quarta-feira, 9 de maio de 2012
COMO A DEPENDÊNCIA EMOCIONAL TOLHE INFINITAS POSSIBILIDADES
DE EXPERIÊNCIAS
É lei universal que não podemos criar o que antes não
concebemos. Tomando este conceito metafísico como ponto de partida , este
artigo conduz diretamente ao nosso eu infantil que , através de nossa contínua
dependência da aprovação externa , nos mantém no âmbito estreito de nossas
limitações.
A felicidade , a realização , é nosso direito inato.
Mas como
podemos fazê-lo manifestar-se ?
Este é um artigo que de fato expande a mente.
Todos os grandes ensinamentos espirituais afirmam que a
criação é infinita em suas possibilidades e que o potencial da humanidade para
realizar essas possibilidades infinitas de felicidade jaz recôndito nas
profundezas interiores do ser de cada pessoa.
Quase todos vocês já ouviram essas palavras.
Alguns acreditam nelas , pelo menos em princípio ; outros
podem ter suas dúvidas quanto a aceitá-las pelo menos em teoria.
Procuremos agora superar alguns obstáculos que dificultam a
compreensão desses princípios.
TUDO NO
MUNDO EXISTE EM ESTADO DE POTENCIALIDADE
Em primeiro lugar , precisamos compreender que ninguém cria
nada novo.
É também impossível que algo de novo passe a existir por si
só.
É possível , entretanto , que alguém desvele algo que já
existe.
É um fato incontestável que tudo , absolutamente tudo , já
existe num outro nível de consciência.
A palavra tudo não consegue transmitir a abrangência toda
deste conceito.
Quando alguém fala sobre a infinitude de Deus ou da Criação ,
abarca-se apenas parte do significado.
Não há nenhum estado de ser , nenhuma experiência , nenhuma
situação ,
conceito , sentimento ou objeto que já não exista.
Tudo no mundo existe em estado potencial que já contém em si
o produto acabado.
O ser humano tem dificuldade em aceitar essa idéia , porque
ela é oposta ao seu modo de pensar , de ser e de experimentar em seu nível
mediano de consciência.
Mas quanto mais você aprofundar a sua reflexão sobre essa
questão ,
mais fácil lhe será percebê-la , senti-la e apreendê-la.
Conhecer e compreender este princípio de criação – que tudo
já existe e que os seres humanos podem desvelar essas possibilidades existentes
– é um dos pré-requisitos para vivenciar a plenitude do
potencial infinito da vida.
Antes de criar novas possibilidades de desenvolvimento e
amplitudes inteiramente novas de experiência em sua vida pessoal , você deve
aprender a aplicar essas leis de criação às áreas problemáticas de sua vida em
que se sente embaraçado , limitado , prejudicado ou preso.
À criação de uma personalidade sadia segue-se o desdobramento
saudável do verdadeiro eu.
Isto pode acontecer quando você aprende e compreende que as
leis de criação só podem operar se você as aplicar primeiro às áreas
conturbadas da personalidade.
Qualquer possibilidade concebida pode ser realizada.
Suponha estar imerso num conflito para o qual não vê saída.
Enquanto não conceber uma saída , você não poderá realizar a
possibilidade já existente de uma solução.
Se seus conceitos forem confusos e fantasiosos , assim também
serão as soluções temporárias que lhe aparecerão como possibilidades únicas.
O mesmo se aplica à sua vida como um todo.
Se você compreende verdadeiramente que existe um número
infinito de possibilidades em qualquer situação dada , você pode encontrar
soluções onde até agora era totalmente impossível encontrá-las.
É prerrogativa sua como ser humano fazer uso dessas leis de
criação para que essas possibilidades infinitas possam expandir-se ,
capacitando-o a participar plenamente desses dons da vida.
Se sua vida parece limitada , isto acontece porque você está
convencido de que ela deve ser limitada.
Você não consegue conceber nada além do que viveu até agora e
do que está vivendo no presente.
Este é precisamente o primeiro empecilho.
Portanto , para expandir suas próprias possibilidades de
felicidade , sua mente deve aprender o princípio de que você não pode criar
nada se antes não pode concebê-lo.
Você deve meditar verdadeiramente sobre esta afirmação , pois
a compreensão desse conceito lhe abrirá novas portas.
Deve também compreender que existe uma grande diferença entre
conceber possibilidades de expansão ou felicidade , de um lado ,e fantasias ,
de outro.
Não nos referimos aqui ao devaneio melancólico e resignado
que toma conta da fantasia como um substituto da insípida realidade , e que na
verdade é um obstáculo à concepção apropriada dos potenciais da vida.
Você deve ter um conceito vigoroso , ativo , dinâmico do que
é possível.
Ao saber que algo que deseja já existe em princípio , você
deu o primeiro passo para realizá-lo.
A
MOTIVAÇÃO NEGATIVA IMPEDE NOVAS PERSPECTIVAS
Portanto , convidamos-lhe a contemplar o que você concebe
como possibilidades para a sua vida.
Se se examinar com atenção , descobrirá em primeiro lugar que
concebe possibilidades negativas que naturalmente teme , quer evitar e contra
as quais se defende.
Quando você emprega a maior parte de suas energias psíquicas
para defender-se contra possíveis experiências negativas , sua motivação é
negativa.
Uma motivação negativa não implica necessariamente uma
intenção destrutiva.
Nesse aspecto , uma motivação positiva também poderia
significar uma intenção ou objetivo destrutivo.
O ato de evitar uma possibilidade temida implica motivação
negativa.
Se examinar atentamente seus processos mentais e emocionais ,
você descobrirá que é motivado negativamente a um grau considerável.
Este é um dos primeiros obstáculos que o trancafiam numa
prisão imaginária e desnecessária.
Naturalmente , isto se aplica a todos os níveis de sua
personalidade. Aplica-se ao nível mental ,onde você na o consegue divisar as
perspectivas infinitas de experiência , de expansão , de estimulação , de todas
as espécies de possibilidades maravilhosas e felizes que você tem a
prerrogativa de alcançar nesta vida.
Existe no nível emocional , onde você não permite o fluxo
espontâneo e natural de seus sentimentos , onde você se retrai temerosa , ansiosa
e suspicazmente.
Existe também no nível físico , enquanto não permite que seu
corpo sinta o prazer a que foi destinado.
Todas essas são limitações que você se impõe de modo
artificial e desnecessário.
UM
CONJUNTO DIFUNDIDO DE CONCEPÇÕES ERRÔNEAS
O outro obstáculo à expansão da sua vida e à criação da
melhor vida possível para você mesmo é o seguinte conjunto de concepções
errôneas espalhadas pelo mundo todo :
“ Não é possível ser verdadeiramente feliz !
A vida humana é limitada demais.
A felicidade , o prazer e o enlevo são objetivos frívolos e
egoístas que pessoas realmente espirituais devem abandonar em nome do seu
desenvolvimento espiritual.
O sacrifício e a renúncia são as chaves para o
desenvolvimento espiritual.
“Não precisamos explicar mais essas concepções falsas
profundamente alojadas que com freqüência são mais inconscientes do que conscientes.
Mas é preciso que você descubra o modo sutil como se conforma
com tais conceitos gerais , não importando em que acredite conscientemente.
Você pode descobrir essas reações sutis constatando sua
relutância em decidir-se a concretizar uma satisfação perfeitamente normal e
inofensiva de uma necessidade genuína ou de um objetivo verdadeiramente
construtivo.
Você sente como se algo o retivesse , paralisando seus
esforços.
Embora muitas vezes haja várias outras razões para esta
relutância
– algumas das quais analisaremos brevemente- é também
geralmente verdade que você simplesmente aceitou uma idéia negativa desprovida
de sentido e de um propósito sadio.
O medo da felicidade , do prazer e da expansão ampla nas
experiências da vida baseia-se na ignorância de que essa realização pode
existir ou de que você possui todos esses poderes , faculdades e recursos para
criar e causar o que deseja.
Baseia-se também em idéias errôneas , como “o prazer é
errado “ , ou
“ egoísmo querer a realização pessoal.”
O medo da felicidade também se baseia no medo de ser
aniquilado e dissolvido se você confiasse no fluxo das forças universais e
seguisse com elas.
Uma confiança dessas precisa renunciar à vontade e às forças
do ego e exige a rendição às forças benéficas de sua natureza profunda.
ARTIFÍCIOS
PARA ESCONDER DOS OUTROS NOSSA FRAQUEZA E DEPENDÊNCIA
Todo ser humano abriga uma atitude de medo e de fraqueza.
Visto que esse aspecto da personalidade em geral causa uma
grande vergonha , ele é mantido em segredo , muitas vezes mesmo com relação à
mente consciente.
Artifícios diversos são inventados para ocultar essa fraqueza
e dependência que faz com que você se sinta totalmente impotente ,
incapaz de afirmar-se a si mesmo , e até incapaz de proteger
sua verdade e integridade.
Quando é essa a área da alma afetada , a pessoa é compelida a
vender-se e a trair a si mesma para evitar a desaprovação , a repreensão e a
rejeição.
A necessidade de ser aceito pelos outros em geral é menos
vexatória do que os meios a que a personalidade recorre para abrandar e
apaziguar os demais.
Os modos de defender-se são psicologicamente tão fundamentais
que você não pode ir longe como eles funcionam em sua vida.
Todos os mecanismos de defesa que descobriu e que talvez
tenha começado a remover são modos que você adota para reaver o que considera
ser a aceitação aparentemente vital dos outros , ou modos de esconder sua
submissão vexatória , muitas vezes através de uma atitude aparentemente
contrária de indiferença e hostilidade , ou de revolta e agressividade
compulsiva e cega.
A CRIANÇA
DEPENDENTE QUE EXISTE EM VOCÊ AINDA QUER APROVAÇÃO DOS OUTROS
Poucas coisas causam tanto ao sofrimento e vergonha aos seres
humanos como esse ponto interior , medroso e fraco que os faz sentirem-se
impotentes e compelidos a trair a si mesmos.
Você já sabe , que essa área da personalidade continuou
criança.
A criança ainda não sabe que a personalidade como um todo se
desenvolveu e que não é mais desamparada e dependente.
Os bebês e as crianças são desamparados e dependem dos pais.
Mas a parte infantil de seu ser não sabe ou não quer saber
que isto não é mais assim.
A criança depende dos pais em todos os aspectos básicos da
vida: proteção , alimento , afeto e , por último mas não menos importante , a
dádiva de algo absolutamente necessário , o prazer.
Um ser humano não pode viver sem prazer.
Negar esta verdade é um dos erros prejudiciais.
Sem prazer , o corpo , a alma , a mente e o espírito
definham.
Como adulto, e por seus próprios esforços e recursos , você é
capaz de prover por seu próprio abrigo , alimento , afeto e segurança , e assim
pode também providenciar seu próprio prazer.
Em todas essas áreas , você precisa ter contato , cooperação
e comunicação com outros em vários graus.
Você não consegue prover a você mesmo nenhuma dessas
necessidades sem interagir com outras pessoas.
Mas essa interação é totalmente diferente da dependência
passiva e frágil da criança.
A pessoa plenamente adulta utiliza suas melhores forças ,
inteligência ,
intuição , habilidades , observação e flexibilidade para
harmonizar-se com os outros no dar e no receber.
Seu senso de justiça adulto o torna suficientemente maleável
para ceder.
E seu senso de “eu” o torna suficientemente agressivo para
não ser pisado e prejudicado.
O equilíbrio geralmente delicado dessas forças de comunicação
não pode ser ensinado.
Ele apenas pode surgir através do desenvolvimento pessoal.
As crianças são incapazes de chegar a esse equilíbrio.
Elas são rigidamente parciais em sua insistência em receber ,
pois essa é sua necessidade.
O mesmo se aplica ao prazer : elas precisam ter a permissão dos pais
para estabelecer e utilizar a fonte de todo prazer nas profundezas delas
mesmas.
Através da permissão dos pais , a criança desenvolve a força
e a segurança para fazer contato significativo.
Quando você ainda precisa que outra pessoa o autorize a
sentir o prazer ,
você ainda está na situação da criança ou do bebê.
Repetimos , isto não significa que se possa passar sem os
outros ; no caso do adulto , porém , ênfase é deslocada.
Adultos maduros encontram em si mesmos uma fonte inexaurível
de sentimentos extraordinários.
A insegurança e a fraqueza deixam de existir quando esses
sentimentos são estimulados.
Quando parte do seu desenvolvimento é detida , você espera
que outra pessoa , um pai/mãe substituto , lhe possibilite haurir da fonte
profunda de seus mais nobres sentimentos.
Você conhece e deseja esses sentimentos agradáveis , mas não
sabe que não é mais uma criança dependente que precisa de licença para
ativá-los e expressá-los.
Esta é sua tragédia humana , porque é assim que você entra
num círculo vicioso.
Sempre que uma concepção errada é aceita como verdadeira ,
imediatamente se cria um círculo vicioso, paralisando as
forças do prazer ,
que são uma boa parte da energia que está á sua disposição.
Assim , sua vida se torna fosca e opaca.
Negar o prazer intenso de ser , o prazer de sentir o fluxo de
energia de seu corpo , de sua alma e de seu espírito é negar a vida.
Quando se nega isto a uma criança , sua psique recebe um
choque provocado pela ausência repetida de prazer e , em conseqüência , pela
presença repetida do desejo não satisfeito.
O choque impede o desenvolvimento dessa área específica , e
assim a personalidade toda cresce desequilibradamente.
Sua mente consciente adulta desconhece o fato de que ainda
existe dentro de você uma criança chorona , exigente , irritada e desamparada.
Você não sabe que está livre para sentir o prazer , para
realizar-se , para pôr em ação seus próprios poderes para obter o que quer e o
que necessita.
Esta é uma das rupturas mais fundamentais da personalidade
humana.
CÍRCULO
VICIOSO E CORRENTE DE PRESSÃO
Examinemos um pouco mais detidamente esse ângulo oculto da
psique em que todos vocês permaneceram crianças.
Em que ponto
você desconhece este fato e em que ponto sua criança interior ignora os
direitos e poderes de seu estado adulto ?
O círculo vicioso que mencionamos anteriormente é este :
Quando você não sabe que tudo no Universo já existe e que
pode manifestar tudo o que necessita em sua própria vida , você se sente
dependente de uma força externa ou autoridade para todos os seus desejos e
necessidades.
Devido a esta distorção dos fatos , você espera a realização
a partir da fonte errada.
Esse tipo de espera mantém sua necessidade perpetuamente irrealizada.
Quando mais irrealizada é , mais urgente ela se torna.
E quanto mais urgente , maior a sua dependência , a sua
esperança e mais frenética as suas tentativas de agradar o outro que
supostamente deve satisfazer sua necessidade.
Então você se desespera ; quanto mais você tenta , menos
preenche suas necessidades exatamente porque suas tentativas são irrealistas.
Conscientemente , você não conhece nada disso ; você desconhece quais são as
forças que o dirigem e até mesmo para que direção elas o impelem.
Você se desespera porque em sua premência de ter sua
necessidade satisfeita chega a trair a você mesmo , a sua verdade e o melhor
que há em você.
Seu esforço frustrado e sua auto traição criam uma corrente
de pressão.
A corrente de pressão pode manifestar-se de um modo muito
sutil e sem nenhuma clareza , mas as emoções estão todas congestionadas por
elas.
Isto deve inevitavelmente afetar os outros a ter suas
conseqüências de acordo com as leis naturais e apropriadas.
Qualquer corrente de pressão leva os outros a resistir e a
encolher-se ,
mesmo que aquilo para que são movidos a fazer seja para seu
próprio benefício e prazer.
Assim, o círculo vicioso continua.
A frustração continuada , que você acredita ser causada pela
recusa mesquinha do outro em cooperar e oferecer , sobrecarrega a sua alma de
raiva , de fúria e talvez até mesmo de vingança e de graus variados de impulsos
cruéis.
Isto , por sua vez, enfraquece a personalidade ainda mais à
medida que a culpa vai emergindo.
Você conclui que seus sentimentos destrutivos devem ficar
escondidos para não antagonizar essa outra pessoa que você considera como a
fonte de vida.
A rede do emaranhado se torna cada vez mais apertada ; o
indivíduo fica completamente enredado nessa armadilha nessa armadilha de concepções
errôneas , distorções e ilusões com todas as emoções destrutivas que seguem no
seu encalço.
Você se vê todas as emoções destrutivas que seguem no seu
encalço.
Você se vê na posição absurda de implorar o amor e a
aceitação de uma pessoa a quem você odeia e de quem se ressente por tê-lo
deixado sem realização.
Por tanto tempo.
Essa insistência unilateral em ser amado por uma pessoa de
quem se ressente profundamente e que deseja punir aumenta a culpa , porque a
sempre vigilante presença de seu verdadeiro eu transmite sua reação a uma mente
que é incapaz de interpretar e de selecionar as mensagens provenientes dele e
separá-las daquelas que provém da criança interior.
O fato de que sua necessidade não é satisfeita pelo outro também
enfraquece sua convicção de que você tem direito ao prazer que tanto deseja.
Você suspeita vagamente que pode estar errado até mesmo em
desejar esse prazer.
Assim , você começa a deslocar a necessidade e o desejar esse
prazer.
Assim , você começa a deslocar a necessidade e o desejo originais
,
naturais , de prazer para outros canais em que estes são
sublimados.
Em conseqüência , outras necessidades , mais ou menos
compulsivas ,
passam a existir.
No entretempo você fica premido entre a força da necessidade
original profundamente oculta e a dúvida de que tenha direito à sua realização.
Quanto mais você duvida , mais dependente se torna da
confirmação por uma autoridade exterior – um pai-substituto , a opinião pública
, ou certos grupos de pessoas que , para você , representam a última palavra em
termos de verdade.
Quanto mais esse círculo vicioso continua , menos prazer
permanece na psique , e mais desprazer se acumula.
Uma pessoa assim vai gradativamente aumentando seu desespero
com relação à vida e sua dúvida de que a realização seja possível.
Chega a um ponto em que a pessoa capitula interiormente.
Não existe um único ser humano que não abrigue dentro de si
uma área frágil como essa , pelo menos até certo grau.
Nesse lugar secreto , você se sente desamparado e dependente
, e ao mesmo tempo profundamente envergonhado.
A vergonha é devida aos métodos que você emprega para acalmar
a pessoa que em determinadas circunstâncias deve supostamente desempenhar o
papel da autoridade e prover-lhe do que necessita em termos de prazer , de segurança
e de respeito para consigo mesmo.
A corrente de pressão diz :
“Você tem de“ – e você exige que os outros sejam , sintam
e façam o que você necessita e quer.
Essas exigências podem não se manifestar externamente.
De fato , na superfície você pode carecer totalmente de
auto-afirmação.
Sua inabilidade ou dificuldade em se afirmar de modo saudável
é resultado direto de ter de esconder a corrente de pressão subjacente
vergonhosa e ameaçadora.
Ela é ameaçadora porque você sabe muito bem que se ela se expuser
abertamente , atrairá censura e desaprovação e possivelmente até mesmo rejeição
manifesta.
Convidamos você a encarar com vigor essa área de você mesmo.
Você deve resolvê-la se quiser concretizar os melhores
potenciais seus e da vida , e se deseja descobrir seus próprios poderes
infinitos de criar o bem infinito em sua vida.
Quanto mais fortemente o “você tem de” é
secretamente lançado aos outros , mais você torna inativos seus próprios
poderes.
O resultado é que você fica paralisado e inativo no corpo, na
alma e na mente.
Essa inatividade o impede de mover-se na direção de seu
próprio núcleo ,
o espaço onde se concentram toda promessa realista e todo potencial
para qualquer espécie de realização e prazer. Inadvertidamente , você se
pendura nos outros, o que desperta ódio em você.
Descobrir o tesouro de seu próprio núcleo , ao contrário ,
torna-o livre.
Então o contato com os outros torna-se um deleite prazeroso
que estimula o amor.
Usando continuamente a pressão interior , oculta , sobre os
outros porque acredita ser dependente deles , você diminui seu suprimento de energia
disponível.
Se a energia é usada de modo natural , correto e
significativo , ela jamais se exaure.
A energia somente se esgota quando é empregada de modo
errado.
Existem inúmeros métodos usados pelos seres humanos para
ativar essa corrente de pressão.
Entre eles incluem-se a complacência em vários graus , a
resistência passiva , o despeito , o retraimento , a recusa em cooperar , a
agressão externa , a intimidação e a persuasão através da força falsa e da
imposição de uma função autoritária.
No fundo , todos eles significa :
“Você deve me amar e me dar aquilo de que necessito.”
Quanto mais cegamente você estiver envolvido nesse modo de
ser , mais enfraquecerá e mais se afastará do centro de sua verdadeira vida
interior ,
onde você encontra tudo o que possa necessitar e desejar.
ABANDONO-LIBERTAÇÃO
Com a finalidade de reorientar as forças da alma para a saúde
e de restabelecer sua verdadeira natureza , você deve adotar o seguinte :
abandone a pessoa ou as pessoas que você espera que você
espera que realizem sua vida e de quem ao mesmo tempo se ressente por esse
mesmo fato.
Você deve reconhecer que tem expectativas e exige dos outros
coisas que somente você pode realizar.
Tudo o que você almeja , incluindo o amor verdadeiro , pode
manifestar-se apenas quando sua alma é audaz , e você sabe que a força dos
sentimentos com que você pode dar e receber amor está dentro de você.
Enquanto você se agarra a outra pessoa como uma criança ,
negando o adulto que é , você se escraviza no verdadeiro sentido da palavra.
Quanto mais faz isso, menos você pode receber e dar , e menos
os sentimentos verdadeiros de qualquer espécie ligados a qualquer experiência
vital podem encontrar seu espaço dentro de você.
Visto que o medo e a raiva ocupam a maior área da sua psique
, é essencial libertar essas emoções negativas de acordo com o método que você
aprende no caminho ; esse método não prejudica ninguém.
Logo que você libera o medo e a raiva , imediatamente abre
espaço para os bons sentimentos.
Muitos ainda estão paralisados e fechados em si mesmos.
Expressar medo e raiva é a última coisa que querem fazer.
Mesmo que , em princípio , admita tais emoções negativas ,
você prefere representá-las inconscientemente em vez de expressá-las
diretamente e assumir responsabilidade por elas.
Você ainda reivindica uma perfeição falsa – embora não mais
acredite realmente que ela exista em você – com o objetivo de induzir os outros
a terem uma disposição favorável com relação a você.
Além disso , você se agarra às emoções negativas porque tem
medo dos sentimentos positivos.
Este é outro aspecto do mesmo círculo vicioso.
Quanto menos você assume a responsabilidade pelos sentimentos
negativos que ainda possui e pelo seu direito e capacidade de criar a
felicidade , mais você vive no medo.
Consequentemente , mais você deve fazer alguma coisa para
eliminar esse medo.
Assim é que surge a motivação negativa.
Você vive uma vida paliativa de fuga em vez de criar uma vida
que se desenvolva plena de experiência e prazer positivos.
Sua meta é evitar a ameaça da expressão de seus sentimentos
negativos porque eles impediriam que você obtivesse de outros tudo o que na
verdade deve obter de você mesmo.
Você põe sua salvação nos outros , mas ela jamais pode vir
através deles.
Sua reorientação para a vida – exceção feita à necessidade
fundamental de reconhecer todos esses aspectos negativos – deve sempre começar
com o desejo de libertação. Isto não pode ser forçado sobre quem não foi
conscientizado dessa dependência de modo exato.
Mas se a pessoa está consciente , é possível que se
desvencilhe daquilo a que esteve se agarrando tão fortemente.
Esse afrouxamento deve acontecer para provocar uma mudança na
estrutura de equilíbrio das forças da alma para que círculos benignos possam
começar a perpetuar-se.
Você também deve ter a disposição de prescindir das racionalizações
que parecem justificar seu caso.
Pois você sempre pode ter êxito em apresentar sua vida a você
mesmo e às outras pessoas como se seus desejos , necessidades e exigências com
relação aos outros não apenas se justificassem , visto que não há nada de
errado com isso , mas como se fossem até benéficos para a outra pessoa.
Isto pode ser bem verdade , enquanto se analisar sob este
ponto de vista.
Em princípio, o que você quer , pode de fato ser bom e de
acordo com seu direito.
Mas ao usar uma corrente de pressão oculta , emocional , você
sai por aí em busca de satisfação do modo errado e não concedendo à outra
pessoa a mesma liberdade que quer para você mesmo.
Você não dá à outra pessoa o direito de escolher livremente a
quem aceitar e amar ou o direito de não ser rejeitada e odiada por afirmar essa
liberdade.
Você nem sequer dá ao outro o direito de estar errado sem ser
odiado e totalmente negado.
Esta é uma liberdade que você deseja , e muito , para você
mesmo , e se ressente profundamente quando os outros a negam a você.
Você é incapaz de defender-se adequadamente em tais casos
apenas porque em certos níveis emocionais não concede essa mesma liberdade aos
outros.
Se observar com atenção , você verá que esta é uma verdade.
E ao fazer isso , seu senso de justiça e de objetividade o
ajudará a soltar-se daquilo a que se agarra tão desesperadamente , mesmo quando
emocionalmente ainda acredita que sua vida está na dependência de conseguir que
o outro sinta e faça como você quer.
RETIRE A
AMARRA DE SEU PESCOÇO
Uma vez aprendida esta condição inicial , levando em conta o
número de recaídas inevitáveis que devem ser sempre observadas de maneira nova
,
você dará um passo enorme na direção daquela fonte de seu ser
interior onde você não está amarrado à fraqueza e à ansiedade ou ao medo e à
raiva.
Todas as pessoas se sentem incomodadas com alguma amarra que
as mantém dependentes e ansiosas numa situação em que não podem encontrar a
força de afirmar-se a si mesmas , em que se encontram absolutamente presas e incapazes
de ver uma saída porque cada possibilidade parece errada.
Você sabe que nenhuma das alternativas visíveis lhe dá aquele
bom sentimento sobre você mesmo , aquela força elástica e bem-estar em que
mesmo os passos difíceis tornam-se possíveis porque você sabe que são certos
para você.
Quase todos experimentaram , pelo menos ocasionalmente , este
estado de sabedoria interior em que seu verdadeiro eu operou livremente dentro
de cada um.
É nosso objetivo manifestar por completo esse eu
verdadeiro.
Para liberar o verdadeiro eu , você tem de encontrar a área
de sua vida em que está mais amarrado e ansioso.
Pergunte a você mesmo o que quer do outro quando está
amarrado ,
ressentido , temeroso , fraco e incapaz de ser você mesmo.
Sinta essa amarra que só pode ser desfeita quando você pára de querer dos
outros o que deve prover por você mesmo.
Verbalize concisamente para você mesmo o que acha que quer
dos outros.
Isto o aproximará mais da libertação.
Você então saberá que é exatamente esta a necessidade compulsiva
com que escraviza , debilita e paralisa a você mesmo.
Ao se libertar , você experimentará uma força nova elástica ,
que brota de você e que de repente concilia problemas aparentemente insolúveis.
Você se tornará livre à medida que se libertar.
Somente ao perder no nível do ego é que você vencerá no nível
do eu verdadeiro , onde o poder é criar uma vida plena.
Inversamente , sua capacidade de desistir, de ser justo , de
deixar os outros livres , sua insistência em vencer e ter as coisas a seu modo
e sua recusa em perder no nível do ego fazem com que lhe seja impossível vencer
onde de fato vale a pena e onde você encontraria sua força verdadeira.
Estamos lidando aqui com níveis de consciência.
Espero ter ficado bastante claro que não se exige nenhum
sacrifício ou renúncia.
O que se quer dizer é que você não pode obter o que quer , e
o que de fato deveria ter , pressionando uma fonte exterior com todos os seus
esforços.
A ênfase deve ser mudada.
Se insistir em vencer no nível errado , você não vencerá
realmente.
Se perder nesse nível do ego , você vencerá.
Você entrará inevitavelmente naquele núcleo de você mesmo
onde se localiza todo poder que se pode conceber.
Na medida em que você garantir aos outros o direito de ser ,
quer lhe seja conveniente ou não, nessa medida você encontrará verdadeiramente
seus próprios direitos.
Encontrar esses direitos é um processo de desenvolvimento
constante.
O processo se manifestará primeiro no fato de você não mais
se vender ou degradar-se.
Você encontrará defesas boas e autênticas contra a degradação
e se sentirá confortável com respeito a elas.
Posteriormente , você descobrirá seu direito sempre crescente
ao prazer e à felicidade.
Descobrirá que se dirige para visões do que sua vida pode ser
, para possibilidades que jamais sonhou poderem existir. Inesperadamente ,
você se permitirá o prazer.
Você não mais se refreará como inadvertidamente faz no
momento.
Você cessará de solapar os processos espontâneos e aprenderá
a confiar neles.
Isso possibilitará uma riqueza de vida e uma segurança
verdadeiramente celestiais.
Renunciando e desistindo de sua corrente de pressão interior
, você sentirá a beleza de relacionamentos livres , não forçados.
Vivendo no antigo padrão de dependência , você força os
outros a fazer o que você deseja.
Assim , você tem correntes de pressão mútua. Isto o
enfraquece e cria uma multidão de emoções negativas que o fazem perder o
contato com o núcleo de seu ser verdadeiro e com seus bons sentimentos.
Perdendo com desprendimento, você descobrirá um tesouro
interior , um novo modo de vida que é uma aventura inteiramente nova que você
está apenas começando.
E as áreas de sua vida em que você se sente fraco e preso
deixarão de existir.
Vá ao seu ser interior e comunique-se com ele com o objetivo
de eliminar essa fraqueza que o amarra e que retém sua vida de modo
desnecessário e dispersivo.
Não importa o quanto você possa prezar essa paralisia , ela
não tem nenhum propósito.
De uma maneira ou de outra , todas as pessoas se refreiam ,
exatamente como o fez a humanidade durante milênios , dizendo que o prazer é
errado , leviano e desprovido de espiritualidade.
Você pode ter suas próprias justificativas para dourar sua
fraqueza e aparentemente fazer dela seu patrimônio.
Entretanto , seguindo este raciocínio , você não ficará face
a face com você mesmo.
Somente enfrentando face a face sua fraqueza e dependência e
sua corrente de pressão que diz aos outros “você tem de” , é que
você deparará com sua força e beleza e com todos os potenciais que existem em
você de um modo que ainda não consegue compreender.
SHAUMBRA e
NAMASTÊ !!!
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