terça-feira,
15 de maio de 2012
Dando sequência às possibilidades de extinção da espécie
humana,
vamos falar hoje das chances cósmicas disto
acontecer.
Você já viu que podemos ser exterminados em
virtude de doenças ou da própria força da natureza, mas
nossa destruição também pode vir do espaço, embora, mesmo com as várias
possibilidades que veremos aqui, as chances sejam bastante remotas.
E por que são remotas?
Por
causa da própria vastidão do cosmo.
A
Terra é apenas 01 planeta, "especial"
apenas
e unicamente pelo fato de ter sido capaz de gerar vida, nada além.
Já
sabemos que existem centenas de planetas extra-solares,
inclusive
alguns com características físicas similares às do nosso, e que podem ser tão
especiais quanto ele.
Já o universo é um gigante com mais de 01 octilhão
de quilômetros!
E
isso se tratando apenas de sua parte observável!
É
como se nosso planeta fosse uma ameba isolada suspensa no meio do Sistema
Solar.
Atente
também para o fato de que este número fica cada vez maior,
uma
vez que o cosmo está aumentando continuamente de tamanho.
Depois
do sol, a estrela mais próxima é Próxima (o nome
é esse mesmo),
da constelação do Centauro, que está a mais de 39 trilhões de quilômetros daqui
– ou 04 anos viajando à velocidade da luz.
Existem
fenômenos cósmicos destruidores ocorrendo em todo o universo a todo instante,
mas a Terra encontra-se num lugarzinho relativamente sem graça (ainda bem!) da Via Láctea, a nossa galáxia.
Nada
de muito cataclísmico acontece por aqui.
Então
tais possibilidades não são impossíveis, mas altamente improváveis.
Todavia, porém, outrossim, contudo e
entretanto, há um outro lado nessa história.
Aqui também temos de considerar que, ao mesmo
tempo em que tais eventos são raros, destes dificilmente conseguiríamos
sobreviver. Isto porque tais acontecimentos são tão monumentais quanto o
próprio universo.
A mais conhecida de todas as catástrofes
cósmicas é o impacto de meteoros.
Mas também temos de considerar cometas, outros
planetas e até mesmo galáxias inteiras, além de explosões de supernovas,
emissões de raios gama e até mesmo daquele que jamais suspeitaríamos (continue lendo)... tudo isso se
torna medonhamente colossal quando colocado sob nosso ponto de vista.
Então, é muito difícil que alguma delas ocorra
aqui pelas proximidades mas, se ocorrer... cara, danô-se!
TODA a vida na
Terra seria potencialmente aniquilada, e não apenas a humanidade, como no caso
de uma epidemia ou de uma catástrofe natural global.
E já que a mais famosa é a COLISÃO POR
CORPOS CELESTES, por que não começamos por ela?
Concepção artística do cometa Shoemaker-Levy 09 em rota de
colisão com Júpiter,
em julho de 1994
Aqui (felizmente), temos de novo uma relação inversa: quanto maior o meteoro,
menor sua chance de nos atingir.
O que não significa que não possa acontecer, ou
mesmo que só aconteça muito longe de nós.
Em 1994 a humanidade pôde pela primeira vez
testemunhar em tempo real o choque de um cometa... em Júpiter.
Na verdade, eram diversos fragmentos de um
mesmo cometa,
chamado Shoemaker-Levy 09.
A energia liberada quando o maior deles acertou
o planetão com tudo foi estimada em aproximadamente 06 milhões de megatoneladas
de TNT (as assustadoras bombas soviéticas tsar,
em teoria, liberam "míseras" 100
megatoneladas – 60 mil vezes menos), e abriu um
rombo maior que a Terra em sua superfície.
Uma pancada dessas por aqui arrasaria a vida do
nosso planeta.
E se você acha Júpiter um planeta tão longe
assim saiba que, em termos cósmicos, ele está logo ali, na cabeceira do outro
lado do sofá.
Impacto KT marca o fim do período Cretáceo – e dos
dinossauros.
Meteoros "grandes" (em dimensão humana) caem na Terra todos os anos, só que geralmente explodem e se
vaporizam na alta atmosfera, não chegando a tocar o chão.
A colisão mais famosa (mas não a maior) da história
do nosso planeta se chama impacto KT, e ocorreu a 65 milhões de anos atrás, no
que é hoje o território do México.
Foi essa bordoada que terminou de exterminar os
dinossauros e abriu caminho para a (r)evolução dos mamíferos, que (infelizmente)
culminaria com nosso surgimento.
Calcula-se que o asteróide que se espatifou
contra a Terra na ocasião tinha algo em torno de 10/14km de comprimento
(quando tocou o solo sua parte oposta ainda
estava na estratosfera), mas abriu um rombo quase
20 vezes maior na crosta terrestre.
Para se ter uma idéia de seu poder de
destruição, se todas as armas do planeta fossem ativadas simultaneamente o
impacto KT ainda seria 1 milhão de vezes mais poderoso.
Seu tamanho parecer pequeno comparado ao
planeta, mas lembre-se que uma bala de revólver também é pequena em relação ao
seu corpo.
Este impacto foi tão importante para a história
da vida na Terra que finalizou a Era Mesozóica e deu início à atual Cenozóica.
Se ainda está pensando que tais colisões só
ocorreram longe ou a milhões de anos atrás, é porque nunca ouviu falar de
Tunguska.
Às 07:17h da manhã de 30 de junho de 1908 uma explosão colossal ocorreu a 6km de altura nos céus da
Rússia, na região conhecida como Tunguska, na Sibéria.
Este episódio ficou conhecido como "evento de Tunguska" e
nunca se conseguiu determinar qual foi sua causa.
Cometa, asteróide, até mesmo especulações sobre
um possível buraco negro foram propostas – embora nada tenha sido relatado do
outro lado do mundo, onde ele supostamente teria "saído".
E claro, como sempre, teve os que falaram nos
onipresentes discos voadores.
O mais provável, entretanto, é que tenha sido
um asteróide "grande" que, com o atrito contra nossa atmosfera, explodiu,
gerando ondas de choque que reverberaram
violentamente contra o solo siberiano.
O mais espantoso é que o objeto não devia ter
mais do que 20 ou 30 metros – o comprimento médio de um lote de terreno.
Mas, mesmo tendo sido desintegrado a aprox.
10km de altura, foi o responsável pela derrubada de quase 80 milhões de árvores
em terra.
O que quer que tenha entrado na atmosfera e
explodido lá em cima,
o evento de Tunguska é considerado o impacto
cósmico mais significativo da história recente.
Assim como existe o índice VEI para medir a potência dos
vulcões (lembra?), há algo similar para medir a probabilidade de colisão
de um meteoro com a Terra.
É a chamada Escala de Torino, que está
representada abaixo – e como eu sei que você não vai entender porra nenhuma
mesmo, a explicação tá na legenda.
01 - chance extremamente
improvável de colisão
02 - ameaça mínima mas merecedora de atenção
03 - ameaça pequena capaz de devastação local
04 - ameaça pequena capaz de devastação regional
05 - ameaça média mas
incerta
06 - ameaça séria mas
incerta
07 - ameaça muito séria
e quase confirmada
08 - destruição local
confirmada (até 01 milhão de anos)
09 - destruição regional
confirmada (até 10 milhões de anos)
10 - catástrofe
mundial confirmada (até 100 milhões de anos)
Até hoje, o meteoro que mais longe conseguiu
chegar nesta escala foi o 99942-Apophis.
Durante algum tempo, ele foi a principal encheção de saco dos alardeadores de fim de
mundo e profetas do apocalipse devido à uma pequena possibilidade real de
impacto com a Terra em 2029 (que depois foi postergada
pra 2036, 2043...).
Em virtude disso conseguiu alcançar, num
primeiro momento, o nível 04 da escala.
De fato, se nos atingisse, a porrada ia ser
séria, mas hoje ele não bota medo em quase mais ninguém e se encontra entre os
valores 00 e 01.
Só que ele não é o único.
Com o avanço da tecnologia de observação,
outros asteróides já foram identificados como prováveis causadores de problemas
aqui pra gente, como o 2011-AG5.
Enfim, devem existir centenas, milhares de
potenciais ameaças que ainda serão descobertas.
Mas é possível defender-se de um impacto
cósmico, seja de
meteoro ou cometa?
EM TEORIA, sim.
Calcular sua velocidade e seu ângulo no momento
do impacto é essencial para avaliar a intensidade de seus danos.
Mas para saber como destruí-lo é necessário
conhecer O QUE é que está
vindo.
Mesmo asteróides possuem uma variedade de
composição,
densidade e outros
fatores que podem ser decisivos no sucesso de sua destruição:
objetos porosos se dividiriam em pedaços ainda
grandes demais se fossem explodidos;
objetos rochosos não sofreriam danos
significativos – e produziria muitos estilhaços perigosos;
objetos ferrosos não produziriam estilhaços...
porque não sofreriam dano algum.
Seriam o pior tipo.
porque se na teoria até temos uma
infinitesimalmente pequena chance de sucesso, na prática...
Asteróides são potencialmente perigosos, mas
cometas são ainda piores, porque não têm rota definida.
Como assim?
Esses corpos celestes nada mais são do que
grandes blocões de gelo, e conforme se aproximam do sol, podem começar a
derreter em virtude do calor.
Mas, diferentemente do que ocorre na Terra, no
espaço o gelo não vira água: se transforma diretamente em vapor, que pode ser
disparado em fortes jatos a partir do núcleo, e é aí que se tornam realmente
perigosos.
Um desses jatos pode simplesmente fazer o
bólido mudar de direção... e vir de encontro à Terra.
Enquanto centenas de meteoros já tem suas rotas
conhecidas e calculadas por várias décadas no futuro, com um cometa isso
simplesmente não pode ser feito.
E se você acha que meteoros ou cometas são as
piores coisas que poderiam se estabacar sobre nosso planeta, o que pensaria se soubesse que
outros planetas também podem fazê-lo?
Pois isto já aconteceu.
E com a Terra.
The Big Splash: e assim nasceu a
Lua...
Quando você olha o céu numa noite sem nuvens, a
Lua é o elemento dominante.
Além de ser romântica, ela é também uma
evidência da maior pancada que o nosso planeta já tomou, um evento conhecido
como Big Splash.
Segundo essa teoria, a Terra levou uma trombada
porradalhôncica a 4,5 bilhões de anos de um outro planeta, do tamanho de
Marte e cujo nome era Theia.
O impacto foi tão forte que deslocou o eixo da
Terra para sempre,
acelerou sua rotação e arrancou grande parte de
sua crosta,
lançando-a ao espaço (enquanto Theia simplesmente pulverizou-se).
A vida só não foi completamente destruída
porque a Terra naquela época... não tinha vida.
Mas os destroços de ambos lançados ao espaço
acabaram por se agregar num único bloco... e se tornaram a Lua.
As evidências são bastante significativas: a Lua tem basicamente a mesma composição que o nosso
planeta.
E se tudo isso comprovadamente já aconteceu em
algum momento da história da Terra... pode muito bem acontecer de novo, com
qualquer uma das alternativas.
Inclusive tem abobalhado se aproveitando disso
e da tal teoria maia de que o mundo vai acabar em dezembro próximo para
promover a idéia de colisão planetária.
Uns falam no tal Nibiru, outros em Hercólubus,
mas todos só estão enchendo o saco.
Ou são idiotas mesmo.
Via Láctea e Andrômeda vão se esbarrar no futuro.
Aliás, nossa própria galáxia, Via Láctea, está
em rota de colisão com uma outra, Andrômeda, que neste momento está a 2,6 milhões de anos-luz de
distância.
Ambas se aproximam à velocidade de 100/140km/s,
o que dá aprox. 400 anos-luz a cada milhão de anos.
Neste caso, é improvável que aconteça qualquer
coisa ao nosso planeta, pois embora pareçam uma núvem de poeira dispersa
(e não estão muito longe disso), cada "grão" dessa
poeira está tão longe dos outros que o mais provável é que uma galáxia passe
por dentro da outra sem colidir em absolutamente ponto algum, ou então se
fundam numa única galáxia gigantesca.
Isto deve acontecer em torno de 4,5 bilhões de
anos no futuro– e você vai ver que antes disso nosso planeta com toda certeza VAI ser destruído.
Mas já falamos muito de impactos cósmicos.
Existem várias outras catástrofes vindas do
espaço que devemos levar em consideração, por mais pífias que sejam suas
chances de acontecer.
As estrelas, tão brilhantes e distantes, na
verdade possuem um arsenal de ameaças à vida.
Quase todas as possibilidades cósmicas de
ameaça à vida na Terra estão relacionadas a elas, e mesmo "mortas" podem
incomodar muito.
Mas de novo, para nossa sorte a grande maioria
está longe demais para representar uma ameaça séria, mas isso não significa que
elas não aconteçam o tempo todo, ou mesmo que uma dessas não possa nos causar
danos realmente sérios.
Na verdade, de tempos em tempos efeitos de
reações estelares causam algum rebuliço aqui na Terra, mas geralmente só "matam" mesmo nossos
equipamentos elétricos e eletrônicos.
Um exemplo não tão raro de ameaça assim são as
chamadas
EMISSÕES DE RAIOS GAMA.
Estrela de nêutrons: ameaça à vida em qualquer lugar
do universo.
Uma demonstração do perigo de uma emissão desse
tipo tivemos em 27 de dezembro de 2004, quando um pulso colossal ocorreu em nossa galáxia, a 50 mil
anos-luz de distância, na estrela de nêutrons conhecida como SGR-1806-20,
situada na constelação do Sagitário.
Traduzindo isto em quilômetros vira um número
tão assustador que sequer dá pra nomear direito, mas lá
vai: 4,73036524 ×1017
(é como se fosse aquele número inicial ali
seguido de 17 zeros, ou 47septilhões, trezentos e três sextilhões, seiscentos e
cinquenta e dois quintilhões e quatrocentos quatrilhões de quilômetros...
ufa!).
Mesmo assim, foi o suficiente para brilhar mais
que a Lua no céu noturno por um breve momento e bagunçar a ionosfera do nosso
planeta.
O mais impressionante é que, dado o tamanho do
universo, isso representaria uma explosão ali fora, no nosso quintal.
Se fosse no nosso quarto, estaríamos em sérios
apuros – uma dessas mais próxima lançaria radiação suficiente para destruir
nossa camada protetora de ozônio e expor todos os seres vivos deste planeta a
doses letais de radiação.
Talvez somente algumas bactérias, como a da
figura abaixo,
sobreviveriam, e a vida teria de recomeçar
pelos procariontes como a 3,5 bilhões de anos.
Felizmente, para nós, não existe nenhuma
estrela de nêutrons desse tipo (conhecidas como
magnetares) nos arredores do sistema solar.
Pelo menos, não que tenhamos identificado...
Deinococcus radiodurans, um dos únicos organismos
da Terra
capaz de sobreviver a
uma emissão direta de raios gama.
Além das emissões de raios gama, há outros
problemas com elas dignos de medo: um deles são as SUPERNOVAS.
Elas se formam quando estrelas massivas demais
explodem, e são os fenômenos cósmicos mais poderosos conhecidos, capazes de
brilhar mais que sua própria galáxia inteira cheia de estrelas no momento em
que explodem.
Eta Carinae: o mais próximo que vamos chegar de uma
supernova.
Para nossa sorte, uma detonação estelar dessas
só poderia ser uma ameaça preocupante à Terra se ocorresse a até 30 anos-luz de
distância.
Só que já temos um bom conhecimento a respeito
de tudo que está entre nós até esta distância, e não há estrela alguma nesta
faixa que esteja "próxima" de explodir.
Além desse horizonte existem sim algumas
candidatas a supernovas, mas tudo que fariam a nosso planeta seria brilhar
tanto, mas tanto, que deixariam a Terra sem noite por, talvez, até
01 mês inteiro.
É isto que aconteceria se alguma estrela
massiva próxima
explodisse: queimaríamos!
Dentre estas candidatas, duas são bastante
possíveis de se tornarem realidade.
Uma é Eta Carinae, da constelação da Quilha,
distante 7.500 anos-luz de nós.
A uma distância dessas, não representa perigo
algum para nosso planeta, uma vez que a maior parte da energia, radiação e
raios gama provenientes da explosão seriam absorvidos pelo espaço.
Ainda assim, seria uma detonação tão
monumentalmente grande que traria até aqui um brilho 10 vezes mais intenso que
o da Lua no céu.
A outra já é mais preocupante... T-Pyxidis, da
constelação da Bússola.
Sua distância é 3.260 anos-luz, quase 03 vezes
mais perto que Eta Carinae.
Muitos astrônomos acreditam que ela poderia
causar danos significativos não só em nossos equipamentos eletrônicos, mas
também à nossa camada de ozônio e, consequentemente, à humanidade.
Todavia, outro tanto de profissionais afirma
que, quando a atual Nebulosa do Caranguejo explodiu a uma distância de 6.500
anos-luz no ano 1.054, a humanidade sobreviveu sem sequer se dar conta.
De qualquer forma, não se preocupe: T-Pyxidis
só vai explodir em uns 10 milhões de anos.
Nenhum ser humano estará aqui.
Se estrelas pequenas se transformam em
nebulosas e estrelas grandes se transformam em supernovas, estrelas gigantes se
transformam em algo tão assustador quanto desconhecido. Estamos falando dos BURACOS NEGROS.
Buracos negros deformam o espaço e mesmo o próprio tempo
onde estão... para
entender isso, só sendo um físico – e você já
reparou que todo físico tem cara de doido?
E, em física, tudo que tem muita massa tem também
muita gravidade, atraindo as coisas para si.
Um buraco negro do tamanho de um núcleo atômico
pesaria 01 bilhão de toneladas... sim, é difícil compreender isto também, mas o
fato é que eles existem, e podem inclusive estar zanzando por aí.
Com relação a eles, foi proposto que tenham sido a
causa do já citado evento de Tunguska, quando um deles teria atravessado o
planeta.
Contudo, nada foi relatado do outro lado do mundo,
onde ele deveria ter saído.
Além do mais, saberíamos se fôssemos atingidos por
um: ao atravessar o planeta, o dito cujo faria nosso núcleo vibrar em ondas
simetricamente esféricas, fazendo o mundo todo (todinho)
sofrer um terremoto de igual magnitude, embora
imperceptível para nós – apenas os sismógrafos o registrariam.
Algo que jamais aconteceu.
Calcula-se que isto até aconteça, mas a intervalos
de 10 milhões de anos.
Ai, mamãe!
Vão ligar o LHC lá na
Suíça! Uiiii...
A alguns anos atrás, quando o Grande Colisor de
Hádrons (LHC, na sigla em inglês Large Hadrons
Colider), a maior máquina já construída pela humanidade,
foi terminado, muitos tentaram impedir seu funcionamento alegando que isto
poderia gerar um buraco negro capaz de destruir a Terra e mesmo o universo
inteiro.
Mas aqui também não há motivo para pânico, ao menos
não imediato: um dos maiores gênios (se não for o
maior) da atualidade nos garantiu de que não há perigo em se ligar o LHC.
E ele, talvez mais do que ninguém, tem todo
interesse em ver a máquina funcionando e aumentando ainda mais o conhecimento
da humanidade acerca do universo – e da própria natureza dos buracos negros,
dos quais ainda se sabe tão pouco.
Pô, legal... então se um mini-buraco negro cair
aqui não será o nosso fim.
Mas... e se fosse um buraco negro grande?
Primeira coisa, ele não cairia aqui – nós é que
cairíamos nele.
Isso porque o conceito de "grande"
neste caso é bastante curioso...
um buraco negro do tamanho de uma bolinha de
golfe teria mais massa que o planeta Terra inteiro, então seria ele que nos
puxaria,
fazendo com que começássemos a orbitar ao seu
redor.
O primeiro sintoma para nós seria o fim dos
dias e noites do jeito que conhecemos.
Quanto mais rápido a Terra girasse em volta
dele, mais curtos seriam esses períodos.
Depois, continuaríamos sendo puxados, nos
aproximando dele num caminho em forma de espiral.
Quando a Terra chegasse à borda do buraco, a
atração num lado seria tão maior que no outro que o planeta arrebentaria.
E a matéria que antes formava a Terra ficaria
toda esticada, até se transformar em uma nuvem comprida e enrolada ao redor do
buraco.
Antes de ser tragado, o ex-planeta acabaria com
um formato espiralado similar ao da nossa galáxia – que por sinal, está agora
mesmo girando em volta de um buraco negro.
Só que imenso, que pode ter um diâmetro quase
130 vezes maior que o do Sol.
Agora pense: se um buraco negro do tamanho de
uma bolinha de golfe tem mais massa que nosso planeta inteiro, a idéia de um
universo inteiro concentrado num único ponto, como nos sugere o Big Bang,
já não parece mais
tão absurda assim, não é?
De qualquer maneira, trombando com meteoro,
recebendo disparo de raios gama ou tomando rajada de alguma supernova, a Terra
vai sim ser destruída por um cataclisma cósmico.
Não se trata de se ou quando, é 100% certo que VAI acontecer e,
ironicamente, o responsável vai ser justamente
aquele que permite ao nosso planeta abrigar vida: nós – e toda a vida do planeta Terra – seremos exterminados
com a MORTE DO SOL.
Se o Sol morrer, a Terra vai junto.
Nada a ver com as ejeções de massa coronal das tempestades solares... isso só ganha
espaço na mídia por 02 razões:
01) destrói satélites, estações de rádio e
equipamentos eletrônicos,
e
02) origina as maravilhosas auroras boreais lá nos céus da Escandinávia.
Enfim, causam apenas danos materiais, e não é
sobre isso que estamos tratando aqui.
Idem aos pulsos eletromagnéticos, trazem
prejuízos materiais e econômicos enormes, mas ninguém morre diretamente por
causa deles.
A humanidade passou centenas de milhares de
anos sem tecnologia artificial alguma e, ainda que a níveis extremamente
primitivos, pode muito bem voltar a viver sem ela.
A estrela ficará tão imensa que seu equador
alcançará a órbita de
Marte!
A disgracera se dará da seguinte
maneira: como toda estrela, nosso astro-rei também tem um ciclo de "vida".
No momento, ele encontra-se na fase anã amarela
de sua existência, algo como um "trintão".
Mas conforme envelhece vai gradualmente
perdendo combustível, e quando o hidrogênio do núcleo for totalmente consumido
ele vai começar a queimar o material das camadas mais externas, o que fará com
que cresça inimaginavelmente até se transformar numa supergigante vermelha.
E vai ser quando essa fase se iniciar que a
Terra irá pras cucuias.
Em no máximo 1,5 bilhão de anos, com o aumento
da atividade solar (e da temperatura na superfície) os oceanos do planeta vão evaporar – e todas as formas de
vida que porventura ainda estiverem aqui serão totalmente aniquiladas.
Em 05 bilhões de anos, o sol estará tão
monumentalmente grande que os planetas mais próximos,
Mercúrio e Vênus, se espiralarão em direção à estrela e
provavelmente serão vaporizados.
De nossa linda Terra, restará apenas uma bola
de rocha incandescente e liquefeita, sem qualquer relevo ou indício de vida.
Tudo será completamente destruído.
Mas fique tranquilo!
Já teremos desaparecido daqui muitíssimo antes
disso.
Depois dessa fase, quando até as camadas
exteriores forem finalmente consumidas, o sol ficará muitíssimo pequeno e se
transformará em uma fria, escura e totalmente sem graça estrela anã branca, encoberta pela nuvem de poeria e gases resultantes de seu próprio
desgaste: uma nebulosa.
E ainda vamos ter sorte por isso!
Não sendo uma estrela massiva, o sol não
chegará a explodir como uma supernova e nem sucumbirá a si mesma como um buraco
negro.
Prepare-se: Gliese-710 está chegando...
E tem muita coisa que nós nem sequer fazemos
idéia que existam nesse universo gigante.
E outras que, apesar de já conhecidas ou ao
menos teorizadas, são tão estranhas que nem conseguimos imaginar!
Astros que, de uma hora pra outra, simplesmente
se direcionam para um lugar totalmente fora de sua órbita de repente.
Já falei sobre como isso pode acontecer com os
cometas, mas mesmo planetas e até estrelas podem, de uma hora pra outra, sair
andando por aí!
E se não nos impactarem diretamente, podem
acabar provocando distúrbios em sua passagem com potencial para nos causar
muita dor de cabeça.
São os ASTROS NÔMADES.
A estrela-anã Gliese-710 é um bom exemplo: ela está vindo pra cá neste instante, e astrônomos prevêem
que ela, que hoje encontra-se na constelação da Serpente, a 63 anos-luz de
distância, pode chegar a apenas 01 ano-luz de nós dentro de 1,4 milhão de anos.
Ainda pode parecer longe, mas vai ser tão perto
que gerará perturbações gravitacionais na Nuvem de Oort, e aí nós tamo fu,
porque lá tem, por baixo, uns 100 bilhões de
núcleos cometários...
centenas de milhares dos quais, por causa desse
distúrbio, serão lançados em nossa direção.
E claro, não podemos deixar que considerar a
hipótese de aniquilação por FORÇAS EXTRATERRESTRES.
Não é nada absurdo mas, como (ainda) não temos nenhum indício de vida fora da
Terra, pouco podemos conjecturar à respeito.
Por isso, sobre este assunto deixo vocês com as
palavras de alguém que provavelmente entende mais sobre o assunto
do que qualquer outra pessoa viva no planeta:
"Nós
só temos que olhar para nós mesmos para ver como vida inteligente pode evoluir
para alguma coisa que não gostaríamos de encontrar.
Se
os alienígenas nos visitassem, as consequências seriam semelhantes às quando
Colombo desembarcou na América, algo que não acabou bem para os nativos."
Parece que o desenvolvimento da racionalidade é
fator negativo para a vida, seja na Terra ou em qualquer outro lugar.
Que ironia.
Se você já tinha se achado insignificante lendo
o artigo sobre desastres naturais, agora certamente está se achando pífio, nulo.
E para o universo, você ainda é menos que isso.
Que nós vamos desaparecer não se tem mais
dúvidas.
Só não sabemos como nem quando.
Mesmo que nada aconteça em milhões de anos, o
sol vai dar cabo de nosso planeta em bilhões.
E mesmo que consigamos escapar à agonia de
nossa estrela, não devemos nos esquecer de que o próprio universo pode ter um "tempo de vida" e entrar em
colapso.
A questão tempo é relativa nesse caso.
Os links de hoje estão aí:
Como dito antes, a única catástrofe que temos
certeza que vai acontecer é aquela que acompanhará a agonia do sol.
Tudo bem, só daqui a muito tempo e
provavelmente bem depois do último ser humano sumir daqui, mas ainda assim vai.
Contudo, muito antes disso, sempre poderemos
estar à mercê de algum perigo desconhecido – e dentre estes, o que mais mete
medo certamente é o Galactus!
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