SEU TRABALHO E A
ESPIRITUALIDADE.
15/01/2018
"Tudo
o que lhes é proposto é, muito exatamente, o que vocês têm a realizar".
O.M.
AÏVANHOV
QUESTÃO
: Eu
vivo um paradoxo entre minha vontade e a minha necessidade de permanecer
tranquilo e as solicitações profissionais, que são cada vez mais importantes.
Então, cara amiga, cada um tem a viver, muito precisamente, o que criou.
Isso quer dizer o quê?
Você sente o apelo
da Eternidade para permanecer tranquila.
Há o apelo do efêmero, com todas as imposições do efêmero que são, é claro,
legítimas: ganhar sua vida, responder às demandas familiares, profissionais e outras, e você constata que há os que nada fazem e outros que se encontram com ainda mais coisas a fazer.
É uma questão de responsabilidades.
Por exemplo, você tomou consciência de que há sua Eternidade, que busca a tranquilidade e, depois, as
necessidades da profissão,
mas isso
pode ser a mesma coisa para as necessidades afetivas, isso pode ser a mesma coisa para o que há a resolver e a decidir nesse
mundo.
Mas tudo o que lhes é proposto é, muito exatamente, o que vocês têm a realizar.
E, se é vivido como o sentido de uma distorção, ou seja, que
não há ajuste entre essa necessidade de tranquilidade e o que é demandado,
mas o que
é demandado, hoje,
é a
resultante direta do que
você projetou em sua vida,
antes mesmo
das Núpcias Celestes.
Mas, também, é o que vai permitir-lhe, qualquer que seja o fundamento, qualquer que seja a situação, conseguir permanecer tranquila, na algazarra do mundo.
Isso quer dizer que a Eternidade faz
desaparecer o efêmero.
Se
o efêmero está aí, é
que é preciso ali estar,
é claro,
isso não é,
jamais, uma
fuga ou uma negação do que é proposto nesse mundo.
Mas a capacidade para ficar imóvel, no sentido da consciência,
permite fazer o que pode parecer
difícil a fazer quando sua
consciência, aquela do observador,
portanto, do Si,
vai
observar o que é do domínio do efêmero, e vai observar o que é do domínio da
Eternidade.
Mas, aí também, você sabe que as atribuições vibrais foram
distribuídas, mas você deve colocar-se em acordo, de uma maneira ou de outra.
Então, como você faz nesses casos?
Ou você tenta conciliar os dois, e você vai
aperceber-se de que isso será cada vez mais difícil e, no entanto, como você sabe, é preciso, efetivamente,
enfrentar suas obrigações, seus
compromissos, mas, também, suas próprias
projeções.
Mas, além disso, eu diria, de uma maneira mais geral: qualquer
que seja sua idade,
se a vida
coloca-a em uma situação diferente, ou amplificada
em seu caso, é que, aí também, você é, entre aspas, é
testada.
É
você que se testa a si mesma,
você tem os elementos,
você sabe
o que a põe tranquila, o que você deseja,
e você
sabe o que a afasta disso.
Isso não quer dizer que seja preciso entrar em reação e suspender e suprimir o que a incomoda.
Ambos devem casar-se.
A
tranquilidade, seu
desafio, talvez, seja permanecer nesse ajuste, nesse
alinhamento, em cada olhar, cada gesto de atividade que você
faça e, se você não está na escolha entre
o efêmero e o Eterno, mas apreende, nos mecanismos da consciência, que é uma justaposição e uma sobreposição ao nível da consciência, um pouco como aqueles que viveram as viagens no corpo de Existência.
Havia o corpo de Existência no Sol, as
viagens, para aqueles que as viveram, nas dimensões, os reencontros, as comunhões, as fusões, não vamos voltar a isso, e, depois, eram experiências que provocavam uma ruptura, havia a experiência e, depois, havia
a vida comum.
E agora, como você diz, para muitos de vocês, quer
nada façam ou trabalhem muito,
quer não tenham problema algum ou muitos
problemas, abençoem o que se manifesta, porque é a oportunidade que lhes é dada de estar,
eu diria,
em conformidade consigo mesmos.
Então, é claro, a consciência dividida, separada, mesmo o observador do Si não
vai compreender, porque há
momentos nos quais você entra no interior de si, a vibração, a
consciência, o Absoluto, a Infinita
Presença manifestam-se com mais facilidade, com mais evidência.
E, de outro lado, isso dá a impressão de fazer diferenciações, por vezes, enormes, entre o que é do domínio da Paz, dessa
vacuidade, dessa Alegria, desse Amor,
e o que sua vida, aqui,
dá
a você, ainda, talvez, a viver.
Mas é, justamente, através disso que não se deve nem julgar, nem culpar e, como eu disse há dois dias, colocar
o
Amor à frente.
É para isso que é destinado.
É não, unicamente, o abandono à Luz, mas é verificar,
por si mesmo, em face de um ser, em face de uma situação, em face de
um determinado ambiente,
ver:
"E se eu colocasse o Amor à
frente?".
Não
para pedir que se retire de você o espinho do pé, não é?
Se você considera que há um espinho do pé,
mas, realmente,
para atravessar isso harmonizando os dois.
É assim, como
eu dizia há dois dias, que, nesse momento, é claro,
você
tem alguns momentos de estase, nos quais você tem a impressão de perder o fio do efêmero, através da memória, através das
dores,
através das situações que estavam resolvidas e que voltam à cara,
mas, aí, isso não é para fazer um
trabalho em si, é
feito para abandonar o Si,
para responder à sua atribuição vibral nesse plano.
Porque a passagem faz-se aqui e agora.
É, efetivamente, apaixonante viver as Linhagens estelares,
viver todas as experiências que vocês
têm vivido com mais ou
menos intensidade, mas, hoje, é preciso,
também, transcender as experiências, ou seja, ser capaz de manter, primeiramente, uma equanimidade,
em seguida,
uma resiliência espontânea,
que não é
um esforço do ego, que não é um esforço da pessoa, mas,
justamente,
o desaparecimento da pessoa.
Então,
você vai dizer-me: se eu desapareço
como pessoa, meu automóvel
ela não dirige.
Eu vou responder-lhe, simplesmente, que há um momento no qual você será apreendida por essa justaposição,
essa sobreposição e essa travessia.
E, aí, você
vai apreender,
por si
mesma, o mecanismo que está no trabalho,
ou seja,
você vai reparar, cada vez mais
facilmente, em seu ritmo.
Até o momento em que Maria chama você, em
seu ritmo você vai constatar,
com algo de muito claro em sua consciência, os momentos nos quais é a personalidade que se exprime,
os momentos
em que você está na resistência, os momentos nos quais você está totalmente abandonada e os momentos nos quais você desapareceu, completamente.
Isso quer dizer que
conduzir um automóvel
ou fazer qualquer coisa que pareça necessitar sua consciência comum far-se-á com a maior das facilidades, na condição de que você faça como
Cristo:
"Pai,
eu entrego o meu Espírito em suas mãos
Que
Sua Vontade seja feita e não a minha".
E é isso, essa experiência,
e você vai reparar,
não como
havia explicado Sri Aurobindo há
cinco anos, a noção de basculamento,
de switch da consciência,
aí você o
vivia, não é?
Talvez, facilmente, ou dificilmente, mas, aí, você
vai ver o switch mesmo, de modo a
habituar-se, eu diria, ao switch final e definitivo, quer concirna ao que se chama a morte do indivíduo como
qualquer fim de vida nesse mundo,
ou o fim coletivo dessa dimensão, que está em fase de atualização por toda a parte.
Então, é claro,
isso não é fácil, porque a
fusão dos Éteres em vocês,
a fusão, a
Obra no Branco que
termina agora,
que é
concluída, que termina tudo o
que vocês puderam viver como experiências, não,
unicamente, nessa vida,
mas no conjunto de sua consciência em
peregrinação nesse mundo falsificado.
Tudo isso é uma espécie de acréscimo,
de recapitulação e, eu diria, em outros termos, um acerto
final de contas, porque você não
pode ser livre enquanto há,
ainda, algo a deixar liberar-se.
E essa noção de
deixar liberar-se é muito importante,
mas não há qualquer risco, simplesmente, você vai descobrir, por
si mesma, em qual tipo de serviço você está.
Será que é
o serviço para Si e, portanto, de algum modo, o
ego espiritual, ou será
que é o serviço para o outro, que nada mais é do que você mesmo?
Será que, então, realmente, as barreiras, os a priori, os condicionamentos
foram-se,
todos?
Eu repito, quer você seja liberado vivo ou
não, porque há, às vezes, hábitos que estão aí, comportamentos que estão aí,
sobre os
quais não é preciso trabalhar.
Acabou tudo isso, trabalhar sobre os pequenos diabos, trabalhar sobre
as egrégoras, sobre as
memórias, é preciso trabalhar, entre aspas,
sobre o instante.
Mas o instante presente, o aqui e agora não é um trabalho, é um olhar,
e você verá,
cada vez mais claramente, e você chegará, mesmo, em alguns casos, a tratar-se de todos os nomes de pássaros a si mesmo, porque você
verá, muito claramente, os momentos nos quais está no coração e
os momentos, como eu disse,
nos quais você coloca o coração atrás e apresenta sua personalidade à frente.
Portanto, é essa espécie de alquimia final que deve,
se já não foi feito,
eu repito,
liberado ou não,
levá-lo a esse ponto de reversão final, ou seja, o momento no qual você permanece,
quaisquer
que sejam as circunstâncias de
seu corpo, de sua vida,
nesse estado de resiliência, de equanimidade,
de Paz, em suma, na Morada
de Paz Suprema.
Você
não poderá mais ser enganado por si mesmo, nem por quem quer que seja, porque há, nesse aqui e agora,
a
capacidade de ver em consciência,
para além da culpa, para além das responsabilidades que
pertencem a esse mundo,
o que
pode restar a pôr em adequação.
Então, é claro, é mais agradável efetuar essa passagem em lucidez, é claro, como
no Livro dos mortos, do que de maneira inconsciente.
É isso que se joga nesse momento e que é, certamente,
a melhor das preparações para cada um de vocês,
em função
do que há a viver.
Então, eu escuto a segunda questão, e eu me vou.
Dizem-me,
mesmo se é uma questão que me concirna, que é preciso girar.
Tradução e Divulgação Célia
G.
http://semeadorestrelas.blogspot.com/2018/01/aivanhov-seu-trabalho-e-espiritualidade.html
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