domingo, 13 de outubro de 2019

O MENINO QUE QUERIA SER REI E O EMPODERAMENTO DO RAIO AZUL

O MENINO QUE QUERIA SER REI E O EMPODERAMENTO DO RAIO AZUL
postado por Gabriel RL (Neva)
A história do rapaz que tira a espada da pedra e se torna um grande rei já foi contada inúmeras vezes, mas continua a transcender o tempo.
Com seus temas universais, o Raio Azul, retratado no filme "O Menino que Queria ser Rei”, novamente retorna para nos lembrar daqueles que possuem qualidades de liderança, responsabilidade, da coragem de persistir contra obstáculos e de inspirar os outros a mais elevados níveis de expressão.
Principalmente nesse momento caótico do político-social atual.
Desta vez, o público-alvo são as crianças.
A trama medieval do Rei Arthur é transportada para a Inglaterra contemporânea, fazendo com que um grupo de garotos se reunam para embarcar numa aventura e impedir o retorno destruidor de Morgana.
Grandes feitos não são realizados apenas por adultos, e a fase da infância é crucial na formação de conceitos pessoais que irão definir a caminhada daquele indivíduo.
Se acreditarem em si mesmos e na reverberação positiva de seus atos cotidianos, o futuro ganha um brilho especial.
A narrativa do filme traz temáticas que já vimos outras vezes, mas com alguns ajustes necessários.
Nosso protagonista, Alex, é o garoto nada popular da escola que sofre bullying, mas a diferença é como ele irá lidar com seus agressores.
O melhor amigo, Bedders, é aquele que sofre ainda mais bullying e faz mágica, porém, ele honra sua posição e sua mágica acaba por multiplicar objetos em abundância, no lugar de fazê-los desaparecer na escassez.
O personagem oculto misterioso pode ser aquele que esteve sempre presente, e a lenda é muito mais real do que parece, mas o discernimento é sempre fundamental.
O Mago Merlin retorna como personagem motivador, pilar de disciplina, força e alívio cômico.
Ele funciona em todos esses níveis, e ainda tem tempo para quebrar paradigmas.
Quando o poder da alma é questionado pelo poder do sangue,
Merlin realinha os valores e afirma:
“Se suas lendas dizem o contrário, talvez precisem escrever novas lendas”
É isso que finalmente estamos fazendo.
A polaridade negativa do Raio Azul se refere a uma inclinação para ambição ilimitada, domínios desenfreados, propósitos egoístas,
manipulação dos outros, arrogância e intolerância a outros tipos de pensamentos.
Morgana é quem representa a faceta dessa expressão.
Sua vilania é guiada por esses aspectos, potencializados pela perseguição da espada Excalibur e seus recursos.
Infelizmente, essa é a única profundidade dada à personagem,
tornando seu perfil e objetivos superficiais.
Sua função no filme é representar o mal a ser combatido.
Quando chegamos mais para o final da história, a densidade do roteiro cai e somos levados a uma resolução do problema de uma forma não muito criativa.
Ainda que estimule a união das pessoas, temos um fechamento um tanto bárbaro.
Mas, como o foco está em criar um diálogo para outras discussões,
podemos relevar a solução apresentada.
Como bônus super positivo, temos ainda a explicação da real funcionalidade de Stonehenge e outras estruturas similares e o discurso final de Merlin, sobre o abaixar das armas e a necessidade da luta por outros meios.
Camila Pichath
Autor: Camila Picheth (Equipe Sementes das Estrelas)
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