por Flávio Bastos - flaviolgb@terra.com.br
Para entender as previsões maias, precisamos traçar uma linha de intersecção entre as linhas paralelas de percepção do homem moderno comum e da percepção maia, baseada em séculos de religiosidade associada ao extraordinário desenvolvimento astronômico. Conhecimento que até hoje impressiona os cientistas. É o que veremos a seguir, a partir do texto extraído do livro "Fronteiras do Pensamento" que trata da ilusão do homem moderno em relação aos limites proporcionado pela visão unilateral (materialista) da vida.
"O homem comum, às voltas com os ilusórios progressos da assim chamada civilização, imerso em um turbilhão de coisas materiais que lhe toldam a mente, dificultando a verdadeira percepção, vive unicamente em função das futilidades que lhe são impostas pela agitada vida moderna. Sem que haja tempo para sentir as maravilhas da criação da qual é parte integrante, cada vez mais o homem se esquece de parar, mesmo que seja por alguns momentos, numa fuga que até, quem sabe, seria altamente salutar e benéfica. Meditando assim acerca das coisas assombrosas que estão por perto de si, numa convivência pouco notada, porém, espantosamente próxima, o homem contemplativo sente, então, bem no fundo de si, que certamente falta algo, algo que por sua vez necessita de uma resposta que, no entanto, jamais será encontrada nos livros didáticos, dogmáticos ou conformistas, pois seria deveras espantosa - Por que não dizer chocante? - para ser aceita pelas massas ainda não de todo preparadas..."
Os maias acreditavam que uma energia biocósmica atravessava as pessoas, os animais, as plantas e os seres inanimados, imprimindo neles a sua razão de ser. Quanto maior fosse a carga de energia, maior era a categoria e a importância de cada ser vivo, coisa ou entidade. Os maias acreditavam que o gasto descomunal dos deuses era reposto com o sangue humano dos sacrifícios. No entanto, a crença no poder de combustível do sangue mostra deuses vulneráveis e, ao contrário, destaca o papel dos homens para manter o universo...
Os maias representavam a superfície da Terra como as costas de caimão ou como uma tartaruga marinha que sustentava a paina, uma árvore gigante sobre a qual o céu se apoiava. Sob suas sombras descansavam os sacerdotes, os guerreiros mortos em combate e as mulheres falecidas no parto. O céu era associado à imagem da serpente de duas cabeças, imagem da dualidade de vida e da morte.
Mas além da terra e do céu, os maias davam mais atenção ao subsolo ou inframundo. Esta era a moradia dos mortos e dos deuses, além de fonte da vida e do milho, componente fundamental de sua alimentação.
O xibalbá, o país dos mortos, era um reflexo do mundo terreno. Eles construíam as pirâmides como representação do interior da Terra. Centralizada no subsolo, a nação maia do outro mundo abraçava uma dimensão mais complexa, um universo paralelo ao dos seres vivos, que incluía o céu, a superfície terrestre, a profundidade do oceano e a espessura da floresta. O outro mundo, segundo acreditavam, resguardava os segredos do cosmos e do transcurso do tempo, os mistérios da vida e o destino dos seres humanos.
As sete profecias maias, baseadas em seu calendário e profundo conhecimento de astronomia, resumidamente, nos informam o seguinte:
A primeira profecia maia diz que a partir de 1999, resta-nos 13 anos para realizarmos as mudanças de consciência e atitude de que eles nos falam, para que possamos nos desviar do caminho da destruição pelo qual avançamos para um outro que abra nossas consciências e nossa mente para a interação com tudo o que existe.
A segunda profecia maia anuncia que o comportamento de toda a humanidade mudaria a partir do eclipse solar de 11 de agosto de 1999.
A terceira profecia diz que uma onda de calor aumentará a temperatura do planeta, provocando mudanças climáticas, geológicas e sociais.
A quarta profecia maia diz que o aquecimento do planeta, causado pela conduta antiecológica do ser humano e por uma maior atividade do sol, ativará o derretimento do gelo dos polos. Se o sol aumentar seus níveis de atividades acima do normal, haverá uma maior produção de ventos solares, mais erupções maciças desde a coroa do sol, um aumento na irradiação e um incremento na temperatura do planeta.
A quinta profecia diz que todos os sistemas baseados no medo, sob os quais está fundamentada a nossa civilização, se transformarão, simultaneamente, com o planeta e com o ser humano, dando lugar a uma nova fase de harmonia.
A sexta profecia maia fala que nos próximos anos, aparecerá um cometa cuja trajetória colocará em perigo a própria existência do ser humano.
A sétima profecia nos fala do momento em que o sistema solar, em seu giro cíclico, sai da noite para entrar no amanhecer da galáxia. Ela nos fala que nos treze anos que vão desde 1999 até 2012, a luz emitida desde o centro da galáxia sincroniza todos os seres vivos e permite a eles concordar voluntariamente com uma transformação interna que produzirá novas realidades e que todos os seres humanos terão a oportunidade de mudar e romper suas limitações através do pensamento.
COMENTÁRIO
Se resumirmos ainda mais as profecias maias, estas nos informarão que hoje estamos no décimo terceiro e último baktun (ciclo de criação) de 1618 D.C. à 2012 D.C., ou seja, o baktun que encerra a série de 13 baktuns no dia 21 de dezembro de 2012, quando acontecerá o alinhamento astronômico do sol. Nesse dia, o sol alinhado com o centro da galáxia na via láctea, determinará o final do quinto sol e o começo da nova era cósmica chamada de sexto sol, encerrando esse nosso tempo de grande esquecimento pessoal em que nos distanciamos do senso de realidade com a natureza pelo excesso de materialismo e egocentrismo.
A partir do sexto sol maia - período mais elevado de perfeição espiritual da humanidade -, uma nova era acabará com o "tempo do medo" e uma nova humanidade renovada e irmanada com o cosmos, construirá uma civilização superior à atual.
Portanto, o sexto sol, segundo as profecias maias, será o início da Nova Era de transformações anunciadas para a energia do planeta Terra e seus habitantes. Energia que, ao alterar a nossa consciência - ou percepção de realidade -, nos colocará mais próximos do "Todo" e mais distante de "nós mesmos".
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