,
sub-falanges, agrupamentos, guias, protetores.
Isso é correto?
VOVÓ MARIA CONGA: - Não
classifiquemos como correto ou incorreto.
É uma forma de agrupar as entidades dentro das vibrações dos orixás que
lhes são afins e nas quais laboram na Umbanda.
Como existe enorme quantidade de espíritos, incorporantes e não
incorporantes, a maioria ainda sem direito a um aparelho mediúnico, se fez
necessário um método de estabelecer uma rígida hierarquia, com a finalidade
precípua de organizar e não de classificar em superior ou inferior.
A maioria são filhos ainda muito apegados à matéria, ansiosos por reaver
o equilíbrio com as leis cósmicas pelas muitas faltas cometidas na carne.
São lavradores, carregadores, marujos, sertanejos simples, andarilhos,
negros excluídos, índios maltratados e perseguidos, todos simples e toscos,
formando um gigantesco exército que travará uma enorme e intermitente batalha:
levar aos sofredores consolo e cura, respeitando os ensinamentos do Cristo, o
merecimento e o livre-arbítrio individual, causando alívio aos doentes da alma
de todas as procedências, que procuram a Umbanda aos milhões, diariamente,
nessa Terra chamada Brasil.
Fonte: https://grupodeestudospaibeneditodearuanda.wordpress.com/2013/06/04/novos-livros-para-download-2/
Extratos da Obra: Evolução
no Planeta Azul - Ramatis e Vovó Maria Conga
Rayom Ra
http://arcadeouro.blogspot.com.br/2015/01/evolucao-no-planeta-azul-vovo-maria.html
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