quinta-feira, 20 de
junho de 2013
MANIFESTO COMPLETO
São Paulo, 25 de maio de 2013.
INTRODUÇÃO
Há alguns dias, começamos a divulgar
a primeira parte deste manifesto, que sintetiza a proposta de ação coletiva.
Hoje, divulgamos o manifesto
completo, contendo uma segunda parte, que se destina a explicitar o raciocínio
que orienta a ação coletiva.
Enquanto apenas a primeira parte seja
necessária para que se possa AGIR, o entendimento da segunda parte é
relevante, especialmente para aqueles que nos
dias atuais têm se dado a missão de ajudar no despertar de outros seres.
E se, para AGIR e compartilhar, basta o entendimento
da primeira parte, para haver o mínimo sentido num debate acerca do manifesto,
a leitura e compreensão da segunda parte torna-se absolutamente indispensável.
Mensagem de Ação Coletiva
E SE NÓS parássemos o mundo?
Apenas por um tempo, apenas por 2 dias?
Começando na sexta à noite, e indo até o
domingo à noite?
Todos nós já vivemos momentos em que
simplesmente queríamos que algo parasse.
Que por um breve tempo que fosse,
parasse todo o consumismo, todo o nervosismo,
toda a correria.
Todo o stress e todo abuso.
E se fosse fácil, assim, de um modo
que qualquer um saiba o que fazer:
NADA.
Nada que se pague, nada que se
consuma, nada que estresse, nada que gaste.
E se todos ficássemos em casa, sem
ligar o carro, sem comprar pão, sem ir à rua,
E todos nós usássemos esse tempo
apenas para estar com quem amamos, ler os livros que já temos, cantar as musicas que gostamos?
E se muitos de nós usássemos esse tempo
para meditar, orar, pedir, pensar?
E se muitos de nós usássemos esse
tempo para desligar a TV, as luzes, os filmes,
deixássemos os jornais na porta, do lado de fora?
E se aqueles de nós que tem filhos
dissessem a eles sobre o que se trata, para que eles também brinquem com o que
já tem e não precise ser ligado na tomada?
E se muitos de nós usássemos esse
tempo para olhar nos olhos e para olhar para dentro,
verdadeiramente?
Se alguns de nós usassem esse tempo
para dormir, profundamente, muitas e
muitas horas?
E se desligássemos os celulares e os
telefones e não respondêssemos emails nem
ligássemos o computador?
E se muitos entre nós não usassem
nenhuma forma de energia elétrica, e outros ainda,
fizessem um jejum?
E se, muitos de nós fazendo isso,
pudéssemos dizer ao MUNDO:
eu quero que isso PARE.
EU QUERO QUE ISSO MUDE.
E se isso fosse, com o tempo,
crescendo e se transformando numa mensagem REALMENTE
PODEROSA?
E se muitos outros, como nós, pudessem entender essa mensagem?
E se da primeira vez fôssemos
centenas... na segunda vez fôssemos milhares, e na terceira vez.. MILHÕES...
E se isso pudesse COMUNICAR ao MUNDO uma mensagem
CLARA, SIMPLES
A DE QUE QUEREMOS VIVER DE OUTRO MODO
Mais simples.
Mais fácil.
Mais verdadeiro
E se isso fosse tão fácil quanto apenas
FAZER ISSO?
E se ao invés de dizer que gostou da
idéia, você a compartilhasse com TODOS que você
conhece?
E se ao invés de apenas falar a
respeito, você FIZESSE ISSO?
E se o mundo começasse a MUDAR ao ver que milhões querem exatamente
isso?
Mensagem aos Formadores
Queridos, muito queridos:
Esta semana começamos a apontar uma direção de Ação bastante
importante
Importante porque ela oferece uma resposta quanto àquilo que
pode ser FEITO pelas pessoas, no sentido de retomar suas conexões reais e
verdadeiras, ao mesmo tempo em que fazem uma declaração, embora
silenciosa, poderosa ao mundo.
O poder dessa Ação, em
temos do aspecto coletivo do mundo, reside na soma, no compartilhamento, na
criação da massa critica necessária.
Entretanto, exercitar esta resposta, mesmo antes que ela
aconteça com seu pleno potencial; traz inegáveis benefícios no aspecto de cada
uma das individualizações que a executa.
Para todos aqueles que já buscaram sugerir ou indicar caminhos
de ação para as pessoas, fica claro, rapidamente, a grande dificuldade que
separa, na maioria dos seres, o conhecimento da ideia (Teórica) da
efetiva ação manifesta no mundo.
É sempre com grande dificuldade que as pessoas, em geral,
conseguem FAZER algo que esteja fora do roteiro normal de suas
vidas cotidianas.
E isso, em si é um problema, porque é preciso romper com a ação
impensada e automática para alcançar uma compreensão mais ampla do que a visão
distorcida da mente pequena do homem.
É preciso a re-conexão, e para isso é preciso o silencio
interior.
Para chegar ao silencio interior, é preciso CESSAR o fazer
constante e principalmente o barulho mental que acompanha a vida
no "piloto automático".
No aspecto coletivo, sabemos o quanto é difícil mover os grandes
volumes de pessoas.
Os impedimentos práticos que elas enfrentam no dia a dia são,
para as pequenas consciências que se manifestam através das barreiras da
matéria,
desafios difíceis de vencer.
Adicionalmente, é preciso que aquilo que seja solicitado tenha
um caráter absolutamente inclusivo, ou seja, permita a participação de todos os
seres,
bastando-lhes a necessária vontade, e nada mais.
Assim é com a forma de re-conexão que
chamamos meditação, não é mesmo?
Qualquer individualização pode meditar (orar,
acessar o espaço do coração, ou como prefiram nomear) porque
NADA é necessário ou requerido; nada deve ser comprado ou adquirido,
nenhuma condição externa é indispensável para o ato.
Reflitam nessa absoluta igualdade contida na meditação.
São muito poucos os atos no mundo que igualam totalmente as
pessoas.
No momento em que se medita, todas as características e valores
mundanos perde o significado.
Aquele que tem recursos, dinheiro, prédios – no
momento de meditar, tem exatamente as mesmas condições e oportunidades e
dificuldades que aquele que nada tem de material.
Como nos mostram os muitos exemplos de mestres indianos, aliás,
talvez a condição de possuir muitas coisas materiais seja inclusive algo que
aumenta dificuldades, pois a maioria dos que possuem muito, tem muitos apegos
neste mundo.
O fato, para além de qualquer interpretação é que o mundo não
reflete o que QUEREMOS (individual ou coletivamente), mas
reflete, perfeitamente,
o que FAZEMOS coletivamente.
Assim como o que NÃO FAZEMOS.
Esses aspectos estão presentes na ideia proposta, que é uma
forma de exercitar aquilo que Lao Tzu chamou de WU-wei; ou "Agir pelo não agir".
Quando pedimos às pessoas que simplesmente deixem de agir,
temporariamente, estamos apontando uma direção que pode
tornar-se um caminho para muitos, e cumprir, realizar, no mundo, papéis
fundamentais:
Primeiro: no nível individual, a abertura
de um tempo de silenciar e experimentar um primeiro passo de re-conexão a si
mesmo.
No nível da convivência com aqueles que compartilham um lar,
provê a oportunidade da interação verdadeira, sem a mediação de todos os
aparelhos,
sons e imagens externas que tanto causam extrema distração.
Que isso seja atingido por alguns períodos, mesmo
temporariamente, mesmo que como estado de exceção, é, em si e para muitos, já
uma grande conquista nesses tempos tão turbulentos.
Segundo: porque baseado no princípio do Agir
pelo não agir, cria uma oportunidade que pode ser aproveitada por todos, ao
menos em seu tempo livre, ao menos nos dias em que não estão dedicados ao
trabalho e à busca do seu sustento.
Pedir àquele que trabalha que deixe de trabalhar é um caminho
certo para o insucesso de uma iniciativa, posto que a pequena consciência
raramente consegue desligar-se de seus apegos e dúvidas de ordem material.
Ainda mais, vem ao encontro de uma exclamação que tantos fazem
com tanta freqüência hoje:
"eu gostaria que, mesmo que por
um tempo, tudo parasse".
Essa necessidade de repouso, de calma, está em basicamente todos
os corações hoje.
O modo que os homens vivem tornou-se insustentável e insuportável,
causador de males e doenças que absolutamente não o estariam atingindo, neste
nível epidêmico, sem a atuação do stress constante que enfraquece o sistema
imunológico.
O stress tornou-se uma ferramenta para manter os homens cativos
e num estado precário de saúde que é bastante peculiar: saudável o suficiente
para produzir e consumir para o sistema– mas doente o suficiente para "necessitar"
dos remédios e químicas vendidas para este fim, e fraco o
suficiente para render-se a todas as "distrações" e "alívios", sempre desenhados para criar
o consumo excessivo, apresentado e vendido como
"paliativo para todos os males".
A
primeira e mais importante "venda" do
sistema a ser eliminada é o próprio stress.
Somente o homem livre dele pode pensar, avaliar, estar saudável
e ter condições de escolher com consciência e vontade livre.
Terceiro: Quando se pede que algo seja feito,
ativamente, muitas problemas se interpõem.
Para ir a algum lugar, é preciso transporte.
Para muitos, é preciso roupas adequadas.
Para outros, é preciso estrutura para levar os filhos, ou um
lugar para deixá-los.
Se a ação se estende por várias horas, é necessário alimentar-se
longe de casa.
Vêem como todos esses fatores, de um modo ou de outro, exigem
meios e criam um consumo e uma série de limitações para aqueles
que não tenham os meios?
Pedir ao homem que fique onde está, não se transporte, evita
gastos e elimina atos de consumo por toda parte.
Pedir a ele que consuma aquilo que já tem em casa ajuda a
equilibrar desperdícios tão comuns hoje em dia – e também estimula que
as pessoas preparem juntas seu alimento, posto que terão tempo para isto...
E neste particular é importante ressaltar que os ATOS
wu-wei devem ser,
naturalmente, PONTUAIS e dirigidos para dias e
momentos em que o tempo seja do indivíduo.
Nos demais dias, ele continuará movendo-se, em contato com o
mundo,
freqüentando suas cerimônias e grupos, do mesmo modo.
Não sugerimos que as pessoas abandonem as práticas que fazem em
grupo
– ao contrario – essas
práticas são altamente positivas, quando voltadas para o auto-desenvolvimento e
relacionadas à importância da comunidade para o caminho do despertar; ao apoio
que os homens recebem uns dos outros.
É por ser um estado de exceção que o ATO
wu-wei é simples, e exige muito pouco de qualquer um.
Agora, examinemos um pouco mais o efeito desses atos, quando
multiplicados por grandes números de pessoas.
O verdadeiro anonimato
Sempre que se pede a alguém que faça algo, subscreva ou apóie
uma ideia ou vá a algum lugar, pede-se que ele se apresente, se identifique
como apoiador desta ideia.
Isso demonstra seu engajamento... mas permite que se crie modos
de reação a este engajamento.
Quebrando o anonimato, o homem está exposto a toda sorte de
possibilidades,
posto que pode ser identificado.
Nem todos terão essa disponibilidade e desapego, e isso impede a
criação de grandes números, da tão necessária massa critica.
É possível reprimir um protesto em qualquer lugar, discutir ou
invalidar afirmações, ameaçar ou processar pessoas, quando se pode identificá-las.
É possível retirar uma máscara, depois de deter um cidadão.
E devemos sempre lembrar que a ideia de que "não se pode prender todos os cidadãos" pode
ser válida; mas que CADA cidadão tem uma preocupação anterior
ao coletivo, que nasce dos seus apegos pessoais: a preocupação com o fato que
se pode facilmente prender UM cidadão, e a conseqüente preocupação
de que este cidadão seja ELE.
Quando se considera agir pelo não agir, o
resultado é que não se pode mais distinguir o ativista altamente engajado na
causa em relação àquele que, alheio a tudo, apenas dorme em sua casa
Somente a impossibilidade de identificar (e
provar) que um determinado cidadão esteja, num determinado momento,
engajado em alguma causa,
simplesmente porque ele está em sua casa, tendo nada específico
como atividade, concede o verdadeiro anonimato.
Absoluta liberdade e inclusão
Engajar em massa exige um caminho que elimine as diferenças e
trabalhe apenas com as semelhanças, aquilo que todos tem como pontos em comum.
Pedir a um cristão que tome parte numa cerimônia budista, ou
pedir a um agnóstico que ore não vai ajudar a unir as pessoas, porque
isso ressalta suas diferenças.
Pedir a cada um que não consuma, que fique em sua casa, fazendo
aquilo que lhe aprouver, aquilo que lhe é caro e familiar, é unir
de fato pelas semelhanças.
Sugerir que se use este tempo para re-conectar a si mesmo e aos
seus, é igualmente trabalhar com semelhanças.
Pode-se argumentar que algumas crenças exigem o comparecimento a
um local específico numa data específica – e aí caberá a cada um decidir o que
lhe indica sua consciência, posto que raríssimas são as pessoas que nunca
faltaram a uma só data religiosa por algum motivo ou outro.
Antes de tudo, a única coisa indispensável para
realizar o ATO wu-wei é a vontade para tal.
Ação coletiva
No aspecto coletivo, de massa, o ATO torna-se uma
mensagem poderosa.
Provavelmente acontecerá muitas vezes com pequenos números
envolvidos; e neste caso, trará benefícios para estas pessoas e seus grupos
diretos.
Mas ao persistir e divulgar, mais e mais pessoas engajando-se,
torna-se uma manifestação de grande importância.
Porque quando milhões cessam suas atividades e fecham-se em
casa,
consumindo o mínimo, isso envia um recado muito
forte, claro e relevante para as forças que controlam o atual panorama da
sociedade.
As empresas e governos não são afetadas pela ação de uma pessoa,
ou por cem pessoas.
Mas sabendo o papel fundamental das "leis de oferta e demanda" no
cenário atual, o potencial de rompimento que surge quando grandes números
aderem é inegável.
Cria-se um fato novo, um fator intencional coletivo a alterar o
padrão de demanda.
Por um período, cessa uma demanda que, de outro modo, estaria
lá.
Isso cria um alteração detectável no cenário econômico de uma
comunidade,
relativa ao tamanho e localização do ato.
Uma mensagem inequívoca e que não pode ser distorcida; porque é
uma mensagem que não depende de palavras.
E este é um ponto fundamental: toda mensagem que se utiliza de
palavras,
escritas ou discursadas, vai inevitavelmente encontrar
opositores, detratores,
discordantes – se não da ideia, ao menos de tais termos utilizados
na manifestação.
É um erro depender de palavras para comunicar-se com forças que
não tem olhos e ouvidos, e que utilizam a inconsciência das massas e a força
econômica como meio
Para comunicar-se e ser entendido, é preciso responder através
da mesma linguagem: o movimento consciente de grandes massas e sua conseqüente força
econômica.
Ainda mais importante
Uma vez que esse ato, como ferramenta para "unir as pessoas e enviar uma mensagem" seja
incorporada ao rol de possibilidades humanas, cria-se alguns fatores realmente
novos.
Terá sido criada:
Uma união efetiva das pessoas pelas suas semelhanças, por aquilo
que almejam em comum.
Um meio de comunicação clara das pessoas para a "ordem vigente", onde hoje só existe
comunicação efetiva no sentido oposto.
Um meio para as pessoas demonstrarem claramente que não darão o
seu apoio a determinadas ações.
Cenários
Agora, imagine por um instante que essa ferramenta esteja já
desenvolvida e que as pessoas a estejam utilizando no mundo todo.
Imagine que o governo de um pais A demonstre a intenção de
declarar guerra a outro pais, B.
Imagine que isso veio a público durante a semana, e que a partir
da sexta-feira seguinte, até o domingo, as ruas de ambos os países
ficaram simplesmente desertas, porque as pessoas não saíram de suas
casas, não foram às compras, não saíram para passear ou visitar os parentes.
Elas simplesmente PARARAM tudo
para mostrar que não aceitam a guerra.
Como discutir, argumentar com tal
demonstração tão clara?
E com quem discutir?
Como impedir?
E como não reconhecer os efeitos?
Como negar o que houve, se todos sabem,
pelo silêncio e a inatividade?
Como negar que as lojas que estavam
abertas não tinham clientes e não fizeram vendas?
(lembre-se, aqueles que estavam ligados ao trabalho,
talvez tenham ido ao trabalho, não nos cabe pedir a eles que se prejudiquem,
cabe apenas a eles considerar este assunto, até porque o objetivo não é criar
uma greve, que em si não representa nada novo... mas sim uma cessação do
consumo e da colaboração com o funcionamento social dirigido e estimulado pelo
consumo... )
Ou que os parques ficaram vazios e os
transportes circularam sem passageiros?
Como negar que as pessoas mostraram que
não querem participar desta guerra?
Como negar que durante aqueles dias,
houve um profundo vale nas vendas, na arrecadação de impostos e na economia em
geral?
Efeitos
No início, é preciso compartilhar e explicar a idéia.
Mas uma vez que isso comece a acontecer, as pessoas não
precisarão de uma organização central, ou liderança para que seja feito.
Os cidadãos, em qualquer Estado, criticam medidas e reclamam
direitos sem que seja preciso ninguém coordenar suas opiniões.
Apenas substituindo o FALAR pelo AGIR (no
caso, pelo não–agir) a coletividade criará o ato e a "parada"- que
será tão grande quanto o numero de pessoas que considera relevante a questão.
E mesmo em questões locais e não nacionais: imagine que numa
determinada cidade tenha sido imposta uma lei com a qual os cidadãos não
concordem: o ato realizado por dois dias na cidade, por um grande numero de
pessoas, vai exercer a pressão correspondente, proporcionalmente ao local.
Percebe aí a criação de uma expressão de
inteligência coletiva?
Que é auto-gerida, descentralizada,
simples; livre expressão das pessoas?
O efeito disso é que as pessoas poderão efetivamente começar a
AGIR coletivamente, alinhadas à ideia de que SOMOS TODOS UM e O MESMO.
Uma forma de fortalecer os vínculos de comunidade e coletividade
e representação.
Este é um passo essencial para a evolução.
Do mesmo modo que houve um tempo em que foram necessários
lideres,
instrutores e guias – e que hoje este papel deve
dar espaço para o autoconhecimento e a auto gestão evolutiva...
exatamente do mesmo modo, o delegar das nossas decisões coletivas a "representantes" precisa passar por uma
profunda revisão.
Precisamos assumir individualmente
nossas responsabilidades.
Fazer DIRETAMENTE nossas escolhas e COMUNICÁ-las
diretamente.
O sistema de representação de muitos por poucos teve o seu
tempo, cumpriu um papel, mas há muito degenerou em uma falsa representação na
maioria das comunidades humanas.
Tornou-se um sistema anacrônico, distorcido e pouco necessário.
Hoje, se é preciso consultar as pessoas, é possível consultá-las
diretamente,
há meios para isso.
E aqui, não afirmamos que não se necessite de organização, ou
que se deva eliminar todas as representações, mas apenas e tão somente, que é
preciso começar a rever a extensão dessa representação, a fim
de preservar representações apenas em pontos específicos, não permitindo a
completa condução e manipulação coletiva de muitos por poucos, como o sistema
atual realiza.
É muito simples entender que, por exemplo, um sistema de impostos
que é mantido apesar de 90% de uma população considerá-lo inadequado, é mantido
à revelia desta população, TEORICAMENTE pelos representantes desta mesma população.
Ou seja, na prática, esta população não está sendo representada:
está sendo manipulada e conduzida, apenas.
E conquanto não seja possível que milhões de pessoas elaborem um
complexo sistema de impostos, é absolutamente viável que milhões de
pessoas decidam qual é o teto máximo que pode ser cobrado em impostos, como
fração de seus ganhos.
É uma decisão objetiva sobre um número.
Milhões podem emitir sua opinião e participar da definição do
número que representa uma parte aceitável.
Mas não se deve esperar que essa iniciativa nasça de qualquer
outra parte,
senão da comunidade, interessada em retomar seu papel numa
representação verdadeira.
Somos todos UM
Percebam que, em termos de evolução, o objetivo dessa iniciativa
é iniciar o uso de uma inteligência de um tipo novo, coletiva, abrangente.
E que o uso desta inteligência é que possibilita o seu
desenvolvimento e aprimoramento.
Podemos indicar – e estamos indicando - como isso pode ser
iniciado – mas a extensão das conseqüências que essa mudança trará só
poderá ser avaliada depois que essa inteligência seja colocada em uso.
Certamente, ela terá efeitos muito mais profundos do que aqueles
que podemos imaginar do atual ponto de vista – que é o de inteligências
individuais relativamente desconectadas.
A simples intenção focal de "entender,
compartilhar e fazer parte" de uma
inteligência coletiva produz modificações que ainda não são conhecidas de todos,
embora o homem hoje já comece a conhecer o poder das intenções e da consciência
em alterar e projetar-se na realidade à sua volta.
Neste sentido, de influenciar; produzir a realidade à sua volta,
é tempo de entender que é preciso tomar para si a responsabilidade de produzir
os efeitos que se espera.
No novo mundo que se apresenta, não cabe mais, como antes,
simplesmente aguardar que os efeitos daquilo que já foi chamado Karma aconteçam.
Há novos princípios em funcionamento, e um deles, de enorme
importância, é que nesse tempo de amadurecimento da humanidade, cabe a
cada individualidade agir de acordo para PRODUZIR o Karma (que
significa Ação) que vai gerar VIPAKA (o fruto) que se
deseja.
Ou seja, o que desejamos aqui é oferecer um caminho viável para
começar a transformar o atual estágio de entendimento das novas
responsabilidades em reais atitudes, expressas no mundo e realizadas nas vidas
de cada um.
Um caminho para transformar a expressão SOMOS
TODOS UM num ATO e num FATO a ser vivenciado por CADA UM E POR TODOS.
Que através do AMOR a todos os seres, realizemos o
Plano na Terra.
Paz a todas as Criaturas.
Gratidão.
AUM