segunda-feira, 4 de maio de 2020

O CAMINHO PARA A DIMENSÃO ABSOLUTA DOS SERES ASCENCIONADOS

O CAMINHO PARA A DIMENSÃO ABSOLUTA DOS SERES ASCENCIONADOS
sexta-feira,  01-05-2020
Os mestres ascensionados são seres que transcenderam a realidade ilusória.
Isso significa que eles compreenderam o jogo do sofrimento da realidade samsárica ou realidade condicionada e, por isso, se libertaram dela.
Ou seja, através de seu serviço prestado e da sabedoria adquirida,
suas verdadeiras naturezas despertaram.
Essa natureza não é algo que difere da nossa.
Ela não se restringe a corpos de luz ou a um fenômeno específico.
Por ela não pertencer ao reino da linearidade do espaço-tempo, é impossível ser descrita, definida, conceituada.
“Se ainda não nos iluminamos completamente, como é possível afirmar que não estamos falando de algo ilusório também?”
Os mestres explicam que, através da interdependência que existe entre “nós e eles”, mesmo que estejamos limitados à mente humana, isso não impede que tenhamos vislumbres de nossa verdadeira essência.
Por já terem a consciência iluminada, eles encontraram meios hábeis de nos ajudar a despertar, seja através das religiões ou das canalizações, por exemplo.
Isso pode soar como um paradoxo, porém precisamos reconhecer que, por ainda sofrermos com os jogos do samsara¹, não nos iluminamos completamente.
Isso não tira a verdade de que a nossa natureza é pura, assim como a de todos os seres.
Na verdade, como eles nos ensinam, não há separação.
A nível relativo e sutil, existe a crença de que somos separados, mas a nível verdadeiro, nós somos eles e eles somos nós.
O que há em comum entre eles é o espaço e sabedoria que transcende tempo, espaço e qualquer conceitualização.
O nosso desafio, enquanto seres humanos, é realizarmos esse fato,
não utilizando-o apenas na dimensão racional e ideativa.
O importante a ser contemplado é que o mestre ou a mestra ascensa,
não estão em algum lugar específico, que tem determinadas qualidades.
Em seus discursos, para tornar ilustrativo a nós, que somos apegados à forma e a definição dos fenômenos, eles mencionam os termos como “reinos dos céus” e “altas esferas”
Porém, se nada é separado e eles não diferem da gente, será que é possível haver algum lugar físico onde eles residem?
Diversas vezes nos encontramos em processos mentais de especulação, idealismo, constante imaginar de uma realidade especial e perfeita.
No meu entendimento, isso muitas vezes pode ser um obstáculo à sabedoria de que nossa verdadeira natureza é a mesma dos mestres.
Ficamos externalizando e projetando em seres separados de nós,
esperando algum acontecimento que intervenha no planeta ou que a nossa iluminação aconteça em um ponto do tempo.
Quando visualizamos os mestres e as chamas, apelamos para que a conexão que já existe desperte.
A mente e a forma são utilizadas como recursos para essa manifestação.
Isso está além do mundo das aparências.
Diz respeito ao absoluto, que está além do que possamos imaginar.
Quando deslocamos as nossas experiências sagradas para o intelecto e para a mente condicionada, elas viram apenas pensamentos e objetos de apego.
A meditação posicionada e a visualização são meios de reconhecer que a iluminação ou a ascensão não é possível de ser conquistada, pois já é nossa verdade.
A meditação e auto-observação são caminhos que ajudam a identificar quando as visualizações e a espiritualidade são utilizadas como rota de fuga de nosso sofrimento, como objetos separados.
Não existe um só caminho, no mundo das aparências, para nos levar à realização e à compreensão de nossa natureza crística ou búdica.
No entanto, é imprescindível a nossa recordação, até o reconhecimento perfeito da iluminação, que isso não está separado de nós.
Um abraço afetuoso,
Daniel Danguy
¹ No budismo, o samsara é frequentemente definido como o ciclo interminável de nascimento, morte e renascimento.
Também podemos entendê-lo como o mundo do sofrimento e da insatisfação.
É o mundo subjetivo que cada um de nós cria para si.
Este mundo contém bem e mal, alegria e dor, mas eles são relativos e não absolutos, devido à impermanência.
Autor: Daniel Danguy
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