16 de abril de 2013
- Dr. Inácio e André Luiz
Dr. Inácio, vive em uma colônia inferior (em questão de vibração) a
de Nosso Lar e conseguiu permissão para ir a Nosso Lar, para tal viagem a uma
esfera ainda superior.
Encontra André
Luiz que informa a seu amigo (Odilon)
sobre o paradeiro de Chico:
— Desculpem-me mudar de assunto — interferiu Odilon, de maneira
providencial.
— Mas que notícias, André, você nos fornece sobre o nosso
Chico?
Ele passou pela cidade?...
— Que nada! ...
Subiu direto e não temos informações precisas do seu paradeiro.
Estamos preparando-lhe uma homenagem, porém não sabemos quando lhe
será possível prestá-la...
Por aqui, a nossa expectativa com a presença de Xavier superou a
expectativa dos brasileiros pela conquista efetuada levada a efeito nos campos
da Coréia e do Japão...
— Pelo menos — insisti —, não desconfiam na companhia de quem ele
esteja?
Inácio, você pergunta e se arrisca demais — disse-me André,
como se fossemos velhos conhecidos.
—Não se esqueça de que o nosso pessoal lá embaixo é um tanto
avesso às revelações deste Outro Lado...
Quando publiquei “Nosso Lar”, quase desisti de seguir adiante; não fosse
pelas palavras de incentivo do Dr. Bezerra de Menezes
e da Ministra Veneranda, eu teria recuado...
Ainda hoje, alegam que o meu trabalho équestionável, sob o
pretexto de que eu não era espírita e que estagiei por mais de oito anos no
Umbral,
como se quase todos eles, ao deixarem o corpo físico, não fossem
demorar-se nas regiões inferiores...
Fazendo breve silêncio, André,
um tanto mais circunspecto, continuou:
- O nosso Xavier está na melhor companhia a que fez jus, pelo seu
esforço e desprendimento...
Mais tarde, temos certeza, ele virá ter conosco e, então, lhe
prestaremos a merecida homenagem, pois, afinal de contas, interpretando-me o
pensamento, ele pode ser comparado a um descobridor de novas terras...
2)
Sobre a Colônia Nosso Lar hoje:
- E “Nosso Lar”, como é que vai? — indagou Odilon,
cooperando com as anotações que, mentalmente, eu ia realizando.
- “Nosso Lar” mudou muito; a cidade cresceu assustadoramente e,
pasmem, quase todo espírita que desencarna quer vir para cá.
Tivemos, evidentemente, que controlar a questão da imigração
espiritual...
Estamos hoje em cerca de dez milhões de habitantes e a qualidade
de vida,
como não poderia deixar de ser, vem sofrendo...
A “Nosso Lar” de nossa obra, escrita há quase sessenta anos,
já não é mais a mesma; muitos dos nossos personagens já reencarnaram:
Lísias, o próprio Ministro Clarêncio...
3)
Reencarnação de André Luiz
— E você — questionei —, quando pretende descer?...
André sorriu e me disse:
- O cerco está apertando...
Com a desencarnação de Xavier, fiquei, digamos, desempregado;
tenho,
sim, escrito páginas esparsas por um e outro médium, mas, neste
sentido, a minha tarefa está concluída...
Creio que, no máximo, dentro de dois ou três lustros,
reencarnarei...
Daqui em diante, procurarei me preparar, ampliando os meus estudos
específicos, já que pretendo voltar a atuar no campo da Medicina, agora dando
ênfase ao seu aspecto espiritual, e, depois, algumas questões familiares
permanecem pendentes no meu carma...
— Até no seu caso, com tantos “bônus-horas”?...
— Questionei, realmente surpreso.
- E por que não, Inácio?...
Assim escrever livros nos isentasse de determinadas provas; eu vou
ser chamado na condição de ser humano encarnado, a colocar em prática tudo que
escrevi...
- Mas você não funcionou como médium?
— Não importa...
Aproveite para dizer ao pessoal da mediunidade na Terra que toda
teoria necessita ser sancionada pela vivência; o nosso Xavier fez as duas
coisas ao mesmo tempo e se redimiu...
A idéia de que ser médium significa só ser ponte é primitiva; à
medida que os conhecimentos do medianeiro se dilatam, a
sua responsabilidade se acresce: ele é convidado a uma
participação efetiva em todo e qualquer processo de intercâmbio...
Antes, o médium era meio; hoje, ele deve ser meio e fim...
4)
Explicações de André Luiz, sobre a viagem
— A viagem será curta; um breve pouso, tempo suficiente para que
observem o indispensável, e retorno imediato à base...
— Essas viagens interdimensionais têm sido constantes?
— perguntei.
— Sim, porém ainda não dominamos perfeitamente a técnica,
principalmente no que se refere às nossas próprias percepções; a
luz intensa da Dimensão mais próxima, onde vocês estarão, bloqueia-nos a visão
e nos sentimos enfraquecidos; muitos chegaram a desfalecer e tiveram que ser
hospitalizados; a tendência da Luz maior é a de absorver a menor...
5)
Inácio e suas falhas.
— Dr. Inácio — perguntou-me (André) —, nunca esteve antes em nossa
cidade?
— Não, André, a vontade sempre foi muita, mas confesso-lhe que nem em estado de
desdobramento...
De modo geral, as minhas atividades me prendiam o espírito ao
Sanatório;
mesmo quando saía do corpo, eu permanecia na região, sem conseguir
ausentar-me da esfera das minhas preocupações imediatas...
E disse-lhe, envergonhado:
— Li o seu livro, que se converteu em best seller, uma única vez e
não tive oportunidade de ler, detalhadamente, os demais que lhe constituem a
famosa série; desculpe-me, mas, para ler, como a maioria dos espíritas, eu
sempre fui um tanto preguiçoso...
Odilon, sim, era um assíduo leitor, pois, sempre que eu o
encontrava,
estava de livro nas mãos e tinha o hábito de ler caminhando...
6)
Mesmo com falhas, Inácio era assistido
André Luiz diz a Inácio:
— Nós já o visitamos no Sanatório, em Uberaba, Doutor — revelou-me
André com simplicidade —; por duas ou três vezes, na companhia do Dr.
Bezerra, lá estivemos apreciando o seu trabalho...
Quando a oportunidade nos ensejava, antes ou após as tarefas
desenvolvidas na “Comunhão Espírita-Cristã”, passávamos por lá,
conduzindo companheiros interessados no estudo da obsessão; aliás,
visitávamos atividades semelhantes em toda a região do Triângulo
Mineiro e de outros Estados; nem sempre podíamos ir juntos, mas nos dividíamos
em diversas equipes, sob a coordenação do Dr. Bezerra de Menezes e Eurípedes
Barsanulfo...
Certa vez, participei de uma reunião dirigida por você com a
médium Maria Modesto Cravo, e admirei o entrosamento de
ambos no trabalho mediúnico; raros grupos, à época, conseguiam resultados tão
satisfatórios...
7)
A falta que Chico faz a André Luiz
Inácio pergunta a André Luiz:
- Desculpe-me perguntar — falei, aproveitando a chance —, mas você
não sente certa saudade do trabalho que desenvolveu ao lado do nosso Chico,
desde Pedro Leopoldo?...
De anônimo seareiro na Vida Espiritual, você se tornou conhecido
em todo o Brasil; inúmeras de suas obras foram traduzidas para outros idiomas e
o seu pseudônimo se encontra inscrito na fachada de várias instituições
espíritas...
Sem receio algum de mostrar-se emocionado, o
interpelado respondeu-me:
— Estou me sentindo como quem houvesse desencarnado uma segunda
vez, sem que sequer tivesse novamente reencarnado...
— Os nossos irmãos do mundo não acreditarão nestas palavras...
— Muitos nos consideram aquilo que não somos, ou seja, espíritos
já completamente libertos de toda e qualquer emoção humana...
Nós, os mortos, também sentimos saudades da Terra!...
Os que fazíamos parte da equipe dirigida pelo venerável Emmanuel,
em tarefa regular junto ao médium Xavier, estamos
com várias reuniões programadas com o nosso Dr. Bezerra.
Careceremos de definir rumos e... cuidar da vida, que não cessa...
Quanto a mim, digo-lhe que não esperava que a responsabilidade
crescesse tanto, contudo, conforme lhe disse, uma nova experiência no corpo me
espera...
8)
Agora em Nosso Lar, tem o AéroCar
O veículo, que era conduzido por André, obedecendo-lhe ao comando
mental, pousou suavemente sobre a relva, próximo a uma cascata que jorrava
entre pedras dispostas em formato de coração.
Para mim, eram tantas as novidades e surpresas, que eu me
esquecera de reparar naquele aérobus em miniatura que nos transportara,
sobrevoando o espaço aéreo da cidade...
Notando o meu interesse ao examinar o veículo, o devotado irmão
esclareceu:
- À época em que escrevi “Nosso Lar”, o
aérocar ainda estava em fase de experimentos; ele é constituído de matéria
sutilíssima, intermediária entre o vidro e o plástico, extremamente leve, porém
ultra-resistente a impactos...
— A impactos? — indaguei, curioso.
- Sim, por vezes, o trânsito aéreo por aqui também fica
complicado...
— Qual é o combustível que o faz movimentar-se?
— Energia solar, e o índice de poluição é zero...
— E o custo também?
É claro!...
9) Chove em Nosso Lar??
— Chove em “Nosso Lar”? —
quis saber, inteirando-me dos detalhes possíveis.
- Como não! — respondeu André
incisivo.
—Em seu estado gasoso, que para
nós é líquido, é que a água existe por aqui; não temos aquelas tempestades que
provocam enchentes devastadoras, mas, na estação oportuna, cai uma espécie de garoa
que,
sendo chuva muito fina,
fertiliza o solo, aumenta o volume dos riachos e dos rios, saneia a
atmosfera...
Não se esqueça, Dr.
Inácio, de que “Nosso Lar” e uma colônia situada próxima à Crosta e muitos dos fenômenos
atmosféricos que atingem o Planeta, de forma mais atenuada, passam igualmente
por nós...
Apenas acima, na região
fronteiriça a Dimensões pertencentes a outros orbes planetários do Sistema, é
que o clima muda as suas características...
10) Sexo e Reprodução
Não foi sem grande surpresa que
notei num galho de árvore a presença de um ninho entretecido com ramos e
flores.
- Trata-se de uma espécie de
rouxinol que se aclimou no “Bosque”
— explicou-me André.
- Mas eles estão chocando?...
— E por que não haveriam de fazê-lo, Doutor?
Seria a Terra um mundo mais perfeito do que o
nosso?
Enganam-se os que pensam que
nós sejamos assexuados
A vida sempre passa de uma
Dimensão a outra; rodeia-nos uma Dimensão invisível...
Respiraríamos o quê?
Ou os homens nos acreditam igualmente
desprovidos de pulmões?
— E nascem crianças por aqui?...
André Luiz e
Odilon se entreolharam e o amigo que nos acolhia respondeu-me:
— É claro que sim, no entanto
convém que o senhor não se aprofunde agora neste assunto, pois correrá o risco
de invalidar toda a sua obra...
A Reencarnação éconstituída de
nuances que os homens não poderiam entender.
Se a população espiritual é
maior que toda a população mundial, de onde viriam esses espíritos?
Matematicamente, é impossível
que procedam da Terra...
De outros mundos físicos?
Alguns, porém, não todos.
Esses espíritos, Doutor, são
oriundos de Dimensões localizadas acima ou paralelamente à nossa...
O vazio ab-soluto não existe e
a Vida palpita em toda parte; as diferentes Dimensões se intercomunicam.
E existem passagens entre elas,
e emigrar de uma para outra implica modificação em nível de perispírito e de
forma...
A Reencarnação, na verdade, é
uma escada que, quando desce, se materializa e, quando sobe, se sutiliza.
Os homens não deixam o corpo em
definitivo; mais cedo ou mais tarde,
sentem-se atraídos para uma
nova experiência física; os espíritos que galgam outras Dimensões, muitos deles
ainda não se emanciparam de seus compromissos por aqui...
Não nos prendamos à
terminologia e procuremos entender o processo reencarnatório como sendo um
sistema de renascimento.
De uma esfera espiritual a
outra, os caminhos são intermediários, pois na Natureza, nada acontece
abruptamente.
É só o que, por enquanto,
Doutor, eu posso lhe adiantar.
O sexo, além da morte, não é
algo pecaminoso:
é instrumento de sublimação.
11) Vida na Espiritualidade
Dr. Inácio,
se preparando para a viagem, a próxima Dimensão, no aérocar,
olhando as pessoas de nosso
lar.
- Em quase tudo — pensava
comigo — semelhante à vida em uma grande cidade...
Quais serão, aqui, os objetivos das pessoas?
Sim, porqüanto a morte não nos
priva, de improviso, dos objetivos da pessoa comum...
Para onde caminham?
Quais as suas ocupações?
O que pensam da vida que deixaram lá
embaixo?...
Por incrível que parecesse,
muitos daqueles com os quais eu já havia me relacionado não ligavam a mínima
importância ao que se passava na Terra;
não lhes interessava sequer a
sorte dos próprios familiares...
- Para que me preocupar —
perguntou-me um deles —, se fatalmente acabaremos por nos encontrar; a morte
não existe — eis o essencial, o resto é conseqüência da Vida...
(...)
Agora André Luiz diz:
Enquanto estava a caminho, eu vinha acompanhando o pensamento do
nosso Dr. Inácio...
Durante um bom tempo, eu também achei tudo muito diferente por
aqui;
inclusive, o Umbral, onde estive durante uns oito anos, me parecia
mais humano...
Aos poucos, porém, me habituei e, hoje, quando devo ir à Terra,
confesso-lhes que, para mim, os nossos irmãos encarnados ainda
vivem de maneira primitiva; obra fantástica da evolução, o corpo físico me
parece agora excessivamente animalizado, com todas as suas necessidades...
Determinados órgãos que ainda continuam a existir em nosso
perispírito,
não têm função alguma além da morte — reativam-se tão-somente
quando nos lançamos a uma nova experiência física...
Mas não podemos nos atrasar: dentro de duas horas, o vôo de que
ambos participarão à Próxima Dimensão terá o seu início.
Conversaremos a caminho.
12)
A Viagem
a) Preparação
O veículo que nos conduzia estacionou a certa distância e dirigimo-nos
para um módulo que me parecia constituído de material semelhante ao vidro, tal
a sua leveza e transparência.
André, que tinha acesso a todos os setores da cidade, sem que se
fizesse anunciar, menos no Palácio da Governadoria, foi nos guiando por um
extenso corredor, que, automaticamente, ia lhe descerrando as portas, até nos
levar à presença do Chefe da Estação.
(...)
•
A Nave
Apertando um botão no colorido painel, uma ampla janela de duas
folhas se abriu e pudemos ver a “Capitão Nebo”
mais de perto, cujo comprimento não excede ao de um carro confortável; por ser
semitransparente, podíamos vê-la por dentro, reparando no seu mecanis-mo
simples...
— Os nossos cientistas — explicou-nos o Dr. Dawson —
já conseguiram eliminar grande número de peças; as nossas naves são imantadas
por um campo de força que não lhes permite fugir à rota traçada.
É como se um ímã a mantivesse interligada à Plataforma de
Lançamento e à Estação de destino...
Isto facilita sobremodo, pois o risco de pane é menor.
— Pane?...
— indaguei, perplexo.
- Sim, por que não? — respondeu o Dr.
Dawson.
No “Sistema”, só Deus está isento de pane, o senhor concorda?
•
As Roupas
— Dentro de 30 minutos zarparemos, a nau já está devidamente
preparada e convém que os nossos dois tripulantes se vistam adequadamente
— esclareceu o simpático Nielsen,
ao nos dar as boas-vindas.
Entrando numa pequena cabine, eu e Odilon
nos despimos e envergamos uma espécie de macacão todo dourado, equipado com
câmeras, microfones e fones de ouvidos.
— Para que todo este aparato? — perguntei a Yuri,
que nos acompanhara.
- Para melhor nos comunicarmos entre nós — respondeu.
— Na DVI, em algumas áreas,
poderemos ficar completamente sem retorno...
— Sem retorno do quê? — insisti.
— Do pensamento...
Na DVI, à semelhança do som que não se propaga em determinado meio
ou, então, se propaga com maior lentidão, carecemos de recorrer a...
— Microfones e fones de ouvidos?...
Positivo! ...
O pensamento, que é constituído de ondas eletromagnéticas, se
perde sem eco e a comunicação se faz impossível...
— Isto é demais para a minha cabeça de psiquiatra — comentei,
enquanto ajustava os echos da roupa que nos colocara no corpo espiritual.
— Sem dúvida, que é — respondeu o Aspirante, laconicamente.
•
A nave (mais detalhes)
A nave espacial que nos conduziria à DVI era de forma esférica, à
semelhança de um OVNI, e constituída de material extremamente leve;
dentro dela, havia espaço apenas para quatro pessoas.
Já o painel, com tantas teclas e botões coloridos, seria
impossível de
descrever, principalmente para mim que apenas presenciei o advento
do computador — nunca entrei na cabine de um avião e, portanto, não tenho
elementos de comparação para melhor descrevê-lo...
O Dr. Dawson, que nos acompanhara, despediu-se de mim e de Odilon,
caçoando, antes que tomássemos lugar na “Capitão Nebo”:
— Em caso de acidente, saibam que a morte não existe...
(...)
Sinceramente, eu não saberia lhes dizer qual a natureza do
material em que a “Capitão Nebo” se estrutura; Nielsen
disse-me o nome, mas a palavra me soou aos ouvidos como um amontoado de
consoantes sem significado.
Os vidros laterais se fecharam e, acionando pequena tecla amarela,
a nave entrou em funcionamento silencioso e, rápido, começou a se elevar da
plataforma, imitando o movimento de um helicóptero sem hélices.
•
Velocidade e Direção da Viagem
— Viajaremos à velocidade da luz e, portanto, não nos será
possível apreciar a paisagem; em alguns pontos, diminuiremos sensívelmente a
aceleração e, então, vocês poderão perceber alguma coisa do Cosmos...
— A velocidade da luz, para alcançar algo que está tão próximo?
— perguntei ao microfone
acoplado à roupa especial.
— Tão próximo e, ao mesmo tempo, tão distante, Doutor
— respondeu-me Nielsen.
— Nada mais próximo, porém, nada tão distante quanto o Criador da
criatura; nenhum continente é imaginariamente tão longínquo que do homem quanto
o seu próprio mundo interior.
A questão, Doutor, não é exatamente de distância...
— Que direção estamos tomando?
—
indaguei, tentando desviar a mente de preocupação.
Estamos subindo ou descendo, para a direita ou para a esquerda?
- Esta segunda pergunta é mais dificil do que a primeira; temos,
evidentemente, uma rota, mas o seu sentido depende do ponto de
referencia que estabelecemos...
Digamos que estamos subindo e avançando...
•
Tempo
Não sei precisar quanto tempo se passou — alguns poucos segundos,
talvez — e Nielsen nos explicou:
— Estamos atravessando um espaço sem gravidade, ou, pelo menos,
sem gravidade convencional: é uma espécie de fronteira magnética entre uma
Dimensão e outra; não se preocupem: a nave se converte em um planador e segue
sem alterar a rota; aproveitem para apreciar a paisagem...
•
Visão
— O que estamos vendo? — perguntei.
— Algum planeta nosso
conhecido na Terra ou alguma estrela que os astrônomos encarnados já tenham
identificado?
- Nem uma coisa nem outra; são esferas espirituais, inacessáveis
ao olho humano: é a parte positiva do Universo...
—A parte positiva do Universo?...
- Sim, Doutor, a negativa é a que se constitui de matéria
densificada; a morte, figuradamente, é a Vida em seu aspecto positivo...
Tudo se apóia e existe em função de um contraponto
— Criador e criatura, Vida
e morte, Bem e mal...
•
Buraco Negro
- Entramos em algum “buraco negro”?
- Sim, o que os homens tem chamado de Antiuniverso, ou Universo
Paralelo...
- Que beleza extraordinária! — exclamei.
Tenho a impressão de que estamos navegando no mar; a nossa nave
espacial parece singrar determinadas ondas cósmicas!
•
Outros seres do Universo
Nielsen sorriu e concordou.
Bolhas flutuando, de cores inimagináveis e formatos variados,
pairavam no Espaço — de todos os tamanhos e consistências...
— Algumas dessas “bolhas”, Doutor, são habitadas..
Habitadas?
Por quem?
- Por seres inteligentes...
- Humanos?
Ante a ingenuidade da minha pergunta, nem Odilon conseguiu deixar
de sorrir, complacente.
— Doutor — falou-me o Comandante —, a forma humana é uma das mais
primitivas expressões de vida inteligente...
- Eu sempre me achei feio, mas nem tanto — procurei descontrair.
Estrelas minúsculas pareciam brincar no firmamento sem gravidade e
alguns “corpúsculos” pareciam se aproximar da nave,
auscultando-nos a intenção.
— O que são? — argüi, observando aqueles “pontos”
que se destacavam dos demais, movimentando-se com racionalidade.
- São os seres que habitam as bolhas flutuantes...
— Espíritos?
— Sim...
— Sublimados?...
— Não...
A sua evolução se vincula ao sistema de Vida da Próxima Dimensão;
nunca estiveram na Terra e, provavelmente, nunca estarão...
— Fica difícil compreender — afirmei, com idéias que se me
confundiam na cabeça.
- Não tente, Doutor, não tente — aconselhou-me Nielsen.
- Esses seres reencarnam? — insisti.
- Digamos que tomarão corpo na Dimensão Vizinha — corpo e forma...
— São bons ou são maus?
- Melhores, Doutor, bem melhores do que os espíritos sem forma que
nos rodeiam, ou seja, que rodeiam os homens encarnados...
— Está se referindo aos chamados corpos ovóides?
Não somente a eles, mas também aos elementais, aos espíritos
disformes,
amorfos, aos que se encontram em estado de transição...
— Eu nunca soube deles, os em estado de transição...
— Mas eles existem...
Se somente o que somos capazes de conceber existisse, a Vida seria
infinitamente pobre!
13)
Aterrizagem
De repente, a “Capitão Nebo”
sofreu mais acentuada aceleração e Yuri explicou:
- Estamos deixando o “cinturão sem gravidade”...
Pousaremos na DVI em poucos instantes — avisou-nos Nielsen.
Deixaremos a nave e não nos demoraremos mais do que o suficiente
para alguns registros de estudo; os nossos irmãos estão avisados da nossa
visita,
mas aqui nos sentiremos como o peixe que, fora do habitat natural,
não consegue respirar por muito tempo; o nosso corpo espiritual não se
adapta:
o ar que aqui se respira, não serve para os nossos pulmões...
Não adianta ao homem querer ser anjo, antes de sê-lo...
A “Capitão Nebo” iniciou a sua aterrissagem em DVI e, quando
tudo se aquietou, as duas portas laterais abriram-se sem qualquer ruído.
14)
Primeiros contatos com Seres da Outra Dimensão
Nielsen e Yuri desceram primeiro e, ambos, com a destra erguida saudaram:
— O povo espiritual da Terra vem em missão de paz!...
A luz se intensificou lá fora e o Comandante consentiu que eu e
Odilon descêssemos sobre a improvisada plataforma de pouso.
Infelizmente, eu não tenho como descrever o que vi e o que senti.
Cinco “seres de luz” se aproximaram de nós e um deles, se
destacando,
começou a tomar forma humana, semelhante à nossa.
— Eles podem se transfigurar com facilidade — disse-nos Nielsen —;
está copiando a nossa forma com o propósito de deixar-nos mais à
vontade...
- Sejam bem-vindos, em nome do Divino Senhor da Luz
— cumprimentou-nos.
- A Quem ele está se referindo? — perguntei a Yuri, que
permanecera ao meu lado.
- A Jesus Cristo!...
- Quem são os dois novos amigos? — indagou se referindo a mim e
a Odilon.
É a primeira vez que estão vindo com vocês?
Não me recordo deles...
Nielsen respondeu:
— Trata-se de dois companheiros vinculados àTerra; um deles é
recém-chegado entre nós e ambos foram convidados pelo Dr.
Dawson...
— Residem em “Nosso Lar”? — perguntou, dando-me, no entanto, a impressão de que conhecia
praticamente tudo sobre mim e Odilon.
— Não; residem noutra Colônia, localizada nas imediações em que
vem sendo desenvolvido importante trabalho de espiritualização no Brasil.
Foram contemporâneos do médium Xavier, aquele que se fez
instrumento das revelações de André Luiz, que também já esteve aqui conosco...
•
Chico
- Soubemos de Xavier — afirmou a entidade sem nome, prosseguindo:
— O trabalho dele
possibilitará, no futuro, passos mais importantes e decisivos para que a
Humanidade empreenda...
Ao deixar o corpo que, um dia, ocupamos de forma semelhante em
outros orbes, ele se elevou acima da Dimensão que habitamos...
Presenciamos o cortejo iluminado que o conduziu.
Eu estava estupefato e, sinceramente, não sabia em que atentar, se
no diálogo que a entidade transfigurada mantinha com o Comandante da expedição
ou nas edificações que podia divisar nas proximidades; a cidade deles, se é que
posso chamar o que via de cidade, era toda de vidro ou de material semelhante;
as edificações eram lindas e praticamente flutuavam,
de tão leves e translúcidas; davam-me a idéia de casas em formato
de redoma, algumas maiores, outras menores, impossíveis de descrever em seus
traços arquitetônicos, pois não havia uma sequer absolutamente igual a outra...
- Os senhores desejam formular alguma pergunta?
— falou Nielsen,
dirigindo-se a nós.
— Não se esqueçam de que o nosso tempo de permanência é curto...
Digo-lhes que, por mais me esforçasse naquele instante, não
consegui coordenar o raciocínio; eram tantos os questionamentos, porém como me expressar, se eu
não conseguia sequer me movimentar?...
Pela primeira vez, tive medo — medo de que o meu cérebro
estourasse...
Eu queria saber, sim, mas por onde começar?
Tive vergonha e me senti um verme, diante daquela entidade que
irradiava amor, o mais puro sentimento de amor que eu jamais sentira.
Comecei a me considerar indigno de pisar aquele chão...
Percebendo-me a angústia, o ser de luz se me dirigiu com
extrema bondade:
— Somos irmãos: não se recrimine...
Onde quer que estejamos, estamos na Casa de Deus!
Não se aflija intelectualmente; procure tão-somente guardar estes
instantes no coração...
A Verdade transcende o domínio das palavras; é impossível
conhecê-la em sua essência, se não aprendemos a senti-la...
Você não conseguirá traduzir esta experiência com a terminologia
ao seu alcance; doravante, apenas quem conseguir fitar os seus olhos saberá o
que pretende dizer a respeito...
Os Discípulos do Cristo, denominados Evangelistas, por causa de
semelhante fenômeno, só depois de muitos anos é que conseguiram transportar
algo do que ouviram e presenciaram para o papel...
Acalme-se, Inácio Ferreira! — disse-me a entidade, envolvendo-me em
vibrações de paz que percorreram todo o meu corpo e se me centralizaram no
coração.
O ar, que começara a me faltar, insuflou-me os pulmões, uma
sensação de extrema leveza me possuiu e lágrimas discretas me deslizaram no
rosto...
- Lágrimas!... — exclamou a entidade, aproximando-se e tocando-me
as faces com o que suponho ser a ponta dos dedos.
— Há quanto tempo eu não as via!...
Por aqui, exprimimos de forma diferente as nossas emoções...
Naquele instante, diminuta pétala resplandecente se destacou dos
lábios da entidade e procurou a palma da minha mão, como se me ofertasse um
ósculo de amizade eterna e, em seguida, dirigiu-se a Odilon, que a recebeu de
cabeça inclinada, como quem não se julgasse merecedor de tamanha deferência.
Enquanto nos entendíamos, diversas outras entidades se
aproximaram...
Quem seriam?
Como se chamavam?
Eram todas adultas?
De que se ocupavam?...
— Inácio Ferreira! — repetiu o interlocutor, captando o teor
dos meus pensamentos, que, agora, haviam se asserenado, embora eu continuasse
me sentindo incapa-citado de pronunciar qualquer palavra.
— O caminho para o Mais
Alto começa sobre a Terra...
Por enquanto, lhe será inútil tentar compreender como vivemos; em
nós,
nada mais resta senão resquícios do corpo espiritual, passível de
transcender a si mesmo...
Não, ainda não nos despojamos totalmente das imperfeições e
ansiamos por viver na Dimensão onde a única forma que prevalece é a do chamado
corpo mental...
Mais acima, figuradamente alguns anos-luz de onde nos situamos,
fica o Mundo das Essências.
— Que contraste com a nossa humilhante condição humana!
— pensei.
— Abençoada condição humana, meu irmão, você deveria dizer...
Quem vê a semente de trigo atirada ao monturo não imagina que ela
se transformará em pão; quem anota singelo filete d’água correndo entre as
pedras, ignora que ele seja o berço do rio caudaloso que corre na direção do
mar...
Não se permitam desalentar.
A ascensão é penosa mas repleta de surpresas maravilhosas...
Mesmo tendo que retomar o corpo de carne repetidas vezes, não se
esqueça de que, onde estiveres, estarás a serviço do Senhor.
Nada mais magnífico do que a possibilidade de o Espírito plasmar a
si mesmo!...
•
Conflitos
Ante o Comandante, que consultara o cronômetro, a entidade
prosseguiu,
solícita:
— Conflitos por aqui?
Sim, ainda os temos mas não oriundos de interesses pessoais; as
opiniões desencontradas em nossa Dimensão surgem da necessidade de melhor
compreendermos a Verdade: aqui, a Religião é a nossa Ciência, e vice-versa...
Ainda não somos detentores de todas as respostas; divergimos na
interpretação, mas não dissentimos na aplicação...
Não temos guerras e os nossos sistemas religiosos se unificaram;
temos um único templo de Fé, onde todos se dirigem ao Autor da Vida de acordo
com os seus sentimentos...
— Vocês podem viajar à Terra? — quis saber, aproveitando a
oportunidade que talvez me fosse única.
— Sim, raramente, no entanto a visitamos com freqüência...
•
Médiuns
E, virando-se para Odilon, acrescentou:
— Nas Dimensões que nos antecedem, temos os nossos médiuns; a
mediunidade é a faculdade espiritual que funciona como traço de união entre
todos os seres e todas as coisas, integrando-nos em Deus e na Vida!...
Ela é o nosso elemento de transição, em nível psíquico; é, por
assim dizer,
o nosso primitivo instrumento de comunicação...
Graças à mediunidade, do Criador à forma mais rudimentar de vida,
tudo se encontra interligado!
•
Porque Partir de lá tão rápido??
— Precisamos partir — comunicou Nielsen a Yuri.
— Não poderíamos — indaguei — caminhar um pouco?...
— Não nos convém, Doutor — respondeu-me o Comandante.
— Porque motivo?
— Correríamos o risco de não conseguirmos voltar...
— Talvez, de fato, fosse melhor ficarmos por aqui...
— Não nos adaptaríamos; se não ensandecêssemos, haveríamos de
pedir que se nos aplicasse algo para nos induzir ao esquecimento
— esclareceu Nielsen, com
propriedade.
— Eu sei — redargüi —; embora tudo que vejo e tudo que sinto, isto
não deixa de ser estranho para mim...
Prefiro a minha cama, o meu pijama e, se ainda pudesse, o meu
cigarro...
Ah, como eu tenho necessidade de me sentir humano!
A entidade, “ouvindo-me”, sorriu e comentou:
— Inácio Ferreira, você compreendeu!...
— Por quê você insiste em me tratar pelo nome?
—indaguei, intrigado.
— Uma ponta de saudade de ser humano — disse-me, continuando a
sorrir —; mesmo para nós, ainda não é fácil perder as especificações...
Yuri, que nos antecipara no reembarque, já acionara a “Capitão Nebo”
•
Uma Lembrança de Inácio a Entidade de Luz
Antes de partir, procurei comigo algo que pudesse deixar com a
entidade à qual eu me afeiçoara; tateei o macacão, que não tinha bolsos e, em
vão,
olhei à minha volta...
Percebendo-me a intenção, a entidade, vindo em meu socorro, falou-me
com ternura:
- Não se preocupe, mas se é este o seu desejo, pense e
bastar-lhe-á pensar para que o objeto de seu desejo tome forma; eu o auxiliarei
a
materializá-lo...
O que, porém, deixar-lhe como lembrança minha?
Naquele instante, não sei por que, veio-me à mente uma caixa de
lenços,
com as minhas iniciais com que a minha mãe me presenteara um
dia...
E, bastou-me pensar naquele lenço azul, o meu preferido, que a
minha mãe brigava comigo para poder lavar, e, no mesmo instante, como se
tivesse saído do bolso do meu jaleco, o lenço com as minhas iniciais bordadas
em prata estava em minhas mãos...
Espantado, estendi-o a ele, que, de volta, me ofereceu uma pétala
fosforescente, à semelhança daquelas com que os espíritos amigos nos
presenteiam nas sessões de materialização...
15)
Partida da nave
Adentramos a nave e tomamos assento.
A porta se fechou lentamente e aquele ser de luz, que havia se
transfigurado para receber-nos, retomou a sua antiga forma:
uma esfera pulsante, iluminada, capaz de pensar, de sentir e de
extraordinária força mental.
— O que você me diz, Odilon? — provoquei, na esperança de
que o amigo me falasse que aquilo tudo não passava de um sonho.
- Inácio Ferreira! — respondeu-me, descontraído.
Você me desculpe, mas não sinto a menor vontade de conversar...
— Não?...
— Não!...
Melhor que eu pense na turma do Liceu...
— E eu, nos meus doidos...
Desculpem-me!
— solicitei a Nielsen e a Yuri,
que me olharam sem entender.
Varando uma daquelas bolhas gigantes, pela qual havíamos entrado,
atravessamos a fronteira e pude ver o Sol...
•
Alívio de ser Humano!
— Graças a Deus! — exclamei.
— De volta para casa!...
Estou ansioso para voltar e ver os meus doentes.
Não me levem à mal — disse, dirigindo-me ao Comandante e ao seu
Imediato —, no entanto eu também daria tudo por uma xícara de café quente...
Café quente, Inácio?
— Sim, Odilon — expliquei —, café quente...
Estou me lembrando de uma reportagem que li, certa vez, com o
nosso Chico Xavier: ele descreveu que Emmanuel
o levara, em estado de desdobramento, para tentar compreender a
posição de Jesus Cristo dentro do Sistema Solar; acompanhado do Benfeitor, o médium
começou a subir,
deixando astros e estrelas para trás...
De repente, sentindo-se perdido no Infinito, solicitou que Emmanuel o
reintegrasse, às pressas, no corpo de carne, pois ele preferia acordar e tomar
um café quente...
Um tanto exaltado, conclui:
— A minha sanidade são os meus pacientes Odilon...
Deus meu, estivemos participando de uma película cinematográfica
em terceira dimensão; aquilo não existe...
Estou doido para caminhar com os meus pés!...
— Não existe, Inácio?
E esta pétala fosforescente em sua mão?
De fato, eu havia me esquecido; o presente da fraterna entidade
que, hoje,
girando como relíquia dentro de pequena redoma, ainda brilhava na
minha destra cerrada.
— Não se preocupe, Doutor — falou-me Nielsen —
são comuns a passageiros esses estados de alteração em “marinheiro de primeira
viagem”...
Quando a nave, finalmente, pousou, o Dr.
Dawson e André Luiz vieram ao nosso encontro.
Eu estava me sentindo extremamente cansado e necessitei ser
amparado por Odilon.
•
Tempo da Viagem
- Quantos minutos? — perguntou Nielsen
ao Dr. Dawson.
— Pela cronologia terrestre, duas horas exatas...
Pela nossa, em “Nosso Lar”, foram vinte minutos — informou Yuri.
— Então, pela cronologia de DVI, dois minutos —comentou o Dr.
Dawson com André Luiz.
— Excelente marca; a
continuar assim, dentro de mais alguns anos de pesquisas, quem sabe
conseguiremos dobrar ou triplicar o nosso tempo de permanência...
— Dr. Inácio, como é que o senhor está se sentindo?
•
Inácio passa mal
Mal terminei de ouvir a pergunta que André me dirigia e desabei,
para acordar, tempo depois (não me perguntem quando...),
recebendo oxigênio puro em confortável cama hospitalar.
Não fora a viagem em si que me afetara o equilíbrio do corpo
espiritual,
igualmente sujeito a um sem-número de variações; o que me abatera
fora o inusitado da experiência, o imaginável tornado real, a minha falta de
cabeça para organizar aquilo tudo dentro de mim...
Por um bom tempo, eu demoraria a me recuperar.
Sendo examinado por André Luiz, o médico amigo me aconselhou:
— Quanto mais depressa você voltar às atividades do hospital que
dirige,
mais prontamente se restabelecerá.
•
Reflexões de Inácio
Assim sendo, quando pude caminhar, sem experimentar aquelas
vertigens e aquele abafamento, o Dr. Dawson
providenciou para que um aérocar nos reconduzisse à Colônia que habitamos.
Que beleza —confesso-lhes —, tomar “o caminho da roça”! ...
E, enquanto regressava, meditava comigo: não dá para subir mais...
É daqui para a Terra de novo! ...
Não tenho cérebro para viver e respirar fora do meu ambiente...
E pensei:
“Meu Deus, o que Jesus Cristo não terá passado para viver entre os
homens, há dois mil anos!...
Como éque Ele pôde se adaptar aqui?...”
Agradeci ao estimado Odilon pela companhia e pelos dias em que ele
se manteve preocupado comigo.