A VIDA UNIVERSAL
03/04/2016
Os planetas do nosso
sistema solar serão todos habitados?...
São habitados os milhares de mundos que povoam o
infinito?... Essas Humanidades assemelham-se à nossa?...
Conhecê-las-emos algum dia?...
– A época em que vives
na Terra, a própria duração da Humanidade terrestre não é mais do que um
momento na eternidade.
–
Nenhuma razão há, para que todos os mundos sejam habitados agora. A época
presente não tem mais importância do que as precedentes ou as que se hão de
seguir.
“A duração da existência
da Terra será muito mais longa – talvez dez vezes mais longa – do que a do seu
período vital humano.
Em uma dezena de mundos,
tomados ao acaso na imensidade,
poderíamos, por exemplo,
conforme os casos, achar apenas um atualmente habitado por uma raça
inteligente.
Uns o foram outrora;
outros sê-lo-ão no futuro; estes se acham em via de preparação, aqueles têm
percorrido todas as suas fases;
aqui, berços; além,
túmulos; e depois, uma variedade infinita se revela nas manifestações das forças
da Natureza, não sendo a vida terrestre de modo algum o tipo da vida
extraterrestre.
Seres podem viver em
organizações inteiramente diversas das conhecidas no vosso planeta.
Os habitantes dos outros
não têm a vossa forma, nem os vossos sentidos. São outros.
“Dia
virá, e mui proximamente, pois que estás chamado a vê- lo,
em
que o estudo das condições da vida nas diversas províncias do Universo será o
objeto essencial – e o grande encanto – da Astronomia.
Bem
depressa, em vez de se ocuparem simplesmente com a distância, com o movimento e
com a massa material dos vossos planetas vizinhos, os astrônomos
descobrir-lhe-ão a constituição física, os aspectos geográficos, a
climatologia, a meteorologia;
penetrarão
o mistério da sua organização vital e discutirão a respeito dos respectivos
habitantes.
Afirmarão
que Marte e Vênus se acham atualmente povoados de seres pensantes; que Júpiter
está ainda no seu período primário de preparação orgânica; que Saturno plana em
condições inteiramente diferentes das que presidiram ao estabelecimento da vida
terrena e, sem jamais passar por estado análogo ao da Terra,
será
habitado por seres incompatíveis com os organismos terrestres.
Novos
métodos farão conhecer a constituição física e química dos astros, a natureza
das atmosferas. Instrumentos aperfeiçoados permitirão mesmo descobrir os
testemunhos diretos da existência dessas Humanidades planetárias e pensar em
estabelecer comunicação com elas.
Eis a
transformação científica que há de assinalar o fim do décimo-nono século e que
há de inaugurar o vigésimo.”
“Se a vida não existisse
na Terra, este planeta seria absolutamente destituído de interesse para
qualquer espírito que fosse, e a mesma reflexão se pode aplicar a todos os
mundos, que gravitam em torno de milhares de sóis, nas profundezas da
imensidade.
A vida é o fim da
Criação inteira.
Se não houvesse vida,
nem pensamento, tudo isto seria como que nulo e não acontecido.
A Criação é um poema, do
qual cada letra é um sol.
Estás destinado a
assistir a uma completa transformação da Ciência.
A Matéria vai ceder
lugar ao Espírito.”
Os
astrônomos, que calculam os movimentos aparentes dos astros na sua passagem de
cada dia pelo meridiano; os que anunciam a chegada dos eclipses, dos fenômenos
celestes, dos cometas periódicos; os que observam com tanta atenção as posições
exatas das estrelas, dos planetas de vários graus da esfera celeste; os que
descobrem os cometas, os planetas das estrelas variáveis; os que buscam e
determinam as perturbações produzidas nos movimentos da Terra, pela atração da
Lua e dos planetas; os que consagram suas vigílias à descoberta dos elementos
fundamentais do sistema do mundo; todos, observadores ou calculistas, são os
preparadores de materiais, precursores da nova Astronomia.
São
imensos trabalhos, labores dignos de admiração, transcendentes obras que põem
em evidência as mais elevadas faculdades do espírito humano.
Mas é
o exército do passado.
Matemáticos
e geômetras.
Doravante
o coração dos sábios vai pulsar por uma conquista mais nobre ainda.
Todos
esses grandes Espíritos, estudando o céu, não têm, na realidade, saído da
Terra.
O fim
da Astronomia não é mostrar a situação aparente de pontos brilhantes, nem pesar
pedras em movimentos no Espaço, nem nos fazer conhecer com antecedência os
eclipses, as fases da Lua ou as marés.
Tudo
isso é belo, mas insuficiente.
Tu vais despertar na
Terra, tu admirarás ainda, e legitimamente,
a ciência de teus
mestres; mas, fica sabendo: a Astronomia atual das suas escolas e
dos observatórios, a Astronomia matemática, a bela ciência dos Newton, dos Laplace, dos Le Verrier, não é ainda a ciência definitiva.
Não está lá o fim que
busco desde os dias de Hiparco e de Ptolomeu.
Vê esses milhões de sóis
análogos àquele que dá vida à Terra e, tal qual ele, fontes de movimento, de
atividade e de esplendor; pois bem, é esse o objeto da ciência futura: o estudo
da vida universal e eterna.
Até hoje, não se há
penetrado no templo.
Os
algarismos não são um fim, mas um meio; não representam o edifício da Natureza,
mas os métodos, os andaimes.
Vais
assistir à aurora de um novo dia.
A
Astronomia matemática vai ceder o lugar à Astronomia física, ao verdadeiro
estudo da Natureza.
Urania
C.Flammarion
http://espiritosublime.blogspot.com.br/2016/04/a-vida-universal-03042016.html
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