quarta-feira, 16 de novembro de 2011
OS PRINCÍPIOS MASCULINO E FEMININO NO PROCESSO CRIATIVO
Nós gostaríamos de falar sobre elementos específicos do poder universal criativo.
Todo ser humano possui e expressa esse poder.
Mostrar o verdadeiro valor significa usar, de forma deliberada,
consciente e proposital, o poder criativo que a pessoa é na sua dimensão mais íntima, e que emana dela.
Com esse poder, vocês criam constantemente as circunstâncias de sua vida, mas de forma inconsciente, sem saber.
Aquilo que vocês pensam e sentem, aquilo em que acreditam e o que concebem, o que secretamente desejam e temem, molda e determina a substância criativa e constitui a força motriz desse poder.
Que diferença enorme se verifica quando alguém cria o próprio destino deliberada e conscientemente, em vez de fazer isso sem
saber !
Com a criação inconsciente, vocês atribuem determinadas experiências a uma força obscura do destino.
Suas experiências parecem ter pouco ou nada que ver com o que vocês são, com o que sentem, com o que desejam, com as suas crenças neste exato momento, ou com o que decidem fazer com seus pensamentos e sentimentos.
No entanto, as pessoas realizadas sabem exatamente como criar sua vida.
É grandioso o momento em que a pessoa subitamente entende que não foi o destino hostil, mas sim os seus próprios atos que criaram os obstáculos e a infelicidade, e vê a atitude oculta que gerou o destino indesejado.
Uma ver percebida a ligação de causa e efeito, o destino já não fica sujeito a uma força externa, cega e maléfica.
A partir desse momento, a pessoa deixa de ser impotente.
Na verdade, os seres humanos jamais são impotentes diante de qualquer força ou poder exterior: eles são impotentes diante de seus próprios processos interiores, até serem capazes de reconhecê-los e de mudá-los.
Este é o caminho.
À proporção que descobrirem, no íntimo, a raiz da experiência negativa, vocês se tornarão capazes de transformar essa experiência.
Para criar deliberadamente um destino positivo, é essencial conhecer mais sobre a força criativa do universo e como cada um pode usá-la.
O FUNCIONAMENTO DOS DOIS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Há dois princípios fundamentais através dos quais opera o processo criativo:
o primeiro é a ativação; o outro é o princípio que envolve a não-interferência e a aceitação de que as coisas aconteçam.
Esses dois princípios criativos existem em toda a dimensão do universo e se manifestam em tudo na vida.
Eles regulam tudo o que acontece, que seja desejável ou indesejável,
importante ou desimportante, desde o mais ínfimo e corriqueiro acontecimento até a criação de um universo.
Se quiser que a criação seja construtiva, produtiva, alegre e agradável, é necessária a ação recíproca e harmônica desses princípios: um deve complementar o outro.
Se o que se cria é algo destrutivo, doloroso, nocivo ou infeliz, algo que causa tristeza, os dois princípios também atuam; porém, nesse caso,
foram distorcidos e não foram bem compreendidos.
Em vez de se completarem, um interfere no outro.
Em vez de os dois aspectos formarem um todo único, o dualismo faz deles dois opostos mutuamente excludentes, ou duas negações.
Quando os dois lados da dualidade se reconciliam, duas forças aparentemente opostas trabalham juntas para atingir uma meta.
A contraposição dualidade-unidade pertence a toda a criação: sempre que uma entidade é tirada de seu centro e, por conseguinte, fica em ignorância e erro, passa a existir a dualidade.
Tudo o que se situa na esfera terrestre , em particular a consciência humana, está em estado de dualidade, e dessa forma todas as funções criativas perceptíveis são cortadas ao meio.
O processo criativo também é afetado pelo estado dualista da consciência humana.
Os dois princípios fundamentais da criação, a ativação e a passividade são leis universais presentes em tudo o que foi criado.
Não são leis mecânicas, como a lei da gravidade.
Todas as leis, mesmos as impessoais e físicas, passaram a existir a partir da consciência e por intermédio dela, e foram criadas pela combinação desses dois princípios fundamentais.
A criação propriamente dita, com suas leis peculiares, constitui sempre uma expressão de consciência, pois toda a criação só pode ser uma conseqüência da consciência.
Não importa se a consciência deriva de um cérebro, de determinada personalidade ou se é o grande espírito universal que permeia toda a vida.
O princípio é o mesmo.
A atitude consciente mostra se vocês ativam ou não, se vocês deixam como está ou não.
Esses dois princípios e seus papéis merecem um exame mais pormenorizado.
O PRINCÍPIO MASCULINO
Ativar significa que a entidade consciente, reivindica, provoca,
determina ou usa deliberadamente essas forças com uma determinada finalidade,
movimentando-as ou aproxima-se delas,fazendo com que atuem e eliminando todos os obstáculos possíveis.
Pôr em funcionamento as forças criativas implica esforço e empenho.
É a conduta ativa.
Podemos dar a ela o nome de princípio masculino na criação.
A atitude de “deixar as coisas como estão“ significa receptividade e espera.
Também é um movimento, pois tudo o que vive se movimenta; mas esse tipo de movimento é muito diferente do movimento do princípio ativador.
O princípio ativador desloca-se para outro estado.
O espírito que envolve essa atitude é de movimento interior; trata-se de um movimento pulsante e involuntário, ao passo que o movimento de ativação é deliberado e auto determinante.
As palavras são insuficientes para explicar esses fatos, e vocês precisarão ouvir com o ouvido interior, usar a imaginação e as faculdades mais profundas para entender o que estou dizendo.
O PRINCÍPIO FEMININO
A consciência que conserva a atitude de aceitação diante das coisas corresponde a esperar com paciência e confiança, a permitir que se complete o processo de amadurecimento, a entregar-se a uma força em movimento; podemos dar-lhe o nome de princípio feminino da criação.
Como eu disse anteriormente, os princípios masculino e feminino existem em todo empenho, em todo ato criativo.
O ato determinado e voluntário expressa a confiança em si mesmo e o conhecimento da própria natureza divina.
Acompanhar as forças criativas, submeter-se a elas, expressa profunda confiança na vida e no estado de ser que exige apenas a quantidade ínfima de movimento necessária para ativar os poderes em que se confia.
Tudo o que funciona bem no universo, até as menores manifestações da vida terrena, combina esses dois aspectos de vida e consciência.
Nada pode ser criado sem que ambos os princípios operem.
Nenhuma união entre os dois sexos pode ser plena sem que esses princípios operem conforme sua finalidade.
O prazer supremo é possível na medida em que essas atitudes são saudáveis, e na medida em que a confiança em si e na vida permite que ambos os aspectos se manifestem.
Os homens e as mulheres representam os dois princípios;
diferem o arranjo, a ênfase, o grau, a proporção e a relação entre si.
O homem saudável e integrado não representa exclusivamente o princípio ativador, e tampouco a mulher saudável e integrada representa exclusivamente o princípio de aceitação e passividade.
Os homens e as mulheres precisam expressar ambos os aspectos,
porém, a ênfase difere, como também diferem as áreas em que os dois princípios criativos se manifestam ou às quais se aplicam.
Depois que você começarem a pensar a esse respeito e olharem a vida com a visão levemente modificada que registra o funcionamento dos dois princípios, verão e compreenderão muito mais sobre a criação e os acontecimentos no mundo.
Não importa se vocês criam uma empresa, um vínculo com outra pessoa, o seu próprio destino ou um universo: tudo depende do seu grau de compreensão e do uso harmônico que fazem dos princípios masculino e feminino da criação, e do seu grau de consciência dos dois princípios, para deixar que os dois lados se desenvolvam.
Quando esses princípios criativos são distorcidos e usados de forma errônea, eles criam confusão e desarmonia.
O resultado é a destruição.
DISTORÇÕES DAS FORÇAS CRIATIVAS MASCULINA E FEMININA
O homem não pode ousar ser totalmente homem e ativar a força criativa de modo deliberado e proposital quando seu inconsciente ainda está mergulhado em hostilidade, rancor e raiva, porque o princípio ativador, nesse caso, ameaça expressar esses impulsos destrutivos.
Há na terra muitos homens, bem como mulheres, que ainda são subdesenvolvidos a ponto de não sentirem arrependimento por expressar os impulsos destrutivos.
Eles não se preocupam com ativar o princípio masculino, mesmo que ele traga à tona as ações mais violentas e negativas.
É apenas quando o desenvolvimento ocorre e quando a pessoa já não quer expressar violência ou destruição que ela passa a recear o seu princípio ativo e, consequentemente, a contê-lo.
Esta é a razão pela qual não é possível ser totalmente homem ou mulher enquanto não se tem consciência das emoções e dos desejos negativos.
Esses sentimentos, quando verdadeiramente encarados, perdem a força.
Mas, enquanto a pessoa está inconsciente da sua existência, eles detêm o controle e forçam a agir sob a sua influência, mesmo que ela não saiba o que está fazendo nem por quê.
Nesse caso, ela racionaliza ou volta essa agressividade contra si mesma, por medo de deixar o princípio ativo à solta, espalhando suas sementes de negatividade.
Assim, num estágio transitório de evolução, as pessoas se impedem de usar o princípio ativador, porque toda ativação se baseia no negativismo.
Isto explica por que tantas pessoas ficam paralisadas, inativas e estagnadas.
Por um tempo, elas se contêm para impedir o mau uso do princípio criador.
Portanto, a ativação saudável, a auto-afirmação e a autonomia também ficam temporariamente contidas, à espera da liberação que vem quando a pessoa consegue pôr fim a dificuldade de lidar com a sua natureza destrutiva.
As pessoas podem precisar passar por várias estadas no plano terrestre, onde as forças ativadoras devem ser suavizadas para não mais expressar a forma distorcida do princípio criativo da ativação.
Todos vocês precisam conhecer o seu lado oculto de crueldade,
brutalidade, sadismo, sede de vingança e maldade, para aprender a superar de fato essas emoções destrutivas, encarando-as,
entendendo-as e aceitando-as.
Só então sobrevém a convicção autêntica de que não há razão para essa tendência à destrutividade.
Enquanto esta não for encarada sem rodeios, a pessoa não terá nenhuma convicção e a auto compensação ocorrerá principalmente por medo de represálias ou de outras conseqüências.
Só quando existe coragem e honestidade para ver e aceitar no seu todo as emoções e os desejos prejudiciais; só quando se é capaz de compreendê-los e avaliá-los completamente, é que se percebe, sem sombra de dúvida, que eles são supérfluos como defesas e não servem a nenhuma outra finalidade.
À medida que esses sentimentos se neutralizarem e já não é preciso ficar em guarda contra as reações espontâneas, a pessoa tem liberdade suficiente para ativar, dentro de si, o maior poder do universo.
Esse poder já não atemoriza, pois está isento de contaminação, de perversão e de distorção.
Nesse momento, vocês podem reivindicar seus direitos de nascença.
Podem dar vida às suas próprias forças criativas.
Muitas vezes, uma pessoa está suficientemente livre de distorções destrutivas para poder usar com segurança seus poderes internos, mas o velho hábito de se conter está tão enraizado que ela, desnecessariamente, se abstém de usar o princípio ativador, sem saber ainda que pode usar esse poder com segurança.
A tendência à destrutividade que ainda existe já não é perigosa, pois agora se tornou bastante consciente.
A pessoa está alerta demais para deixar que a destrutividade reine e instigue ações negativas.
O que ela ainda não sabe, porém, é que com esse mesmo poder capaz de controlar a agressividade restante ela também pode usar as maiores forças do universo, que se encontram no seu interior.
Agora, tornando-se divina, ela pode usar o poder ativador para criar as circunstâncias à sua escolha.
Assim, precisamos distinguir entre os que corretamente refreiam a atividade criativa porque temem, com razão, seus componentes negativos, e aqueles que refreiam esse poder simplesmente porque não conhecem seu potencial positivo.
Essas pessoas são como alguém que dormiu por um período muito prolongado e, ao acordar, precisa descobrir a força de todas as suas faculdades e o alcance de seus desdobramentos.
O princípio masculino é voltado para fora e leva à ação que tem conseqüências.
A ação que se segue à força motriz ou ao ímpeto constrói, afeta, causa e determina ativamente.
Quando a personalidade está totalmente ciente de que já não se precisa das forças destrutivas e, portanto, já não tem medo delas, ela também começa a saber que pode criar.
A essa altura , as pessoas descobrem seus poderes interiores e constatam que a mente pode ativá-los.
O princípio feminino da receptividade, de permitir que as forças ativadoras sigam seu caminho legítimo até o fim, fica distorcido quando a entidade recusa a responsabilidade pessoal.
Se houver renúncia à auto-ativação e, em vez de se submeter à autoridade de outra, o papel do princípio feminino criativo é deturpado.
Pelo mesmo critério, quando uma mulher abre mão de sua autonomia em benefício do parceiro, por ter medo ou por ser acomodada demais para assumir as conseqüências de seus atos, estamos diante de um arremedo ou caricatura da feminilidade.
A submissão dela não é motivada pelo amor nem pela confiança nele;
o objetivo dela não é vivenciar o êxtase da união dos dois princípios criativos nessa manifestação específica.
Ao contrário, ela se submete a ele por medo da vida, recusando-se a assumir suas obrigações.
Essa renúncia distorcida não pode trazer nada de bom para nenhum dos parceiros.
Quando uma mulher quer ser um parasita e deixar para o parceiro o ônus das responsabilidades dela, está malbaratando a vida, mas a vida não pode ser malbaratada.
A conseqüência é que o medo que ela sente da vida aumenta, bem como o medo do homem, que deveria representar a autoridade.
A escravidão, provocada por ela mesma, também lhe causa medo.
Assim, o princípio feminino, ou a feminilidade, muitas vezes é erroneamente associado a impotência, a passividade e a inferioridade , ao passo que o princípio masculino, ou masculinidade, muitas vezes é erroneamente associado a força bruta e a superioridade.
Na verdade, a mulher não pode ser verdadeiramente mulher enquanto não for capaz de autodeterminação.
No contexto deste artigo, a mulher precisa confiar na sua individualidade ativando o princípio criativo que existe nela, pois só quando presta conta dos seus erros, quando se dispõe a aceitá-los e a aprender com eles é que ela pode ser forte e responsável por si mesma.
Nesse momento, ela não terá medo da renúncia total, do abandono, do fato de deixar-se guiar por forças interiores involuntárias.
O homem, inversamente, não pode ser verdadeiramente homem enquanto não se liberta do instinto de destrutividade e enquanto não está disposto a aceitar que o princípio ativador trabalhe a seu próprio modo.
Em outras palavras, ele precisa observar o princípio feminino para ativar totalmente o masculino, assim como a mulher completa precisa ativar o princípio masculino para entregar-se ao feminino.
INTERAÇÃO HARMONIOSA
Essa interação entre mulher e homem expressa de modo muito claro os dois lados do poder criativo.
A união entre os sexos é satisfatória na medida em que os dois parceiros estão em harmonia dentro.
Só quando essa condição é observada é que pode instaurar-se a harmonia entre eles.
O homem tem razão em ter medo das forças ativadoras enquanto permanece inconsciente de sua destrutividade e, portanto, é incapaz de controlá-la; a mulher tem razão em recear a submissão enquanto faz de si um ser impotente, sejam quais forem os motivos negativos desse fenômeno.
Se ela não está de posse de seus poderes inatos, a entrega pode ser debilitante e perigosa.
Como os homens e as mulheres expressam tanto o princípio masculino como o feminino, ambos precisam acabar com a violência e com a hostilidade de seus poderes de ativação.
Ambos precisam aprender a se ver como causadores de tudo o que lhes acontece,
em vez de pôr a culpa de seu sofrimento em fatores externos.
No decorrer do trabalho de um programa de autotransformação, tanto homens como mulheres deparam com padrões idênticos do eu inferior.
Tomam conhecimento da falsa agressividade, hostilidade, violência,
excesso de atividade, impaciência e recusa em esperar que os poderes cheguem à fruição no devido tempo.
Também tomam conhecimento da falsa receptividade e da falsa entrega ou seja,
da negação da responsabilidade por si mesmo, da acomodação, da aceitação da linha de menor resistência.
A tentativa de encontrar uma autoridade que assuma o que é, de fato,
responsabilidade de cada um, é uma das formas de fugir à prestação de contas.
Tanto homens como mulheres, portanto, precisam solucionar os mesmos problemas, porém sua interação se dá num plano complementar e não idêntico.
A realização pessoal não será possível enquanto vocês não se transformarem em homens e mulheres completos, na mais profunda acepção possível.
É por esse motivo que os problemas humanos sempre dizem respeito primordialmente ao relacionamento entre os sexos.
Independentemente dos outros problemas que vocês, seres humanos,
possam ter, eles estão, no mínimo, indiretamente ligados à masculinidade ou à feminilidade.
A expressão e a maneira de lidar com os princípios masculino e feminino permeia toda a personalidade.
O PAPEL DOS DOIS PRINCÍPIOS EM QUALQUER ATIVIDADE
Vamos tomar, como exemplo, um problema profissional.
Como é possível ter êxito profissional se estiver faltando o princípio ativador ou se ele estiver entorpecido, e se vocês não forem suficientemente expansivos e saudavelmente agressivos, ou se bloquearem seus poderes criativos , em vez de ativá-los?
E se vocês derem vazão às forças ativadoras que ainda são hostis e anti-sociais ?
Nesse caso, inevitavelmente teriam dificuldades com o meio,
independentemente do seu grau de capacitação profissional.
Se não houver espírito de amor, vocês não vão querer contribuir para a vida com o seu trabalho e por meio dele.
Portanto, o trabalho não poderá ter nada de criativo e os poderes espirituais profundos não poderão ter nada de criativo e os poderes espirituais profundos não poderão manifestar-se.
No entanto, se vocês quiserem enriquecer a vida, podem, com segurança, enriquecer a si mesmos através de sua atividade, sem falsos sentimentos de culpa com relação à agressividade saudável.
A ativação criativa fará justiça às duas coisas
– enriquecer os outros e a si mesmo de todas as formas possíveis.
E como aproveitar o que é ativado quando não se permite que o princípio criativo opere, aceitando as coisas, aguardando a fruição, confiando nas forças postas em movimento?
Os poderes intuitivos de cada um só atingem a consciência quando,
depois da ativação, reina o espírito receptivo da entrega.
Nesse momento, vocês podem ser guiados pela mais elevada sabedoria, a da inspiração criadora, necessária em qualquer trabalho bem-sucedido.
Ela também é formada por dois aspectos: a inspiração precisa ser deliberadamente ativada pela mente e deixada à vontade para fluir ,para seguir seu rumo e manifestar-se à sua própria moda, sem interferência da mente.
As leis aqui mencionadas aplicam-se a todas as atividades.
Quer vocês executem um trabalho subalterno, quer sejam artistas,
cientistas ou qualquer outra coisa, a lei é a mesma, embora possa variar o grau em que esses princípios devem operar.
O simples trabalho subalterno pode ser feito mecanicamente, com eficiência relativa, mas também pode ser um ato criativo, quando é feito com esse espírito.
Entretanto, o trabalho artístico, científico ou espiritual jamais pode ter êxito se não seguir essas leis da criação.
Assim o trabalho fracassa, como fracassam os relacionamentos humanos e as parcerias, quando os princípios masculino e feminino não interagem adequadamente , complementando-se.
Não é preciso dizer que, em todas essas áreas, o relacionamento entre os dois aspectos da criação tem ênfase variável em determinados momentos ou fases.
Se um dos dois princípios funcionar saudavelmente, o outro também precisa ser adequado.
É impossível que um seja saudável e que o outro apresente desequilíbrio.
Consequentemente, o homem que tem um problema de auto-ativação em alguma área da vida mostrará, em outra, incapacidade de se soltar e de se deixar levar.
Seria falso supor que o homem que não é suficientemente ativo e agressivo é assim em todas as facetas da sua personalidade.
Inevitavelmente, ele descobrirá alguma área em que é excessivamente ativo,
excessivamente masculino
– exatamente onde o princípio feminino deveria predominar.
O desequilíbrio é uma compensação da insuficiência de atividade que ocorre quando a pessoa deveria exercer, mas não exerce, sua força masculina ativadora.
Por outro lado, o homem que manifesta exageradamente o princípio masculino abriga áreas em que é passivo demais e exprime o princípio feminino em desequilíbrio.
Esses exemplos aplicam-se igualmente às mulheres.
O EQUILÍBRIO DOS DOIS PRINCÍPIOS DE CADA UM
A manifestação dos princípios masculino e feminino na vida interior de cada um é uma parte substancial da realização pessoal.
Ao trabalhar o eu, é preciso ficar particularmente atento a esses dois princípios.
A verdadeira espiritualidade precisa fazer de vocês mulheres e homens mais completos no melhor sentido, em todas as dimensões da existência.
O crescimento precisa, inevitavelmente, harmonizar essas dimensões.
A forma e o grau de desequilíbrio existente variam de caso para caso e precisam ser averiguados individualmente, por meio da pesquisa interior.
Quando vocês verdadeiramente se tornam capazes de amar,
manifestam esses princípios com perfeição.
Ou, em outras palavras, com a ativação deliberada do poder criativo no máximo de seu potencial, pois vocês já não temem a própria destrutividade e confiam que os poderes universais levarão a cabo, no devido tempo, aquilo que intencionalmente colocaram em movimento ,desaparece o medo de entregar-se a um poder maior do que o voluntarioso ego-eu, e assim surge a capacidade de amar.
A partir daí, o que quer que vocês façam com esse espírito será algo criativo, e combinará os dois aspectos da criação.
O desejo de entregar-se à vida nunca representará um risco de empobrecimento – pelo contrário.
O homem ou mulher amorosos ativam em si um poder sublime cuja finalidade é enriquecer a ambos.
Ela confia com razão no companheiro, o que justifica e dignifica a sua entrega e fortalece sua individualidade.
Renunciar ao ego determinante, para ela, será uma experiência desejada, que não deve causar medo; a ativação dele, então, passa a ser amorosamente enriquecedora para ambos.
Isto é bem diferente do tipo de ativação que emana do homem pseudo dominador.
Este tem uma atitude que rebaixa a mulher para se engrandecer, e torna o medo de submissão dela justificado e razoável.
Portanto, ele constitui um impedimento à realização dela como mulher.
A submissão da mulher amorosa intensifica no parceiro o domínio da auto-ativação.
Ela incentiva a individualidade plena dele e não compete com a ativação, que já não representa uma ameaça.
A receptividade dela não deve ser confundida com a passividade paralisada, que não passa de um desequilíbrio da feminilidade saudável.
A atividade pulsante da alma em estado receptivo de deixar ser, o estado de ser, a entrega, é uma força vibrante que contribui para a masculinidade e para a masculinidade e para a força do parceiro.
Quando a entrega é uma decisão deliberada de abrir mão do princípio ativo, a uma determinada altura, porque a pessoa reconhece que outras faculdades precisam agora predominar, sente-se uma grande diferença.
O princípio ativador de vir a ser faz com que as coisas aconteçam deliberadamente; o princípio de ser é auto perpetuante e involuntário; seus efeitos são indiretos.
Este artigo, então, exige a fusão desses dois aspectos.
E como isto funciona ?
Não é possível superar obstáculos e acabar com a infelicidade, a menos que a personalidade, homem ou mulher, use o poder ativador.
É necessário ativar deliberadamente esse poder, reivindicando o seu potencial e o seu direito de ser feliz.
Tampouco se deve fugir do esforço de encontrar a causa da infelicidade em si mesmo.
Em outras palavras, é preciso que a pessoa caminhe no sentido de corrigir os erros interiores e, ao mesmo tempo, que invoque deliberadamente a sabedoria superior e o poder profundamente enraizado no eu, para tornar esse esforço significativo.
A mente traduz a vontade e determina os passos, além de invocar a grande sabedoria interior.
Todas essas são atividades verdadeiras, cada um à sua moda.
Mas, depois desses passos, é preciso que o princípio receptivo entre em operação, porque, depois de ativadas essas forças, a entidade precisa deixar que elas atinjam o ponto de fruição.
A pessoa que é incapaz de esperar até que isso aconteça, querendo, ao contrário,
resultados imediatos que atribui unicamente à sua ativação, viola o princípio feminino dessa criação.
Assim, a criação ou não é bem-sucedida ou só é bem-sucedida na proporção em que os dois aspectos criativos puderam funcionar.
A semente lançada ao solo não pode ser imediatamente arrancada na forma de planta.
Ela precisa de tempo para crescer dentro da Terra, até aparecerem os primeiros brotos.
As leis de agricultura dão uma bela demonstração da integridade dos dois aspectos da criação.
O trabalho do caminho é um ato criativo proposital, que usa os dois princípios em igual medida.
SHAUMBRA e NAMASTÊ !!!
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