ENTENDENDO AS CASAS NA ASTROLOGIA
TERÇA FEIRA 13 DE
AGOSTO DE 2024
Em meu
último texto, (https://eraoflight.com/2024/07/07/the-primitive-qualities-in-astrology/),
aventurei-me a sintetizar
os signos astrológicos a partir dos elementos e de suas qualidades primitivas,
mas não segui o raciocínio da sequência zodiacal específica que eles seguem.
Como os signos do
Zodíaco se alinham em um padrão circular, não há um início ou fim real para a
sequência; ela simplesmente se repete indefinidamente…
No entanto, entre a
energia de Peixes – que favorece a dissolução em um todo maior
– e a de Áries – que gera distinção do todo – há algo como o “umbigo” do ciclo, um ponto de tangência, se preferir.
Como fractais
manifestos da Vida no Sistema Solar, todos nós temos todo o Zodíaco em nossas
composições; mas, dependendo de suas posições, vistas a partir do local
específico da Terra em que nascemos – tornando-nos fisicamente distintos de
um todo -, cada signo é vivenciado como um aspecto diferente de nossas vidas
individuais, chamado de uma Casa.
As casas são
análogas aos signos em número e sequência, por isso é conveniente abordar a
lógica de ambas as ordens como uma única coisa, desde que possamos manter suas
diferenças em mente.
Elas são
essencialmente iguais, mas enquanto os signos respondem “como“, as casas perguntam “onde/quando“.
No plano estelar fixo
do Zodíaco, o “umbigo” do ciclo está no ponto vernal da Terra (equinócio
de Áries) e, no plano local da
Terra, está no Ascendente (ASC), que marca o início ou a cúspide da 1ª Casa.
Portanto, enquanto
Áries diz “Eu sou eu”, a
Primeira Casa pergunta “Quem sou eu?”. Fazendo referência às qualidades de Áries no
artigo anterior, essa Casa é o contexto de sua vida em que definitivamente não
havia um “você” e, então, você é
espontaneamente notado (quente), em contraste nítido (SECO). Compreende toda e qualquer
circunstância da vida em que a pessoa é inicialmente percebida como uma
entidade distinta das outras.
Dessa forma, se você
tem, por exemplo, Gêmeos na Primeira Casa, você se apresenta de muitas maneiras
diferentes (QUENTE), dependendo um pouco das circunstâncias (ÚMIDO) e sem muita profundidade, o que tende a
parecer “duvidoso”, independentemente de ser legítimo para você.
(“Mas não
é isso que está escrito em seu cartão…”)
Polarizado a isso,
temos o Descendente (DSC) marcando a cúspide
da Sétima Casa, que pergunta “Quem é o
outro?”; e Libra respondendo
“Você é o outro”.
Casas/sinais opostos
são pares de umidades opostas para a mesma temperatura; portanto, Libra combina
com o “outro” tão ativamente
quanto Áries os contrasta.
Para dar
continuidade ao nosso exemplo, Gêmeos na sua 1ª Casa implica que o seu polar
Sagitário estará na sua 7ª Casa: para você, qualquer “outro” correspondente parecerá
naturalmente muito entusiasmado (QUENTE) com pouca consideração
pelas circunstâncias (seco), o que tende a parecer “moralista” ou “prepotente” (“Sim, você já me deu seu cartão. Duas vezes“).
O eixo formado pelo ASC e pelo DSC nivela a linha do horizonte de um mapa
astrológico de nascimento.
Como você pode
perceber, seus polos representam os dois extremos da existência individual: o “Eu” e o “Outro
Observe que os
signos/casas que delimitam esse eixo (Peixes/Áries + Virgem/Libra) são os mesmos que delimitam o eixo Umidade do
nosso gráfico de elementos do último artigo (embora em uma ordem diferente), o que sugere que seco ou úmido são medidas ambivalentes de individualidade.
Da mesma forma, temos
um eixo vertical que liga o Zênite
(MC – Medium Coeli ou Meio do Céu) ao Nadir (IC – Imum Coeli ou Fundo do Céu), a referência ascendente/descendente para
qualquer ponto na Terra.
Ele também divide
nossa sequência em quatro quadrantes – assim como a
Temperatura para os Elementos – é uma medida ambivalente do escopo coletivo ou
do acesso aos Signos/Casas.
A extremidade IC é o
nosso mundo pessoal: as raízes internas, a base subjetiva que nos sustenta;
enquanto a extremidade MC é o nosso mundo público: os frutos externos, a meta
objetiva que nos impulsiona.
Assim, em vez de um
Elemento, cada quadrante dessa sequência equivale a 3 Casas/Sinais que
correspondem a uma parte genérica do ciclo.
O Q1 é pessoal e se
refere a “mim”; o Q2 é pessoal e se inclina
para o “outro”; o Q3 é público e se
refere ao “outro” e o Q4 é público e se
inclina novamente para o “eu”.
Dito isso,
continuarei explorando a sequência de Casas em pares de opostos e ilustrando
com exemplos de Signos.
CASAS 2-8:
Uma vez que o “eu” é definido, ele busca um
meio estável para a expressão material: essa é a Segunda Casa perguntando “O que eu
tenho?”
O que é constante, o que está sustentando seu ser contra a mudança?
(Seco+Frio) A resposta de Touro é “Eu tenho coisas” – o que, no nível
mais básico, significa um corpo físico, mas que eventualmente se estende à
forma como você provê de/para ele, todas as posses materiais que criamos ou
desfrutamos por meio dos cinco sentidos.
Se Gêmeos estiver na Casa 2,
parece haver um aspecto transitório em sua produção e em suas posses –
portanto, você não se apega muito a elas ou prefere que tenham vários usos,
como um canivete suíço.
O comércio é quase
uma segunda natureza, e o valor é frequentemente encontrado em pechinchas.
E, em oposição a
isso, temos a Casa 8 perguntando “O que o
outro tem?”.
O que sobra para o “eu” como resultado de sua associação com
o “outro”? (Úmido+Frio) …
“O outro tem coisas”, diz Escorpião de forma bastante curiosa, pois deseja saber
além das aparências imediatas, o que parece intangível.
Opondo-se àquilo que
o sustenta materialmente na Segunda Casa, isso é o que muda, o que o
transforma.
Morte, heranças,
impostos, sexo, ocultismo e lucro/perda em parcerias ou adversidades são temas
aparentemente diferentes da Casa 8; mas se você puder vê-los essencialmente
como transformação ou transferência de energia, será mais fácil perceber que
tendemos a ter a mesma perspectiva sobre eles.
E, no caso de
Sagitário aqui, ela tende a ser otimista: todos os resultados possíveis da
associação são, em última análise, uma melhoria; além disso, com o polar Gêmeos
na Segunda Casa, você sabe como ser versátil com suas aquisições.
CASAS 3-9:
Como consequência
direta da existência em um mundo material, você precisa
desenvolver relações com o ambiente que o cerca.
A Terceira Casa é
composta por todas as circunstâncias que convidam você a entrar em contato com
variáveis (QUENTE+ÚMIDO), perguntando “Como eu
interajo?”.
A comparação e a
emulação são a base do processo de aprendizagem, no qual Gêmeos se destaca ao
responder
“Eu troco”.
No extremo oposto,
uma vez que você e o outro tenham recebido suas recompensas, torna-se possível
aventurar-se além de seu ambiente.
A Nona Casa trata de
circunstâncias que não estão convidando você a participar, mas você participa
mesmo assim (QUENTE+Seco), em outras palavras, “Como faço para expandir?
– e Sagitário simplesmente diz “Eu vou além”, independentemente de ser uma resposta.
Gêmeos na 3ª Casa e
Sagitário na 9ª facilitam a observação e a representação da essência de suas
respectivas qualidades, mas dificultam a distinção entre signo e casa, que só
se manifestam combinados.
A esta altura, você
já entendeu que não há uma resposta certa para o que uma casa “pede”, apenas combinações que
funcionam de forma diferente.
Por exemplo, se
Gêmeos estiver na 9ª Casa, seu senso de expansão no mundo exterior é aquele que
pondera as circunstâncias: considere suas opções de longo prazo, faça testes
– você definitivamente pula, mas olha
primeiro. Isso complementa perfeitamente Sagitário na 3ª Casa, porque sua
maneira de olhar primeiro é se lançando antes que o raciocínio possa ocorrer –
você fala o que pensa com confiança, compra coisas por impulso e assim por
diante.
CASAS 4-10:
Como resultado de
nossas interações pessoais, aprendemos a escolher o que parece certo dizer,
pensar ou fazer ao reagir ao mundo.
Isso se torna nossa base subjetiva, uma
coleção de experiências passadas nas quais podemos confiar para derivar
expectativas e tomar decisões.
Essas raízes internas
do caráter são o IC (Fundo do Céu), cúspide da Quarta Casa: toda e qualquer situação em que
você recebe o que precisa (FRIO +
úmido) para prosperar.
Suas origens
culturais, o lar que compartilha com seus parentes em qualquer nível: família
ou nação.
Isso leva à pergunta “Como a
sociedade me sustenta?” –
enquanto Câncer recita:
“Eu aceito o que é
conveniente”.
Com Touro nessa
posição, você se sente apoiado por coisas que o ancoram (Seco+Frio) – especialmente no sentido material.
Uma casa tangível,
comida nutritiva, família que nutre, valores e opiniões práticas… aos quais
você tende a se apegar.
O MC contrasta com isso no topo
do céu: é para lá que nossa expansão externa leva, os frutos que você apresenta
ao mundo.
Ao contrário das
opiniões e expectativas anteriores, aqui você tem fatos e resultados que falam
por si mesmos.
Observe que ambos os
pontos – IC e MC – não se referem ao
indivíduo (a meio caminho entre o “eu” e o “outro”), mas sim à entrada e saída coletivas, respectivamente.
E como cúspide da
Décima Casa, começa a voltar para o “eu”: todas as situações em que você se sujeita ao
que deve (FRIO+seco) por seus atos mundanos.
“Como faço para sustentar a sociedade?”
Conquistas e a
reputação resultante (ou a ausência delas), seus “frutos” que se tornam o alimento de outra pessoa – todas essas são preocupações naturais de
Capricórnio, que afirma:
“Eu aguento o que é
necessário”.
Escorpião aqui
equilibra o oposto Touro, projetando mudanças e transformações no mundo
exterior (úmido + frio).
Por isso, os efeitos
tangíveis das realizações objetivas são muitas vezes ignorados em favor do que
realmente os motiva “por trás das cortinas”.
CASAS 5-11:
Ser nutrido em uma
cultura nos incentiva a manifestar nossa própria essência pessoal.
O que você irradia
constantemente pelo simples fato de ser você mesmo (Quente+Seco) é sua expressão criativa natural, uma pergunta da Quinta Casa:
“Como eu
gero?”…
Assim, Leão proclama com orgulho: “Eu crio”.
Touro, aqui, é a
expressão mais crua do caráter.
A arte é criada pelo
que ela traz aos sentidos físicos, não requer significados mais profundos (ou isso
é sua própria profundidade).
A existência
concreta de sua produção – seja ela um cinzeiro de barro, um musical da
Broadway ou seus próprios filhos – é um troféu suficiente para ser guardado
indefinidamente.
Centralizando o
quadrante oposto, a Décima Primeira Casa segue o exemplo, encorajando a
resposta de nossas experiências objetivas vividas no campo coletivo da Décima
Casa.
Portanto, sempre que
estiver executando planos que levem em consideração todos os fatores externos a
você (Quente + Úmido), você responderá à pergunta da 11ª:
“Como
coopero?” – enquanto Aquário
responderá impassivelmente: “Eu aplico”.
Com Escorpião nesse
posicionamento, o senso de congregação de uma pessoa decorre de uma conexão
emocional com ideais de transformação significativos.
O que realmente
importa não é o que o grupo consegue realizar na prática, mas o que ele
representa – se não houver lealdade a isso, as inscrições deverão ser
canceladas de alguma forma.
CASAS 6-12:
Dependendo do grau
de prolificidade de sua expressão criativa, muitas vezes é necessário um
processo seletivo para encontrar o que melhor corresponde a seus objetivos
pessoais.
À medida que nos
aproximamos da esfera pública, mas ainda não temos um “outro” específico em vista,
devemos limitar nossa própria produção criativa por meio de um escrutínio
prático exclusivo (SECO+frio) definido por nossa Sexta Casa, que pergunta “Como posso
me qualificar?”
Virgem, sempre
atento aos detalhes, responde:
“Eu analiso”.
Se você tem Touro na
6ª Casa, você seleciona (ou espera ser selecionado) pelo valor nominal e pode ser lento para se adaptar ou mudar seus
padrões.
Você se sente traído
se algo apodrece na geladeira por uma questão de princípio, independentemente
da data de validade, já que suas rotinas de serviço tendem a ser materialmente
produtivas e confiáveis.
Assim como acontece
com as expressões pessoais, as impressões impessoais que obtemos ao participar
de grupos maiores podem ser muito extensas ou contraditórias para serem
assimiladas individualmente.
Na extremidade polar
do hemisfério público – trazendo o ciclo de volta ao “eu” – toda a nossa contribuição é resumida por meio
de um processo inclusivo (ÚMIDO+FRIO) ordenado pela Décima Segunda Casa, que pergunta:
“Como faço
para me integrar?”
E Peixes, sempre
complacente, sugere:
“Eu me mesclo”.
Ter Escorpião na 12ª
Casa significa que você absorve principalmente o aspecto subjacente e
transformador das experiências em seu ser; sem isso, você se sente incompleto.
Por outro lado, a
intensidade de tais experiências ajuda a completar toda a sua experiência.
Cada fechamento do
ciclo no ponto do “umbigo” (ASC) apresenta uma oportunidade
de crescimento da consciência: à medida que integramos todos os nossos campos
de experiência anteriores (Casas), podemos encontrar um
significado transcendente para nossa existência individual ou reacender nosso
propósito sob uma luz diferente.
De qualquer forma,
emergiremos como uma consciência renovada na Primeira Casa/Áries novamente.
NOTAS FINAIS
Um
aspecto que pode ajudar a entender a sequência lógica do sistema de Casas é sua
propriedade de integridade autodefinida: por padrão, todas as Casas são numeradas e definidas em
relação ao seu ponto de individualidade (ASC), mas outras
referências podem ser exploradas.
Por exemplo, os
contrastes polares opostos que usei para apresentar o ciclo completo são
essencialmente uma troca de Umidade; assim, você poderia dizer que a meta
objetiva do “eu” (10ª da
1ª) é também a base
subjetiva do “outro” (4ª da
7ª) e vice-versa.
Até
mesmo a sequência linear “consequencial” que segui é um padrão de evolução 1-1,
de modo que cada Casa é literalmente uma propriedade do tema da Casa individual
(2ª da 1ª) que a precede.
Embora seja de fato
muito complexo perceber sua expressão criativa individual (5ª da 1ª) como uma capacidade de
interação individual (3ª da
1ª) de suas posses
individuais (2ª da
1ª), é essa complexidade
que torna a sequência lógica absolutamente consistente.
Na realidade, as
experiências não ocorrem necessariamente nessa ordem, pois todas as combinações
de Casa/Signo (definidas
pelo dia e local de nascimento de cada pessoa) representam apenas um
possível conjunto coerente de perspectivas de vida que coexistem na mesma
pessoa ao mesmo tempo.
Além disso, como e
se essas perspectivas são vivenciadas de forma significativa depende de onde
cada uma de nossas funções planetárias está posicionada em torno desse
conjunto.
Todos têm todos os
signos, casas e planetas em seu mapa astral de nascimento, mas é na diversidade
astrológica que reside a variação de sua importância absoluta e relativa.
Por enquanto, meu
foco tem sido abordar essa diversidade por meio das lentes abstratas das
Qualidades Primitivas, mas há muito material disponível descrevendo Casas e
Signos por meio de exemplos mais práticos.
Uma vez atingido o
objetivo das abstrações, é natural empregar atalhos para esses conceitos: de
modo geral, o Fogo se traduz em Identidade, o Ar em Social, a Água em Emoção e
a Terra em Material; enquanto Cardeal-Fixo-Mutável se refere a Iniciativa-Segurança-Processo,
respectivamente.
Espero que a
combinação de qualidades deste artigo seja adequada a qualquer aspecto de sua
vida que esteja em busca do conhecimento aqui contido!
Namastê
Canal/Autor: John
Tradução: Sementes das Estrelas/Paula
Divino
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