Arte/Folha de S.Paulo
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
Matéria antiga mais você verá , um pouco sobre a Geo-Engenharia
do Clima
A viabilidade de estratégias
artificiais para resfriar o planeta ainda está longe de ser bem conhecida, mas
a ciência não deve abandonar de todo esses recursos no combate ao aquecimento
global, diz a maior associação acadêmica da Europa.
Em um relatório publicado ontem, a
Royal Society pediu ao governo britânico para bancar um programa de 10 bilhões
anuais a fim de resolver dúvidas sobre o uso de técnicas da chamada
geoengenharia.
O termo se refere à manipulação da
atmosfera e da superfície da Terra para contrabalançar as emissões de gases do
efeito estufa.
São propostas como o lançamento
maciço de aerossol na estratosfera terrestre para refletir o calor solar para o
espaço antes que ele chegue aqui em baixo
Ou pintar de branco todos os telhados e ruas do
mundo para evitar que o planeta absorva muito calor
Arte/Folha de S.Paulo
Abarcando algumas ideias mais
mirabolantes que outras, a geoengenharia é considerada um delírio tecnológico
por muitos cientistas.
Não sem razão. Nenhuma proposta do
tipo, por enquanto, é tão viável quanto a negociação de um acordo global para
cortar as emissões de CO2 -solução tecnicamente simples, ainda que
politicamente complexa.
Uma coisa não exclui a outra, porém,
afirma o relatório da Royal Society,
produzido por uma equipe de mais de
20 cientistas de ponta liderados por John
Shepherd, da Universidade de Southampton.
"Há um sério risco de as ações
de mitigação não serem introduzidas suficientemente e em tempo", diz o relatório.
"A menos que os esforços futuros
para reduzir emissões de gases-estufa sejam muito mais bem sucedidos do que
aqueles feitos até agora, ações adicionais poderão ser necessárias para
resfriar a Terra neste século."
O grupo da Royal Society, porém,
reconhece que as ideias para tal ainda são cruas.
"A geoengenharia do clima terrestre
muito provavelmente é tecnicamente possível", continua o documento. "Contudo,
a tecnologia para isso mal se formou, e há grandes incerteza a respeito de
eficácia, custo e impactos ambientais."
O relatório divide as ideias vigentes
em dois grupos.
O primeiro consiste em técnicas para
sequestrar CO2 do ar, potencializando os cortes de emissões.
O segundo grupo engloba estratégias
para reduzir a absorção de radiação solar.
Se a geoengenharia for necessária um
dia, diz o documento, as técnicas do primeiro grupo são preferíveis, porque
também ajudam a combater a acidificação dos oceanos, outro efeito nocivo do
CO2.
Elas seriam uma gambiarra meteorológica que não
afetaria tanto o sistema climático da Terra.
As técnicas do segundo grupo, porém,
têm o potencial de provocar um resfriamento mais rápido da Terra, e numa
situação de emergência global,
poderiam ser adotadas por períodos
curtos de tempo.
Muitas propostas de uso da
geoengenharia, porém, também precisariam de acordos internacionais para serem
adotadas, e a Royal Society diz que fatores políticos devem ser considerados
nos estudos.
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