Um crescente número de pesquisas confirma esta dor, começando com
um estudo marcante de 1990 realizado pelos pioneiros em luto de animais de
estimação Laura e Martyn Lee.
Os Lee entrevistaram mil leitores de revistas sobre animais de
estimação e publicaram os resultados no livro Absent
Friend: Coping with the Loss of a Tresured Pet.
Mais de 70% dos entrevistados indicaram ter ficado “devastados” por esta perda.
Porém, apenas 10% conversaram com alguém a respeito.
A maioria das pessoas enfrenta o luto sozinha.
Nas
três décadas desde a pesquisa dos Lee, o número de estudos referentes à perda
de animais de estimação aumentou.
Uma revisão minuciosa das pesquisas realizadas entre 1970 e 2015
revelou que os animais de estimação são comumente rotulados como parte da
família e que os laços fortes não se limitam a cães e gatos, incluindo uma
variedade de espécies.
Estas relações são importantes para nós, mas por vezes não são
compreendidas por outros seres humanos ao nosso redor.
É
provável que não seja surpresa para quem vive com algum animal quando as
pessoas descrevem a perda de um animal de estimação como algo tão doloroso
quanto o luto por um ser humano.
Frequentemente, quantificam o luto como “intenso” ou “profundo”.
Essa dor é particularmente aguda para as pessoas que moram
sozinhas.
E, embora a maioria das pessoas receba apoio de um veterinário
para lidar com o corpo do animalzinho, geralmente elas são deixadas para lidar
com o luto por conta própria.
Se você está sofrendo com a perda de um companheiro animal, aqui estão algumas afirmações úteis para ajudá-lo a honrar sua amizade interespécie e começar a curar seu coração partido.
Quatro afirmações para a perda de um animal de estimação
1. Que eu me lembre dos momentos alegres com meu animal junto com a tristeza que sinto agora
Quando
enfrentamos o luto, é fácil ficar preso aos últimos minutos ou dias da vida de
um animal.
A imagem que nos resta é a de um cão ou gato em sofrimento.
No caso de um acidente, podemos ficar repetindo os acontecimentos
daquela tragédia indefinidamente.
Se você se encontrar preso neste tipo de ciclo, use esta
afirmação para lembrar dos momentos alegres, como brincar de pega-pega,
correr na praia com seu companheiro ou alguma esquisitice
engraçada que ele fazia.
Lembrar dos momentos alegres não tem o objetivo de afastar ou
invalidar nossos sentimentos de tristeza.
Em vez disso, a intenção é ajudar a equilibrar nossas emoções e reconhecer a totalidade da vida do nosso companheiro animal, em vez de reduzir sua rica vidas aos acontecimentos de alguns dias em específico.
2. Que eu entenda que a dor vem e vai.
Que eu me torne um surfista de emoções flexível.
Uma
das experiências mais comuns que os tutores compartilham sobre perder um animal
de estimação é a imprevisibilidade das emoções durante o luto.
Você está bem em um momento e cai em lágrimas no outro.
Saiba que isso é normal e natural; você não precisa se desculpar
por demonstrar suas emoções.
Sua perda é real e seus sentimentos são válidos.
Tente imaginar cada golpe de tristeza como uma onda.
Sinta-se surfando nestas ondas, um pouco instável talvez, mas
saiba que você não vai se afogar.
As ondas seguirão o curso delas e, então, você retornará às águas mais calmas.
3. Que eu esteja aberto a conexões duradouras
Embora,
inicialmente, as recomendações para lidar com a perda de um animalzinho
incluíssem a procura por um desfecho, pesquisas atuais indicam que a criação de
ligações duradouras pode ser algo benéfico.
Chamamos isso de “vínculos contínuos”.
Reconhecemos que o animal deixou o corpo dele, mas, ao mesmo
tempo, podemos nos sentir inclinados a conversar com ele em alguns momentos, ou
escrever uma carta e deixá-la em um altar.
Podemos criar um jardim em homenagem a ele e oferecer orações
para um gato ou cachorro que tenha partido.
Podemos pendurar fotografias e nos deleitar em partilhar as
memórias dos nossos animais de estimação.
No geral, transformamos nosso relacionamento com eles em um relacionamento que deixa espaço para o mistério sobre o que acontece durante – e após – a morte.
4. Que eu não me apresse em adotar imediatamente um novo companheiro animal para fugir da dor que estou sentindo.
Em vez disso, que eu possa me dar tempo suficiente para a cura.
É
muito fácil se apressar e preencher o vazio que sentimos trazendo um novo
animal para nossa casa o mais rápido possível. Isso pode gerar um “luto incompleto”, o que pode causar problemas no
futuro.
E não é justo com o novo bichinho, que pode ficar confuso com
nossas explosões emocionais.
Em vez disso, por um período, passe algum tempo como voluntário
em um abrigo de animais, santuário ou creche para cães.
Você terá tempo para amar os animais e também terá tempo para se
curar.
Buscando o apoio de outras pessoas
Pesquisas sugerem que tanto o apoio social
como conversar sobre a morte do nosso animal são essenciais para o processo de
luto.
Portanto, além de trabalhar com afirmações, considere participar
de um grupo de apoio à perda de animais de estimação ou buscar apoio
diretamente em um telefone de emergência, especialista em luto de animais de
estimação ou capelão de animais.
Aqui estão alguns dos meus recursos preferidos:
· Encontre um capelão de animais:
Pesquise neste diretório capelães que podem ajudar no luto e realizar funerais e memoriais de animais.
Muitos podem te encontrar pessoalmente, virtualmente ou por telefone.
· Utilize o telefone de emergência para a perda de animais de estimação da Tufts University:
Disponível de segunda a quinta, das 18h às 21h ET no número 1-508-839-7966
· Participe de um grupo de apoio:
Confira a lista de grupos de apoio por estado.
Alguns se encontram presencialmente e outros virtualmente.
Se o luto está sendo demais para você, se você está com pensamentos suicidas ou não consegue mais lidar com as atividades do cotidiano, você pode estar vivenciando o que chamamos de “luto complicado”.
Procure um terapeuta que possa garantir que você obtenha a ajuda necessária durante este período.
Autor/Canal: Sarah Bowen
Fonte: https://www.spiritualityhealth.com/
Fonte secundária: https://eraoflight.com/
Tradução: Sementes das Estrelas/Mariana Spinosa