domingo, 15 de abril de 2012
– 2ª Parte – AUTRES DIMENSIONS
ENTRE TI E MIM
“O
Absoluto não pode ser afetado por qualquer jogo da consciência.
Ele o
vê, mas ali não participa.
Do
mesmo modo que você precisa ver o seu ego, não para julgá-lo,
mas
para refutá-lo.
Você
não pode refutar o que você não vê.”
Pergunta: deixar
como está [atitude de não intervir] permite atingir o despojamento de si mesmo, o que você
denominou “deixar-se limpar e lavar”?
Sim, enquanto você acreditar e fizer o jogo de
melhorar seja o que for, você se afasta do Absoluto ou, no
mínimo, ele se afasta de você.
Porque, enquanto você for levado a jogar com si
mesmo, enquanto você for levado a jogar com uma pseudo evolução, uma pseudo
compreensão, você apenas se certifica de que permanece na ignorância.
“Deixar como está” é muito exatamente isso.
Enquanto você for persuadido, ou se persuadir
de que você deve fazer isso ou aquilo, para estar melhor, para estar bem, para
ser alguém mais merecedor, você irá permanecer alguém.
Como pode ser de outra forma?
O Absoluto nada tem a ver com alguém e, sobretudo, não com você.
Lembre-se: o Absoluto é prazer
total, totalmente ao contrário do que acontece quando você se ocupa de você,
porque a satisfação sempre será apenas efêmera.
O ego irá pedir-lhe sempre outra coisa, sempre
mais, ou conforme,
sempre menos.
Pergunta: durante
um protocolo, eu senti o meu coração disparar.
Eu refutei esta manifestação dizendo que isso
não me pertencia.
Isso parou, mas, naquele momento, o meu mental
ficou ativado.
Teria sido melhor deixar seguir esta manifestação
completamente?
O que se manifestou?
Uma modificação do seu coração, do órgão.
Ao invés de refutar a manifestação ou a
modificação do órgão, refute o órgão.
Essa é toda a diferença.
Foi isso que permitiu a manifestação ou a
intervenção do seu mental.
Você não pode constituir uma manifestação
qualquer do que não existe, então, refutar uma manifestação de algo que não
existe, reforça o que não existe.
Não erre de alvo.
A manifestação é um fenômeno agradável ou
desagradável que nasce, como você o disse, em algum lugar no seu coração.
Você, portanto, refutou a manifestação desta
anomalia e ela desapareceu.
O mental apoiou-se nisso, ou seja, no coração,
para se ativar.
Este tipo de refutação, de algum modo, reforçou
a ilusão de ser esse coração que bate.
Você fez retorná-lo à sua normalidade, então, a
uma existência: ele não desapareceu, o que foi uma alegria
para o mental.
Mas isso faz parte da experiência.
E assim que você constatar que a experiência (qualquer que seja) apenas faz
reforçar o que é experimentado, mesmo se esse tipo de experiência parar, a um
dado momento, você estará cansado das experiências e o Absoluto poderá ser.
Se o coração acelera, você leva em conta,
então,
que existe um coração.
É difícil conceber a aceleração de algo que não
existe.
A emoção é apenas a consequência, por isso que
nós falamos do mental antes de falar da emoção.
Porque, o mental se apoia em quê?
Na experiência passada.
O mental não tem, a priori, manifestação
corporal,
exceto quando ele se torna demasiadamente
pesado, quando ele cristaliza.
A emoção envolve o corpo, de uma maneira ou de
outra.
Você não pode refutar uma emoção.
Você pode refutar um reflexo desta emoção, no
mental, porque você se dirige, nesse caso, a uma consequência (no caso da emoção), mas
não à causa.
Há uma espécie de basculamento, de passagem de
um ao outro, entre a emoção e o mental.
Muitas vezes, a emoção ativa o mental.
Ou o mental, ele mesmo, quando ele é
suficientemente persuasivo, pode desencadear uma emoção.
Eu me explico: a lembrança de um sofrimento passado, como um luto, é,
então, bem um processo mental já que recorre a uma lembrança, a uma memória e a
uma história.
A lembrança pode ser suficiente para
desencadear a emoção.
Refutar a emoção não irá refutar a lembrança e
irá até reforçar a lembrança.
Foi exatamente o que aconteceu.
Pergunta: ter a cabeça
vazia e a impressão de não mais saber ao que se segurar é uma manifestação do ego que se solta?
É mais uma manifestação do Absoluto que se
aproxima porque, se você considerar que é o
Ego que se solta, você considera que o ego existe.
E, portanto, você o observa.
Agora (no
plano do encadeamento ou das etapas ou dos estados que levam a não mais viver
etapa), o sono, o vazio, a impressão de não mais ter
lógica,
participam, inegavelmente, de uma espécie de
início (mas visto do exterior) para o Absoluto.
Quanto melhor você se esvaziar de si mesmo,
melhor o Absoluto pode
assumir o posto.
Enquanto existir a menor parte de você, o Absoluto não pode ser.
Não há razão alguma para que o espectador
assista à cena, se houver uma cortina e nada atuar.
É uma primeira etapa.
Pergunta: por que, para
alguns, o sono inscreve-se em certa futilidade e para outros traz um
qualitativo de Abandono ao Absoluto?
Porque, para cada um, eu posso dar uma resposta
que é diametralmente oposta porque eu me dirijo ao relativo dele.
E, para cada relativo, efetivamente, uma
proposição para um pode ser uma proposição estritamente oposta para outro.
Porque, assim que houver palavras, assim que
houver pergunta e resposta, efetivamente, a resposta pode ser conveniente, ou
não, para vocês.
O que é verdadeiro no seu relativo, não é
verdadeiro no relativo do outro, porque há, efetivamente, do seu ponto de
vista, o um e o outro.
Mas mesmo esse questionamento, que você se
coloca, é importante.
Porque ele lhe permite ver a não compreensão,
ou a não lógica aparente, de uma resposta que pode ser ao contrário para a
mesma questão.
Mas a mesma questão não se refere à mesma
pessoa: há ainda duas pessoas.
Para algumas pessoas, nada fazer pode
ilustrar-se pela qualidade de um sono e, portanto, da
Liberação que se segue naquele momento.
Será que, durante o sono, formulamos a questão do
mundo?
Será que, durante o sono, formulamos a questão da
pessoa?
Será que, durante o sono, formulamos a questão de
qualquer Realização?
Portanto, o sono é Absoluto.
Simplesmente, o eu não tem qualquer lembrança,
de outro modo o eu ficaria dormindo eternamente e o Absoluto tomaria todo
o lugar.
A palavra futilidade não se aplica ao sono, mas
ao seu sono, nesse contexto específico, e unicamente nesse contexto, já que é
esse contexto que eu procuro lhe mostrar.
Como os Anciãos e
as Estrelas lhes disseram
amplamente: ninguém pode
passar pela Porta no seu lugar.
Tomar consciência de que existe um teatro e de
todo o seu conteúdo é essencial, como se, de algum modo, do ponto de vista do
ego, fosse preciso criar ainda mais ego, mais eu, para desviar-se, finalmente,
do eu.
A experiência leva à experiência.
Mas o excesso de experiência acabará por matar
a experiência.
Peça a uma criança para construir uma casa com
peças de madeira: se você não lhe der peças suficientes para
construir, ele vai dizer que não pode construir a casa.
Dê a ele o número exato de peças, ele vai
construir a casa.
Dê a ele, agora, três vezes mais peças do que o
necessário: o que vai
acontecer?
Ele fará uma casa, ou duas casas, ou três
casas.
Mas lhe dê, agora, dez vezes mais peças.
Ele vai construir dez vezes a mesma casa?
Não.
Ele vai se cansar.
É exatamente o mesmo princípio para o ego e
para o Si.
O recipiente, o corpo (o corpo de alimento como o corpo de desejo), não pode conter mais do que ele próprio.
Vejam ainda a existência do desejo, qualquer
que seja: ele é preenchido, em um determinado momento, e
ele tem necessidade de ser reproduzido, e o sentimento de satisfação afasta-se
cada vez mais.
Assim é para todo eu.
Quando você não responde mais ao desejo, mas
você se coloca a questão de “de onde vem esse
desejo”, é já um
primeiro passo.
Os alimentos do ego, quaisquer que sejam,
especialmente em um caminho espiritual, vão nutrir o ego, esse é o objetivo.
Mas chegará um momento em que, nutrido em
excesso, o ego irá constatar, de maneira brutal, que ele não avançou uma
polegada, porque ele não pode avançar, ele pode apenas esvanecer-se.
Isso é típico do corpo de desejo.
Ele se enche, mas há limites e, então, ele se
esvazia de novo, e ele volta a se encher, e ele se esvazia de novo.
Depois, ele vai procurar encher-se de outras
coisas.
Ele se enche e volta a se esvaziar, e chega um
momento em que a estupidez desta conduta aparece cruamente, mais ou menos
rapidamente,
segundo o seu tempo.
Mas todo desejo é feito para ser saciado, mas,
quando ele é saciado, nasce outro desejo.
Eis, portanto, a estupidez de toda busca
espiritual.
Nada há a buscar.
Nada há a encontrar.
Apreendam-se disso.
Vocês dão sentido (ou vocês tentam achar sentido) no que não tem qualquer sentido, já que efêmero.
Isso é típico do ego e do jogo da
personalidade.
Pergunta: é normal ter
vontade de atividades como pintar um muro, jardinar,
etc.?
O eu tem necessidade de estar ocupado.
Não é nem normalidade, nem anormalidade.
Há apenas que mudar o olhar.
Você não é o que pinta.
Você não é o que jardina.
Deixe isso acontecer.
Faça-o, se isso ocupa você, se há um impulso.
Não julgue o impulso.
É como para a emoção: o seu corpo pede
comida,
você dá a ele.
O seu corpo pede para eliminar líquido, você
vai ao banheiro.
Você não se coloca a questão de saber se isso é
normal ou não.
Faça o mesmo para tudo o que você tem no
coração, se o podemos dizer, desse corpo ou dessas emoções ou desse mental.
Mas você não é isso.
Mude o ponto de vista.
Se jardinar ou pintar implicasse em uma Liberação,
isso se saberia.
Por outro lado, isso é também uma derivação do
mental.
Não há, portanto, nem que culpar, nem que achar
isso normal ou anormal, nem mesmo que se perguntar por quê.
Simplesmente, tente colocar-se, em um primeiro
momento, como observador: o que você tira disso?
E, em seguida, aceite que o que é tirado
(de agradável ou de satisfação) não é mais você do que outra coisa.
O que se joga, aí, é sempre teatral.
Nenhuma atividade deste mundo (social, espiritual, afetiva) irá Liberá-lo.
Na maioria das vezes, aliás, é até o contrário,
através do desejo e da reprodução, ou do sentido do dever ou da honra, ou do que é ainda pior:
a ‘vontade de bem’, ao nível espiritual, com o sentido de uma missão, com o
sentido de algo a realizar que alimenta o ego ou o Si.
Mas, o que quer que se faça, ou não se faça, o
mais importante é apreender-se de que você nada é do que realiza.
Esteja consciente de que você joga.
Esteja consciente de que você se dá prazer.
Mas que isso não é, em nada, qualquer Liberação,
nem mesmo qualquer Realização.
Naturalmente, em outros setores, o ator, a
artista,
será persuadido a realizar um sacerdócio, uma
missão, um serviço.
O Absoluto não tem o que fazer de tudo isso.
Ele até ri de tudo isso porque, enquanto vocês
estiverem repletos disso, vocês não são o Absoluto.
Não é questão de parar, mas, como foi dito, de
deixar como está, enquanto estando lúcido.
E, assim que você estiver lúcido, você irá
constatar por si mesmo que muitas coisas irão mudar.
Em resumo, isso não é normal, nem anormal.
Pergunta: quando
eu me pergunto “quem sou eu?” eu
tenho a sensação de ficar vazio, o meu corpo se põe a vibrar e é como se eu
flutuasse.
O que provoca isso?
Eu qualificaria isso, se o podemos nomear
assim, de base para o Absoluto, mas mesmo isso deve desaparecer.
É, digamos, a última construção.
Porque, efetivamente, colocar-se a questão de: “quem sou eu?” culmina, inevitavelmente, não no Si,
mas no não Si, o que o Si ou o ego vai traduzir
pelo vazio, pelo ‘nada’, pela vertigem
que é o pré-requisito para que o Absoluto se revele a você.
Você não é esse vazio.
Você não é, tampouco, o que você percebe
naquele momento.
Passe ao outro lado ou, como foi dito, para
trás.
O Absoluto está aí.
Pergunta: o que você
entende por “o Absoluto está aí, atrás”?
Se você quiser uma especificação sobre o Absoluto, isso é
impossível.
Atrás, ou seja, dito de outro modo: não há teatro.
Atrás é a concepção de estar como na emboscada.
O Absoluto espera que você passe.
Ele espera que você esteja vazio para Ser, mas
ele sempre esteve aí, exceto para você.
Nenhum relativo poderia existir sem o Absoluto.
O relativo desaparece a partir do momento em
que ele se conhece relativo e se aceita relativo.
Isso não é uma vontade, nem a expressão de um
desejo, mas é a perspicácia da ilusão, do cenário, do ator e do espectador e do
teatro.
Naquele momento, a gargalhada chega, você está
pronto.
O que estava atrás está na frente.
Ou seja, não pode mais ser ignorado.
Você é o Absoluto.
Pergunta: existem
afinidades entre as consciências,
no Absoluto?
Sim, em função talvez, às vezes, de linhagens
de origem, se o podemos dizer de algo que não tem origem, mas que, entretanto,
passou por um lugar (que não é uma memória,
mas uma coloração).
Mas lembrem-se de que o Absoluto não é uma
consciência.
A consciência é, já, uma projeção.
E toda projeção encontra uma afinidade através
de uma outra projeção, ou seja, de uma outra consciência.
Como para a personalidade, aí também, em meio à
consciência, é preciso deixar como está.
Não dar mais peso do que ela realmente tem, que
está ligado a esta famosa coloração.
O Absoluto não pode ser afetado por qualquer jogo da consciência.
Ele o vê, mas ali não participa.
Do mesmo modo que você precisa ver o seu ego,
não para julgá-lo, mas para refutá-lo.
Você não pode refutar o que você não vê.
O desconhecido não pode ser conhecido.
É a única coisa que você não pode refutar, e é
nesse sentido que está a única investigação e a única possibilidade de viver o Absoluto.
O ego poderá sempre lhe dizer que isso não é
verdadeiro.
Eu responderia então: como você pode saber já que
você não o viveu?
É uma projeção e não uma vivência.
O ego apenas existe por suposição, ou pelo
passado (experiências passadas).
Pergunta: que lugar
pode ter a fé no processo de acesso ao Absoluto?
O pior dos lugares, porque a fé é oriunda da
crença.
Existe apenas certa forma de fé que lhes foi
esboçada por algumas Estrelas (nota: em
particular,
Mas existem, é preciso dizê-lo, muito poucas
consciências capazes de tal fé.
Na maioria dos casos, a fé é apenas um álibi
para uma boa conduta.
Enquanto a fé não for uma experiência, ela
permanece uma crença.
A fé pode chegar, para algumas consciências, a
transformar-se nesta famosa Tensão para o
Abandono e,
portanto, no Abandono do Si que é, eu os lembro, aí também, uma refutação do ego.
Portanto, se a fé levá-lo à refutação do ego,
está perfeito.
Mas, na maioria das vezes, ela faz apenas
fortalecer o ego, colocando-o em uma falsa humildade e em uma falsa
simplicidade, porque isso existe exclusivamente em meio a este mundo, não
permitindo, de forma alguma, o acesso ao Absoluto.
Isso permanece linear, isso se chama ‘vontade de bem’, isso se chama boas ações.
A fé, na maioria das vezes, afasta-os da Autonomia,
e mais ainda da Liberdade, porque ela
impõe regras
a vocês.
O Absoluto não pode ser limitado por regra alguma,
especialmente espiritual.
É um chamariz do ego.
Eu diria: uma trapaça camuflada.
Parece-me, aliás, que em sua tradição
ocidental, foi dito que aquele que tivesse a fé para mover montanhas, se não
tivesse o Amor, nada ganharia.
O problema é que o ego sempre fala de amor, ele
faz exigência.
Mas vocês talvez saibam, por tê-lo vivenciado,
que o amor humano é condicionado e condicionante,
enquanto que o Amor Vibral é incondicionado
e incondicionante.
Isso foi dito ontem por UM grande AMIGO
Portanto, o amor humano é uma projeção no ser
amado, em uma procura, mas ele não é vivenciado, em si,
para si: de outro modo, isso se chamaria Realização.
A Liberação é totalmente outra coisa.
Ela é, de algum modo, a vivência do Amor total,
além de todo Si, pela Onda da Vida, pelo Manto
Azul, acompanhando-se, é claro, de uma ausência de
focalização, de projeção ou de qualquer localização, até mesmo, em uma forma
limitada existente.
Há, de algum modo, neste Amor Absoluto,
incondicionado e incondicionante, o que eu
nomearia uma permutabilidade.
Vocês são vocês, mas vocês são cada um de
vocês.
Isso não é um ideal, mas a estrita verdade do
que é vivido.
A fé vai dar-lhes a compaixão.
A fé vai desenvolver o sentido do serviço, da
devoção, que é uma primeira etapa, mas que é relativa.
Mas não façam da fé um objetivo.
Ela é um elemento que pode servir ou desservir.
Pergunta: é a fé que me
dá, às vezes, o sentimento de estar religada à Eternidade, a algo que tem a ver
com o Absoluto?
Absolutamente não.
A fé, quando muito, pode ser o que eu acabo de
exprimir: esta famosa Tensão para o Abandono.
Mas a Tensão para o Abandono não é o Absoluto.
É uma impressão, como você disse.
É algo que lhe dá o sentimento de.
Mas o Absoluto jamais será uma impressão ou um sentimento.
Considerar isso é considerar que existe um
movimento.
O Absoluto não é um movimento.
O movimento percebido pela Onda da Vida em ação é
apenas, de algum modo, o ajustamento ou o reajustamento do ego, ou do Si, ao Absoluto.
Se eu puder empregar esta expressão, o Absoluto É,
e ele é, portanto, imóvel.
A tradução, ao nível do que é efêmero, é o
movimento.
O sentimento da Eternidade não é a Eternidade:
é uma emoção.
Enquanto existir emoção, o Absoluto não pode ser: ele permanece
um ideal situado em outro lugar do que em você.
Ele vai se traduzir, sempre, pela colocação em
ação e em movimento de algo visando, aí também, reproduzir isso.
Isso se chama o corpo de desejo.
Pergunta: como a Onda da Vida e o Manto da Graça podem
dissolver o que não somos se o Absoluto está além da Onda da Vida e do Manto da Graça?
Jamais foi dito que o Manto Azul da Graça era o
Absoluto, evidentemente.
A Onda da Vida, vocês a percebem.
Quem percebe, senão este corpo, este ego ou este Si?
O Absoluto não é qualquer percepção.
Por outro lado, são (como foi dito) formas de
testemunhos traduzindo, digamos, uma forma de ação (ou, de preferência, de interação) entre o Absoluto e o resto.
Mas lembrem-se de que não há possibilidade de
passagem de um ao outro, mesmo se existir,
efetivamente, esta interação.
A um dado momento, é preciso não mais existir,
é preciso, portanto, desaparecer, o que significa,
exatamente, sair do parecer e até mesmo sair do
Ser.
O Absoluto sempre está aí, mas ele vem a vocês a partir do momento em
que vocês estiverem vazios.
Mas, para ir para esse vazio, é preciso, com
certeza,
construir algo porque é muito difícil, para o ego
que não construiu essas casas (uma certa
quantidade), escapulir totalmente, digamos, para o Absoluto.
Ele passa por formas de etapas, formas de
conscientização, onde a consciência parece cada vez mais ampla, levando à não
separação do Si, à transformação do ego para o Si.
E depois, a um dado momento, tudo isso também
deve ser largado.
Mas o Absoluto jamais será o Manto Azul da
Graça,
nem mesmo o Sol, nem mesmo vocês.
E, no entanto, a consciência do homem, mesmo
confinada em um relativo que é este corpo e este corpo de desejo, pode viver a
experiência do Absoluto, porque isso não é uma experiência:
é a Vida.
O testemunho é o oposto mesmo do testemunho do ego.
O ego, vocês sabem, calcula, reflete, em termos
da dualidade bem/mal, prazer/desprazer, positivo/negativo.
O Absoluto nada é de tudo isso.
Ele é permanente.
Nada pode afetar o Absoluto.
Se vocês forem afetados, vocês não são o Absoluto.
A um dado momento, tudo isso deve ser também
deixado, e tudo isso deve aparecer e, depois, desaparecer.
Aparecer, como no palco do teatro:
com um palco mais iluminado, cenários mais
refinados, um ator mais perspicaz e a tomada de consciência do espectador, ou mesmo
do teatro.
O que permitirá ser Absoluto, quando o
teatro não mais existir.
A iluminação (que é levada pela percepção e pela Vibração) permite uma espécie de movimento que vai, de algum modo,
afastar-se do ego, para ir para o Si.
Há, realmente, uma mudança em meio ao linear.
Essa mudança do linear é um impulso que irá
levar,
a um dado momento, a não mais ser tudo isso.
Enquanto vocês permanecerem persuadidos (porque vocês o vivenciaram, ou pensam vivê-lo)
de que as Vibrações vão fazer outra coisa do
que conduzi-los ao Si, vocês não irão viver o Absoluto.
É-lhes preciso, portanto, também, como isso foi
dito,
renunciar a todo poder espiritual, a toda
manifestação dita espiritual.
Esse yoga não é um yoga: é simplesmente o bom senso, a lógica.
Lembrem-se de que a lógica do ego apenas se
inscreve sempre na ação/reação.
O Si permite-lhes viver a Ação da Graça, a
Fluidez, a Sincronia, a Unidade.
Vão além.
Aceitem perder o que jamais foi conquistado,
por fim, já que, de todo modo, isso seria efêmero.
Quem pode dizer o que vai se tornar sua Kundalini
quando este corpo desaparecer?
O que vai se tornar a Coroa Radiante do Coração
quando não houver mais este corpo?
Será que vocês compreenderam?
Mensagem do
Venerável BIDI no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1420
13 de abril de 2012 – Parte 2
(Publicado em 14 de abril de 2012)
Tradução para o português: Zulma Peixinho
http://portaldosanjos.ning.com
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