quarta-feira,
3 de abril de 2013
Pesquisa
da Estação Espacial Internacional encontrou um excesso
de antimatéria nos raios cósmicos do espaço.
Esta é a primeira real evidência de matéria escura, mas muito
ainda será discutido por astrônomos.
As descobertas feitas pelo detector de partículas chamado de Espectrômetro
Magnético Alfa (AMS, na sigla em inglês) foram apresentadas em
seminário no CERN e serão publicadas no jornal Physical Review Letters Nasa
Pesquisa da Estação Espacial Internacional
encontrou um excesso de antimatéria nos raios cósmicos do espaço.
Esta é a primeira real evidência de matéria escura, mas muito
ainda será discutido por astrônomos.
Os resultados foram baseados em 25 bilhões de eventos, incluindo
400 mil pósitrons (elétrons com carga positiva) com energia entre 0,5 GeV e
350 GeV, capturados por um ano e meio.
Esta é a maior coleção de partículas de antimatéria registrada
no espaço.
Os dados indicam aumento na energia dos pósitrons, mas sem
variações significativas no tempo ou direção.
Estes resultados são consistentes com a ideia de que os
pósitrons são provenientes da aniquilação de partículas de matéria escura no
espaço, mas ainda não são suficientemente conclusivos para descartar outras
explicações.
"Nos próximos meses, o AMS será capaz de nos dizer com
certeza se esses pósitrons são sinais de matéria escura ou se eles têm outra
origem",
explicou Samuel Ting, ganhador do Nobel e porta-voz dos estudos.
A matéria escura é detectada por causar efeitos gravitacionais
sobre a matéria visível, como estrelas e galáxias, mas nunca foi vista pois não
reflete a luz.
É hoje um dos maiores mistérios da física moderna e representa
mais de um quarto do Universo, ou 26,8% de sua densidade.
Mas a física do Cern Pauline Gagnon disse
à Reuters, depois de ouvir Ting, que a precisão do AMS poderia tornar possível "ter um
primeiro vislumbre da matéria escura muito em breve".
"Isso seria incrível, como descobrir um novo continente.
Realmente abriria a porta para um mundo totalmente novo",
disse Gagnon.
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Ting descreveu a matéria escura como "um dos
mistérios mais importantes da física hoje".
Como
funciona
Os raios cósmicos são carregados com partículas de alta energia
que permeiam o espaço.
O experimento AMS, instalado na Estação Espacial Internacional,
é projetado para estudá-los antes que eles interajam com a atmosfera da Terra.
Um excesso de antimatéria nos raios cósmicos foi observada pela
primeira vez há cerca de duas décadas, mas sua origem permanece sem explicação.
Uma possibilidade, prevista por uma teoria conhecida como
supersimetria, é que os pósitrons podem ser produzidos quando duas partículas
de matéria escura colidem e se aniquilam.
Assumindo uma distribuição isotrópica de partículas de matéria
escura, essa teoria prevê as observações feitas pelo AMS.
Entretanto, ainda não se pode descartar a explicação alternativa
de que os pósitrons são originários de pulsares distribuídos em torno da
galáxia.
A teoria da supersimetria também prevê um ponto de corte de
energia mais elevado, acima do intervalo de massa de partículas de matéria
escura, e isto ainda não foi observado.
Nos próximos anos, o AMS irá refinar ainda mais a precisão da
medição para esclarecer o comportamento da fração de pósitrons com energias
superiores a 250 GeV.
O AMS custou US$ 2 bilhões e foi instalado na ISS em maio de
2011 para buscar matéria escura
Com Reuters)
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Por Weslem
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