Sexta-feira, 1 de Março de 2013
Data: 7 de
Janeiro de 1977
Hora: 15:15
Horas
Local: Paços
de Ferreira
Testemunhas: Controlador de radar de uma base de intercepção e alerta em Portugal. (Identidade não divulgada a pedido).
Testemunhas: Controlador de radar de uma base de intercepção e alerta em Portugal. (Identidade não divulgada a pedido).
Tipo de
observação: Observação radar; Radar Optics Notification.
A entrevista que a seguir se reproduz, versa a movimentação de
Ovnis no período que corresponde aos primeiros dias do ano de 1977,
actividade essa notificada pelos meios usuais de detecção por radar da FAP.
A experiência do entrevistado na sua qualidade de controlador de
uma das principais estações de detecção portuguesa vem confirmar algumas das
mais importantes observações de Objectos Voadores Não Identificados em
algumas zonas do território nacional, mormente na área da cidade da Guarda, e
que tiveram como observadores duas testemunhas separadas entre si no espaço e
no tempo, ambas apontando para um mesmo tipo de entidade ou humanóide
igualmente observado por uma destas testemunhas, nas proximidades de um Ovni
imóvel a baixa altitude.
O controlador entrevistado possui 7 anos de experiência nas suas
funções e afirmou,
claramente, que as detecções de alvos não identificados no
referido período eram em todas diferentes das situações que até ali havia
experimentado.
Referiu inicialmente que os sistemas actuais, sendo mais
sofisticados, permitiam uma detecção mais eficaz, contribuindo igualmente para
tal situação o facto dessa vigilância se fazer durante as vinte e quatro horas
do dia.
Nesses primeiros dias de 1977, a costumada rotina de pedido de
identificação de engenhos voadores foi quebrada pelo não cumprimento dessa
obrigação por parte de um objecto voador não identificado.
PILOTO RECUSOU ENTRAR NA NUVEM
O raio de ação do radar, a partir da estação é de 220 milhas no
planimétrico e de cerca de 40.000 pés no altimétrico.
O alcance da nossa estação estende-se até Lisboa e para sul da
capital a detecção é cometida a outra estação, cujo raio de acção vai até ao
Mediterrâneo.
Para os aviões a identificação não se torna difícil, uma vez que
eles se deslocam por corredores áreas pré-determinadas.
O movimento extraordinário será militar
ou civil particular?
De vez em quando, alguns destes aviões esquecem-se de reportar a
sua rota e somos forçados a pedir a identificação
Relativamente a esses
alvos esquisitos posso adiantar que numa sexta-feira, dia 7 de Janeiro,
portanto estando eu de serviço, tive a oportunidade de seguir um
desses objetos no écran do radar.
Aliás, dias antes, terça e quarta-feira, tinha havido idênticas
detecções que, como é habitual, foram alvo de relatórios envolvendo todos os
dados relativos e coordenadas horas, etc.
Nessa sexta-feira, isso aconteceu por volta das quinze horas e
quinze, prolongando-se a situação até cerca das dezessete horas e quarenta.
Curiosamente o sinal registado era idêntico ao de um avião,
pormenor confirmado mais tarde por meio dos aparelhos que tentaram a
intercepção visual.
É de salientar o facto de o radar altimétrico não detectar o
alvo e fazê-lo em relação aos aviões, fato que, na terça e quarta-feira
anteriores se tinha registado igualmente em relação aos próprios objetos não
identificados.
O referido objecto começou por ser detectado à hora já referida
deslocando-se para Sul numa zona entre Montalegre e Chaves.
Daí prosseguiu até Penodono, Sernancelhe, fletindo depois sobre
o curso do Mondego vindo a pairar sobre a zona de Anadia onde se manteve
durante algum tempo.
Posteriormente deslocou-se de novo para sul até Coimbra tendo
estacionado sobre o rio Mondego durante cerca de um quarto de hora.
Todo este trajeto é feito à velocidade média 70/80 km/h,
durante pouco mais de 2 horas.
Verificou-se apenas um aumento nítido de velocidade a partir da
segunda tentativa de intercepção feita sobre a zona de Anadia onde o objecto
terá atingido entre 200 a 300 km/h. Recapitulando, um primeiro caça saído de
Monte Real tinha tentado um primeiro contato sobre a região de Sernancelhas,
mas o piloto não conseguiu registar nenhum tipo de engenho voador.
Entretanto tinha-me sido solicitado que entrasse em contacto com
os postos de GNR distribuídos ao longo da trajetória do objecto. Recordo que,
numa altura em que contactava com o posto de Sernancelhe, o avião de Monte Real
sobrevoava aquela região.
Insistindo perguntei aos agentes se não estavam a ver nada no
céu incluindo o caça.
Isto porque o piloto deste último nos tinha informado que o alvo
do seu radar coincidia com uma nuvem.
De acordo com as informações dos agentes da GNR, o tempo estava
bom havendo de facto a assinalar algumas nuvens claras.
Ora o piloto do caça tinha falado na tal coincidência de uma
dessas nuvens ser o alvo do seu radar. Voando a uns 10.000 pés o caça chegou a
andar na rdem dos 3.500 pés o que de algum modo dará uma ideia quanto à
altitude de tal nuvem.
Apesar das insistências do oficial que controlava a operação o
piloto do caça recusou-se a entrar na nuvem que ele descreveu como sendo um
cúmulo que parava na zona de Sernancelhe juntamente com as outras observadas
pela GNR local.
A nuvem tinha cerca de 5.000 pés de espessura e 3.500 pés de
diâmetro, e segundo a descrição do guarda a sua tonalidade era muito clara.
Para todos os efeitos o piloto achou por bem não se meter no
cúmulo.
Depois de pairar algum tempo na zona, o piloto desiste e volta
para a base sem ter conseguido identificar o alvo que se confundia com a
misteriosa nuvem.
Logo de seguida, descola novo avião de S. Jacinto que ao
aproximar-se do objecto, passando-lhe inclusive pela frente, faz com que este
se desloque cerca de 7 milhas para sul, trajecto este feito em cerca de um
minuto.
Aparentemente, aquilo que o segundo avião observa continua a ser
a nuvem cuja posição coincide igualmente com o alvo registado no nosso radar.
Na sua deambulação a nuvem alterou bastante a altitude, chegando
a descer, segundo informação do piloto do segundo avião a cerca de 2.500 pés.
Quanto a distinguirmos as nuvens dos restantes alvos móveis no
espaço aéreo é ponto assente que para nós não há confusão possível.
O seu aparecimento no radar – vulgarmente registamos as
passagens das chamadas frentes em meteorologia – é distinto daquilo que
estávamos apanhando nessa sexta-feira.
A sua trajectória era demasiado inteligente, coincidindo quase
com o percurso do voo TAP Bragança – Lisboa.
O vento soprava de 040050 com uma intensidade cerca de 40 nós
precisamente pela retaguarda da insólita nuvem.
Os pilotos prosseguiram o contato visual até cerca das 17:30h
já que a partir desta hora a aproximação do crepúsculo não permitia a
continuação dos sobre voos.
Assim não estivemos só nós a acompanhar a trajectória da nuvem
suspeita da qual perdemos o rasto subitamente a partir de uma milha a sul de
Coimbra.
Talvez pelo facto não podermos contar com o altimétrico.
Entretanto o desaparecimento da nuvem dá-se quase uma hora
depois do avião da base de S. Jacinto ter abandonado o contacto.
OBSERVAÇÃO RADAR CONFIRMA CASO NOS ARREDORES DA GUARDA
Em relação à deteção de terça-feira, dia 4 de Janeiro, posso
adiantar que o caso foi registado por um colega meu e desenrola-se de modo algo
semelhante ao anteriormente narrado.
Nesse dia o objecto entrou pela mesma região mas deslocando-se
sensivelmente por um rumo mais afastado para além das 50 milhas de alcance
dirigindo-se para a região da Guarda. Segue-se logo de seguida uma intercepção
por um avião sobre o referido local durante a qual o piloto baixa mas já nada
vê.
Ora no preciso local onde se dá o desaparecimento do objecto,
verificar-se-ia, no dia seguinte,
pelas noticias dos jornais, que ele coincidia precisamente com a
zona de observação de uma das testemunhas do humanóide no exterior do objecto,
ou seja na zona do Carrapito nos arredores da Guarda.
O registro desse alvo é feito pelo radar de terra uma vez que o
piloto não consegue o contato visual.
Aliás, posteriormente, estivemos a comparar o trajeto que havia
ficado marcado na sala de operações e comprovamos que efetivamente o último
sinal no nosso radar se ajustava ao local onde uma das testemunhas tinha visto
o humanóide e o objeto subitamente desaparecidos da sua vista.
Nesse dia o objeto tornou a ser referenciado mais a Sul
acabando ao que parece por se afastar no sentido do oceano pela zona de
Peniche.
O tipo de sinal então registrado era idêntico ao que por mim foi
detetado na sexta-feira seguinte.
Ainda em relação à intercepção de terça-feira ela ocorre durante
o dia não coincidindo apenas com a hora de observação das testemunhas em terra.
No entanto é possível que o objeto tivesse mantido por bastante
tempo na zona da Guarda.
Fonte: «Revista
Insólito n 34 Agosto / Setembro de 1978»ultimas-curiosidades.blogspot.pt
Certamente que os leitores interessados na fenomenologia OVNI em
Portugal, não tinham conhecimento deste incidente!
Entre este existem outros que esperemos colocar online assim que
possível.
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