Lembro-me de me divertir com tantas coisas quando criança!
Eu adorava o cheiro da seiva do pinheiro, o tilintar de uma
pilha de bolotas no meu balde, a cor das pedras brilhantes que pegava na
natureza e a mancha de nozes pretas em minhas mãos enquanto tentava abri-las
com uma pedra.
Lembro-me da sensação do braille que eu socava com uma velha
caneta Bic em pastas de papel manilha quando passava por uma fase Helen Keller
e aprendi a ler sozinha.
(Infelizmente, esta sabedoria não
perdurou!)
Lembro-me de ter ficado fascinada quando vi uma pessoa
sinalizando e decidi que precisava aprender o alfabeto na linguagem de sinais.
Eu adorava as pequenas lagartas felpudas e as cócegas de seus
pezinhos na minha mão, e, oh meu Deus, o sabor dos morangos recém-colhidos e assados
pelo sol de uma fazenda local!
A lista continuava.
Não eram as grandes coisas que me lembro da infância, como
viagens ou eventos especiais…
Lembro-me das pequenas delícias com muito mais clareza.
Até
hoje me deleito com os pequenos e simples prazeres da vida. Eu amo o jeito que
um copo de leite fresco me faz sentir e, embora eu saiba que não é para todos
nós, isso me deixa feliz.
Adoro a forma perfeita de um ovo, e não posso deixar de admirar
as galinhas que o compartilharam comigo.
Eu amo as folhas de manjericão brotando e mesmo que eu tenha que
arrancá-las para manter a planta crescendo suas folhas perfumadas, a
experiência de esmagá-las e cheirá-las é puro paraíso.
Adoro a forma como a luz do sol filtra pela minha janela na hora
certa do dia e lança sombras da planta samambaia que tenho há uma década, cujo
nome ainda não sei.
Adoro que um balão de Páscoa, dado a mim por um amigo há três
anos, ainda esteja inflado!
Adoro a perfeição de uma cor brilhante, o som do vento
farfalhando nas folhas e até o toc, toc, toc dos dedos no teclado.
Eu amo minhas pequenas tampas de copo de silicone com alças de
borboleta e os copos que comprei em um brechó.
Eles são pesados e suaves ao toque e fazem seu trabalho muito
bem.
Eu
amo meus clientes e sua dedicação em alcançar mais – mais alegria, mais amor,
mais conexão.
Eu amo meus amigos que assumem a responsabilidade por sua
própria vida e felicidade e que adoram celebrar o sucesso e a felicidade dos
outros.
Eu amo este mundo louco e selvagem, mesmo com toda a sua raiva,
loucura, insanidade espiritual, porque embora os “loucos sejam as
notícias” como alguém que conheço disse uma vez, há muitas pessoas
maravilhosas fazendo coisas extraordinárias.
Eu as encontro o tempo todo.
Encontro curadores na floresta e artistas ou poetas no café.
Eu me deparo com mães que são claramente perturbadas, mas ainda
gentis com seus filhos nas filas do caixa, e atendentes encantadores em todos
os lugares que vou.
Há
tanto para amar na vida e quando podemos, vemos através dos olhos desta.
O ser puro, inocente, sábio, amoroso, que os anjos chamam de
“A criança divina interior” pode experimentar muita alegria.
A
criança observa sem julgamento.
A
criança procura o que é agradável, interessante e divertido.
A
criança tem compaixão pelos outros que parecem chateados ou tristes.
A
criança Divina não tem problema em fazer algo simplesmente por prazer, quer
haja um resultado produzido ou não.
Eu
sei que temos responsabilidades como um adulto.
Eu sei que temos que ganhar a vida, pagar impostos e administrar
todas as coisas da vida…
Mas também sei que há muitos fazendo o que eles querem e fazendo
mais do que nós, porque eles confiaram em sua bússola interior.
Eu sei que há muitas pessoas que encontraram um hobby ou um
negócio paralelo que as encanta, mesmo quando o trabalho principal não o faz.
Conheço pessoas que amam tanto seus filhos que as tarefas
infantis não são um fardo porque elas adoram o tempo dedicado aos seus
pequenos.
Eu sei que quando chega uma grande conta eu a entrego a Deus e
deixo o universo me guiar.
Eu
sei que somos amados além de qualquer coisa que possamos imaginar.
Eu
sei que temos desafios com os quais as crianças não precisam se preocupar.
Temos contas e males e pessoas que amamos em necessidade
Eu sei que o mundo tem desafios como guerras e vírus e disputas
além da medida, às vezes.
Mas como aquele ser inocente, também temos Deus, e o fluxo de
energia para nos reabastecer, e a orientação para saber quando dar, quando
receber e quando esperar.
Essa parte nossa está em harmonia com toda a criação.
Essa parte nossa sabe que seu próprio ser e seus impulsos
naturais são parte da contribuição que veio dar.
A
criança divina vive dentro de nós, e se pudermos – mesmo que um pouco –
conectar-nos com sua sensação de admiração por estarmos vivos, e todas as
coisas bonitas para desfrutar na vida, então, também podemos começar a
experimentar a vida através dos olhos, com admiração, o que, claro, torna a
vida muito maravilhosa
Aqui estão algumas dicas para
ajudá-lo a se conectar e experienciar a vida através dos olhos da criança
divina.
1. Torne-se um observador
Veja
se você pode reservar algum tempo todos os dias para simplesmente observar o
que está acontecendo ao seu redor. Observe sua casa ou quarto sem julgamento e
veja como se sente. Você quer
mudar alguma coisa?
Observe os outros, mesmo que eles estejam reclamando e
delirando.
Por um tempo, abstenha-se do julgamento, “tentando entender, concordando ou discordando, e apenas observe”.
É
uma realidade bem diferente quando você se desapega um pouco e simplesmente
observa.
Você vê muito mais.
Os anjos fazem isso nas leituras.
Eles vêem por trás da raiva, da frustração, da dor, da tristeza,
e veem a alma precisando de amor, reconhecimento, validação, calma ou bondade.
Eles vêem a criança Divina dentro de si pedindo para ser
reconhecida.
Tente observar a pessoa que está falando com você mais do que se
preocupar com o que dizer em seguida ou julgar o conteúdo. Apenas ouça.
Observe.
Você entenderá muito mais e automaticamente terá mais compaixão.
2. Torne-se um aventureiro
As
crianças gostam de experimentar coisas até serem programadas para sentir medo.
Elas gostam de experimentar uma porção ou uma mordida de
alimento.
Se gostaram, querem mais.
Se não, elas cospem… o que é uma reação natural à vida.
Elas querem ver o interior de armários.
Elas querem saber o que está na bolsa ou caixa que você acabou
de trazer para casa e ficam curiosas sobre cada cantinho da vida. Elas querem
tocar ou comer quase tudo quando são muito pequenas.
Elas
são aventureiras, procurando maneiras novas e divertidas de interagir com a
vida.
Já adulta, não coloco mais pedras na boca (ou passas no nariz
– isso foi interessante!),gosto de
sentir as texturas ao meu redor, sentir o cheiro das plantas e flores da
natureza, curtir e provar novos alimentos que me agradam e, em geral,
experimentar coisas novas que chamam o meu coração.
Você já quis experimentar algo, mas
permitiu que o medo o impedisse?
Medo de não ter dinheiro, tempo,
habilidade, tenacidade ou o que quer que você acha que lhe falta?
Por que não dar um giro se é tão simples como limpar a gaveta
que parece que nunca é organizada, começar a
planejar e manifestar aquela viagem que você sempre quis fazer ou andar de
tirolesa?
Eu
tinha vinte e tantos anos, recém-divorciada e dirigia um carro muito velho,
quando de repente percebi que a vida estava acontecendo.
Entrei naquele carro velho, acreditei que alguém me pagaria
fiança se morresse na estrada e comecei a dirigir algumas horas para o norte
para passear durante todo o fim de semana.
Peguei um mapa e comecei a passear.
Foi uma escolha, nascida de uma sensação inocente de aventura,
que me curou na época e ainda me serve até hoje.
Não por coincidência, o carro nunca enguiçou.
Minha
mãe com os seus 70 anos estava em um cruzeiro com meu pai, quando liguei para
ver se eles estavam se divertindo.
Papai estava cochilando.
Mamãe, enquanto isso, estava alegre e naturalmente animada por
andar repetidamente na tirolesa do navio que se estendia por quatro convés!
Alguns anos depois, ela e sua amiga, dez anos mais velha, foram
à Disney World para uma alegre e divertida viagem feminina!
Certa vez, tive uma cliente de 80 anos que me mostrou
orgulhosamente as cicatrizes de seu acidente de moto na América do Sul e me
contou com muita alegria sobre suas viagens aventureiras. Isto faz o meu
coração cantar: ver as pessoas fazendo coisas que amam – não importa o que
seja.
A lista de coisas interessantes para fazer, aprender ou explorar
é interminável.
Aqueles que permanecem abertos às aventuras da vida e conectados
a sua criança Divina estão muito vivos.
Aqueles que foram condicionados ou submetidos a lavagem cerebral
para julgar tais aventuras como sem sentido ou propósito, perdem o objetivo.
Estamos aqui pela alegria da jornada.
A
aventura não precisa ser algo arriscado ou grande.
Pode ser tão simples como ir a um novo restaurante que você
estava querendo experimentar, experienciar um novo hobby que parece fascinante,
assistir a um novo programa que o intriga… Aventura é fazer qualquer coisa nova
que você queria fazer .
3. Escolha amar a si mesmo
A
criança divina tem orgulho de tudo sobre si mesma.
Como mencionei em algumas mensagens anteriores, as crianças são
apaixonadas por seus corpos.
Elas são fascinadas com o veículo.
Elas não julgam sua aparência.
Elas o admiram.
Os cabelos podem ficar desarrumados, a barriga pode ficar enorme
depois de uma grande refeição, as mãos podem ficar pegajosas por causa do
último picolé, e os pés cobertos de sujeira de tanto correr no quintal… e elas
se amam.
Elas gostam de se olhar no espelho porque sabem que os corpos
são fascinantes.
São peculiares.
Os inocentes sabem que não são seus corpos, mas sim que vivem
nessas pequenas máquinas milagrosas.
Experimente uma atitude de admiração sobre seu próprio corpo e
pare com os julgamentos.
Você mora nele.
Você pode curá-lo ou remodelá-lo.
Você é muito mais… e ao se identificar com este ser interior
puro, feliz e inocente, as coisas começarão a ser corrigidas.
As
crianças também se orgulham de qualquer pequeno esforço que façam.
Se elas desenham algo, mesmo que ninguém mais possa reconhecer o
tema, elas se sentem como um Picasso!
Se elas tocam música que soa como “bang, bang, bang” aos
ouvidos adultos, elas ficam encantadas!
Se elas misturam algo e fazem uma bagunça, é muito divertido.
Há uma criança no YouTube em um canal chamado “A Cozinha de Roman” que em uma idade muito jovem
decidiu cozinhar diante das câmeras.
Mamãe como uma YouTuber começou a filmá-lo.
Por um tempo, ele se divertiu com suas criações bagunçadas e a
mãe incentivou cada experiência.
Ele é livre e adorável.
Mamãe o incentiva a explorar.
Este garoto vai crescer sabendo que ele é capaz e amado.
Não
há necessidade de ser tão severo consigo mesmo quando algo não fica “perfeito” – seja o que for.
Em vez disto, divirta-se com o esforço que você colocou na experiência.
Pode
demorar um pouco para ressuscitar a criança divina interior, mas se você fizer
um esforço para olhar a vida com admiração, com um olho para o que é agradável,
divertido, interessante, com um senso saudável de “por que não” e com uma
vontade de tentar, e mesmo diante de uma falha, aproveitar mesmo assim, então
essa sua parte pura, sábia, inocente, amorosa e sagrada eventualmente começará
a viver em você e através de você novamente, e a vida se tornará mais uma vez,
a alegria que deveria ser.
Canal: Ann Albers
Fonte: https://www.visionsofheaven.com/
Tradução: Regina Drumond –reginamadrumond@yahoo.com.br
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