Num mundo que se move a uma velocidade atordoante, cada vez faz
mais sentido falar sobre o movimento do Slow Living.
Apesar de só se ter oficializado em 2014, os primeiros passos
desta filosofia terá surgido nos anos 80, com um nome e conceito ligeiramente
diferentes.
Apareceu
com Slow Food, filosofia lançada pelo italiano Carlo Petrini, no
momento em que a comida rápida e plastificada se veio instalar no mundo — e que
teve como marco a abertura do primeiro McDonald’s, em
Roma, Itália.
O movimento, contra os produtos altamente industrializados,
defende os sabores naturais, os ingredientes orgânicos, sazonais
e locais.
Teve um enorme impacto: angariou
78 mil apoiantes em 85 países do mundo (incluindo Japão, Austrália e Estados Unidos da América).
Entretanto,
à medida que outros aspectos do quotidiano se foram tornando mais acelerados,
esta filosofia foi-se alastrando, passando mesmo a fazer referência ao estilo
de vida no seu todo.
Mas foram precisos muitos anos: 20 anos depois, o movimento
surge, oficialmente, com Carl Honoré, em
2014, com o livro “In Praise of Slowness:
Challenging the Cult of Speed”.
O slow living, como a expressão inglesa indica, refere-se
a viver a vida mais devagar.
Quer contrariar o sistema frenético das sociedades modernas, em
que, devido à rapidez com que tudo se desenrola, ninguém olha para si ou sequer
para os outros.
Assim,
representa o contrário da rotina repleta de automatismos, onde se estimula o
consumismo e se negligenciam os sentidos ou as emoções — consequências
perigosas para a estabilidade da saúde mental.
Slow living é ir em busca do equilíbrio, através de um
abrandamento que deixa ver, ouvir, cheirar, tocar, sentir e refletir.
Deixamos 7 estratégias e hábitos
simples, amigos do slow living.
1. A natureza é a melhor amiga do slow living.
Trabalhar
com uma horta, com a terra e com todos os produtos que nela nascem é a forma
perfeita de ter um momento slow living.
A natureza mostra-nos a importância dos timings, ao mesmo tempo
que nos ajuda a desacelerar o nosso próprio ritmo.
Aqui nada se tem imediatamente, cada coisa tem o seu próprio
ciclo.
Arregaçar
as mangas e trabalhar numa cultura — seja de ervas aromáticas, seja de
abóboras, alfaces ou um tomateiro — tem um efeito quase meditativo: estamos
concentrados naquilo que estamos a fazer, no famoso “aqui e agora”, a sentir
o contato direto com a terra e a despertar todos os nossos sentidos.
Estamos entregues ao momento.
Não é ao acaso que a horta é uma poderosa arma contra a
ansiedade ou burnout.
É que além disto tudo, permite-nos perceber e aceitar que não
podemos controlar tudo, que o tempo é fundamental em todos os processos.
Em casa ou numa empresa, uma horta só traz benefícios.
2. As atividades mindfulness.
Tal
como o trabalho na horta, a meditação é uma forma de contrariar o estilo de
vida rápido em que as sociedades se erguem. Daí os poderosos benefícios
associados a esta prática.
Seja em casa ou numa atividade (diária ou semanal) promovida pela empresa, esta
prática é amiga do equilíbrio mental.
Permite-nos reconectar com as nossas verdadeiras emoções, dar
atenção ao que os nossos sentidos nos mostram.
É a absoluta desaceleração e ligação ao nosso ciclo natural.
O yoga também é uma
excelente forma de conseguir este efeito,
juntando ainda a
componente física, uma vez que também trabalha o corpo, alongando-o e
fortalecendo-o.
3. Dê passeios na natureza.
Se
caminhar no meio da cidade pode elevar os níveis de stress (são muitos carros, buzinas, trânsito, lixo,
pessoas a passar cheias de pressa), andar a pé na natureza é uma
verdadeiro deleite para os nossos sentidos e mente.
Cheiramos, vemos, sentimos e ouvimos as flores, as plantas, a
terra.
Somos levados pelos seus ritmos naturais e contagiados pela sua
calma e serenidade.
Sentimos a biofilia, o efeito cientificamente comprovado que a
natureza têm em nós — e que passa pela capacidade de nos fazer mais felizes.
4. Transformar rotinas em rituais é slow living.
Seja
no ato de tomar banho, tomar o pequeno-almoço, vestir-se, pense naquilo que
está a fazer, contrariando o automatismo frenético do quotidiano.
Não negligencie estes momentos, que se repetem de dia para dia.
Dê-lhes atenção e transforme-os em rituais.
5. Faça a sua própria comida.
Esqueça
a comida rápida e empacotada.
O ato de cozinhar também tem um efeito relaxante, de atenção e
de entrega, tal como tem o trabalho com a horta.
Crie os seus cozinhados de raiz, trabalhando todos os
ingredientes neles contidos – conseguindo depois saborear a comida de outra
forma, distinguindo sabores e texturas.
E, claro, tirando proveito de todas as vantagens de saúde
nutritivas da comida verdadeira.
6. Não coma a correr.
Ainda no capítulo de refeições, não coma em frente à secretária
ou de pé, num café.
Aprecie a sua refeição sentado, mastigue com calma, aprecie os
sabores e contrarie o ato de “despachar”.
A comida e o ato de comer são demasiado importantes e bons para acontecerem
a correr.
7. Esteja offline.
Muito
importante.
Em todos estes momentos, sempre que possível, desligue-se das
tecnologias e da esquizofrenia das notificações que nunca param.
Esteja só consigo e com o que está à sua volta, atento ao que
está a fazer.
Desfrute verdadeiramente do momento.
Estar desligado das tecnologias significa estar ligado a si
mesmo.
Fonte: https://portaldobudismo.com/
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