BURACOS NEGROS DENTRO DE NÓS
MENSAGEM DE GERRIT GIELEN
QUINTA-FEIRA, 20 DE
NOVEMBRO DE 2014
Muitas pessoas constantemente se
bombardeiam com pensamentos negativos:
“Não posso
fazer isto, isto não é para mim, sou fraco, preciso me esconder porque sou
muito mau, o mundo não é um lugar seguro,
isto
provavelmente vai dar errado…” e
assim por diante.
Como acontece
isso?
Por que
fazemos isso?
O motivo desse comportamento
autodestrutivo é que todos nós, em algum momento desta vida ou de vidas
passadas, fomos traumatizados.
Traumas são experiências negativas
tão intensas que nossa personalidade não consegue lidar com elas; uma parte da
nossa consciência se “congela” e fica presa no tempo.
Tomemos
como exemplo alguém que, numa vida passada, vivenciou a ocupação do seu país
durante uma guerra.
Pessoas eram pegas nas ruas e, de
repente, desapareciam; havia a constante ameaça de violência e não se podia
sentir-se seguro em nenhum lugar.
A personalidade dessa vida passada
sofreu intensamente um medo avassalador e não conseguiu lidar com essa situação
pelo resto da sua vida.
Uma parte dessa pessoa foi
traumatizada e ficou presa no tempo, presa na realidade da guerra e continua
enviando mensagens à personalidade atual como se ainda estivesse na guerra:
“A vida é
perigosa, há muita violência ‘lá fora’, não se pode confiar nas pessoas,
você é
impotente.”
A personalidade atual não percebe que
esses pensamentos persistentes estão relacionados com uma realidade muito
diferente; ela simplesmente acredita nas mensagens e se acostuma a enxergar a
vida através dos olhos da personalidade traumatizada daquela vida passada.
Desconhecidos são vistos com
desconfiança, há sempre um mau pressentimento, um medo de violência e a crença
de que é melhor se trancar em casa porque, se sair, é possível que não volte
nunca mais.
O TRAUMA FUNCIONA COMO UM BURACO NEGRO
Nossa parte traumatizada é a maior
fonte dos medos que sofremos.
Observe que o medo sempre nos diz que
existe alguma coisa lá fora que é perigosa, hostil e prejudicial.
O medo nos faz focalizar o mundo
externo como fonte de nossos problemas, e não o próprio trauma.
Se você tiver pavor de cachorros e
estiver no mesmo ambiente que um cachorro,
toda sua consciência estará
concentrada nesse animal, excluindo tudo o mais que lá houver.
Mas, na maioria das vezes, o cachorro
não é o problema; a verdadeira questão é o seu medo de cachorro.
Se continuar focalizando o que está
fora de você, sua percepção ficará distorcida.
Seu foco está sempre naquilo que lhe
dá medo e, assim, você tende a vê-lo em todo lugar; seu medo exagera o perigo
real e você perde muita energia evitando-o
Este padrão reativo cria um círculo
vicioso; o medo reduz a sua percepção da realidade de tal modo, que ela parece
confirmar e justificar ainda mais os seus medos.
Ao ler o jornal, sua atenção é
automaticamente atraída para as notícias sobre cães que atacaram pessoas ou que
transmitem doenças infecciosas.
Ao caminhar pelas ruas, os cachorros
parecem olhar para você de forma ameaçadora, prontos para atacá-lo.
Este círculo vicioso mantém sua parte
traumatizada presa e essa parte sua não consegue se libertar enquanto esse
círculo não é quebrado.
Uma parte traumatizada da
personalidade, presa num círculo vicioso, pode ser vista como um buraco negro
dentro de nós.
Ela suga energia, ela suga a luz e
nos leva de volta ao passado, a momentos no tempo em que nossa consciência
ficou congelada e presa.
Eu mesmo tenho um medo inato de
viajar.
Quando viajei para a França neste
verão, eu sentia constantemente que o carro poderia quebrar e via sinais disso
em tudo.
Pouco antes de partirmos, o cinto da
minha calça quebrou – “Mau sinal”, pensei.
Na estrada eu notava carros quebrados
por todo lado.
Quando paramos para descansar num
estacionamento, eu pensei ter visto vestígios de óleo atrás do nosso carro.
No painel do carro, apareceu uma
mensagem dizendo para irmos a um posto trocar o óleo da caixa de câmbio (depois descobrimos que isso foi um erro do
computador do painel).
Em outro momento, reparei numas
ferramentas na parte de trás do automóvel, o que me fez achar que era sinal de
que ele precisava de conserto.
E assim por diante…
Durante a viagem, decidi voltar-me
para o meu interior, para o meu buraco negro. Lá eu vi um homem deitado à beira
de uma estrada, mas só podia enxergar suas costas.
Ao me aproximar dele, fiquei chocado;
vi que ele tinha sido apunhalado no rosto e nos olhos
Ele estava longe de sua casa, e as
pessoas dali não tinham confiado nele e fizeram isso com ele
O homem morreu pensando no seu lar e
desejando nunca tê-lo deixado.
No passado, eu raramente viajava e
nem dirigia um automóvel.
Pensava que tinha muitas boas razões
para esse comportamento, mas não tinha consciência do buraco negro dentro de
mim.
Agora, viajo constantemente e muitas
viagens que fazemos me trazem grande alegria.
Por todo o mundo, temos encontros
maravilhosos com pessoas que pensam como nós e gostamos de visitar lugares
bonitos na natureza.
É praticamente impossível discutir
com uma pessoa que esteja num buraco negro, isto é, que tenha uma percepção
estreita e baseada no medo de determinada questão.
Se você tentar, ela imediatamente lhe
apontará inúmeros “fatos” e razões que sustentam sua visão do mundo.
Ela se recusa a se abrir para a
possibilidade de que seu próprio medo – e não o mundo exterior – seja o verdadeiro
problema.
Está convencida de que seu medo é
causado por ameaças verdadeiras do mundo externo e, portanto, é razoável e
justificado.
Se você não concordar com ela, poderá
ter que ouvir que é você que está sendo ingênuo, recusando-se a ver os fatos
óbvios que estão bem diante do seu nariz.
Quanto maior o medo, mais rígidas e
firmes são as crenças.
Muitos sites da internet, que estão
cheios de previsões sinistras e teorias de conspiração, originam-se de buracos
negros no nível interno.
Buracos negros podem tornar-se tão
poderosos, que sugam e assumem toda a personalidade; em tais casos,
manifesta-se a paranoia (desconfiança extrema)
Tudo que as pessoas falam ou fazem é
interpretado de modo negativo, de modo que a comunicação normal se torna impossível.
Ameaças e conspirações são percebidas
por todo lado.
Amigos e familiares que tentam
quebrar o encanto dessas obsessões são vistos com se estivessem sob a
influência de forças maléficas.
A personalidade paranoica torna-se
completamente isolada e aprisionada dentro da sua própria mente.
Até certo ponto, todos nós sofremos
de paranoia
Quase todos nós temos algum buraco
negro interno, relacionado com uma questão em particular, que distorce nossa
percepção e nosso relacionamento com outras pessoas.
O QUE VOCÊ
PODE FAZER?
1. Perceba que existe um buraco negro
dentro de você.
O primeiro passo – e o mais
importante – é reconhecer que uma parte de você foi traumatizada e está lhe
enviando mensagens que não são corretas.
Sempre que perceber que seus pensamentos
são particularmente negativos, ou sempre que se sentir exageradamente
amedrontado com alguma coisa e esperar pelo pior, esteja preparado para
voltar-se para o interior de si mesmo, para o buraco negro, e encarar a parte
traumatizada.
Faça a si mesmo as seguintes
perguntas:
“Será que
existe um buraco negro dentro de mim?
Será que
existe uma parte traumatizada de mim que distorce toda a minha visão da
realidade?
Uma parte que
me fecha a todas as coisas boas e positivas que acontecem à minha volta?
A minha visão
da realidade e atitude para com as pessoas são baseadas no medo ou no amor?”
2. Entre no buraco negro.
Entre no buraco negro, não para
sofrer, mas para levar luz e amor a essa sua parte.
Faça uma imagem dessa parte
traumatizada.
Imagine, por exemplo, que ela é uma
criança perdida e perceba que ela precisa de muito amor e carinho
Conecte-se com essa criança, fite-a
nos olhos e sinta o que é necessário para que ela libere gradualmente o medo.
Toda vez que se pegar abrigando
pensamentos negativos, sentimentos sombrios ou medos irracionais a respeito da
vida, das pessoas ou da sociedade, tome coragem e vá para dentro de si mesmo.
Procure o buraco negro no seu
interior – a prisão da parte traumatizada.
Esteja presente como um anjo amoroso,
levando conforto, confiança, tranquilidade e luz.
3. Diga a verdade a si mesmo.
O Evangelho de João diz:
“A verdade
vos libertará.”
Palavras que são verdadeiras carregam
um poder imenso.
A verdade tem origem no amor e não no
medo.
Sinta o amor disponível no universo;
sinta o amor da mãe Terra pela humanidade;
sinta o amor dentro de você mesmo e
aproxime-se da sua parte traumatizada a partir desse amor.
A partir dessa fonte, formule algumas
sentenças curtas e repita-as frequentemente em voz alta.
Por exemplo:
- A vida é boa para mim.
- A Terra ama a humanidade e nos
ajuda.
- A humanidade está despertando e
tornando-se mais consciente da sua unidade; esta unidade está começando a se
manifestar em todos os lugares.
Verbalizar este tipo de mensagem
verdadeira é um instrumento poderoso quando se deseja abandonar pensamentos
baseados no medo.
Hoje em dia existe muita literatura
sobre “pensamento
positivo”.
As pessoas se postam diante do
espelho e começam a repetir afirmações positivas para si mesmas.
Isto só faz sentido se essas
mensagens forem verdadeiras; e elas são verdadeiras quando são baseadas no
amor.
Alguém pode repetir para si mesmo:
“Sou rico,
sou rico!”, na esperança de que a realidade se
ponha de acordo com sua intenção.
Mas será que
essa afirmação é baseada no amor?
Ou no medo da carência, no medo de que o universo não tome conta
dele?
Se este for o caso, a afirmação não
funcionará.
Antes de começar a repetir afirmações
incessantemente, volte à fonte.
Conecte-se com o amor no fundo do seu
coração e veja que mensagens vêm à tona.
Comece por amar a si mesmo e acolher
sua parte traumatizada.
Afirmações baseadas no medo não
funcionam.
Se a afirmação for correta, não é
realmente essencial que você a repita com frequência.
Já lhe aconteceu de alguém lhe dizer
alguma coisa que calou fundo em você, que lhe soou como uma verdade profunda?
Foi necessário
ficar repetindo essa mensagem o tempo todo?
Provavelmente não.
Se uma sentença é dita em voz alta
com a intensidade correta, não é preciso repeti-la tantas vezes.
Uma vez por dia é o suficiente.
Entretanto, o primeiro e mais
importante passo, neste processo de três etapas, é encarar honestamente o
buraco negro em seu interior.
Assim que perceber que o medo está
distorcendo sua percepção, você poderá começar a acolher esse medo com amor, e
a partir desse amor, encontrar afirmações que sejam verdadeiras e eficazes.
Por favor,
respeite todos os créditos ao compartilhar
© Gerrit Gielen 2014
Grata Vera!
Extraído de: http://stelalecocq.blogspot.com
http://despertardanovaconsciencia.blogspot.com.br/2014/11/buracos-negros-dentro-de-nos.html