domingo, 9 de setembro de 2012
MEDITAÇÃO EM RELAÇÃO A TRÊS VOZES:
EGO , EU INFERIOR E
EU SUPERIOR
Nesta meditação ,
especificamente ligada à autotransformação,
envolvemos o ego consciente para facilitar um
diálogo entre o eu superior e o eu inferior , com o objetivo último de fazer
com que o conteúdo do inconsciente se revele à mente consciente.
Fazer isso , anotando o que chega à superfície
porque precisa ser identificado e transformado , pode ser uma prática diária de
valor inestimável.
Com a energia assim adquirida , podemos
aprender a arte de criar uma vida positiva.
Há muitas espécies diferentes de meditação.
A meditação religiosa consiste em fazer orações já estabelecidas,
prescritas.
Temos também a meditação em que a ênfase maior é posta no desenvolvimento dos poderes de concentração.
Num outro tipo de meditação, contemplamos e
refletimos sobre as leis espirituais.
Existe ainda a meditação em que tornamos o ego
totalmente passivo e privado de vontade para que o divino siga seu próprio
fluxo.
Essas e outras formas de meditação podem ter
maior ou menor valor ,mas a sugestão que damos é que de preferência , utilizem a energia e o tempo disponíveis para observar de
frente aquela parte do eu que cerceia a felicidade , a realização e a
plenitude.
Você jamais poderá criar a plenitude a que
aspira realmente , quer este objetivo seja claro ou não , se evitar essa
confrontação.
Este enfoque inclui a ação de dar expressão ao
aspecto recalcitrante do eu egoísta e destrutivo que nega a felicidade , a
realização e a beleza.
Para compreender bem a dinâmica , o sentido e o
processo de meditação e haurir dela o maior benefício possível , você deve ter
clareza com relação a certas leis psíquicas.
Uma dessas leis diz que uma meditação eficaz de
fato deve envolver ativamente três camadas fundamentais da personalidade.
Esses três níveis fundamentais da personalidade
podem ser
assim denominados:
(1) o nível do ego consciente, com todo conhecimento e
vontade conscientes ;
(2) o nível infantil egoísta
inconsciente,com toda sua ignorância , destrutividade e arroubos de
onipotência ; e
(3) o eu universal
supraconsciente, com sua sabedoria superior , seu poder , seu amor e sua
compreensão abrangente dos fatos da vida humana.
Na meditação verdadeira, o ego consciente ativa tanto o eu inconsciente, egoísta e
destrutivo quanto o eu universal, superior e supraconsciente.
Deve sempre acontecer uma interação constante
entre esses três níveis, para o que se exige grande atenção por parte
do ego consciente.
O EGO COMO MEDIADOR
O ego consciente deve ter a determinação de
permitir que o eu egoísta inconsciente se revele , se desdobre , se manifeste
na consciência , se expresse a si mesmo. Isto não é tão fácil nem tão difícil
quanto possa parecer.
É difícil unicamente devido ao medo de não ser
tão perfeito,
evoluído, bom , racional e ideal quanto se
gostaria de ser e até que se faz de conta de ser , de modo que na superfície da
consciência o ego quase se convence que é a auto-imagem idealizada.
Essa convicção de superfície é permanentemente
contrariada pelo conhecimento inconsciente de que essa imagem é falsa , com a
conseqüência de que secretamente a personalidade toda se sente fraudulenta e
amedrontada com a exposição.
É um sinal significativo de auto-aceitação e de
desenvolvimento quando um ser humano permite que a parte egoísta , irracional e
francamente destrutiva se manifeste na consciência interior e a identifica em
todos os seus detalhes específicos.
Isto apenas é suficiente para impedir uma
manifestação indireta perigosa da qual a consciência não tem percepção porque
não está ligada com ela , parecendo assim que os resultados indesejados provêm
de fora.
Assim , o ego consciente deve aprofundar-se e
dizer: “O que quer que esteja em mim , o que quer que esteja
escondido e que eu deva saber sobre mim , qualquer negatividade e
destrutividade que exista deve ser exposta.
Quero vê-la , comprometo-me a vê-la , por mais que isso possa
ferir minha vaidade.
Quero estar consciente do modo como
deliberadamente me recuso a ver a parte de mim a que estou agarrado, o que traz
como conseqüência o fato de ater-me demasiadamente aos erros dos outros.”
Este é um sentido que se presta para a
meditação.
O outro sentido é favorável ao Eu Superior
universal , o qual dispõe de poderes que ultrapassam as limitações do eu
consciente.
Esses poderes superiores também devem ser
chamados para ajudar a expor o pequeno eu destrutivo , para que a resistência
seja vencida.
A vontade do ego sozinho pode ser incapaz de
realizar isso , mas o seu ego consciente pode e deve ser dirigido também à
consciência universal para que esta o ajude a compreender corretamente as
expressões da criança destrutiva , sem exageros , de modo que você não vá do
extremo de ignorar essa criança até o extremo de torná-la um monstro.
Uma pessoa pode facilmente oscilar de um
auto-enaltecimento externo a uma autodepreciação interna , oculta.
Quando a criança destrutiva se revela , pode-se
chegar à crença de que esse eu destrutivo é a realidade última , deplorável.
Precisa-se pedir a orientação constante do eu
universal para se ter uma perspectiva completa da revelação da criança egoísta.
Quando a criança começa a expressar-se mais
livremente porque o ego o permite e a recebe como um ouvinte aberto ,
interessado e isento de julgamento , recolha esse material para estudo mais
aprofundado.
Tudo o que se revela por si mesmo deve ser
pesquisado para se chegar às suas origens , resultados e outros desdobramentos.
Pergunte a você mesmo que concepções errôneas
subjacentes são responsáveis pelo ódio , rancor , malícia ou quaisquer outros
sentimentos negativos que chegam à superfície.
Quando essas concepções são identificadas , a
culpa e o ódio de si mesmo diminuem em termos proporcionais.
Outra pergunta a formular é esta:
Quais são as conseqüências
que advém do fato de você ceder aos impulsos destrutivos em nome de um prazer
momentâneo ?
Quando você trabalha questões como essa , os
aspectos destrutivos enfraquecem – mais uma vez na proporção da compreensão da
causa e do efeito específicos.
Sem esta parte do caminho, a tarefa é cumprida
apenas pela metade.
A meditação deve abarcar o problema todo da
negatividade inconsciente, etapa por
etapa.
A interação é tríplice.
O ego observador deve inicialmente desejar e
comprometer-se a alcançar e a expor o lado negativo.
Ele deve também pedir a ajuda do eu universal.
Quando a criança se revela ,o ego deve
novamente pedir a ajuda do eu universal para fortalecer a consciência com
vistas num trabalho mais profundo , que é a exploração das concepções errôneas
subjacentes e o preço enorme pago por elas.
Se você permitir m o eu universal pode ajudar a
vencer a tentação de ceder sempre de novo aos impulsos destrutivos.
Este fato de ceder não se verifica
necessariamente na ação , mas pode manifestar-se em atitudes emocionais.
A ATITUDE MEDITATIVA
Uma meditação assim exige muito tempo,
paciência, perseverança e determinação.
Sempre que você se deparar com algum aspecto
seu não realizado ,com algum problema ou conflito ,sua atitude não deve ser a
de fixar-se pesarosamente nos outros ou nas circunstâncias fora de seu controle
,mas sim a de interiorizar-se e investigar as causas encravadas em seu próprio
nível infantil egocêntrico.
A meditação é um pré-requisito absoluto aqui: ela significa
recolher-se em você mesmo; calma e serenamente
desejando conhecer a verdade dessa circunstância em particular e suas causas.
Depois você precisa esperar tranquilamente uma
resposta.
Nesse estado de espírito , a paz chegará antes
até de você compreender plenamente por que abriga uma determinada negatividade.
Essa abordagem autêntica à vida lhe dará
imediatamente uma medida da paz e do auto-respeito que lhe faltavam quando
responsabilizava os outros pelos sofrimentos que padecia.
Se praticar essa meditação ,você descobrirá um lado seu que nunca chegou a conhecer.
De fato, você conhecerá dois aspectos: os poderes universais superiores entrarão em contato com
você para ajudá-lo a descobrir seu lado mais destrutivo e ignorante,o qual
necessita de percepção , purificação e mudança.
Através de sua disposição e aceitar seu eu
inferior, o Eu Superior tornar-se-á uma presença mais real em
você.
De fato , você vai senti-lo
cada vez mais como o seu verdadeiro eu.
Muitas pessoas meditam ,mas negligenciam o
duplo aspecto do esforço e por isso não realizam a integração.
Elas podem realizar alguns poderes universais
que entram em ação nos casos em que a personalidade é suficientemente livre,
positiva,
aberta ,mas as áreas não-livres , negativas e
fechadas são negligenciadas.
Por si sós , os poderes universais realizados
não irão propiciar uma integração com a parte não desenvolvida do eu.
O ego consciente deve decidir por essa
integração e lutar por ela,
pois de outro modo o eu universal não terá
condições de chegar às áreas bloqueadas.
A integração parcial como o eu universal , por
si só ,pode levar a uma decepção ainda maior se a consciência é enganada pela
integração parcial que existe realmente com poderes divinos e tende a ser mais
indiferente ainda ao aspecto já desconsiderado.
Isso leva a um desenvolvimento desequilibrado.
AS MUDANÇAS EFETUADAS PELA MEDITAÇÃO DO “CAMINHO”
Um fortalecimento expressivo ocorre em todo seu
eu quando você passa pelo processo todo.
Várias coisas começam a acontecer em sua
personalidade.
Em primeiro lugar, seu
ego-personalidade consciente torna-se mais forte e mais saudável.
Mais forte num sentido positivo, solto, com
mais determinação ,percepção , direcionalidade significativa e uma grande poder
de concentração com atenção focalizada.
Em segundo lugar, você cultivará uma auto-aceitação e uma compreensão da
realidade muito maiores.
A auto-rejeição e a auto-aversão desaparecerão.
As exigências igualmente irreais de ser álgüem
especial e perfeito também cessarão.
O orgulho espiritual e a falsa vaidade , bem
como a humilhação de si mesmo e a falsa vergonha também deixarão de existir.
Através da firme ativação dos poderes
superiores , o eu se sente cada vez menos desamparado , desalentado , perdido,
desesperançado e vazio.
O sentido todo do universo em todas suas
maravilhosas possibilidades revela-se a partir de dentro , à medida que a
realidade desse mundo mais amplo lhe mostra o caminho para aceitar e para mudar
sua criança interior , destrutiva.
Essa mudança gradual lhe permite aceitar todos
seus sentimentos e deixar que o fluxo de energia passe por todo seu ser.
Quando você aceita seu lado pequeno , mesquinho
e insignificante sem chegar a pensar que ele é a realidade plena e última
,então a beleza , o amor , a sabedoria e o poder infinitos do Eu Superior
tornam-se mais reais.
O fato de trabalhar com seu eu inferior conduz
a um desenvolvimento equilibrado , à integração e a um sentido profundo e
tranqüilizador de sua própria realidade.
O resultado que se espera é uma afeição
realista e bem alicerçada por você mesmo.
Quando vê a verdade em você mesmo esse torna
uma segunda natureza querer essa verdade e entregar-se a ela , você detecta um
aspecto seu desagradável , aspecto esse que até agora você não queria perceber.
Simultaneamente ,você também detecta esse poder
imenso,
universal , espiritual que está em você e que
na verdade é você.
Por paradoxal que possa parecer , quanto mais
você aceita a pequena criatura mesquinha , a pequena criança ignorante em você
sem perder seu sentido de valor próprio , melhor você perceberá a grandiosidade
do seu ser mais íntimo , com a condição de que não use suas descobertas a
respeito do pequeno eu para entrar em depressão.
O eu inferior quer induzir o
ego consciente a ficar dentro dos estreitos limites da autoflagelação neurótica
, da desesperança e da capitulação mórbida , que sempre encobrem um ódio
reprimido.
O ego consciente deve frustrar esse estratagema
utilizando todo seu conhecimento e seus recursos.
Observe esse hábito de autoflagelação , de
desesperança e da capitulação em você mesmo e reaja contra – não o reprimindo
uma vez mais , mas utilizando tudo o que sabe.
Falando a essa sua parte , você pode concentrar
nela todo o conhecimento que seu ego consciente possui.
Se isso não for suficiente , solicite aos
poderes que estão além de sua consciência que venham em seu auxílio.
À medida que for aumentando o seu conhecimento
tanto do inferior como do superior do seu íntimo ,você descobrirá a função e as
capacidades ,mas também as limitações do ego consciente.
No nível consciente , a função do ego é ver a
verdade plena tanto domais baixo como do mais elevado em você , desejando, com
todas as suas forças , mudar e renunciar à destrutividade.
A limitação è que o ego-consciência não pode
fazer isso sozinho e deve buscar ajuda e orientação junto ao eu universal ,
esperando com paciência , sem duvidar , e sem forçar com impaciência.
Essa espera precisa de uma atitude aberta com
relação ao modo como a ajuda pode manifestar-se.
Quanto menos numerosas forem as idéias
preconcebidas que alguém possa ter , mais rapidamente a ajuda estará à disposição
e será reconhecida.
A ajuda da consciência universal pode chegar de
uma maneira totalmente diferente daquela que seus conceitos possam pressupor , e isso pode ser um obstáculo.
Uma atitude positiva aberta , de espera e de aceitação é também necessária , embora a
percepção de sua ausência possa também tornar-se uma percepção construtiva da
situação do eu no momento.
A REEDUCAÇÃO DO EU
DESTRUTIVO
Discutimos até aqui as duas fases do processo
de meditação:
primeiro , o reconhecimento do eu egoísta
inconsciente e destrutivo , e em seguida a compreensão das concepções errôneas
subjacentes , as causas e os efeitos , o sentido e o preço a ser pago pelas
atitudes destrutivas atuais.
A terceira fase é a reorientação e a reeducação da parte destrutiva do eu.
A criança destrutiva já não está totalmente
inconsciente agora.
Essa criança com suas crenças falsas , com sua
resistência obstinada , com seu rancor e raiva impiedosa ,precisa ser
reorientada.
A reeducação , porém , somente acontecerá se
você estiver plenamente consciente de todos os aspectos das crenças e atitudes
dessa criança destrutiva.
É por isso que a primeira parte da meditação –
a fase de exploração , de revelação – é tão
fundamental.
Não se precisa dizer que essa primeira fase não é algo
que tenha um fim , para então começar a segunda fase e depois a terceira.
Não se trata de um processo seqüencial; as fases se sobrepõem.
O que diremos a seguir deve ser considerado com
muito cuidado,
pois do contrário as sutilezas envolvidas não
serão captadas.
A reeducação pode facilmente ser mal entendida
e levada a uma supressão ou repressão renovada da parte destrutiva que começa a
se desenvolver.
Você deve estar bem atento e ter como meta
evitar isso, sem,
contudo , permitir que a parte destrutiva o
absorva.
A melhor atitude com relação ao desdobramento
da parte destrutiva é a da observação imparcial , do não-julgamento , da
aceitação serena.
Quanto mais ela se desenvolve , mais você deve
lembrar-se de que nem a verdade de sua existência nem suas atitudes que você
tem nem são absolutas.
Acima de tudo , você dispõe do seu poder
inerente de mudar o que quiser.
Pode faltar-lhe o incentivo de mudar quando
você não está plenamente consciente do dano que sua parte destrutiva causa à
sua vida quando ela não é identificada.
Por isso , outro aspecto importante dessa fase
do trabalho de meditação é observar em profundidade e em extensão as
manifestações indiretas.
Como o ódio não expresso
se manifesta em sua vida?
Talvez ele o faça sentir-se desmerecedor e
temeroso ou talvez iniba suas energias.
Este é apenas um exemplo; todas as manifestações indiretas precisam ser estudadas.
É importante que, neste ponto, você se lembre
deque onde há vida,
há movimento constante , mesmo que esteja momentaneamente paralisado: matéria é substância vital paralisada.
Os bloqueios de energia solidificados em seu
corpo são substância vital temporariamente enrijecida , imobilizada.
Essa substância vital sempre pode retornar seu
movimento , mas somente a consciência pode fazer isso , porque a substância da
vida é impregnada de consciência e de energia.
Não importa se essa energia está
momentaneamente bloqueada e solidificada ou se essa consciência está
temporariamente obscurecida.
Acima de tudo , a meditação significa que a
parte de você que já está consciente e em movimento tem realmente a intenção de
fazer com que a energia bloqueada e a consciência embaçada novamente se
movimentem e se tornem perceptivas.
A melhor maneira de fazer isso é deixar que ,
antes de mais nada, a consciência endurecida e empanada se expresse.
Nessa hora você precisa ter uma atitude
receptiva, e não reagir como se o que aflora fosse algo devastador e
catastrófico.
A atitude de pânico com relação à própria
criança destrutiva em desenvolvimento causa mais dano do que a criança
destrutiva em si.
Você deve aprender a ouvi-la,
a compreendê-la, a calmamente receber suas expressões sem odiar a você mesmo e
sem repelir a criança.
Somente com essa atitude é que você pode
compreender as causas da destrutividade subjacente dessa criança.
Somente então é que o processo de reeducação
pode começar.
A atitude de negação, de pânico, de terror,de
auto-rejeição e de exigência de perfeição que , em geral , você assume ,
inviabiliza cada parte dessa meditação.
Essa atitude não possibilita o desenvolvimento
; ela não permite a pesquisa das causas do que poderia ser desenvolvimento ; e
certamente impede a reeducação.
É a atitude de aceitação e de compreensão que
possibilita que o ego consciente reivindique seu domínio benigno sobre a
matéria psíquica violentamente destrutiva e estagnada.
Como afirmamos muitas vezes , a bondade , a
firmeza e a determinação profunda contra sua própria destrutividade são
indispensáveis.
Estamos diante de um paradoxo: identificar-se com a destrutividade e, todavia,
não apegar-se a ela.
Aceitar que se trata de você mesmo , mas também
saber que existe outra parte sua que pode dizer a palavra final , se você assim
o decidir.
Por isso , você precisa expandir as fronteiras
das expressões de seu ego consciente para incluir a possibilidade de dizer a
qualquer momento:
“Serei mais forte do que minha destrutividade e não me
deixarei tolher por ela.
Decido que minha vida será a melhor e a mais plena possível ,
e que posso , e por isso o farei , superar os bloqueios em mim que me fazem
querer continuar infeliz.
Essa minha determinação atrairá os poderes superiores que me
tornarão capaz de vivenciar cada vez mais felicidade porque posso abandonar o
prazer duvidoso de ser negativo , que agora identifico plenamente.”
Esta é a tarefa do ego consciente.
Então , e somente então , ele poderá trazer à
cena os poderes de orientação , de sabedoria e de força , e um novo sentimento
interior de amor que brota do fato de ser permeado pelo eu universal.
Também a reeducação deve prosseguir através do
relacionamento dos três níveis interativos , do mesmo modo que esse relacionamento foi necessário para
conscientizar o lado destrutivo e para investigar seu sentido mais profundo.
A reeducação depende dos esforços tanto do ego
consciente , com suas instruções para a criança egoísta , ignorante e com seu
diálogo com ela , como também da intervenção e orientação do eu universal ,
espiritual.
Cada um a seu modo promoverá a maturidade
gradual dessa criança.
O ego estabelece seu objetivo de mudar a
consciência da criança interior negativa desejando essa mudança e entregando-se
a ela.
Esta é sua tarefa.
A realização plena dessa tarefa é possível
devido ao influxo espiritual proveniente da personalidade mais profunda que
deve ser deliberadamente ativada.
Aqui a consciência deve novamente adotar uma
dupla abordagem:
a primeira é a
atividade que estabelece seu desejo de transformar os aspectos autoderrotistas
, conduzindo o diálogo e instruindo a criança ignorante , calmamente , mas com
firmeza.
A segunda é uma espera mais passiva , mais paciente , de uma
manifestação final , mas sempre gradual, dos poderes universais.
São esses que causam a mudança interior quando
os sentimentos conduzem a reações novas e mais elásticas.
Assim os bons sentimentos substituirão os que
eram negativos ou entorpecidos.
Apressar e pressionar a parte que resiste é tão
inútil e ineficaz quanto aceitar sua recusa direta de sair de onde está.
Quando e ego consciente não reconhece que há
uma parte do eu que efetivamente se recusa a dar os passos necessários na
direção da saúde , do desenvolvimento e da vida agradável, um movimento
contrário pode ser o de pressão agitada e impaciente.
Ambas as situações derivam do ódio a si
próprio.
Quando você se sente fechado em si mesmo e
desesperançado,
tome isso como um sinal para pesquisar aquela
sua parte que diz,
“Não quero mudar ,não quero seu construtivo”.
Comece a busca e encontre essa voz.
Use mais uma vez o diálogo meditativo para
pesquisar e deixar que o pior em que você se expresse.
Vocês podem ver , que expressar a parte negativa ,
pesquisar seu significado , sua causa e seus efeitos e reeducá-la deve ser um
processo em mutação constante , com momentos de alternância e de
simultaneidade.
Veja como os três níveis de interação se combinam no esforço de purificação e de integração.
A meditação funciona aqui como uma articulação
constante do que antes estava desarticulado.
Trata-se de uma tríplice comunicação e
confrontação: do ego para o eu destrutivo e do ego para o eu
universal de modo que o eu universal possa afetar tanto o ego como o eu
destrutivo.
Sua própria sensibilidade crescerá dia após dia
para sentir o que exatamente é necessário em qualquer etapa do seu caminho
evolutivo.
UMA TÉCNICA PARA COMEÇAR A
MEDITAÇÃO
Cada dia traz novas tarefas , tarefas
excitantes , maravilhosas.
Não devemos nos aproximar delas como se
fôssemos nos livrar de uma obrigação , com uma idéia de que só então a vida
pode começar.
Pelo contrário , o processo de meditação é algo
vivido.
Você pode iniciar cada meditação perguntando-se;
“ O que sinto realmente neste momento com relação a essa ou
àquela questão?
Em que aspecto estou insatisfeito?
O que é que, talvez, estou observando superficialmente?“
Em seguida , você pode pedir ao Espírito
universal em você que o ajude a encontrar respostas pertinentes.
Espere com confiança os desdobramentos
possíveis.
É só com o desenvolvimento de alguma parte sua
que você pode ter o encontro direto , a comunicação , ou o diálogo com ela ,
fazer-lhe mais perguntas e também instruí-la.
Com paciência e determinação ,você pode
remodelar a parte distorcida ,mas somente depois que ela se expressa
plenamente.
Você pode dar nova forma à energia psíquica
estagnada,
reorientá-la , através de sua disposição de ser
totalmente honesto,
plenamente construtivo , amoroso e aberto.
Se você se achar indisponível com relação a
esse aspecto ,encare-o ,estude-o e reeduque-o.
Este é o único modo significativo pelo qual a
meditação pode movimentar sua vida para a solução de problemas, para o
desenvolvimento e a realização e para o desvelamento do seu melhor potencial.
Se você fizer isso , chegará o tempo em que a
vida confiante não mais parecerá uma teoria vaga e distante que você não pode
inserir na sua prática pessoal.
Em vez disso , sua confiança na vida , bem como
o amor a você mesmo no sentido mais saudável , irá preenchê-lo cada vez mais,
com base em considerações realistas e não em
veleidades.
RECONCILIAÇÃO DOS
PARADOXOS DA SUA VIDA
À medida que sua consciência se expande , os
paradoxos e oposições que constantemente o desorientam serão reconciliados.
Examinemos inicialmente o paradoxo do desejo.
Tanto a presença como a ausência do desejo são
atitudes espirituais importantes.
Somente à mente dualista , dividida , é que
estas parecem atitudes opostas , levando à confusão sobre o que é certo e sobre o que é errado.
Os seres humanos desejam.
Somente o desejo pode conduzir você ao quarto aspecto da meditação.
O quarto aspecto é a expansão de seus conceitos
conscientes para criar uma substância de vida nova e
melhor , e daí a expansão da vida.
Se você não deseja um estado de ser mais
aperfeiçoado e uma realização mais plena , você não terá material para criar e
modelar a substância da vida.
A visualização de um estado mais pleno
pressupõe o desejo.
Esses conceitos devem ser nutridos pelo ego
consciente , e a Consciência universal deve intervir para ajudar a criar um
estado de maior expansão.
Se considerar o desejo e a ausência dele como mutuamente
excludentes ,você não poderá apreender ou sentir a atitude apropriada.
O desejo deve existir para que se possa
acreditar em novas possibilidades e para evoluir a estados superiores de
plenitude e de auto-expressão.
Mas um desejo tenso , premente e contraído
forma um bloqueio.
Um desejo desses implica afirmações do tipo:
”Não acredito que o objeto de meu desejo possa se
concretizar”, e que é, talvez ,o resultado de um conceito
subjacente do tipo “De fato , não quero isso”,
devido a alguma concepção errônea , a um medo infundado ou a uma falta de
disposição para pagar o preço.
Essa negação subjacente cria um desejo muito
tenso.
Portanto, deve existir uma espécie de falta de
desejo que poderia ser expressa pela afirmação;”Sei que posso
ter tal e tal coisa , e tê-la-ei , mesmo que não se realize neste momento , sob
essa ou aquela forma específica.
Confio no universo e em
minha própria boa vontade capaz de esperar; e me fortalecerei ao longo do
caminho para enfrentar adequadamente a frustração temporária desse desejo.”
Quais são os denominadores comuns do desejo saudável e da
falta de desejo saudável que fazem da meditação e de toda a expressão de vida
algo real e belo?
Primeiro,
verificamos uma ausência de medo e uma presença de confiança.
Se você teme a frustração e a não-realização ,
bem como suas conseqüências , a tensão do movimento de sua alma impedirá a
realização que você deseja, Você chegará até a renunciar a todo desejo.
Então a falta de desejo demasiadamente tenso.
Em última análise, esse desejo tenso deriva do medo provocado pela crença
infantil de que você será aniquilado se não conseguir o que deseja.
Assim , você não acredita na sua habilidade de
lidar com a falta de realização, fato que o torna desmedidamente temeroso dela.
Assim ,o círculo vicioso continua.
O medo induz a uma limitação que se transforma
numa negação de desejo.
Essas atitudes sutis e obscuras precisam ser
exploradas em sua meditação para que você possa chegar ao quarto estágio da
meditação significativa.
Nesse estágio , você expressa seu desejo com confiança em sua habilidade de
lidar tanto com a não-realização como com a realização e , portanto , com um
universo benigno ,capaz de conceder-lhe aquilo a que você aspira.
Os obstáculos ao longo do caminho podem ser
superados quando você sabe que o estágio supremo de felicidade será seu de
qualquer modo.
Então o desejo e a ausência de desejo não serão
paradoxos irreconciliáveis , mas atitudes complementares.
De modo semelhante ,parece paradoxal postular
que tanto o envolvimento como o desapego devem existir numa psique saudável.
Novamente , há uma abordagem dupla à
compreensão dessa contradição aparente.
Se o desprendimento é indiferença porque você
tem medo de ser envolvido , de arriscar o sofrimento e de amar , então esse
desprendimento é uma distorção da atitude verdadeira.
Se o envolvimento é meramente a expressão de
uma vontade supertensa gerada por sua insistência infantil em ter imediatamente
o que quer ,então a versão de envolvimento produtivo e saudável está invertido.
Escolheremos um terceiro exemplo de opostos
aparentes que,
quando não distorcidos , constituem um todo
abrangente.
Tomemos as atitudes interiores de atividade e
passividade.
No nível dualista , essas duas atitudes parecem
ser mutuamente excludentes.
Como você pode ser ativo e passivo ao mesmo tempo de modo
harmonioso?
A interação interior correta inclui ambos esses
movimentos interiores.
Por exemplo, a meditação
,como a explicamos aqui, deve incluir ambos.
Você é ativo quando explora seus níveis
interiores de consciência;
você é ativo quando se compromete e se empenha
em reconhecer e superar a resistência;
você é ativo quando se questiona com mais
profundidade para deixar que se expresse o lado destrutivo que não admitia
anteriormente;
você é ativo quando tem um diálogo com os
aspectos infantis e ignorantes de você mesmo e os reeduca;
você é ativo quando usa seu ego-consciência
para atrair a ajuda da consciência espiritual;
você é ativo quando cria um novo conceito de
experiência de vida,
em oposição a um conceito velho e restritivo.
Quando o ego estabelece a ligação com os outros
dois “universos”, você é que ativo.
Mas você deve também aprender a esperar
passivamente pelo desenvolvimento e expressão desses dois outros níveis.
Então a fusão correta de atividade e
passividade prepondera na psique.
Os poderes universais não podem realizar-se num
ser humano a menos que ambos os movimentos , o ativo e o passivo , estejam
presentes.
Aí estão conceitos muito importantes que
precisam ser aplicados e observados no seu interior.
Descubra onde estão distorcidos e onde estão
operando adequadamente.
Quando a interação tríplice dentro de você
acontece , existe sempre uma fusão harmoniosa entre desejo e ausência de desejo
; entre envolvimento e desprendimento , entre atividade e passividade. Quando
esse equilíbrio se torna um estado estável, a criança destrutiva se desenvolve.
Ela não morre nem é aniquilada.
Ela não é exorcizada.
Seus poderes enrijecidos se transformam em
energia de vida , que vocês , sentirão realmente como uma força viva ,nova.
Essa criança não deve ser trucidada.
Deve ser instruída para que a solução chegue
até ela, liberando-a e levando-a ao desenvolvimento.
Se trabalhar com esse intuito, você se
aproximará mais e mais da unificação entre o nível do ego e o eu universal.
Amor, Luz , Paz , Gratidão e Namastê !
Love,
Light, Peace, Gratitude and Namaste!
Amour, de Lumière, la Paix, Gratitude et
Namaste!
Amor, Luz, Paz, Gratitud y Namaste!
الحب، والضوء، والسلام، والامتنان وناماستي!
愛、光、平和、感謝とナマステ!
Amore,
Luce, Pace, Gratitudine e Namaste!
Liebe,
Licht, Frieden, Dankbarkeit und Namaste!
Любовь, свет, мир, благодарность и Namaste!
Upendo, Mwanga, Amani, Shukurani na Namaste!
LOVE
AND LIGHT TO ALL !
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