“TROQUE A ANSIEDADE
PELA ALEGRIA”
TERÇA FEIRA, 14 DE
JANEIRO DE 2025
Martha Beck, coach de vida mundialmente
renomada, ensina como encontrar a libertação da ansiedade acolhendo a
curiosidade e a criatividade.
Existem boas notícias para aqueles que lutam
contra a ansiedade e querem viver com mais alegria e menos medo: Martha Beck descobriu como se
libertar das garras torturantes da ansiedade e está ajudando outros a fazer o
mesmo.
Beck – socióloga formada em Harvard, coach de
vida de renome mundial e autora de best-sellers –
dedicou sua vida a decifrar o código da ansiedade, uma das maiores dificuldades
dela desde a infância. “Felizmente”, escreve Beck sobre sua juventude,
“a inatividade me deixou tão ansiosa quanto todo o resto.
Então, avancei para a vida, não tanto com
coragem, mas freneticamente, como alguém fugindo de um enxame de abelhas”.
Em seu novo livro repleto de
conhecimento, Beyond Anxiety: Curiosity, Creativity, and Finding Your
Life’s Purpose, Beck ensina como substituir a insuportável “espiral da
ansiedade” pela estimulante “espiral da criatividade”.
O BÁSICO
DO CÉREBRO
As estratégias de Beck para acabar com a
ansiedade dependem da compreensão de duas coisas sobre o cérebro humano.
Em primeiro lugar, tal como todos os mamíferos,
temos uma parte ancestral do nosso cérebro – a amígdala – que gere muitas das
emoções essenciais à nossa sobrevivência, principalmente o medo.
Em segundo lugar, nossos cérebros possuem dois
hemisférios, o esquerdo e o direito, e cada um tem uma forma muito diferente de
processar informações e vivenciar o mundo.
Beck explica que os pensamentos ansiosos são
gerados pelo hemisfério esquerdo do nosso cérebro – a parte verbal, lógica e
analítica do cérebro que pensa de forma linear e lógica, acumula fatos e faz
julgamentos.
Em contraste, o hemisfério direito – a parte
criativa, não linear e intuitiva do cérebro – vivencia a vida no momento
presente.
Em vez de trazer o passado à tona ou se
preocupar com o que pode acontecer, permanece sintonizado às emoções imediatas
e estímulos sensoriais
Isso significa que o lado direito do cérebro
não sente ansiedade, porque a ansiedade sempre foca no futuro.
Para a maioria dos animais, a experiência do
medo termina quando não estão mais em perigo.
Mas a capacidade do cérebro humano de reter
informações como histórias verbais e elaborá-las com a imaginação nos permite
criar cenários assustadores que podem manter nossa resposta ao medo elevada
indefinidamente.
“E aqui está um ponto-chave”, escreve Beck.
“Os pensamentos lembrados e imaginados pelo neocórtex
retroalimentam a amígdala esquerda como se estivessem realmente acontecendo”.
Compadecendo-se das pessoas que estão bem
familiarizadas com as espirais da ansiedade, Beck escreve:
“Você sabe o que é ficar acordado, são e salvo,
cada vez mais aterrorizado – não por eventos reais, mas pelo que pode acontecer…
choques de alertas intensos seguidos por pensamentos assustadores sobre um
potencial desastre, seguidos por choques de alertas ainda mais intensos”.
A espiral
da ansiedade versus a espiral da criatividade
Beck acredita que grande parte da ansiedade
decorre do quanto a nossa cultura prioriza as funções do cérebro esquerdo em
detrimento das funções do cérebro direito.
Ela escreve:
“Desde a
infância, você tem sido constantemente recompensado por pensar de uma
determinada maneira: verbalmente, analiticamente, em linhas organizadas
logicamente…
Na escola, você foi cuidadosamente ensinado a
reprimir seu gênio criativo, aprendendo todas as matérias de forma lógica e
linear…
Você tinha que seguir processos consistentes, e
eram os mesmos processos para todos”.
De acordo com Beck, viver em uma cultura
dominada pelo lado esquerdo do cérebro não só gera ansiedade como também reduz
a capacidade do lado direito do cérebro de captar contextos, conexões e beleza.
“O lado esquerdo analisa (a palavra analisar significa “separar as coisas”),
e o
lado direito sintetiza, ou junta as coisas.
Trabalhando com a matéria-prima de tudo que
captamos no momento presente, o lado direito do cérebro harmoniza, mistura,
relaciona e monta as coisas, muitas vezes de formas extremamente originais”.
Quando aprendemos a acalmar nossa ansiedade e acessar os dois lados do cérebro, podemos ativar o que Beck chama de espiral da criatividade, que é a imagem espelhada da espiral da ansiedade.
“Enquanto a espiral
esquerda do cérebro desperta o medo e nos faz querer controlar as coisas, a
espiral direita desperta a curiosidade e
nos faz querer criar coisas”.
O roteiro de Beck para trocar a ansiedade pela
alegria se baseia no fato de que essas duas espirais opostas nunca podem ser
ativadas simultaneamente.
Quando uma é ligada, a outra desliga.
“A ansiedade bloqueia a criatividade de maneira tão completa que até mesmo
o mínimo estresse de sermos informados de que seremos pagos para resolver um
quebra-cabeças nos torna menos aptos a pensar criativamente”, escreve
Beck.
Mas, da mesma forma, adentrar e avançar
deliberadamente na espiral da criatividade nos tira da espiral da ansiedade…
Isso pode nos levar a uma viagem maluca e
prazerosa que deixa a ansiedade tão longe que mal conseguimos nos lembrar
dela”.
PROMOVENDO
A CALMA
Como a ansiedade bloqueia a criatividade, a
capacidade de nos acalmar é um pré-requisito para ativar totalmente a espiral
da criatividade.
Beck explica que a abordagem mais eficaz para
acalmar a ansiedade é a aceitação e
a gentileza.
Ela lamenta a frequência com que as pessoas
tentam “atacar” a ansiedade, “lutando
como soldados em uma missão de guerra” – uma orientação que apenas reforça
a tendência do lado esquerdo do cérebro de competir, lutar e conquistar.
Beck compartilha seis técnicas para “encantar a
amígdala” (resumidas abaixo), que são
semelhantes ao “encantamento de cavalos” – métodos baseados na construção de
confiança e conexão, em oposição à técnica de “quebrar o cavalo”, que depende de força e controle.
Técnicas
para “encantar da amígdala” de Martha Beck
1. Expire profundamente com suspiros longos.
“Cada
vez que você expira, seus batimentos cardíacos diminuem um pouco. A expiração
freia o mecanismo de luta ou fuga”.
2.
Suavizar o foco dos olhos. Como
manter o foco nítido faz parte do mecanismo de luta ou fuga, “suavizar o foco
da nossa atenção, principalmente o foco dos olhos, envia uma mensagem forte às
nossas criaturas ansiosas de que relaxar não é um problema”.
3. Movimentar-se.
Ficar
parado quando estamos ansiosos pode parecer um cativeiro. Movimentar-se,
principalmente tremer, é uma forma tremendamente eficaz de lidar com o estresse
atual ou pós-traumático… uma forma poderosa para o sistema nervoso se regular a
um estado de paz”.
4. Tentar evitar sentir suas emoções alimenta a ansiedade, ao passo que a aceitá-las gera calma.
Tente dizer às suas partes ansiosas:
“Você pode seguir em frente e continuar com medo.
Não vou tentar te mudar.
Eu te aceito exatamente como você é”.
5. Murmurar, cantarolar, cantar ou entoar.
A amígdala é tranquilizada com sons e vibrações.
“Quando estamos ansiosos, nossa garganta comprime.
A voz aumenta, tanto no tom quanto no volume.
Relaxar os músculos respiratórios falando em voz baixa e lenta é
calmante, porque exige que relaxemos essa tensão e porque a vibração física de
uma voz humana calma ajuda a regular nosso sistema nervoso”.
6. Utilizar uma conversa interna gentil.
Use uma voz gentil enquanto foca em estender uma bondade amorosa a si mesmo, como se estivesse se dirigindo a outro ser.
Experimente frases
reconfortantes como “Você está bem”, “Estou aqui com você”, “Que você se sinta
em paz” e “Que você se sinta livre”.
DIRIJA-SE
À CURIOSIDADE
Beck vê a curiosidade como uma porta secreta
entre os lados medroso e inventivo do cérebro e explica que existem dois tipos
muito diferentes: curiosidade
por privação e curiosidade
por interesse.
A primeira decorre de uma necessidade aflita de
acumular informações o suficiente para se sentir seguro, enquanto a segunda
decorre de um desejo intenso de exploração.
“Enquanto a ansiedade nos faz evitar o mundo cada vez mais, a curiosidade
nos faz avançar, ajudando a nos acostumar com ambientes inexplorados e
experiências desconhecidas”, escreve Beck. “A ansiedade retrai; a curiosidade expande”.
Certa de que nossa curiosidade inata está
sempre esperando avidamente para ser reativada, Beck
escreve:
“Quando você começa a ativar sua curiosidade por interesse, abrindo
continuamente a porta secreta entre a preocupação e
o encanto, descobre que tal porta passa a funcionar com mais facilidade”.
Quando despertamos nossa curiosidade infantil,
Beck diz que começamos a nos sentir mais brincalhões e maravilhados.
ATIVANDO
A ESPIRAL DA CRIATIVIDADE
Ao longo do livro Beyond Anxiety, Beck oferece muitas estratégias práticas
para ativar a curiosidade e a criatividade.
Ela incentiva as pessoas a abandonar as ideias
condicionadas externamente sobre o que deveria interessá-las e começar a prestar bastante
atenção ao que realmente lhes
desperta prazer.
Beck orientou pessoas cujas espirais da criatividade foram ativadas por atividades de todos os tipos, como criar galinhas, cozinhar diferentes molhos de macarrão, fotografar insetos e fazer sabonete.
“Seus interesses podem parecer normais ou completamente bizarros para
as pessoas ao seu redor”, escreve Beck.
“O que importa é que estimulem sua curiosidade
e façam você querer
continuar brincando com eles”.
Mergulhar de cabeça no que nos interessa muitas
vezes nos permite vivenciar o prazeroso estado de “fluxo”
Beck diz
que é isso que acontece quando o tempo desaparece e nos juntamos à “energia da
criação pura”.
Os estados de fluxo não apenas nos inundam com
hormônios prazerosos, como também nos permitem abençoar o mundo com nossas
melhores e mais criativas ideias.
Beck enfatiza, porém, que mesmo as atividades
criativas que mais amamos nem sempre serão fáceis – e nem deveriam ser.
Aceitar o “bloqueio” é parte essencial
do processo criativo.
Beck escreve que o bloqueio criativo é um
indício para fazer uma pausa, apreciar o estado aberto e receptivo do não
saber, para depois retornar quando nossas mentes estiverem limpas e
descansadas.
LIBERTE-SE,
CURE O MUNDO
Os benefícios de trocar a ansiedade pela
criatividade vão longe.
“A ansiedade é contagiosa”, explica Beck.
“Quando a sociedade nos deixa ansiosos, nós a
deixamos ansiosa.
Nossos
sentimentos, pensamentos e ações desagradáveis se espalham pelo mundo ao redor,
deixando os outros ainda mais ansiosos”.
A ansiedade também reforça a suspeita e o
preconceito, o que pode nos levar a “incorporar as mesmas atitudes que não queremos ver no mundo”.
As espirais da criatividade, por outro lado,
são o que Beck chama de “amor em ação”.
Elas abrem nossas mentes e corações, nos
impelindo a descobrir pessoas e perspectivas diferentes.
“As
espirais da ansiedade nos mostram apenas metade do mundo.
As
espirais da criatividade nos mostram o mundo inteiro”.
Beck deseja que aqueles que estão na jornada de
cura da ansiedade entendam que a lógica da ansiedade é sempre contraproducente,
pois nos faz acreditar que a única maneira de estar seguro é nunca se sentir
seguro.
“A ansiedade sempre mente. Sempre”, escreve Beck.
“Lembre-se, o medo saudável é a verdade: um
impulso claro para agir quando, por exemplo, tem um leopardo no seu quarto.
A ansiedade é apenas um pensamento: o medo de
leopardos quando nenhum leopardo está presente.
Você sempre terá um medo saudável.
Isso pode salvar sua vida; a ansiedade só vai
arruiná-la”.
Para Beck, voltar-se à curiosidade e
criatividade foi o que finalmente lhe permitiu libertar-se das garras
implacáveis da ansiedade.
Ela tem certeza de que quanto mais você ativar
sua própria espiral da criatividade, mais “você
começará a vivenciar essa magia incrível e benéfica: a sensação do mundo
voltando para você por todos os lados, como se a vasta inteligência da natureza
estivesse te explorando”
Autor/Canal: Myra
Goodman
Fonte: https://www.spiritualityhealth.com/
Fontes
secundária: https://eraoflight.com/
Tradução: Sementes das Estrelas /
Mariana Spinosa
https://www.sementesdasestrelas.com.br/2025/01/myra-goodman-troque-a-ansiedade-pela-alegria.html
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