SÁBADO, 25 DE MAIO DE 2013
“O futuro depende
de muitas coisas, mas principalmente de nós. Da nossa capacidade de gerar
mudanças em nós e nas nossas circunstâncias. Da nossa capacidade e vontade para
passarmos de efeito a causa e sobretudo da nossa determinação para assumir a
direcção da nossa vida, levando a cabo as mudanças e renúncias que sejam
necessárias para tal.
A liberdade chega
quando somos capazes de renunciar àquilo que pensamos ser em favor daquilo que
somos, podemos e queremos ser (o nosso Propósito).
Mas como vislumbrar
aquilo que podemos ser?
o nosso Propósito?
Para responder a
esta pergunta temos de falar de cinema, de personagens e,
sobretudo de
guiões...
De certeza que tal
como eu, quando vais ao cinema e vês um bom filme, ao acabar,
precisas de uns
segundos para voltares a ti.
Se o filme te
emocionou, as lágrimas ainda estarão nos teus olhos.
Sem te dares conta
meteste-te na personagem, meteste-te a fundo na sua pele,
indentificaste-te
com ela, quer dizer, fizeste tua a sua identidade e as suas circunstâncias, os
seus dramas, as suas alegrias, as suas aventuras e desventuras...
Pois bem, repara
que a maior parte de nós actua em geral com o que se poderá chamar de “guião de vida”, que é como que um argumento
preestabelecido de uma obra dramática que nos sentimos obrigados a representar, independentemente de nos identificarmos com a personagem.
Repara que disse “obrigados”.
Porque, quando se
está a representar um guião, o que se está a fazer é a actuar segundo a
definição da personagem que foi escrito por outro.
Em consequência, se
quisermos continuar a ser essa personagem, não podemos sair do guião, porque se
o fizermos sentiremos que deixamos de ter esse papel na nossa obra, na nossa
vida... e isso é insuportável.
Como se cria o guião de vida?
O nosso como se criou?
À medida que
ganhamos consciência dele, vamos reparando que quem o estableceu foi a criança
que fomos durante a nossa infância, sobretudo sob influência dos pais ou das
pessoas que exerceram no todo ou em parte essa função em nós: avós,
professores, irmãos e irmãs mais velhos, tios, etc.
O dito guião vai-se
reforçando com as diferentes experiências e acontecimentos que a criança vai
vivendo à medida que cresce.
Estamos a falar da criança que fomos.
Estamos a falar da criança que há em nós.
Felizmente, os
guiões de vida (tal como os cinematográficos no momento em que são escritos) não estão fechados e podem ser
modificados.
E, o que é mais
importante, essa mudança de guião realiza-se quando decidimos ser nós os novos
guionistas, reescrevendo o guião a nosso gosto, segundo os nossos desejos de
como se quer viver a vida.
Escrevendo com
lápis e borracha, ao lado para podermos modificar em andamento como melhor nos
convier...”
Texto adaptado de: Carta 17 de “A
Bússola Interior” de Alex Rovira Celma.
Fiquemos agora com uma frase de Ivan Klima.
“Não é possível assegurar o futuro.
Só é possível perder o presente.”
Fiquem bem.
(A Mónada)
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