MIB: HOMENS DE PRETO
Os filmes de MIB – Homens de Preto de Will Smith e Tommy Lee Jones fizeram história.
Com uma narrativa estranha, porém verossímil, cheia de humor e com equilíbrio de carisma entre os personagens, tivemos um arco de 15 anos que fechou muito bem em MIB III (aliás, com viagem no tempo).
O filme que estreia agora nos cinemas é um reboot da franquia – o clássico é referenciado, mas a trama segue em frente.
MIB – Internacional apresenta um universo em expansão com outra vibe.
Mais sério e apostando numa parceria que já deu certo nas telonas, temos a instituição que já conhecemos, mas que está pronta para ser recriada.
MIB – Internacional parece preparar o terreno para uma nova Era.
Enquanto tínhamos uma instituição que funcionava bem com seus Homens de Preto recrutados nos três primeiro filmes, a lógica do sistema é repensada.
Em primeiro lugar, há a mudança mais drástica: a dupla principal de personagens é formada por um homem e uma mulher. Isso é comentado no início do filme de forma rápida, porém assertiva.
A sigla permanece como um apego, que está prestes a ser solto.
Representação é muito importante, e esse é o momento para que as meninas compreendam que elas podem fazer parte de uma organização que lida com extraterrestres.
Isso nos leva para a segunda grande quebra de paradigma da franquia.
Até então, os homens de preto eram recrutados para o trabalho.
A Agente M (Tessa Thompson) chega não só pisando na regra de gênero,
mas também de como as coisas são feitas.
Quando Molly era criança, uma espécie alienígena aparece em sua casa.
Seus pais são neutralizados pelo dispositivo de memória pelos agentes do MIB, mas ela passa despercebida.
Durante os próximos anos, ela faz de tudo para encontrar a organização, até mesmo criar um processo de detecção alien.
Quando ela finalmente está sentada na área de segurança do MIB, todos os anos em que ela foi chamada de louca valeram a pena, pois ela consegue a prova real que tanto buscava, e agora pode entender como o Universo funciona.
A Agente M representa o público, que não fica mais afastado e ignorante das questões intergaláticas.
Temos consciência do que existe além do nosso planeta e nos recusamos a ficar de fora.
Se a verdade nos é ocultada, vamos nós mesmos atrás dela.
Com isso, temos a nova dupla protagonista do filme.
Agente M se une com o Agente H (Chris Hemsworth), o melhor da unidade, mas que se comporta de maneira erradica desde que salvou o mundo ao lado do Grande T (Liam Neeson), que é o chefe da divisão.
Somos então colocados em um arquétipo de narrativa muito utilizado atualmente – o da possível infiltração.
Com uma pegada mais procedural, o filme é mais sério que seus antecessores,
já que o humor fica a cargo de M enquanto explora esse novo mundo e do comportamento de H, que acaba por vir de um lugar de dor.
Além disso, há também o fato que os extraterrestres não são mais tão caricatos.
Essa pode ser uma maneira de demonstrar que o assunto – a vida fora do planeta Terra e como funciona o Universo – agora é tratado com mais seriedade.
Se antes era uma brincadeira, uma extrapolação de uma teoria, agora é real: eles existem, estão entre nós e algum negativo pode estar infiltrado no grande escalão da instituição.
Embora essa nova perspectiva do MIB seja bastante positiva e que a parceria de Thompson-Hemsworth funcione novamente após Thor:
Ragnarok, a trama deixa a desejar em sua complexidade.
Muitas das situações em que os personagens estão inseridos são resolvidas rápido demais e de maneira não convincente.
Tudo é apressado para a grande revelação final, que é previsível.
Quem sabe as consequências dessa infiltração possa ser explorada de melhor maneira em um futuro filme da franquia, mas nesse não funciona muito bem.
Com essa nova abordagem da temática em vista, é uma pena que a trama não se sustente, pois potencial não falta (principalmente da personagem de Emma Thompson).
Sendo uma ideia legal que se perdeu no desenvolvimento, damos à produção 3 cookies.
Autor: Camila Picheth (Equipe Sementes das Estrelas)
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