JULIE PETERS“5 MANEIRAS DE OUVIR SEU
CORPO”QUINTA
FEIRA 21 DE AGOSTO DE 2025Seu
corpo faz parte de você por toda a vida.
Você está ouvindo o
que ele pede?
Você escuta seu
corpo?
Atende
às suas necessidades a cada momento ou encontra maneiras
de suprimir esses sinais para conseguir passar o dia?
Afinal,
o que realmente significa “ouvir” o corpo?
Ouvir
o corpo é uma prática poderosa de resgatar nossos corpos — e todo o nosso ser —
da rotina diária de todas as coisas que temos que fazer, seja para outras
pessoas, para o trabalho ou para sistemas dos quais participamos, mas sobre os
quais não temos controle, como o capitalismo.
Nosso
mundo geralmente é organizado para beneficiar aqueles de nós que não escutam
seus corpos: pessoas que usam cafeína ou outras substâncias para se manterem
acordadas e produtivas; que comem de acordo com dietas prescritas por outra
pessoa; cuja produtividade não muda no inverno escuro e frio ou no verão claro
e quente.
Às
vezes, é fácil sentir que estaríamos melhor se fôssemos robôs do que os animais
humanos que somos.
Pessoas
que ignoram seus corpos em nome da produtividade,
das
expectativas, da magreza, de agradar aos outros, de ganhar dinheiro ou de
qualquer outra coisa que nossa cultura nos diga ser importante se sairão bem
assim por um tempo, mas há um grande risco de colapso.
Quando
ignoramos consistentemente as necessidades de nossos corpos, podemos adoecer,
de forma aguda ou crônica.
No
entanto, vivemos em um mundo onde muitas vezes não podemos tirar um dia de
descanso quando precisamos, somos incapazes de escolher trabalhar mais horas
quando o dia é longo e menos horas quando é curto, e não podemos atender às
necessidades e caprichos do “animal macio de nossos corpos”, como Mary
Oliver os chamava.
Devemos
negociar as necessidades deste mundo com as necessidades de nossos corpos.
Algo
que pode ajudar é saber que a prática de ouvir o corpo é valiosa por si só,
mesmo que você não faça o que ele pede.
Reservar
um tempo para desacelerar e se concentrar na coceira ao redor dos olhos quando
estamos cansados, no mau humor repentino quando não comemos há algum tempo ou
na saudade intensa de dormir durante os dias sombrios de janeiro é importante —
mesmo que não consigamos atender a esses desejos imediatamente.
Conscientizar-se
de que nos sentimos cansados, mesmo que não consigamos desmaiar no meio do dia
de trabalho, ainda é importante.
Reconhecer
as necessidades do corpo pode inspirar uma escolha diferente mais tarde, como
ir para a cama um pouco mais cedo ou dizer não a um projeto adicional para o
qual sabemos que não temos tempo se também vamos descansar.
MEDITAÇÃO
MUNDFULNESS
Uma
maneira de ouvir o corpo é por meio da meditação mindfulness.
Tudo
isso envolve desacelerar e nos aquietar o suficiente para perceber como nos
sentimos fisicamente.
Nossa
mente pode ser muito boa em ignorar os sinais do corpo causados pela agitação e
pela ansiedade, o que nos dá tantas preocupações que não paramos para sentir o
que sentimos.
Quando
isso acontece, é muito útil parar de analisar e julgar o que sentimos e
simplesmente perceber: um peso nos ombros;
uma
sensibilidade no coração; um zumbido atrás dos olhos, como se houvesse muita
coisa em nossa mente.
Quando
praticamos mindfulness consistentemente, nos abrimos para aprender a linguagem
do corpo, que não é verbal nem intelectual, mas baseada em sensações e, às
vezes, em imagens.
No
início, pode ser como ouvir uma palavra de uma língua que não conhecemos,
apenas uma coleção de sons estranhos sem significado.
Mas,
com o tempo e a repetição, começamos a juntar pistas contextuais.
Por
exemplo, percebo que quando meu olho esquerdo treme, é porque passei muito
tempo com o Kevin, da Contabilidade.
Ou
quando meus pés estão inchados e quentes, a única coisa que ajuda é uma aula de
ioga suave.
A
prática simples de aprender a linguagem do seu corpo é individual e pessoal;
uma prática de intimidade consigo mesmo.
Mas
existem algumas dicas que podem ajudar a decodificar essas mensagens e, quando
você encontra maneiras de atender às necessidades que seu corpo sinaliza, pode
melhorar sua saúde geral, bem-estar, função imunológica e hormonal
—
e, sim, até mesmo sua produtividade no trabalho.
CONSCIÊNCIA
CÍCLICA
Uma
maneira de ajudar a decodificar as mensagens do corpo é pensar em como nossos
corpos tendem a responder às estações, ao clima e aos ciclos lunares.
Isso
é fácil de lembrar porque é muito intuitivo, e há correspondências fáceis de
manter em mente.
Primavera, lua crescente, fase
folicular e manhã:
Estes
são momentos em que a energia está crescendo. É o melhor momento para nos
exercitarmos, realizar tarefas e colocar em prática os projetos em que estamos
trabalhando.
Verão, lua cheia, ovulação e
meio-dia:
Estes
são os horários de pico e, embora em alguns casos isso signifique que estamos
com a energia no auge, na verdade é um bom momento para fazer uma pausa e
observar o que estivemos fazendo e, talvez, descansar um pouco.
Imagine escalar uma montanha: ao chegar ao topo,
você precisa sentar, apreciar a vista e colher os frutos do seu trabalho, em
vez de correr para descer.
Outono, lua minguante, fase
lútea, tarde e noite:
A
energia está diminuindo e é hora de encerrar, integrar e se preparar para o
descanso.
Integrar
lições, editar, aprimorar, reconsiderar e finalizar as coisas.
Inverno, lua nova, fase
menstrual e noite:
Descanse!
Pare,
pause, desacelere e não faça tanta coisa.
Durma
mais, se puder.
Pause
projetos, se possível.
Sonhe,
imagine, sinta, mas não faça.
Quando
nos atentamos a essas realidades cíclicas, tendemos a já estar alinhados com o
que nossos corpos desejam fazer.
Podemos perceber recompensas dessa forma: mais energia, mais
foco e produtividade, humor mais estável, tudo isso pode nos ajudar a trabalhar
com nossos corpos em vez de contra eles.
Sintonizando-se com as partes
do corpo
A
linguagem corporal tende a ser metafórica.
Temos
muitos clichês em nossa linguagem sobre o corpo e o significado emocional que
são, na verdade, bastante precisos.
Aqui estão alguns exemplos:
Dores de cabeça: Você tem muita coisa
na cabeça?
Dor no ombro: Você está carregando
o peso do mundo nos ombros?
Dor no pescoço: Alguém ou alguma coisa está
te incomodando?
Dor na lombar: Você está se esforçando
para ajudar alguém?
Pense
na função do corpo que está prejudicada.
É uma parte do corpo
que filtra ou digere?
Ela
ajuda você a se comunicar ou se expressar, ou permite que você se mova?
Que
ações essa deficiência impede você de realizar ou que ações ela o força a
realizar?
Há
informações muito úteis nessas respostas sobre como você pode precisar se
reequilibrar.
AUTOCONSENTIMENTO
Consentimento
é o conceito de fazer (ou não fazer)
algo com a permissão de alguém.
Se
você considera seu corpo como uma entidade que pode consentir, pergunte-se o
que você está fazendo que seu corpo pode estar dizendo não, bem como o que ele
pode estar dizendo sim.
Trate
seu corpo como um bom amigo, cujos pensamentos, sentimentos e conforto você se
importa, e considere pedir seu consentimento antes de participar de uma
determinada atividade.
Você
pode se surpreender com a quantidade de informações disponíveis.
Quando
seu corpo pede que uma necessidade seja atendida
— aliviar-se, comer, tirar uma soneca, passar
protetor labial — atenda essa necessidade da melhor maneira possível.
Reserve
um momento para observar a leve acomodação em seu corpo quando uma necessidade
que ele pedia é atendida.
Esta
é uma prática simples que você pode fazer para entrar em contato com seu corpo
e se aliar a ele com gentileza e cuidado.
Negociando o Corpo com a Vida e
o Trabalho
Claro,
não podemos fazer tudo o que o corpo nos pede.
Às
vezes, o corpo tem necessidades conflitantes ao mesmo tempo, como quando você
precisa dormir mais, mas também precisa sair da cama para fazer xixi.
Também
temos outras responsabilidades na vida — obviamente, não podemos tirar um
cochilo no momento em que nos sentimos cansados no meio de uma reunião.
Mas
podemos nos tornar mais conscientes das necessidades do nosso corpo e encontrar
maneiras de atendê-las, de pequenas ou grandes maneiras.
Para
viver uma vida que nos permita ouvir o corpo, precisamos de um tempo de
silêncio consistente para permitir a lentidão.
Isso
pode ser feito por meio de meditação, diário, caminhadas tranquilas ou mais
espaço entre consultas.
Às
vezes, precisamos reordenar prioridades ou pedir ajuda para não assumirmos
tarefas demais e termos espaço para cuidar do nosso corpo.
Pode
parecer muito difícil, até contracultural, fazer isso no início.
Mas
isso beneficiará o único relacionamento que permanecerá com
você até a morte: o seu relacionamento com o seu corpo.
Autor/Canal:
Julie Peters
Fonte Primária: https://www.spiritualityhealth.com
Fonte Secundária: https://eraoflight.com
https://www.sementesdasestrelas.com.br/2025/08/julie-peters-5-maneiras-de-ouvir-seu-corpo.html




