sexta-feira, 29 de junho de 2012

Outras Verdades Inconvenientes

terça-feira, 15 de maio de 2012
Dando sequência às possibilidades de extinção da espécie humana,
vamos falar hoje das chances cósmicas disto acontecer.
Você já viu que podemos ser exterminados em virtude de doenças ou da própria força da natureza, mas nossa destruição também pode vir do espaço, embora, mesmo com as várias possibilidades que veremos aqui, as chances sejam bastante remotas.
E por que são remotas?
Por causa da própria vastidão do cosmo.
A Terra é apenas 01 planeta, "especial" apenas e unicamente pelo fato de ter sido capaz de gerar vida, nada além.
Já sabemos que existem centenas de planetas extra-solares,
inclusive alguns com características físicas similares às do nosso, e que podem ser tão especiais quanto ele.
Já o universo é um gigante com mais de 01 octilhão de quilômetros!
E isso se tratando apenas de sua parte observável!
É como se nosso planeta fosse uma ameba isolada suspensa no meio do Sistema Solar.
Atente também para o fato de que este número fica cada vez maior,
uma vez que o cosmo está aumentando continuamente de tamanho.
Depois do sol, a estrela mais próxima é Próxima (o nome é esse mesmo), da constelação do Centauro, que está a mais de 39 trilhões de quilômetros daqui – ou 04 anos viajando à velocidade da luz.
Existem fenômenos cósmicos destruidores ocorrendo em todo o universo a todo instante, mas a Terra encontra-se num lugarzinho relativamente sem graça (ainda bem!) da Via Láctea, a nossa galáxia.
Nada de muito cataclísmico acontece por aqui.
Então tais possibilidades não são impossíveis, mas altamente improváveis.
Todavia, porém, outrossim, contudo e entretanto, há um outro lado nessa história.
Aqui também temos de considerar que, ao mesmo tempo em que tais eventos são raros, destes dificilmente conseguiríamos sobreviver. Isto porque tais acontecimentos são tão monumentais quanto o próprio universo.
A mais conhecida de todas as catástrofes cósmicas é o impacto de meteoros.
Mas também temos de considerar cometas, outros planetas e até mesmo galáxias inteiras, além de explosões de supernovas, emissões de raios gama e até mesmo daquele que jamais suspeitaríamos (continue lendo)... tudo isso se torna medonhamente colossal quando colocado sob nosso ponto de vista.
Então, é muito difícil que alguma delas ocorra aqui pelas proximidades mas, se ocorrer... cara, danô-se!
TODA a vida na Terra seria potencialmente aniquilada, e não apenas a humanidade, como no caso de uma epidemia ou de uma catástrofe natural global.
E já que a mais famosa é a COLISÃO POR CORPOS CELESTES, por que não começamos por ela?
Concepção artística do cometa Shoemaker-Levy 09 em rota de

colisão com Júpiter, em julho de 1994

Aqui (felizmente), temos de novo uma relação inversa: quanto maior o meteoro, menor sua chance de nos atingir.
O que não significa que não possa acontecer, ou mesmo que só aconteça muito longe de nós.
Em 1994 a humanidade pôde pela primeira vez testemunhar em tempo real o choque de um cometa... em Júpiter.
Na verdade, eram diversos fragmentos de um mesmo cometa,
chamado Shoemaker-Levy 09.
A energia liberada quando o maior deles acertou o planetão com tudo foi estimada em aproximadamente 06 milhões de megatoneladas de TNT (as assustadoras bombas soviéticas tsar,
em teoria, liberam "míseras" 100 megatoneladas – 60 mil vezes menos), e abriu um rombo maior que a Terra em sua superfície.
Uma pancada dessas por aqui arrasaria a vida do nosso planeta.
E se você acha Júpiter um planeta tão longe assim saiba que, em termos cósmicos, ele está logo ali, na cabeceira do outro lado do sofá.

Impacto KT marca o fim do período Cretáceo – e dos dinossauros.

Meteoros "grandes" (em dimensão humana) caem na Terra todos os anos, só que geralmente explodem e se vaporizam na alta atmosfera, não chegando a tocar o chão.
A colisão mais famosa (mas não a maior) da história do nosso planeta se chama impacto KT, e ocorreu a 65 milhões de anos atrás, no que é hoje o território do México.
Foi essa bordoada que terminou de exterminar os dinossauros e abriu caminho para a (r)evolução dos mamíferos, que (infelizmente)
culminaria com nosso surgimento.
Calcula-se que o asteróide que se espatifou contra a Terra na ocasião tinha algo em torno de 10/14km de comprimento
(quando tocou o solo sua parte oposta ainda estava na estratosfera), mas abriu um rombo quase 20 vezes maior na crosta terrestre.
Para se ter uma idéia de seu poder de destruição, se todas as armas do planeta fossem ativadas simultaneamente o impacto KT ainda seria 1 milhão de vezes mais poderoso.
Seu tamanho parecer pequeno comparado ao planeta, mas lembre-se que uma bala de revólver também é pequena em relação ao seu corpo.
Este impacto foi tão importante para a história da vida na Terra que finalizou a Era Mesozóica e deu início à atual Cenozóica.
Se ainda está pensando que tais colisões só ocorreram longe ou a milhões de anos atrás, é porque nunca ouviu falar de Tunguska.
Às 07:17h da manhã de 30 de junho de 1908 uma explosão colossal ocorreu a 6km de altura nos céus da Rússia, na região conhecida como Tunguska, na Sibéria.
Este episódio ficou conhecido como "evento de Tunguska" e nunca se conseguiu determinar qual foi sua causa.
Cometa, asteróide, até mesmo especulações sobre um possível buraco negro foram propostas – embora nada tenha sido relatado do outro lado do mundo, onde ele supostamente teria "saído".
E claro, como sempre, teve os que falaram nos onipresentes discos voadores.
O mais provável, entretanto, é que tenha sido um asteróide "grande" que, com o atrito contra nossa atmosfera, explodiu,
gerando ondas de choque que reverberaram violentamente contra o solo siberiano.
O mais espantoso é que o objeto não devia ter mais do que 20 ou 30 metros – o comprimento médio de um lote de terreno.
Mas, mesmo tendo sido desintegrado a aprox. 10km de altura, foi o responsável pela derrubada de quase 80 milhões de árvores em terra.
O que quer que tenha entrado na atmosfera e explodido lá em cima,
o evento de Tunguska é considerado o impacto cósmico mais significativo da história recente.
Assim como existe o índice VEI para medir a potência dos vulcões (lembra?), há algo similar para medir a probabilidade de colisão de um meteoro com a Terra.
É a chamada Escala de Torino, que está representada abaixo – e como eu sei que você não vai entender porra nenhuma mesmo, a explicação tá na legenda.
01 - chance extremamente improvável de colisão
02 - ameaça mínima mas merecedora de atenção
03 - ameaça pequena capaz de devastação local
04 - ameaça pequena capaz de devastação regional
05 - ameaça média mas incerta
06 - ameaça séria mas incerta
07 - ameaça muito séria e quase confirmada
08 - destruição local confirmada (até 01 milhão de anos)
09 - destruição regional confirmada (até 10 milhões de anos)

10 - catástrofe mundial confirmada (até 100 milhões de anos)
Até hoje, o meteoro que mais longe conseguiu chegar nesta escala foi o 99942-Apophis.
Durante algum tempo, ele foi a principal encheção de saco dos alardeadores de fim de mundo e profetas do apocalipse devido à uma pequena possibilidade real de impacto com a Terra em 2029 (que depois foi postergada pra 2036, 2043...).
Em virtude disso conseguiu alcançar, num primeiro momento, o nível 04 da escala.
De fato, se nos atingisse, a porrada ia ser séria, mas hoje ele não bota medo em quase mais ninguém e se encontra entre os valores 00 e 01.
Só que ele não é o único.
Com o avanço da tecnologia de observação, outros asteróides já foram identificados como prováveis causadores de problemas aqui pra gente, como o 2011-AG5.
Enfim, devem existir centenas, milhares de potenciais ameaças que ainda serão descobertas.
Mas é possível defender-se de um impacto cósmico, seja de meteoro ou cometa?
EM TEORIA, sim.
Calcular sua velocidade e seu ângulo no momento do impacto é essencial para avaliar a intensidade de seus danos.
Mas para saber como destruí-lo é necessário conhecer O QUE é que está vindo.
Mesmo asteróides possuem uma variedade de composição,
densidade e outros fatores que podem ser decisivos no sucesso de sua destruição:
objetos porosos se dividiriam em pedaços ainda grandes demais se fossem explodidos;
objetos rochosos não sofreriam danos significativos – e produziria muitos estilhaços perigosos;
objetos ferrosos não produziriam estilhaços... porque não sofreriam dano algum.
Seriam o pior tipo.
Ou seja: não vá na onda de Impacto Profundo ou Armageddon não,
porque se na teoria até temos uma infinitesimalmente pequena chance de sucesso, na prática...
Asteróides são potencialmente perigosos, mas cometas são ainda piores, porque não têm rota definida.
Como assim?
Esses corpos celestes nada mais são do que grandes blocões de gelo, e conforme se aproximam do sol, podem começar a derreter em virtude do calor.
Mas, diferentemente do que ocorre na Terra, no espaço o gelo não vira água: se transforma diretamente em vapor, que pode ser disparado em fortes jatos a partir do núcleo, e é aí que se tornam realmente perigosos.
Um desses jatos pode simplesmente fazer o bólido mudar de direção... e vir de encontro à Terra.
Enquanto centenas de meteoros já tem suas rotas conhecidas e calculadas por várias décadas no futuro, com um cometa isso simplesmente não pode ser feito.
E se você acha que meteoros ou cometas são as piores coisas que poderiam se estabacar sobre nosso planeta, o que pensaria se soubesse que outros planetas também podem fazê-lo?
Pois isto já aconteceu.
E com a Terra.

The Big Splash: e assim nasceu a Lua...

Quando você olha o céu numa noite sem nuvens, a Lua é o elemento dominante.
Além de ser romântica, ela é também uma evidência da maior pancada que o nosso planeta já tomou, um evento conhecido como Big Splash.
Segundo essa teoria, a Terra levou uma trombada porradalhôncica a 4,5 bilhões de anos de um outro planeta, do tamanho de Marte e cujo nome era Theia.
O impacto foi tão forte que deslocou o eixo da Terra para sempre,
acelerou sua rotação e arrancou grande parte de sua crosta,
lançando-a ao espaço (enquanto Theia simplesmente pulverizou-se).
A vida só não foi completamente destruída porque a Terra naquela época... não tinha vida.
Mas os destroços de ambos lançados ao espaço acabaram por se agregar num único bloco... e se tornaram a Lua.
As evidências são bastante significativas: a Lua tem basicamente a mesma composição que o nosso planeta.
E se tudo isso comprovadamente já aconteceu em algum momento da história da Terra... pode muito bem acontecer de novo, com qualquer uma das alternativas.
Inclusive tem abobalhado se aproveitando disso e da tal teoria maia de que o mundo vai acabar em dezembro próximo para promover a idéia de colisão planetária.
Uns falam no tal Nibiru, outros em Hercólubus, mas todos só estão enchendo o saco.
Ou são idiotas mesmo.

Via Láctea e Andrômeda vão se esbarrar no futuro.

Aliás, nossa própria galáxia, Via Láctea, está em rota de colisão com uma outra, Andrômeda, que neste momento está a 2,6 milhões de anos-luz de distância.
Ambas se aproximam à velocidade de 100/140km/s, o que dá aprox. 400 anos-luz a cada milhão de anos.
Neste caso, é improvável que aconteça qualquer coisa ao nosso planeta, pois embora pareçam uma núvem de poeira dispersa
(e não estão muito longe disso), cada "grão" dessa poeira está tão longe dos outros que o mais provável é que uma galáxia passe por dentro da outra sem colidir em absolutamente ponto algum, ou então se fundam numa única galáxia gigantesca.
Isto deve acontecer em torno de 4,5 bilhões de anos no futuro– e você vai ver que antes disso nosso planeta com toda certeza VAI ser destruído.
Mas já falamos muito de impactos cósmicos.
Existem várias outras catástrofes vindas do espaço que devemos levar em consideração, por mais pífias que sejam suas chances de acontecer.
As estrelas, tão brilhantes e distantes, na verdade possuem um arsenal de ameaças à vida.
Quase todas as possibilidades cósmicas de ameaça à vida na Terra estão relacionadas a elas, e mesmo "mortas" podem incomodar muito.
Mas de novo, para nossa sorte a grande maioria está longe demais para representar uma ameaça séria, mas isso não significa que elas não aconteçam o tempo todo, ou mesmo que uma dessas não possa nos causar danos realmente sérios.
Na verdade, de tempos em tempos efeitos de reações estelares causam algum rebuliço aqui na Terra, mas geralmente só "matam" mesmo nossos equipamentos elétricos e eletrônicos.
Um exemplo não tão raro de ameaça assim são as chamadas
EMISSÕES DE RAIOS GAMA.

Estrela de nêutrons: ameaça à vida em qualquer lugar do universo.
Uma demonstração do perigo de uma emissão desse tipo tivemos em 27 de dezembro de 2004, quando um pulso colossal ocorreu em nossa galáxia, a 50 mil anos-luz de distância, na estrela de nêutrons conhecida como SGR-1806-20, situada na constelação do Sagitário.
Traduzindo isto em quilômetros vira um número tão assustador que sequer dá pra nomear direito, mas lá vai: 4,73036524 ×1017
(é como se fosse aquele número inicial ali seguido de 17 zeros, ou 47septilhões, trezentos e três sextilhões, seiscentos e cinquenta e dois quintilhões e quatrocentos quatrilhões de quilômetros... ufa!).
Mesmo assim, foi o suficiente para brilhar mais que a Lua no céu noturno por um breve momento e bagunçar a ionosfera do nosso planeta.
O mais impressionante é que, dado o tamanho do universo, isso representaria uma explosão ali fora, no nosso quintal.
Se fosse no nosso quarto, estaríamos em sérios apuros – uma dessas mais próxima lançaria radiação suficiente para destruir nossa camada protetora de ozônio e expor todos os seres vivos deste planeta a doses letais de radiação.
Talvez somente algumas bactérias, como a da figura abaixo,
sobreviveriam, e a vida teria de recomeçar pelos procariontes como a 3,5 bilhões de anos.
Felizmente, para nós, não existe nenhuma estrela de nêutrons desse tipo (conhecidas como magnetares) nos arredores do sistema solar.
Pelo menos, não que tenhamos identificado...
Deinococcus radiodurans, um dos únicos organismos da Terra

capaz de sobreviver a uma emissão direta de raios gama.

Além das emissões de raios gama, há outros problemas com elas dignos de medo: um deles são as SUPERNOVAS.
Elas se formam quando estrelas massivas demais explodem, e são os fenômenos cósmicos mais poderosos conhecidos, capazes de brilhar mais que sua própria galáxia inteira cheia de estrelas no momento em que explodem.

Eta Carinae: o mais próximo que vamos chegar de uma supernova.

Para nossa sorte, uma detonação estelar dessas só poderia ser uma ameaça preocupante à Terra se ocorresse a até 30 anos-luz de distância.
Só que já temos um bom conhecimento a respeito de tudo que está entre nós até esta distância, e não há estrela alguma nesta faixa que esteja "próxima" de explodir.
Além desse horizonte existem sim algumas candidatas a supernovas, mas tudo que fariam a nosso planeta seria brilhar tanto, mas tanto, que deixariam a Terra sem noite por, talvez, até 01 mês inteiro.
É isto que aconteceria se alguma estrela

massiva próxima explodisse: queimaríamos!

Dentre estas candidatas, duas são bastante possíveis de se tornarem realidade.
Uma é Eta Carinae, da constelação da Quilha, distante 7.500 anos-luz de nós.
A uma distância dessas, não representa perigo algum para nosso planeta, uma vez que a maior parte da energia, radiação e raios gama provenientes da explosão seriam absorvidos pelo espaço.
Ainda assim, seria uma detonação tão monumentalmente grande que traria até aqui um brilho 10 vezes mais intenso que o da Lua no céu.
A outra já é mais preocupante... T-Pyxidis, da constelação da Bússola.
Sua distância é 3.260 anos-luz, quase 03 vezes mais perto que Eta Carinae.
Muitos astrônomos acreditam que ela poderia causar danos significativos não só em nossos equipamentos eletrônicos, mas também à nossa camada de ozônio e, consequentemente, à humanidade.
Todavia, outro tanto de profissionais afirma que, quando a atual Nebulosa do Caranguejo explodiu a uma distância de 6.500 anos-luz no ano 1.054, a humanidade sobreviveu sem sequer se dar conta.
De qualquer forma, não se preocupe: T-Pyxidis só vai explodir em uns 10 milhões de anos.
Nenhum ser humano estará aqui.
Se estrelas pequenas se transformam em nebulosas e estrelas grandes se transformam em supernovas, estrelas gigantes se transformam em algo tão assustador quanto desconhecido. Estamos falando dos BURACOS NEGROS.
Buracos negros deformam o espaço e mesmo o próprio tempo

onde estão... para entender isso, só sendo um físico – e você já
reparou que todo físico tem cara de doido?

Um buraco negro "nada mais" é do que uma monumental concentração de matéria num espaço minúsculo, surgida quando estrelas grandes demais chegam ao fim da vida e sua matéria enorme é tão pesada que desaba sobre si mesma... é, é meio estranho de se imaginar.
E, em física, tudo que tem muita massa tem também muita gravidade, atraindo as coisas para si.
Um buraco negro do tamanho de um núcleo atômico pesaria 01 bilhão de toneladas... sim, é difícil compreender isto também, mas o fato é que eles existem, e podem inclusive estar zanzando por aí.
Com relação a eles, foi proposto que tenham sido a causa do já citado evento de Tunguska, quando um deles teria atravessado o planeta.
Contudo, nada foi relatado do outro lado do mundo, onde ele deveria ter saído.
Além do mais, saberíamos se fôssemos atingidos por um: ao atravessar o planeta, o dito cujo faria nosso núcleo vibrar em ondas simetricamente esféricas, fazendo o mundo todo (todinho) sofrer um terremoto de igual magnitude, embora imperceptível para nós – apenas os sismógrafos o registrariam.
Algo que jamais aconteceu.
Calcula-se que isto até aconteça, mas a intervalos de 10 milhões de anos.
Ai, mamãe!

Vão ligar o LHC lá na Suíça! Uiiii...

A alguns anos atrás, quando o Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês Large Hadrons Colider), a maior máquina já construída pela humanidade, foi terminado, muitos tentaram impedir seu funcionamento alegando que isto poderia gerar um buraco negro capaz de destruir a Terra e mesmo o universo inteiro.
Mas aqui também não há motivo para pânico, ao menos não imediato: um dos maiores gênios (se não for o maior) da atualidade nos garantiu de que não há perigo em se ligar o LHC.
E ele, talvez mais do que ninguém, tem todo interesse em ver a máquina funcionando e aumentando ainda mais o conhecimento da humanidade acerca do universo – e da própria natureza dos buracos negros, dos quais ainda se sabe tão pouco.
Pô, legal... então se um mini-buraco negro cair aqui não será o nosso fim.
Mas... e se fosse um buraco negro grande?
Primeira coisa, ele não cairia aqui – nós é que cairíamos nele.
Isso porque o conceito de "grande" neste caso é bastante curioso...
um buraco negro do tamanho de uma bolinha de golfe teria mais massa que o planeta Terra inteiro, então seria ele que nos puxaria,
fazendo com que começássemos a orbitar ao seu redor.
O primeiro sintoma para nós seria o fim dos dias e noites do jeito que conhecemos.
Quanto mais rápido a Terra girasse em volta dele, mais curtos seriam esses períodos.
Depois, continuaríamos sendo puxados, nos aproximando dele num caminho em forma de espiral.
Quando a Terra chegasse à borda do buraco, a atração num lado seria tão maior que no outro que o planeta arrebentaria.
E a matéria que antes formava a Terra ficaria toda esticada, até se transformar em uma nuvem comprida e enrolada ao redor do buraco.
Antes de ser tragado, o ex-planeta acabaria com um formato espiralado similar ao da nossa galáxia – que por sinal, está agora mesmo girando em volta de um buraco negro.
Só que imenso, que pode ter um diâmetro quase 130 vezes maior que o do Sol.
Agora pense: se um buraco negro do tamanho de uma bolinha de golfe tem mais massa que nosso planeta inteiro, a idéia de um universo inteiro concentrado num único ponto, como nos sugere o Big Bang, já não parece mais tão absurda assim, não é?
De qualquer maneira, trombando com meteoro, recebendo disparo de raios gama ou tomando rajada de alguma supernova, a Terra vai sim ser destruída por um cataclisma cósmico.
Não se trata de se ou quando, é 100% certo que VAI acontecer e,
ironicamente, o responsável vai ser justamente aquele que permite ao nosso planeta abrigar vida: nós – e toda a vida do planeta Terra – seremos exterminados com a MORTE DO SOL.

Se o Sol morrer, a Terra vai junto.

Nada a ver com as ejeções de massa coronal das tempestades solares... isso só ganha espaço na mídia por 02 razões:
01) destrói satélites, estações de rádio e equipamentos eletrônicos,
e 02) origina as maravilhosas auroras boreais lá nos céus da Escandinávia.
Enfim, causam apenas danos materiais, e não é sobre isso que estamos tratando aqui.
Idem aos pulsos eletromagnéticos, trazem prejuízos materiais e econômicos enormes, mas ninguém morre diretamente por causa deles.
A humanidade passou centenas de milhares de anos sem tecnologia artificial alguma e, ainda que a níveis extremamente primitivos, pode muito bem voltar a viver sem ela.
A estrela ficará tão imensa que seu equador

alcançará a órbita de Marte!

A disgracera se dará da seguinte maneira: como toda estrela, nosso astro-rei também tem um ciclo de "vida".
No momento, ele encontra-se na fase anã amarela de sua existência, algo como um "trintão".
Mas conforme envelhece vai gradualmente perdendo combustível, e quando o hidrogênio do núcleo for totalmente consumido ele vai começar a queimar o material das camadas mais externas, o que fará com que cresça inimaginavelmente até se transformar numa supergigante vermelha.
E vai ser quando essa fase se iniciar que a Terra irá pras cucuias.
Em no máximo 1,5 bilhão de anos, com o aumento da atividade solar (e da temperatura na superfície) os oceanos do planeta vão evaporar – e todas as formas de vida que porventura ainda estiverem aqui serão totalmente aniquiladas.
Em 05 bilhões de anos, o sol estará tão monumentalmente grande que os planetas mais próximos, Mercúrio e Vênus, se espiralarão em direção à estrela e provavelmente serão vaporizados.
De nossa linda Terra, restará apenas uma bola de rocha incandescente e liquefeita, sem qualquer relevo ou indício de vida. Tudo será completamente destruído.
Mas fique tranquilo!
Já teremos desaparecido daqui muitíssimo antes disso.
Depois dessa fase, quando até as camadas exteriores forem finalmente consumidas, o sol ficará muitíssimo pequeno e se transformará em uma fria, escura e totalmente sem graça estrela anã branca, encoberta pela nuvem de poeria e gases resultantes de seu próprio desgaste: uma nebulosa.
E ainda vamos ter sorte por isso!
Não sendo uma estrela massiva, o sol não chegará a explodir como uma supernova e nem sucumbirá a si mesma como um buraco negro.

Prepare-se: Gliese-710 está chegando...

E tem muita coisa que nós nem sequer fazemos idéia que existam nesse universo gigante.
E outras que, apesar de já conhecidas ou ao menos teorizadas, são tão estranhas que nem conseguimos imaginar!
Astros que, de uma hora pra outra, simplesmente se direcionam para um lugar totalmente fora de sua órbita de repente.
Já falei sobre como isso pode acontecer com os cometas, mas mesmo planetas e até estrelas podem, de uma hora pra outra, sair andando por aí!
E se não nos impactarem diretamente, podem acabar provocando distúrbios em sua passagem com potencial para nos causar muita dor de cabeça.
São os ASTROS NÔMADES.
A estrela-anã Gliese-710 é um bom exemplo: ela está vindo pra cá neste instante, e astrônomos prevêem que ela, que hoje encontra-se na constelação da Serpente, a 63 anos-luz de distância, pode chegar a apenas 01 ano-luz de nós dentro de 1,4 milhão de anos.
Ainda pode parecer longe, mas vai ser tão perto que gerará perturbações gravitacionais na Nuvem de Oort, e aí nós tamo fu,
porque lá tem, por baixo, uns 100 bilhões de núcleos cometários...
centenas de milhares dos quais, por causa desse distúrbio, serão lançados em nossa direção.
E claro, não podemos deixar que considerar a hipótese de aniquilação por FORÇAS EXTRATERRESTRES.
Não é nada absurdo mas, como (ainda) não temos nenhum indício de vida fora da Terra, pouco podemos conjecturar à respeito.
Por isso, sobre este assunto deixo vocês com as palavras de alguém que provavelmente entende mais sobre o assunto do que qualquer outra pessoa viva no planeta:
"Nós só temos que olhar para nós mesmos para ver como vida inteligente pode evoluir para alguma coisa que não gostaríamos de encontrar.
Se os alienígenas nos visitassem, as consequências seriam semelhantes às quando Colombo desembarcou na América, algo que não acabou bem para os nativos."
Parece que o desenvolvimento da racionalidade é fator negativo para a vida, seja na Terra ou em qualquer outro lugar.
Que ironia.
Se você já tinha se achado insignificante lendo o artigo sobre desastres naturais, agora certamente está se achando pífio, nulo.
E para o universo, você ainda é menos que isso.
Que nós vamos desaparecer não se tem mais dúvidas.
Só não sabemos como nem quando.
Mesmo que nada aconteça em milhões de anos, o sol vai dar cabo de nosso planeta em bilhões.
E mesmo que consigamos escapar à agonia de nossa estrela, não devemos nos esquecer de que o próprio universo pode ter um "tempo de vida" e entrar em colapso.
A questão tempo é relativa nesse caso.
Os links de hoje estão aí:
Como dito antes, a única catástrofe que temos certeza que vai acontecer é aquela que acompanhará a agonia do sol.
Tudo bem, só daqui a muito tempo e provavelmente bem depois do último ser humano sumir daqui, mas ainda assim vai.
Contudo, muito antes disso, sempre poderemos estar à mercê de algum perigo desconhecido – e dentre estes, o que mais mete medo certamente é o Galactus!

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