O QUE DIZ O NOSSO
MESTRE INTERIOR......II
terça-feira, 22 de março de 2011
O QUE DIZ O NOSSO MESTRE INTERIOR......II
Domínio da Ação
Se o teu pensamento for o que deve ser, encontrarás pouca dificuldade na ação.
Lembra-te que para ser útil à humanidade, o pensamento deve traduzir-se em ação.
Nada de indolência, mas uma constante atividade no trabalho útil.
Deves, porém, cumprir o teu próprio dever e não o de outrem, a não ser com a sua devida permissão e no intuito sempre de ajudá-lo.
Deixa que cada homem execute o seu trabalho a seu modo; mantém-te sempre pronto a oferecer auxílio onde ele for necessário, porém nunca te intrometas.
Para muita gente a coisa mais difícil deste mundo é aprender a ocupar-se de seus próprios negócios; é, porém, isto exatamente o que deves fazer.
Pelo fato de empreenderes um trabalho de ordem superior, não deves esquecer
os teus deveres comuns, pois enquanto os não cumprires, não estarás livre para outro
serviço.
Não tomes sobre ti novos deveres para com o mundo; porém, daqueles que já te encarregaste, desempenha-te perfeitamente – os deveres definidos e razoáveis, que
tu próprio reconheces, e não os deveres imaginários que porventura alguém pretenda
impor-te. Se queres pertencer ao Mestre, deves executar o teu trabalho comum melhor
e não pior do que os outros, porque deves fazer também isto por amor a Ele.
Tolerância.
Deves sentir perfeita tolerância por todos e um sincero interesse pelas crenças
dos de outras religião, tanto quanto pelas tuas próprias.
Pois a religião dos outros é um Caminho para o Supremo, da mesma forma que a tua.
E, para auxiliar a todos, é preciso tudo compreender.
Mas a fim de alcançares esta perfeita tolerância, deves tu próprio, em primeiro lugar, libertar-te da superstição e da beatice.
Precisas aprender que não há cerimônias indispensáveis; de outro modo te suporias um pouco melhor
do que aqueles que as não cumprem.
Não condenes, porém, os que ainda se apegam às cerimônias. Deixa-os fazer o que lhes aprouver, contanto que se não intrometam no que concerne a ti que conheces a verdade – pois não devem tentar forçar-te àquilo que já ultrapassaste.
Sê indulgente com todos; sê benévolo em tudo.
Agora que os teus olhos foram abertos, algumas das tuas antigas crenças e cerimônias
podem parecer-te absurdas;
talvez, na realidade, o sejam. Apesar, porém, de não poderes mais tomar parte nelas,
respeita-as por amor às boas almas para quem elas são ainda importantes.
Têm o seu lugar e a sua utilidade; assemelham-se às duplas linhas que, quando criança, te guiavam para escrever em linha reta e na mesma altura, até que aprendeste a escrever muito melhor e mais livremente sem elas.
Houve tempo em que delas necessitaste; esse tempo, porém, já passou.
Um grande Instrutor escreveu certa vez: “Quando eu era criança, falava como
criança, entendia como criança; porém, quando me tornei homem, abandonei os modos infantis”. No entanto, aquele que esqueceu a sua infância e perdeu a simpatia pelas crianças não é o homem que as possa instruir e ajudar.
Assim, olha a todos bondosamente, gentilmente, tolerantemente; porém, a todos da mesma forma, quer sejam budistas, jainos, judeus, cristãos ou maometanos.
Aos pés do Mestre
-Alcione J. Krishnamurti
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