NOSSO CÉREBRO É CAPAZ DE PERCEBER O CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA
Amigos, compartilhamos com vocês um artigo que nos ajuda a
compreender alguns sintomas e sensações relacionados às alterações no campo
eletromagnético do planeta.
Alguns serão mais sensíveis a estas variações, apresentando
provavelmente algumas sensações como tonturas ou desorientação.
Enquanto que outros podem ter outras reações, ou não sentir
nada.
O importante é que cada um busque se conhecer para melhor
perceber estas variações e como isso pode influenciar em sua saúde e bem estar
geral.
CIENTISTAS DESCOBREM EVIDÊNCIAS DE QUE SEU CÉREBRO PODE SENTIR O
CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA
De
Yasemin Saplakoglu, 18 de março de 2019 para LIVESCIENCE – FONTE
Um
campo magnético envolve nosso planeta e o protege da radiação solar.
Nosso cérebro pode ser capaz de sintonizar isso.
Ilustração esquemática das
linhas do campo magnético invisível geradas pela Terra, representada como um
campo magnético dipolar.
Na verdade, nosso escudo
magnético é espremido mais perto da Terra no lado voltado para o Sol e
extremamente alongado no lado noturno devido ao vento solar.
A polaridade da Terra não é uma
constante.
Ao contrário de um magneto de
barra clássico, a matéria que governa o campo magnético da Terra se move.
Os geofísicos têm certeza de
que a razão pela qual a Terra tem um campo magnético é porque seu núcleo sólido
de ferro é cercado por um oceano fluido de metal líquido quente.
O fluxo de ferro líquido no
núcleo da Terra cria correntes elétricas, que por sua vez criam o campo
magnético.
Crédito / Copyright: Peter Reid, Universidade de Edimburgo
Para algumas criaturas, o campo magnético que envolve nosso
planeta serve como uma bússola para navegação ou orientação.
Aves
migratórias, tartarugas marinhas e certos tipos de bactérias são algumas entre
as espécies com este sistema de navegação integrado.
Mas e os humanos?
De acordo com um novo estudo, os humanos também podem sentir o
campo magnético da Terra.
O
novo estudo, publicado em 18 de março na revista eNeuro,
fornece a primeira evidência direta, a partir de imagens
cerebrais,
que os humanos também possuem esta capacidade, provavelmente
através de partículas magnéticas espalhadas pelo cérebro.
A
capacidade de detectar o campo magnético, chamada magnetorecepção, foi sugerida
pela primeira vez em humanos nos anos 80.
Mas estudos subsequentes do cérebro, a partir dos anos 90, não
encontraram evidências desta capacidade.
Mas
com acesso a novas técnicas de análise de dados, um grupo internacional de
pesquisadores decidiu fazer uma nova avaliação.
Manipulando o campo magnético
Para
estudar se os humanos podem sentir o campo magnético, 34 adultos foram convidados
a se sentarem em uma câmara escura de testes equipada com grandes bobinas
quadradas.
Correntes elétricas percorreram essas bobinas, alterando o campo
magnético na câmara.
A
intensidade deste campo magnético foi aproximadamente a mesma que rodeia o nosso
planeta, disse a principal autora do estudo, Connie Wang, uma
estudante de doutorado no California Institute of Technology.
Para comparação, é cerca de 100.000 vezes mais fraco do que os
criados por aparelhos de ressonância magnética, observou Wang.
Os
participantes foram orientados a relaxar e fechar os olhos enquanto os
pesquisadores manipulavam o campo magnético ao redor deles.
Durante o experimento, as máquinas de eletroencefalograma (EEG) mediram
um tipo de onda cerebral chamada onda alfa.
Sabe-se que ondas alfa diminuem em amplitude quando o cérebro
capta um sinal, seja visão, som … ou algo magnético.
O cérebro responde
Dos
34 participantes, scanners cerebrais de quatro indivíduos mostraram fortes
reações a uma mudança no campo magnético:
uma mudança do nordeste para o noroeste.
Essa mudança seria a mesma se uma pessoa fora da câmara movesse
sua cabeça rapidamente da esquerda para a direita.
Sendo que a cabeça se moveria através do campo magnético
estático, ao invés do campo se mover ao redor do indivíduo.
Nos
quatro indivíduos, as ondas cerebrais alfa diminuíram em amplitude em até 60%.
Mas eles responderam apenas quando o campo mudou de nordeste
para noroeste – não na outra direção.
“Não esperávamos uma resposta assimétrica”, disse Wang à Live Science.
Embora não esteja claro por que isso aconteceu, os pesquisadores
acham que pode ser algo único para os indivíduos, assim como algumas pessoas
são destras e algumas canhotas.
Vários
participantes também tiveram uma forte resposta a outro conjunto de experimentos
que mudou a inclinação do campo, que é o que aconteceria se você viajasse entre
os hemisférios norte e sul.
Para
garantir que os resultados não fossem uma casualidade, os respondentes do
estudo foram testados várias semanas depois – e os resultados se confirmaram.
Stuart Gilder, professor de geofísica na Universidade
Ludwig-Maximilian de Munique, que não fazia parte do novo estudo, disse que as
descobertas repetidas tornaram o estudo convincente.
Gilder disse que não viu a descoberta de que a maioria das pessoas não
pode sentir o campo magnético como um contra-estudo, porque a capacidade pode
ser expressa de forma diferente em cérebros diferentes .
“Algumas pessoas são muito boas em arte enquanto que outras são
muito boas em matemática”, disse Gilder ao
Live Science.
Órgãos não “têm que se comportar ou reagir sempre da mesma maneira”.
Ainda
assim, o estudo levanta algumas questões adicionais, observou ele.
Por exemplo, como as pessoas perceberiam o campo se estivessem
deitadas ou se o campo magnético estivesse se movendo mais devagar?
Navegação antiga
Não
está claro por que alguns humanos parecem possuir a capacidade de
magnetorecepção, mas, em teoria, a habilidade poderia ajudar na orientação, ou
ser uma habilidade remanescente que evoluiu para ajudar criaturas – mesmo
caçadores-coletores antigos – a navegar.
“Muitos animais usam o campo magnético da Terra para navegação”, disse Wang à Live Science.
“Há um vasto leque de criaturas que possuem esse sentido, tanto que
achamos que pelo menos alguns humanos ainda carregam esse sentido, mesmo que
não o utilizem tanto em suas vidas diárias.”
E
muitas questões ainda persistem sobre a magnetorecepção em geral, sobre seu
funcionamento.
De fato, os cientistas descobriram como a magnetorecepção
funciona em apenas um tipo de criatura: um tipo de bactéria chamada bactéria
magnetotática.
Esses micróbios migram ao longo das linhas do campo magnético do
nosso planeta usando partículas magnéticas chamadas magnetitas (Fe3O4).
Sabe-se
que essas partículas de magnetita existem no cérebro humano há décadas – e
foram descobertas por Joseph Kirschvink,
professor de geobiologia do Caltech, que é o autor sênior do novo estudo.
Além
disso, um estudo publicado em agosto de 2018 na revista Scientific Reports
do grupo de Gilder descobriu que essas partículas magnéticas
estavam espalhadas pelo cérebro humano. Sua presença generalizada no cérebro
sugeriu que as partículas provavelmente serviam a algum tipo de propósito
biológico, concluíram os autores desse estudo.
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