HIPER SENSÍVEIS AO ESTILO EDUCATIVO DOS PAIS, PARA O BEM E PARA O MAL
Setembro 08, 2017
sexta-feira, 8 de setembro de
2017
Crianças Orquídea, já ouviu falar?
Há crianças que praticamente desde que nascem dão mostras de uma grande sensibilidade perante as mudanças que ocorrem ao seu redor.
Elas reagem com maior intensidade aos sons, notam a mínima mudança em
sua alimentação e se alteram ou se tranquilizam segundo o estado de ânimo de seus pais.
Outros, ao contrário, se mostram menos vulneráveis e
parecem lidar melhor com as mudanças que ocorrem ao seu entorno, como se estas
mudanças não lhes impactassem tanto.
Precisamente, faz uma década que psicólogos da Universidade da
Califórnia propuseram um conceito muito interessante sobre a forma de reagir das crianças ante a educação que recebem.
Afirmaram que existem crianças que são como as orquídeas: se
murcham em resposta a uma infância difícil mas prosperam em um ambiente
positivo.
No extremo oposto se encontram as crianças mais parecidos com os dentes de leão, a quem os vai e vem do caminho lhes afetam menos e mostram uma atitude mais resiliente.
Crianças orquídea, almas mais sensíveis
Desde então, os psicólogos começam a perfilar a teoria da “Sensibilidade Biológica ao Contexto”,
segundo a qual, o temperamento das crianças é um fator fundamental que
determina como reagirão ante diferentes estilos educativos.
De fato, verificaram que existe crianças que reagiram de maneira mais
negativa ante os estímulos do meio, mostrando mais medo e irritabilidade, enquanto que outros conseguem controlar melhor suas reações e se
mostram mais abertos e dispostos a explorar.
Faz pouco um grupo de psicólogos da Universidade de Utrecht confirmaram
esta teoria através de uma meta análise em que recompilaram os resultados de 84 estudos que envolveram 6.153 crianças
Eles avaliaram o temperamento
infantil, o estilo educativo dos pais e o
desenvolvimento das crianças levando em conta diferentes indicadores,
desde os problemas de conduta até o desempenho acadêmico.
Assim concluíram que, efetivamente, há crianças que são
particularmente sensíveis desde uma muito cedo ante ao estilo educativo que se utiliza com eles.
Estes pequenos geralmente são catalogados por seus
pais e professores como “crianças difíceis” já que muitas vezes tem as emoções a flor da pele e
reagem com maior intensidade ante os problemas e conflitos
Um gene que se ativa, para bem ou para mal
A ideia de que existem crianças especialmente vulneráveis ante ao
estresse não é nova.
Porém, a perspectiva positiva que encerra a teoria das “crianças orquídea” sim é novidade já que também demonstra que esses
pequenos podem “florescer” e alcançar grandes feitos se recebem uma educação sensível e reveladora.
Uma possível explicação a este fenômeno estaria nos genes.
Por isso, geneticistas da Virginia Commonwealth University se dedicaram a investigar a influência do gene CHRM2, ao qual está relacionado com a dependência ao álcool, as condutas
destrutivas na adolescência e ao comportamento antissocial na juventude.
Ademais, os receptores químicos desse gene em particular estão
vinculados a funções cerebrais como o aprendizado e a memória.
Estes investigadores colheram mostras do ADN de 400 meninos e meninas na idade pré-escolar para analisar as variações deste gen
Ao inicio do estudo as crianças não tinham problema de conduta, eles
receberam acompanhamento anual, até os 17 anos, analisando seus comportamentos
e o estilo educativo dos pais.
Durante esse tempo os investigadores comprovaram que quando as crianças
que tinham uma variação do gene CHRM2 cresciam sendo vitimas de um estilo educativo negligente e distante
emocionalmente,
se convertiam em jovens problemáticos.
Porém, quando as crianças que tinham a mesma variante genética recebiam
uma educação positiva que prevaleceu o amor, a compreensão e a sensibilidade, alcançavam as maiores realizações e chegaram mais
longe que os outros.
A Educação conta, e muito
Estas investigações nos demonstram que apesar da genética, o
temperamento ou o tipo de sistema nervoso que uma criança possa ter ao nascer,
a educação desempenha um papel chave.
A genética não é uma condenação, cada vez mais investigações demonstram que a expressão dos genes está
determinada pelo estilo de vida
De fato, é comprovado que o estresse das mães afeta
a genética cerebral dos filhos.
Por isso, quando temos nas mãos uma criança “difícil”, sejamos pais ou professores, em vez de limitarmos
a catalogado como tal, podemos pensar que na realidade se trata de uma “flor” mais sensível que os demais.
Depende de nós desenvolvermos ao máximo seu potencial, fundamentalmente
através da paciência e o amor.
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to parenting depending on child temperament:
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evolutionary-developmental theory of the origins and functions of stress
reactivity. Dev Psychopathol; 17 (2):
271-301.
Postagem : Mostradores da Luz - Somos do Futuro
https://mostradoresdaluz.blogspot.com.br/2017/09/criancas-orquidea-hiper-sensiveis-ao.html
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