segunda-feira,
6 de agosto de 2012
INTRODUÇÃO À
AGRICULTURA NATURAL...
NOTA DESTE BLOG SOMOS AS SEMENTES ESTELARES
PARA QUEM TEM ESPAÇO EM SUA CASA, BEM UTIL ESTA POSTAGEM......
BOM DIA!
Para quem pode e tem
espaço e/ ou um amigo que tenha, segue uma boa
orientação já em 1949.
INTRODUÇÃO À AGRICULTURA NATURAL
Em geral as pessoas não conseguem aceitar minha tese sobre a Agricultura
Natural.
Ficam pasmadas com ela, pois acham que é uma visão completamente
diferente em relação à agricultura.
Mas a verdade é que não só os produtos agrícolas, mas o próprio homem se encontra
intoxicado pelos adubos.
Muitos depositam confiança na tese por ser minha.
Apesar disso, colocam-na em prática meio temerosos, experiência
confessada em todos os relatórios.
Antes, porém, da colheita, ocorre uma surpreendente mudança na plantação e
conseguem-se excelentes resultados, superando todas as expectativas.
É desnecessário afirmar que "mais
vale um fato que cem teorias".
Creio que, em conseqüência dessa importante descoberta, não apenas
ocorrerá uma grande revolução na agricultura japonesa, como também poderá
haver, um dia, uma revolução na agricultura em escala mundial.
Sendo assim, esta grande salvação da humanidade será uma boa-nova sem
precedentes; para a nossa Igreja, entretanto, cujo objetivo é a construção do
Paraíso Terrestre, não passará de algo mais do que óbvio.
Para explicar o que é a Agricultura Natural, vou
partir do seu princípio básico.
Em primeiro lugar, o que vem a ser o solo?
Sem dúvida, é uma obra do Criador e serve para a cultura de cereais e
verduras, importantíssimos para a manutenção da vida humana.
Por conseguinte, sua natureza é misteriosa, impossível de ser decifrada
pela ciência da matéria.
A agricultura atual, sem saber, acabou tomando o caminho errado e, como
conseqüência, menosprezou a força do solo, chegando à errônea conclusão de que,
para se obterem melhores resultados, deveria haver interferência humana.
Com base nesse raciocínio, passou a utilizar estercos, adubos químicos,
etc.
Dessa maneira, a natureza do solo foi pouco a pouco se degradando,
sofrendo transformações, e a sua força original acabou diminuindo.
Contudo, o homem não percebe isso e acredita que a causa das más
colheitas é a falta de adubos.
Assim, utiliza-os em maior quantidade, o que reduz ainda mais a força do
solo.
Atualmente o solo japonês está tão pobre, que todos os agricultores
lamentam o fato.
Vou mostrar como são temíveis os adubos
artificiais:
1 – O maior
problema, talvez, é o aparecimento de pragas.
Sem pesquisar as causas dessa ocorrência, concentra-se todo o empenho no
sentido de combatê-las.
Mas é provavelmente por desconhecerem a causa das pragas que os
agricultores se empenham na sua eliminação.
Na verdade, elas surgem dos adubos, e o aumento das espécies de pragas é
decorrente do aumento dos tipos de adubos.
Os agricultores desconhecem, também, que os pesticidas, ainda que
consigam eliminá-las, infiltram-se no solo, causando-lhe prejuízos e
tornando-se a causa do aparecimento de novas pragas.
2 – Absorvendo
os adubos, as plantas enfraquecem bastante e tornam-se facilmente quebradiças
ante a ação dos ventos e das águas. Como ocorre a queda das flores, os frutos
são em menor quantidade.
Além disso, pelo fato de as plantas alcançarem maior altura e suas folhas
serem maiores, os frutos acabam ficando na sombra, o que, no caso do arroz, do
trigo, da soja, etc., faz com que a casca seja mais grossa e os grãos sejam
menores.
3 – A amônia
contida no estrume e o sulfato de amônia e outros adubos químicos são venenos violentos
que, absorvidos pelas plantas, acabam sendo absorvidos também pelo homem; mesmo
que seja em quantidades ínfimas, não se pode dizer que eles não façam mal à
saúde.
A própria Medicina tem afirmado que, se suspendessem por dois ou três
anos a utilização de esterco como adubo, o problema de lombrigas e outros
parasitas deixaria de existir.
Também nesse aspecto verificamos o fabuloso resultado da Agricultura
Natural.
4 –
Ultimamente, o preço dos adubos tem aumentado muito,
de modo que a despesa que se tem com eles quase empata com a receita
oriunda da venda da colheita, o que acaba forçando a sua venda no mercado
negro.
5 – O trabalho
que se tem com a compra e a aplicação de adubos e inseticidas é excessivo.
6 – Os
produtos obtidos através da Agricultura Natural são mais saborosos e
apresentam melhor crescimento, sendo maiores que os produtos obtidos com
adubos.
Sua quantidade também é maior.
Com o que acabamos de expor, creio que os leitores puderam compreender
como são temíveis os tóxicos dos adubos e como é melhor o cultivo que não os
utiliza.
Não seria exagero afirmar que se trata de uma revolução jamais vista na
agricultura japonesa.
Vou, agora, mostrar em que consiste o método e os resultados que obtive
através da minha própria experiência e dos relatos feitos por pessoas que já
experimentaram esse tipo de cultivo.
Antes, porém, gostaríamos de perguntar:
Quantas pessoas conhecem realmente o sabor das verduras?
Diríamos que pouquíssimas.
Isso porque não há verduras em que não tenham sido utilizados adubos
químico e esterco.
Absorvendo esses elementos, os produtos acabam perdendo o sabor atribuído
pelos Céus.
Se, ao invés disso, fizermos com que absorvam os nutrientes da própria
terra, eles terão seu sabor natural e, portanto, serão muito mais saborosos.
Como aumentou o meu estado de felicidade após conhecer o sabor das
verduras cultivadas sem adubos!
Além do dinheiro e da mão-de-obra que se poupa, fica-se livre do mau
cheiro e da transmissão de parasitas, as pragas diminuem e o sabor e a
quantidade dos produtos aumentam.
Enfim, matam-se sete
coelhos numa só cajadada.
Não posso me calar diante de problema tão grave.
Gostaria de comunicar esta boa-nova a todos e compartilhar dos seus
benefícios.
Qual é a propriedade do solo?
Ele é constituído pela união de três elementos –terra, água e fogo–
os quais formam uma força
trinitária.
Evidentemente, a força básica responsável pelo crescimento das plantas é
o elemento terra; o elemento água e o elemento fogo são forças auxiliares. A qualidade do solo é um fator
importantíssimo, pois representa a força primordial para o bom ou mau resultado da colheita.
Portanto, a condição principal para obtermos boas colheitas é a melhoria
da qualidade do solo.
Quanto melhor for o elemento terra, melhores serão os resultados.
O método para fertilizar o solo consiste em fortalecer sua energia
Para isso, é necessário, primeiramente, torná-lo puro e limpo, pois,
quanto mais puro o solo, maior é a sua força para o desenvolvimento das
plantas.
Acontece, porém, que até hoje a agricultura considera bom encharcar o
solo com substâncias impuras, contrariando frontalmente o que foi exposto
acima, donde se pode concluir o quanto ela está errada.
Para explicar esse
erro, usarei a antítese, o que, penso eu, ajudará a compreensão dos leitores.
Desde a antigüidade os adubos são considerados como elementos
indispensáveis ao plantio, mas a verdade é que quanto mais os agricultores os
aplicam, mais eles vão matando o solo.
Com a adubagem, conseguem-se bons resultados temporariamente; pouco a
pouco, no entanto, o solo vai ficando intoxicado, tornando necessário o uso de
mais adubos, para a obtenção de boas colheitas.
Assim, quanto maior for a quantidade de adubos, mais contrários são os
resultados.
Quando a colheita do arroz começa a declinar, os rizicultores acrescentam-lhe
terra tirada de locais onde não foram utilizados adubos.
Com isso, a colheita melhora durante algum tempo.
Nessas ocasiões, eles se baseiam num raciocínio errado, interpretando
que,
como cultivam ano após ano, a plantação absorve os nutrientes do solo,
causando o empobrecimento deste.
Esquecem, entretanto, que isso ocorreu devido à utilização de adubos.
Como nas novas terras a força vital é mais intensa, podem-se obter bons
resultados.
Deixando de lado as teorias, vou explicar, na prática, as vantagens da
Agricultura Natural.
Em primeiro lugar, uma das características desse tipo de cultivo é a
menor estatura das plantas.
No cultivo com adubos, elas crescem mais e têm folhas maiores;
tratando-se de plantas leguminosas, como dissemos antes, isso faz com que os
frutos fiquem à sombra e não tenham bom crescimento.
Ocorre, também, a queda das flores, trazendo como conseqüência a menor
quantidade de frutos.
No caso da soja, quando não se utilizam adubos consegue-se o dobro da
colheita, e nenhum grão se apresenta bichado; além disso, seu sabor é
incomparável.
Evidentemente, em outras espécies como ervilhas e favas obtém-se o mesmo
resultado, e a casca é bastante macia.
Outro aspecto digno de observação é a não-ocorrência de nenhum fracasso.
Muitas vezes um leigo resolve plantar batatas e colhe-as em pequena
quantidade e tamanho reduzido.
Nesses casos, é costume a pessoa se lamentar, dizendo que a colheita foi
péssima, mas ela não percebe que isso resultou do uso excessivo de adubos.
Interpretando os resultados de maneira errada, ou seja, atribuindo o
fracasso à pouca utilização de adubos, passa a usá-los em maior quantidade, o
que faz piorar ainda mais a situação.
Quando indagados a respeito, os especialistas e os orientadores, que não
percebem a verdadeira causa do problema, respondem de maneiras totalmente
desconcertantes, como por exemplo
"A causa está nas sementes, que, ou não eram boas ou foram semeadas
fora da época apropriada".
Ou então: "O problema foi causado pela acidez do solo".
As batatas plantadas sem adubos, no entanto, são muito brancas e
cremosas, possuem bastante aroma e agradam logo ao primeiro contato com o
paladar.
São tão saborosas que, a princípio, pensa-se que são de alguma espécie
diferente.
O mesmo acontece com o inhame e a batata-doce.
Esta última deve ser plantada em canteiros altos e em fileiras, entre as
quais deve haver uma boa distância, de modo que a planta receba bastante sol.
Assim, conseguir-se-ão batatas enormes e deliciosas, capazes de
impressionar qualquer pessoa.
Aliás, parece que os próprios agricultores não costumam adicionar muitos
adubos ao solo quando se trata de batata-doce.
Agora tecerei considerações a respeito do milho.
Seu cultivo sem adubos tem apresentado ótimos resultados.
Gostaria, portanto, de dar-lhe um destaque especial.
No início, por um ou dois anos, a colheita pode não satisfazer as
expectativas, visto que as sementes ainda contêm as toxinas dos adubos,
mas no terceiro ano os resultados já começam a aparecer.
Sem toxinas no solo nem nas sementes, o milho cresce com o caule bastante
forte, e suas folhas apresentam um verde vivo.
Caso cresça num local onde não falta água nem sol, apresenta espigas
longas, com os grãos tão bem dispostos que não há espaços vazios entre eles;
logo na primeira mordida se percebe que são macios e doces,
apresentando um sabor inesquecível.
Quanto aos nabos, são branquinhos, grossos, consistentes e doces, o que
os torna muito saborosos.
A aspereza e a acidez dos nabos são decorrentes das toxinas dos adubos.
Aliás, as verduras produzidas sem adubos apresentam boa coloração,
maciez e um aroma que abre o apetite, sendo livres de pragas.
Evidentemente, são mais higiênicas, pela não-utilização de esterco.
O que eu também gostaria de recomendar são as berinjelas.
Elas apresentam excelente coloração e aroma, casca macia e realmente dão
água na boca.
Em minha casa ninguém consegue mais comer berinjelas produzidas com
adubos.
Tratando-se do plantio de arroz, mistura-se palha cortada ao solo
alagado,
que, assim, se aquece, pois a palha absorve o calor.
Há, ainda, outro detalhe, já bastante conhecido: a água fria das
montanhas faz mal à plantação.
Por isso, devem-se fazer as valetas o mais rasas e longas possível, a fim
de aquecer a água.
Não se devem, também, fazer lagos no trecho intermediário, pois nestes,
devido à profundidade, a água não esquenta de forma adequada.
No caso do pepino, melancia, abóbora, etc., obtêm-se resultados como
jamais haviam sido conseguidos.
Quanto ao arroz e ao trigo, têm estatura baixa e apresentam excelente
quantidade e qualidade.
O arroz, sobretudo, tem brilho e consistência especiais, além de
excelente paladar, sendo sempre classificado como arroz de especial categoria.
Eis, portanto, as vantagens da Agricultura Natural.
Não poderia haver melhor boa-nova, principalmente para quem tem horta
caseira.
O manuseio de esterco não só é insuportável para os amadores, como também
traz o inconveniente de indesejáveis larvas de parasitas acabarem se hospedando
na pessoa.
Até agora, por desconhecimento desses fatos, trabalhava-se muito e no fim
se obtinham maus resultados.
No meu caso, por exemplo, apenas semeio as verduras e não tenho maiores
trabalhos a não ser, de vez em quando, remover o mato que começa a crescer.
Assim, obtenho excelentes verduras, e não há nada tão gratificante.
Como eu já disse, não há necessidade de adubos químicos nem de estrume,
mas é preciso usar compostos naturais em larga escala.
O mais importante, em
qualquer cultivo, é ter cuidado para que as pontas dos pêlos absorventes
cresçam livremente; para isso, deve-se evitar o endurecimento do solo.
O composto natural deve estar meio decomposto apenas, pois, se o estiver
totalmente, acaba endurecendo.
Aquele que é feito somente com capim decompõe-se rapidamente, mas o de
folhas de árvores demora muito mais, devido às fibras e nervuras, que são
duras; portanto, deve-se deixá-lo decompondo por longo tempo, até sua
suficiente decomposição.
A razão disso é que as pontas dos pêlos absorventes têm o seu crescimento
prejudicado pelas fibras das folhas utilizadas como compostos orgânicos.
Ultimamente dizem que é bom arejar a raiz das plantas, mas isso não tem
sentido, pois se é um solo que até deixa passar o ar, nele se processa o bom
desenvolvimento das raízes.
Na verdade, o ar nada tem a ver com isso.
Outro ponto importante
é o aquecimento do solo.
No caso das radicelas e dos pêlos absorventes das verduras comuns, basta
fazer uma camada de composto natural com mais ou menos 30 centímetros, numa
profundidade aproximadamente igual.
Tratando-se de nabo, cenoura, bardana ou outros vegetais em que se visam
as raízes, a profundidade deve ser compatível com o comprimento da raiz de cada
planta.
O composto à base de capim deve ser bem misturado com a terra,
utilizando-se o composto à base de folhas de árvores para formar o leito
abaixo do solo, como já foi explicado.
Esse é o ideal.
Ultimamente fala-se muito em solo ácido, mas a causa da acidez está nos
adubos.
Portanto, o problema desaparece quando se deixa de usá-los.
É muito comum evitar-se o uso do mesmo solo para culturas repetitivas.
Entretanto, eu tenho obtido ótimos resultados através delas (1).
E os resultados têm melhorado a cada ano.
Pode parecer milagre, mas há uma boa razão para isso.
Como tenho afirmado, para vivificar o solo e ativar sua força, é necessário fazer
culturas repetitivas, pois, com elas, o solo vai se adaptando naturalmente à
cultura em questão.
Quanto às pragas, com a eliminação dos adubos seu número poderá não
chegar a zero, mas reduz-se a uma fração do atual.
Os próprios agricultores afirmam que o excesso de adubos aumenta as
pragas.
Com relação ao fumo para charuto, sabe-se que o melhor é o produzido em
Manila e Havana.
Não apresenta folhas bichadas e tem excelente aroma; certa vez eu ouvi um
especialista no assunto dizer que na sua produção não se utilizam adubos.
A inexistência de insetos em folhas do mato e o excelente aroma que
algumas delas possuem são decorrentes da ausência de adubos.
Há um aspecto que deve ser observado: quando se introduz a Agricultura
Natural num local já tratado com adubos, não se obtêm bons resultados durante
um ou dois anos, porque a terra está intoxicada.
É como um beberrão que deixa de beber abruptamente e por algum tempo fica
meio atordoado.
O mesmo problema acontece com os fumantes inveterados quando, de repente,
suspendem o fumo, ou quando os viciados em morfina ou cocaína ficam sem estes
entorpecentes.
Deve-se, portanto, ter paciência por dois ou três anos; nesse espaço de
tempo e com a diminuição gradativa das toxinas de adubos no solo e nas
sementes, o solo começará a manifestar sua força.
Com as
considerações que acabamos de tecer sobre a Agricultura Natural,
os leitores deverão ter compreendido o quanto a agricultura tradicional
está errada.
Evidentemente, o novo método não tem nenhuma ligação com a fé,
bastando apenas utilizar-se os compostos naturais para se obterem
resultados revolucionários.
Devem, contudo, reconhecer que, somando-se a esse procedimento a
purificação do solo através da Luz de Deus, conseguem-se melhores resultados
ainda.
MOKITI OKADA.
10 de julho de 1949
POSTADO POR
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