quinta-feira, 12 de abril de 2012
BIDI - 09 de abril
de 2012
- AUTRES DIMENSIONS
ENTRE TI E MIM
"É a você que
pertence criar as circunstâncias pré-requisitos ao Absoluto.
Isso é, em parte, o
que eu falei:a investigação sobre
tudo o que você não é, porque isso é efêmero.
Isso consiste em
eliminar tudo o que constitui a sua vida e este mundo.
Não para dele fugir,
eu insisto.
Mas, sim, para
refutá-lo enquanto suposição inválida
(e invalidada) pela própria lógica, além de
todo mental."
Bem, BIDI está de volta entre
vocês.
Eu me alegro de
reencontrá-los para os nossos ‘entre ti e mim’.
Então, em um
primeiro tempo, nós iremos, se vocês bem o quiserem, continuar a examinar, a
pesar e a avaliar as suas questões, nas mesmas circunstâncias e condições de
ontem.
Eu peço, então, a
sua escuta e o fato de ouvir e de deixar chegar o que vem a vocês, sem
interferir de qualquer maneira, sem se opor.
Simplesmente,
acolhendo como eu os acolho.
Nós podemos examinar a
primeira questão.
Pergunta: quando viemos a esta Dimensão, estrutura perfeita e Ilimitada, como foi
possível chegarmos tão baixo, nesta Dimensão, em Vibração e em Consciência?
Por quê?
Esse mecanismo é
denominado a queda.
Esta queda está
ligada a um ponto de vista, cada vez mais estreito e limitado, engajando, de
algum modo, a Consciência em sua própria limitação (em uma autolimitação) que vai, progressivamente (em tempos extremamente longos) levá-lo a se isolar e a se
separar cada vez mais.
Isso foi descrito em
vários textos muito antigos, falando de eras e de épocas sucedendo-se e
levando, progressivamente, a Consciência a descer, de alguma forma, nas
profundezas do esquecimento.
Mas isso tem apenas
um tempo.
A partir do momento
em que mesmo o mental é capaz de se olhar,
com toda
honestidade, com toda lucidez, e de maneira lógica, ele chega, efetivamente, a
considerar isso como um processo absurdo,
pecaminoso.
A problemática sendo
não tentar responder esse tipo de questão porque, é claro, ela vai levá-los,
não somente a constatar o estado da Consciência, mas, muito mais, a
descobrir as causas.
Ora, eu os lembro, o
Absoluto não tem causa.
Querer buscar uma
causa (uma explicação) irá remetê-lo,
sistematicamente, a
esta causalidade e, portanto, a esta Dualidade.
Coloque-se a questão
de porque há esta pergunta.
Há necessidade de explicar ou de lamentar?
O que é este
afastamento do que você É, que permite
interrogar-se sobre o que você considera como triste ou
como anormal?
Não considere o que
é anormal, mas veja apenas o que é normal.
Do mesmo modo que a Dualidade consiste em ver o
bem e o mal,
A Unidade consiste apenas em
ver a Unidade e em não se deixar seduzir, de qualquer maneira e de modo algum, a
dissertar, a fazer-se perguntas sobre o bem e o mal, porque a equação do bem e
do mal, pela própria natureza, é insolúvel.
Quaisquer que sejam
os aspectos importantes, levados por uma vida em meio ao serviço, à dedicação,
quaisquer que sejam as concepções filosóficas, ou mesmo espirituais (referentes ao bem e ao mal), elas jamais terão uma solução
porque a solução não é deste mundo.
Porque a solução não
está na Dualidade, e solução alguma pode existir
enquanto houver antagonismo.
Eu falei, ontem,
sobre as duas extremidades de um limite.
Não é porque vocês
chegam a uma extremidade de um limite que vocês conhecem o conjunto dos
limites, a outra extremidade, mas,
sobretudo, que vocês
estão aptos a superar este limite.
É preciso,
literalmente, extrair-se desta noção de causalidade.
Esta causalidade
permite explicar este mundo, e somente este mundo.
A causalidade
permite exprimir as leis de ação/reação, as leis da Alma, mas,
jamais, a lei do Absoluto.
Porque o Absoluto conhece apenas uma única lei que é
aquela da Unidade Abandonada em si,
ou seja, o próprio princípio da Unidade.
O fator causal,
qualquer que seja (em sua vida, na
história da vida sobre este planeta) remete necessariamente, aí também, a um início e a um fim.
A causalidade, nela
mesma, não pode, portanto, estar inscrita em meio ao Absoluto e não pode extrair, até mesmo, a
sua lógica a partir do Absoluto.
A causalidade (ação/reação, início e fim) inscreve-se em uma
história e não na Verdade.
Porque toda história
está inscrita em um tempo linear, em meio a alguns limites que são, também, os
seus, mas que não correspondem à Verdade.
A história é, de
algum modo, o esqueleto do que resta da vida.
As carnes partiram.
Resta alguma coisa
que ficou incrustada.
Resta alguma coisa
que não participa da Vida.
Hoje, é pedido a
você para ser a Vida.
O Apelo da Luz
faz ressoar, em você, não mais a causalidade,
mas, sim, a sede de Absoluto.
Mesmo se essas
palavras lhe são desconhecidas, mesmo se elas lhe pareçam fora de toda
causalidade, e, portanto, de toda possibilidade, não é menos real que isso seja
a única e exclusiva Verdade.
Colocar-se como Absoluto (ousar se colocar assim) vai pôr fim, de maneira
extremamente rápida (pela própria
investigação sobre o que é o Si, sobre o que é o ego e,
portanto, sobre o
que não é o Absoluto), vai levá-los às portas do que o
ego chama de ‘nada’ e,
portanto, a
experimentar e a viver a experiência que é Absoluta.
Certamente, em
alguns momentos-chave, foi oportuno que déssemos a vocês (ou que lhes foi dado já que eu ali
não participava) uma série de
elementos referentes à história.
Simplesmente para
mostrar-lhes e demonstrar-lhes a que ponto a história pode ser deformada,
arranjada, desviada e ser agenciada de tal maneira que ela irá desviá-los,
sempre, da Verdade.
Porque elas os levam
(essas histórias) a crer em histórias e não em
vocês.
O ser humano tem
necessidade de histórias enquanto ele inscreve sua consciência em meio à
causalidade.
Assim que ele
inscreve sua consciência em meio a esferas do Absoluto (e mesmo em meio ao Si), a história não
tem mais sentido.
Ela não tem mais
trâmite.
Ela não tem mais
lógica e ela não tem mais justificação.
A história é apenas
o álibi que é fornecido à vida que recusa se conhecer.
A história é apenas
um expediente de ocasião querendo dar, ao mental, a certeza de que ele pode
explicar sua presença por um passado.
Ora, nenhum presente
é explicável pelo passado.
Tudo o que crê ser
explicado, por uma consequência de um passado, inscreve-os, ainda mais, em uma
ilusão.
Obviamente, aqueles
que tendem a querer que a história se repita e que não chegam ao fim da
história, vão criar, de algum modo,
cerimônias,
comemorações, motivos de aniversários, que vão, portanto, manter, de algum
modo, o peso do passado em seu próprio presente.
Vocês, aliás, não
fazem melhor quando vocês festejam um novo ano, um aniversário ou uma festa (qualquer que seja), com data marcada.
Porque, naquele
momento, vocês irão comemorar o passado.
Vocês fazem viver e
reviver o passado no seu presente onde nada há a fazer.
Porque, enquanto o
presente (que vocês vivem) for colorido de algum passado,
vocês não podem pretender a Unidade, vocês não podem
pretender o Absoluto e não podem viver este Absoluto.
É preciso então,
efetivamente, descondicionar, tirar o pó, eliminar,
refutar tudo o que
não é do Instante.
O Absoluto apenas está presente no Instante.
A única maneira de
encontrá-lo (a única maneira de
manifestá-lo) é viver, na
totalidade, o Instante.
Não há passado.
Não há futuro.
Há apenas o Instante
onde floresce o Absoluto.
Apenas parando o
tempo, de algum modo (o seu tempo
linear), é que vocês podem,
real e concretamente, tocar o Absoluto e vivê-lo.
Qualquer que seja o
elemento que vocês tenham vivenciado,
independentemente do
afeto implicado no seu presente, vão não são isso.
Enquanto vocês derem
crédito a isso, vocês não podem viver o Absoluto.
Façam a experiência.
Mais uma vez, não
creiam em mim.
Experimentem e
vejam, por si mesmos, se esta lógica se aplica na vida.
Saiam, portanto, da
história.
Saiam, portanto, de
toda história porque vocês não são uma história, quaisquer histórias.
Manter a história,
manter uma lenda pessoal, afasta-os, de maneira importante, do Absoluto e da Verdade.
Tudo o que os faz
reviver (em pensamentos, em
emoções, em ritos, em rituais, em comemorações, em datas) não tem qualquer sentido para o Absoluto.
Cabe a vocês ver.
Coloque-se,
simplesmente, a única e exclusiva questão que vale a pena:
O que eu Sou?
E, quando você ver,
por si mesmo, que você não pode definir o
“o que eu Sou” ou o “Eu sou”, você irá abandonar o
“Eu sou” para não ser.
Seja o que for que
diga o ego.
Porque esta
abordagem do Absoluto é uma lógica implacável.
Esta investigação (se ela for concluída) irá levá-los, como a Vibração,
além de toda manifestação, além do ser e do não ser, a estabelecerem-se, em um
primeiro momento, em meio ao não ser no qual existe o Ser e que confere (digamos) o Absoluto.
Vocês devem estar,
de algum modo, plenos.
Plenos, não de
interrogações, mas plenos de certeza do Absoluto,
não enquanto crença,
mas enquanto refutação do que é relativo,
refutação do que é
efêmero, refutação do que é limitado.
A cada minuto da sua
vida, retenham bem que isso não é uma despersonalização ou uma retirada da
vida, mas, muito mais, uma transcendência da personalidade que os faz penetrar
na Vida.
Não aquela que os
seus olhos lhes mostram.
Não aquela que as
suas palavras lhes definem.
Não aquela que vocês
podem tocar, mas, aquela que vocês são,
além de todo
sentido.
É preciso, portanto,
desviar-se da causalidade.
Desviar-se da causalidade
(dito de outra
forma) pode ser, portanto,
não julgar, mesmo o
princípio da queda, mesmo a causalidade que criou esta consciência limitada.
O não julgamento é o
fato de não possuir um olhar separado e dividido.
Não há melhor
maneira de viver o Absoluto.
Eu os lembro de que,
no Absoluto, não pode existir qualquer limite,
qualquer separação,
qualquer consciência senão aquela que vocês são (reunindo todas as outras Consciências), resultando, de maneira
inevitável, na Consciência que não é a inconsciência.
Saiam, portanto (e saia, portanto), da causalidade.
A causalidade
corresponde ao corpo.
Corresponde às leis
da alma.
Este corpo tem fome: é preciso alimentá-lo.
A alma tem sede de
experiências: é preciso fornecer-lhe experiências.
A alma ama amar, no
sentido da posse, no sentido da experimentação, na matriz (tal como vocês a nomeiam).
A alma está,
portanto, inscrita da causalidade.
Vocês não são a
causalidade.
Vocês não são,
portanto, nem este corpo, nem esta alma, nem esta mente, nem esta vida, nem este
passado.
Vocês são a Vida.
Se vocês posicionam
o seu olhar desta maneira, vocês irão constatar que não se trata,
absolutamente, de uma negação da vida, mas, muito mais, de uma entrada na Vida e que,
extremamente muito
depressa, os processos em andamento,
atualmente, serão os
seus.
Não há outra
solução.
Não há alternativa.
Não há outra
possibilidade que aquela de ser Absoluto ou refutar o Absoluto (do ponto de vista do ego ou do ponto de vista do Si).
Reflitam,
simplesmente (se tanto é que
vocês possam defini-lo):
o que existe em meio à
personalidade, o que existe em meio à alma, como objetivo?
Examinem este
objetivo e compreendam, em um segundo, que não pode existir objetivo futuro.
Porque todo futuro
afasta-os, ainda uma vez, da sua Presença e do Absoluto.
Evidentemente, a lei
de ação/reação vai tudo fazer para mantê-los em suas redes.
Ela lhes dá a
compreender (e a apreender-se) as leis: aquelas da encarnação, aquelas do karma, aquelas da
astrologia, aquelas da energia.
Ela vai lhes dar uma
série de explicações, diretamente conectadas à causalidade, e tudo funciona
assim neste mundo.
Mas eu terminarei
dizendo-lhe que você é além da causalidade.
O que você quer ser?
O que você quer manifestar?
Isso que você É,
em Verdade, ou a causalidade na qual você está interessado?
Cabe a você ver.
Pergunta:por que este mundo da Dualidade foi criado?
Será porque, no mundo do Absoluto, do Ilimitado,
existe tédio?
Eu lhe responderia
que aquele que formula esta questão chateia-se realmente.
A Felicidade,
o Êxtase e a Íntase do Absoluto não pode, em caso algum, ser um
tédio.
O único tédio é
aqui.
Tudo chateia vocês:
as necessidades fisiológicas, a necessidade de ganhar sua vida, a necessidade
de manter e de carregar sua Consciência, permanentemente, em
um corpo, nas relações,
passando por
ferramentas incompletas chamadas de linguagem.
Por outro lado, o
mundo do Absoluto não pode existir.
O Absoluto não é um mundo.
Ele não é um
universo, nem mesmo um multiverso.
Ele está além de
tudo o que foi criado.
Ele é o suporte de
toda criação.
Não é o tédio que
causou o que quer que seja.
O Absoluto não pode, em caso algum, ser um
tédio de qualquer tipo já que com
algumas palavras podemos defini-lo como:
Ilimitado, perfeito, pleno, vazio, Eterno, Deleite,
Êxtase e Íntase,
sem tempo e sem espaço.
No que o tédio poderia nascer disso?
Não mais do que uma
necessidade de experimentar.
Porque quem diz
experiência, em meio ao limitado, introduz,
sistematicamente,
uma noção de evolução ou de involução e, portanto, um próprio princípio de
causalidade.
Enquanto vocês
pensarem assim, efetivamente, o mundo do Absoluto pode parecer-lhes tedioso.
A experiência, na
realidade, é apenas a busca do Absoluto.
Como o que é Absoluto poderia limitar-se, ele mesmo,
para, depois, reivindicar o Absoluto?
Especialmente porque
a perfeição é inicial e não final.
Que interesse
haveria, para o Absoluto, tornar-se relativo?
Então, é claro, do
ponto de vista do relativo, é muito sedutor falar de experiência (de conhecer si mesmo através do observador,
através da existência de um sujeito e de um objeto), mas isso é uma visão
fragmentária.
O Absoluto, estando fora do tempo, fora de
toda linearidade, muito simplesmente, para ele, o mundo não existe.
Muito simplesmente,
para ele, o limitado não tem qualquer substância.
O tédio é, antes,
ter o conjunto de suas ocupações, mesmo observando a beleza, porque observar a
beleza irá obrigá-los, na linearidade, um dia ou outro, um momento ou outro,
ocuparem-se,
ainda que somente
das suas necessidades fisiológicas.
A menos que vocês
entrem em Samadhi (como alguns seres o
fizeram), a menos que vocês
entrem no Absoluto mantendo uma forma, eu não vejo
por qual razão haveria tédio algum.
Eu posso
garantir-lhes que são vocês que são o tédio.
Qualquer que seja o
seu entusiasmo, quaisquer que sejam as suas capacidades para Alegria,
quaisquer que sejam as suas instalações em meio ao Samadhi,
isso não é o Absoluto.
Há apenas a saída do
tempo linear do espaço, do espaço-tempo (não como uma negação, mas, sim, como uma aceitação lógica),
há apenas, naquele
momento, que vocês superam e transcendem o tédio deste mundo.
O Absoluto não é um mundo.
Eu diria que é a Transcendência
do mundo e, portanto, mesmo se os mundos pareçam existir no interior do Absoluto (presença do relativo em meio ao Absoluto), isso é apenas uma visão
(ainda uma vez) separada e limitada.
O Absoluto não tem necessidade de qualquer
experiência, de qualquer memória.
Ele é, por toda Eternidade,
perfeição e beleza, bastando-se a Ele mesmo, sem qualquer projeção, sem
qualquer experiência.
A experiência (sobre este mundo como em outros
mundos) não é,
no final, senão um
afastamento (Vibratório, espacial e temporal) fazendo-os crer em tudo o que vocês podem crer (ou ousar crer).
Mas o conjunto
dessas crenças apenas representa, em última análise, uma falta de Luz,
uma falta de Amor.
O ser humano passa o
seu tempo projetando o amor e ele diz que ele ama.
Mas vocês não podem Amar e vocês não podem
dizê-lo porque a sua natureza (e a sua Essência) é Amor.
E vocês não podem
conhecer o que vocês são, do ponto de vista limitado.
Vocês apenas podem
projetar (sobre a tela da
consciência) um objeto.
Tornar-se a
testemunha (ou o observador) do que vocês projetaram (de uma obra criada, de um
trabalho criado, de um estudo realizado, de uma relação de casal, de uma
relação de mãe e filho), mas vocês não
podem conhecer o que vocês São.
Vocês apenas podem
exteriorizar, neste mundo, uma ação e uma reação, e tentar (em meio a esta ação e esta
reação) encontrar, de algum
modo, um fio condutor que não existe entre o limitado e o Ilimitado.
O único tédio é ser
relativo.
Ser Absoluto não se acompanha de tédio algum.
Somente a
consciência do ego formula esta questão porque o ego está inscrito em uma
realidade dita tridimensional e, portanto, em um espaço-tempo determinado,
dando a impressão de que há experiências a realizar, uma avidez (avidez que permitiria tocar o
Ilimitado) do que,
evidentemente, jamais pode chegar.
Nenhuma experiência
deste mundo, nenhum trabalho deste mundo,
nenhuma evolução
ilusória deste mundo, irá levá-los a viver o Absoluto.
Apenas quando vocês
renunciam, apenas quando vocês abandonam o próprio Si, é que o Absoluto se revela e se torna o que vocês São.
Lembrem-se: não existe qualquer solução de continuidade.
O Absoluto é uma revolução, não somente uma
mudança de ponto de vista (como
eu disse ontem), mas, muito mais,
uma revolução onde vocês são obrigados a fazer cessar (de uma maneira ou de outra), sem negá-las, o conjunto das
manifestações de causalidade,
cuja primeira dessas
causalidades é este corpo.
Vocês estão neste
corpo, mas, em caso algum, vocês são este corpo, mesmo ele sendo um Templo.
Certamente, é
preciso nutrir o Templo, mantê-lo.
E aí começa o tédio,
mesmo se vocês gostam de lavá-lo.
Porque,
evidentemente, há uma reprodução.
Então, é claro, há
consciências que gostam da reprodução porque isso dá uma certeza de refazer os
mesmos gestos, de reproduzir os
mesmos atos: comer a tal hora, deitar-se a tal hora, levantar-se
a tal hora (exceto no fim de
semana).
Tudo isso os leva,
inevitavelmente, a uma rotina onde nada é novo.
Se vocês olharem
bem, tudo é antigo, tudo é banal.
Só o mundo é belo
porque ele manifesta (nisso que ele lhes
mostra) os ciclos, as
estações.
O Sol se levanta, sempre, no mesmo
lugar.
Ele irá se pôr, no
final do dia, no mesmo lugar.
Isso é uma certeza (pelo menos até certo ponto) e vocês a viveram até agora.
O tédio está aqui.
Certamente, não no Absoluto.
E não existe mundo
do Absoluto.
Pergunta:as resistências para viver o Absoluto
sempre foram muito fortes quando a escolha primeira
foi a de viver no Absoluto,
aqui, sobre a Terra.
Por quê?
Vocês não pode viver
o Absoluto.
Vocês apenas pode
viver a Vida.
O Absoluto está além de qualquer vida.
Foi proposto viver o
Absoluto em meio a um relativo denominado
esta forma, este corpo e esta vida, porque as circunstâncias
(os ciclos deste
mundo) alcançam um patamar,
uma Transcendência, aí também.
Quando o efêmero
desta vida desaparecer (já que está inscrito
entre o nascimento e a morte), o que subsistir, naquele momento,
permanece confinado.
Com outras regras,
outras leis, mas, é ainda um confinamento.
Hoje é diferente.
Há, portanto, uma
maior facilidade de extrair-se, de algum modo, de um ponto de vista dual.
O que foi aberto, ao
nível da Luz (o Despertar do Si, a realização do Si),
não foi certamente um erro, mas, sim, uma etapa essencial para o Absoluto.
Naturalmente, sempre
é possível crer (e esperar) que o Si vai se tornar o Absoluto.
O Si não pode, em caso
algum, tornar-se o Absoluto.
Porque o Si é pôr fim à
separação do ego e inscrever a Consciência e a Vida no não separatismo, no não
distanciamento.
Há, realmente,
possibilidade de Comunhão, de reunião, mas não de dissolução.
O Absoluto propicia viver todas as vidas de
todos os mundos.
O acesso ao Absoluto, ou, de preferência, o Despertar ao Absoluto (que sempre esteve
aí), tornou-se muito
mais fácil, hoje,
pelo desaparecimento
do que foi chamado, eu creio, de ‘franjas de interferências do astral’ que lhes ocultava, literalmente, a Verdade.
Apreendam-se bem de
que não é questão de viver o Absoluto,
mas de ser o Absoluto.
Ser o Absoluto está além de todo estado de ser.
É, também, poder se
colocar em não importa qual ponto de vista desta forma ocupada que é o corpo,
como em qualquer outro corpo.
É, portanto, a Liberdade,
a verdadeira.
Não aquela de
pensar, na prisão, como se pode sair da prisão.
Não aquela de
elaborar hipóteses ou justificativas pelo fato de estar na vida, porque tudo
isso gira em círculo.
Não existe saída.
O ego e a noção de
evolução vão fazê-los crer (e
fazê-los aderir) ao fato de que será
melhor amanhã.
Mas absolutamente
nada de melhor é possível amanhã.
Aliás, não existe
amanhã, nem ontem.
Enquanto vocês
considerarem que existe um amanhã, enquanto vocês considerarem que existe um
ontem, o Absoluto não pode bater à sua porta.
Eu falo aí, é claro,
do que vocês denominariam as Leis do Espírito,
porque nada impede o
corpo de estar inscrito em um programa, e este programa desenrola-se,
tranquilamente, sem nada fazer no sentido de um acercamento da Consciência, enquanto fazendo perfeitamente o
que é para fazer.
É uma mudança de
olhar, é uma mudança de ponto de vista.
É uma mudança,
interior, de posicionamento onde, justamente, vocês saem de toda posição.
Onde vocês não
adotam mais uma posição, mas, sim, alguma coisa além de toda coisa, no Amor que vocês São e na Luz que vocês São,
sem ter necessidade de projetar qualquer amor, qualquer luz.
Lembrem-se: vocês são Amor Luz.
Vocês não são o amor
que vocês projetam.
Vocês não são a luz
que vocês podem ver.
Porque, em última análise,
o ar não pode ver o ar e a água não pode ver a água.
Vocês estão
exatamente na mesma situação:
vocês não podem ver o que vocês São.
Vocês não podem ver
o que vocês não são e, portanto, refutar tudo o que vocês veem em meio ao que
vocês não são.
E, aí, vocês terão a
surpresa de constatar que não existe mais freio ao Absoluto e que o sinalizador (ou o marcador) do Absoluto,
A Onda da Vida,
irá assaltar esse Templo Ilusório (que é o corpo), seus corpos inferiores, propiciando viver a Onda, do Interior, e não mais do exterior, em um
corpo.
Vocês estão, eu
diria (se o podemos dizer), em plena fase de verificação, de
validação do Absoluto.
Ninguém lhes pede
para crer no inacreditável.
Ninguém lhes pede
para aderir ao que vocês não podem aderir.
Há apenas vocês que
podem dar testemunho a si mesmos, além de testemunha do objeto, além do
observador e do observado, e além de toda projeção em não importa qual palavra.
Pergunta:qual é a crença que me freia para abandonar-me ao Absoluto?
A mais irresistível
das crenças: você mesmo.
Enquanto você
acreditar na menor partícula deste corpo, enquanto você acreditar no menor
elemento da história, você está inscrito no efêmero.
Nenhum efêmero irá
permitir-lhe aceder ao Absoluto.
Naturalmente,
existem condições anteriores, ligadas à própria estrutura da vida neste mundo,
inscritas, é claro, na personalidade (no ego)
e, também, no Si.
Sem entrar nos
detalhes demasiadamente complexos, o que freia é a negação do Absoluto porque o ego sempre tem, por
objetivo
(por função), para apreender algo que lhe é
desconhecido, torná-lo dele, descritivamente, em uma vivência, em uma
experiência.
Querer apreender-se,
querer conhecê-lo, é impossível.
A maior das
resistências situa-se, é claro, nesse nível e em nenhum outro lugar.
A crença em si
mesmo é o freio o mais potente.
Mas você não é,
tampouco, esse freio.
Aliás, quem freia, a
não ser o que você mesmo construiu, o que você mesmo imaginou?
Eu queria dizer-lhe
que nada mais é preciso imaginar, em qualquer futuro e em qualquer passado,
para viver o Absoluto e, portanto,
ser o Absoluto.
A crença no fato de
viver o Absoluto leva ao Ser Absoluto.
Há, de algum modo,
um sinal portador (marcador ou
testemunha) da instauração de alguma coisa
desconhecida: é a Onda da Vida e a Transcendência dos centros de energias inferiores.
Mas não deem,
tampouco, peso a tudo isso porque, se vocês ali atribuírem mais peso do que o
necessário, isso vai também se cristalizar.
Isso irá também
limitá-los e contribuir para manter os limites do confinamento.
A melhor atitude,
naturalmente, é a espontaneidade da criança.
É aquele que está
totalmente imerso na experiência.
Sem julgamento, sem
ponto de referência, sem projeção.
Enquanto existir um
julgamento, uma referência, uma projeção,
você não é a
criança.
E, portanto, o Absoluto não pode vir bater ao que você É.
É a você que
pertence criar as circunstâncias pré-requisitos ao Absoluto.
Isso é, em parte, o
que eu falei: a investigação sobre tudo o que você não é, porque isso é
efêmero.
Isso consiste em
eliminar tudo o que constitui a sua vida e este mundo.
Não para dele fugir,
eu insisto.
Mas, sim, para
refutá-lo enquanto suposição inválida
(e invalidada) pela própria lógica, além de todo
mental.
O sono, a
investigação, a compreensão do que representa a testemunha, o testemunho, o
sujeito, o objeto, o experimentador e o que é experimentado, inscrevem-se, no
final, em uma futilidade.
Aceitar esta
futilidade é já um grande passo.
Não de vocês, mas do
Absoluto para vocês.
Pergunta:alguma coisa se instala em mim que eu não conheço, e eu me sinto
estranha, ou mesmo alheia.
Eu vivo ao mesmo tempo a consciência do nada e uma
plenitude.
Eu me sinto levada pela vida e eu deixo acontecer.
Há como um esvaecimento de mim mesma e uma
distância em relação a este mundo.
Eu não tenho medo, nem palavras, nem expectativa.
Poderia esclarecer-me sobre o que eu não vejo em
mim?
Aceite que quanto
menos você vir em você, mais você será o Absoluto.
O que não pode ser
percebido, o que é, portanto, imperceptível, o que não pode ser colocado em
palavras, nem mesmo em Vibração,
esta estranheza,
como você a denomina, é a morte do ego.
É preciso esvaziar,
é preciso deixar-se limpar e lavar.
Esta fase é mais ou
menos longa.
Ela pede, como você
disse, certa forma de neutralidade.
A Casa está limpa, você pode, portanto, Desposar a sua Cópia.
Esse Casamento,
que é uma aproximação, pode desenrolar-se em um tempo, ilusório, mas que é
vivenciado como tal.
É o estado onde nada
mais há a observar, onde nada é observável,
onde nada é visto,
onde nada é percebido.
Isso poderia parecer
vazio, mas não é o vazio.
É muito exatamente,
quando isso der a impressão de durar, a preparação, de algum modo, às suas
próprias Núpcias e, portanto,
Ao Absoluto.
Se eu puder
exprimi-lo assim, aproveite-se disso, porque se aproveitar disso é nada fazer,
nada temer, o que põe fim a toda dúvida, a toda espera e, também, a toda
impaciência.
Neste estado de
vacuidade (que alguns
movimentos buscaram, que algumas filosofias buscaram) instala-se o Absoluto.
Você, portanto,
apreendeu-se, aceitou, que nada há a buscar, nada a encontrar.
Esse ‘nada’, que não é um, é
irremediavelmente o fim do ego.
A jarra está pronta
para ser cheia.
O Esposo e a Esposa têm-se à porta, ele jamais partiu.
Aproveite-se, se eu
posso assim me exprimir, desta vacuidade que é, de algum modo, uma antecâmara
do Absoluto.
Porque, se você
estiver vazio de si mesmo, você pode, então, ficar pleno do que você É.
Esvaziar-se de si
mesmo é, muito exatamente, o que foi nomeado o Abandono do Si.
É transcender o “eu sou”, é o momento em que a consciência
constata que nada há a observar, que nada é observável, e que o próprio fato de
observar é um incômodo.
Há, portanto,
mecanismo de Núpcias Místicas em progressão.
Aceitar e viver não
mais estar cheio de pensamentos (ou seja, de Ilusão),
não mais estar cheio de esperança (que é uma projeção no futuro), instala-o, de alguma forma, em um estado além da esperança, que poderia
ser nomeado a Esperança, mas que é,
antes de tudo,
plenitude.
São, de algum modo,
os últimos jogos da Ilusão.
O que permite
apreender-se de que nada pode estar vazio, e de que nada pode estar cheio, e de
que isso não se situa entre os dois.
Esta fase não pode
ser denominada um estado porque, justamente,
nenhum estado está
instalado.
A vacuidade é a
plenitude, a plenitude é vacuidade.
Essas duas palavras,
além de todo significado, são aquelas que melhor representam esta fase anterior
ao Último.
Sobretudo, nada
faça, sobretudo, nada empreenda.
Isso dito, não o
impede de fazer o que é para fazer, na vida deste corpo, das suas obrigações.
Mas simplesmente não
se envolva, faça o melhor que você puder.
O que você vive não
é uma espera, o que você vive não é um vazio ou um pleno, são os dois.
É nesta fase que a Onda da Vida
pode criar a sua Verdade, porque você É a Onda da Vida.
Há, portanto, um
processo de desidentificação, uma morte, no plano simbólico, de tudo o que não
é Verdadeiro.
É esta fase que você
vive.
Sobretudo, nada
julgue.
Contente-se, ainda
por pouco tempo, de ser aquele que observa o que vive isso.
Muito em breve, você
irá além disso.
Esse “muito em breve” não está inscrito em uma
linearidade,
temporal, nem em
outro espaço, mas, sim, em uma forma de acuidade de si mesmo.
Algumas experiências
intermediárias são possíveis, neste estado,
nesta fase, vindo,
digamos, confortá-la no fato de que você não seja este corpo, e ainda menos
esta pessoa.
Então, aproveite e
desfrute desta fase, porque ela é prelúdio ao Casamento Místico.
Deixe acontecer,
totalmente.
Pergunta:o Absoluto está além, portanto, das hierarquias de Dimensões (5ª, 11ª, 18ª, etc.), isso seria como o retorno para
A FONTE?
Portanto, se vamos para o Absoluto, qual é o
interesse da 5ª Dimensão?
Você pressupõe,
injustamente, que o Absoluto seja comparável à FONTE.
A FONTE, por esta própria palavra,
significa para você uma origem e um fim.
O Absoluto está além da origem e do fim.
A Dimensão,
qualquer que seja o número, é apenas uma representação, uma gama de Vibrações,
uma gama de exploração da consciência.
O Absoluto e A FONTE lembram-se de você, mas lembre-se,
você,
de que você é
totalmente livre de se estabelecer onde bem lhe parecer.
Simplesmente, deve
ser-lhe lembrado da existência d’A FONTE,
pela experiência d’A FONTE,
pelo acesso ao Absoluto.
Se você for o Absoluto, você tem toda possibilidade e Liberdade para ali permanecer,
ou para manifestar-se em qualquer Dimensão que seja.
Se sua gama de
frequências, sua gama de vida, a partitura que você toca, estiver incompleta,
permitindo-lhe, entretanto, ver a completitude que existe no Absoluto, você é livre de crer que existem experiências a
fazer em outros mundos, em outras Dimensões, em outros estados.
Isso faz parte da
sua liberdade, mas eu o admito a você, isso não tem estritamente qualquer
interesse do ponto de vista do Absoluto.
Então, o que o
impede de ser o Absoluto, já que, evidentemente,
há um impedimento?
O impedimento está
diretamente ligado à dúvida e ao medo.
Você não pode
conhecer o Absoluto do ponto de vista em que você
está.
O ponto de vista em
que você está deve desaparecer, ele deve aniquilar-se.
Lembre-se de que não
é possível imaginar qualquer continuidade entre o conhecido e o Desconhecido.
Você não pode
permanecer no conhecido e viver o Desconhecido.
É preciso deixar o Desconhecido
penetrá-lo e você irá se aperceber, em seguida, de que o limitado ainda está
presente.
Mas, antes, isso é
apenas uma suposição, isso é apenas uma crença, porque você não o vivenciou.
Simplesmente, várias
estruturas disseram a vocês que lhes será feito segundo a sua Vibração,
se vocês preferirem, segundo a sua partitura.
A partitura que você
toca é devedora de um instrumento, e não de outro instrumento.
Você quer ser tal
instrumento, ou você que ser, no mesmo tempo, no mesmo espaço, e em todas as Dimensões,
o conjunto dos instrumentos?
Pondo fim a toda barreira, a todo limite?
Nenhuma experiência
jamais será útil ao Absoluto, mas ela permanece e é útil àquele que toca sua
própria partitura, Ilusória ou religada.
O Absoluto é a Liberdade
total, mas a Liberdade dá medo porque a Liberdade é, justamente, o
que é Desconhecido.
Enquanto você
reivindicar a Liberdade em meio a qualquer confinamento, você mente a você
mesmo.
E enquanto houver
mentira, a Verdade não pode existir.
Você não pode,
portanto, pretender supor, ou imaginar, que o Absoluto seja A FONTE.
O Absoluto é A FONTE,
mas é muito mais do que A FONTE.
Porque o Absoluto não tem qualquer origem, nem fim,
nem localização.
A Vibração, a Consciência é Vibração, isso lhes foi dito.
Permitindo viver,
conscientizar, as rodas de energia
(as lâmpadas), o despertar da Kundalini, e
mesmo a percepção da Onda de Vida.
Mas enquanto você
perceber, você não é o que é percebido.
O Absoluto é a instalação em meio ao
percebido, e não à percepção.
É o momento em que
não há qualquer distância, qualquer suposição sobre o Absoluto porque o limitado, o ego como o Si,
apenas pode
representar a Verdade.
Mas toda
representação jamais será senão um espetáculo, uma projeção, uma ilusão a mais,
mais ou menos palpável, mais ou menos aproximativo.
Dando um sentimento
mais ou menos real, mas isso não é o Absoluto.
Independentemente da
testemunha e do marcador do Absoluto, ou seja, a Onda da Vida, e seus efeitos sobre o êxtase ou
a íntase, há também outro marcador que, ele, situa-se na Consciência que
culmina na não Consciência.
É, justamente, o
momento em que não há mais questão.
Porque a própria
questão é concebida como ilusória, bem como a minha resposta.
Enquanto vocês
pronunciarem palavras e eu pronunciar palavras,
há Ilusão.
Mas essas Ilusões
serão, no final, menos tenazes do que aquelas que estavam aí antes dos nossos ‘entre ti e mim’ (neologismo a partir da palavra ‘entretien’).
Isso não é um jogo
improdutivo, mas, sim, uma prática, no sentido o mais nobre.
Esta prática, podendo
ser julgada pelo ego como intelectual, vai levá-los, no seu ritmo, a realizar o
estado que foi descrito na pergunta anterior.
Nada suponha do Absoluto, porque tudo o que você supor poderá apenas ser
estabelecido através da sua experiência e do seu conhecido.
Nada projete sobre o
Absoluto, porque projetar o que quer que seja é já se
afastar.
O Absoluto não pode ser conhecido, ele não
pode ser formulado,
ele não pode ser Vibrado,
ele não pode ser colocado em palavras.
Por outro lado, é
possível utilizar Vibração e palavras para apreender-se do que ele não é.
Naquele momento, há
uma espécie de reaproximação que ocorre, é esta fase final.
Nada supor é também
nada fazer, nada empreender.
Porque tudo o que
for feito, ou empreendido, irá distanciá-los do Absoluto que, eu os lembro, está sempre
aí.
Se houver
resistências ou freios, olhem-nos, e isso é tudo:
deixem-nos passar, nada façam.
Naturalmente, vocês
sempre podem facilitar as condições iniciais (digamos), por tudo o que lhes é agradável.
Mas não se percam no
que é agradável, não façam disso um objetivo.
Praticar um yoga
simplesmente para estar bem, jamais irá levá-los ao Absoluto.
Mas estejam
conscientes de que estar bem lhes permite instalar-se em uma receptividade, se
o podemos dizer, maior.
Não façam das
palavras, tampouco, uma finalidade.
Não façam das Vibrações,
tampouco, uma finalidade, mas sim, de preferência, meios e ferramentas para
aproximá-los do que vocês não conhecem e que, no entanto, é sua natureza.
Isso exige da parte
de vocês, e isso exige da sua parte, uma honestidade, uma integridade, umaHumildade,
uma Simplicidade,
isso vocês sabem,
mas, sobretudo, uma Transparência, porque não pode ali
haver transcendência sem Transparência.
A Transparência
é criada por KI-RIS-TI, pela Cópia, pela União
Mística.
Um opaco,
resistente: o corpo, a identidade, o ego, o Si,
encontra a Transparência pelo Fogo.
Deste encontro
resulta a Transparência.
A Transparência é
nada parar, nada reter do que possa passar (que isso seja um pensamento, que isso seja uma emoção, que isso seja um
sintoma do corpo, que isso seja uma relação):
nada estanquem, permaneçam fluidos.
Observem, se vocês
quiserem, mas vocês não são a emoção,
vocês não são o
pensamento, vocês não são a relação, vocês não são o corpo.
Deixem acontecer.
É o que eu posso
dizer a você.
Sem nada rejeitar: não é porque você rejeita um pensamento que ele vai desaparecer.
Por outro lado, se
você olhá-lo passar, sem ali se apegar, ele irá desaparecer, essa é toda a
diferença.
Pergunta:a partir do momento em que eu aceito que eu não sou tudo o que eu
conhecia do meu eu e do Si, de qual abertura, além da minha consciência atual,
eu preciso (à parte de deixar
agir a Onda da Vida e o Manto Azul da Graça) para bascular no Absoluto (além do“eu sou”)?
Nada mais, e uma
única coisa em relação ao que você disse:
aceitar que você
nada É de tudo o que você conhece, é uma primeira etapa.
Mas, você pensou em refutá-lo?
Não é porque você
apenas diz:“eu não sou este corpo”, que você vive o Absoluto.
Refutar o “eu não sou este corpo” está além da aceitação.
Isso não é um
trocadilho, é uma realidade da consciência.
A consciência que o
leva, digamos, a deixar exprimir-se e imprimir-se o Absoluto, é uma refutação de tudo o que você conhece e não,
simplesmente,
aceitar a negação do que você conhece.
No ato de aceitação
do que você não É não há refutação, há,
portanto, ainda uma
distância.
A refutação, por
outro lado, do que você não é, está além da aceitação.
A refutação é um ato
ativo, a aceitação é um ato que eu poderia qualificar de passivo.
Há, portanto, uma
fase prévia ativa, esta fase é conduzida pela própria consciência, do ego ou do Si.
A refutação é,
então, uma dinâmica.
Como eu disse, é uma
investigação.
Esta investigação
não é um jogo do mental, mas, sim, um exercício (eu não gosto dessa palavra) espiritual.
A partir do momento em que a investigação é
realizada, ela resulta em quê?
Em uma
identificação.
A desidentificação
pela refutação vai, então, levá-lo, sem esforço,
sem nada fazer, a
ser Absoluto.
A espontaneidade
acompanha a Transparência.
A espontaneidade é a
ausência de reflexão, o que não quer dizer fazer não importa o quê, mas fazer,
ou ser, o que é independente de toda referência a um passado e, portanto, a uma
experiência passada.
É o Caminho do Coração.
Porque o Coração jamais engana,
contrariamente ao mental.
Eu não falo da
intuição, porque a intuição sempre faz referência ao que é bom ou mau, para
você.
Nós somos além
disso, do que é bom e do que é mau.
O bom e o mau, para
você, esta intuição e este discernimento, de que gargarejam os seres ditos
espirituais, é uma Ilusão a mais.
A espontaneidade
resulta da Transparência.
Há então, naquele
momento, de algum modo, uma espécie de perfuração do Coração, de
trás para frente, da frente para trás.
O fato de ser
perfurado põe em ressonância, muito além do que é percebido no corpo, a Transparência e a espontaneidade.
Desviando,
literalmente, a experiência passada e, portanto, o mental.
Isso se chama também
a Doação de Si, ou o Abandono doSi.
Isso será, eu creio,
objeto de um desenvolvimento por uma Consciência, digamos, mais
qualificada do que eu
Aí também, nada há a
fazer, mas, sim, deixar acontecer.
Mesmo se houver um
lado ativo na refutação, depois, convém deixar acontecer.
Porque você nada
pode fazer, nada pode empreender, para conhecer o que lhe é Desconhecido.
Você pode apenas
passar de um lado ao outro, mas
essa passagem não é ilustrada por algo que lhe permitiria passar:
é, portanto, uma
transcendência, e não uma transformação.
Há então,
efetivamente, esta investigação a realizar.
Uma vez realizada a
investigação, deixem ser, e deixem acontecer.
A investigação
resulta, sistematicamente, no que poderia ser nomeado um paradoxo, entre o ‘nada’ e a plenitude.
Em uma interrogação
que eu qualificaria de última, interrogação final pondo fim a toda interrogação
e a toda questão.
É naquele momento
que é realizada a absurdidade total do ego e do Si,
não antes.
Pergunta:eu gostaria de estabilizar o estado de não observação mais do que um
instante tão pequeno.
Como?
Simplesmente
cessando de querer observar, de maneira incessante, cada coisa.
Fixe-se no próprio
mecanismo da observação, e não no que é observado.
Quem é que observa?
Onde está o observador?
São os seus olhos que veem?
É esta reflexão?
Onde está situado o observador?
É passar da
perspectiva do que é observado a uma outra perspectiva.
Enquanto há
observação, do que quer que seja ou de quem quer que seja, o tempo passa.
E, então, há um
chamado, através da sua pergunta, para querer paralisar o que não é
paralisável: o tempo passa.
É, portanto, para
você, por meio desta questão de “quem observa?”
(e não: o que é observado?) que irá nascer a imobilidade.
Porque você vai
buscar o observador e você vai se aperceber de que não há mais observador senão
coisas observadas.
E de que o
observador é apenas uma projeção, de outra coisa, que está por trás do
observador.
Naquele momento,
você poderá bascular.
Não antes.
O Si é a observação a mais perfeita da Luz, onde mecanismos de Consciência e
de Vibrações estão presentes, contribuindo para
estabelecer a Alegria, contribuindo para estabelecer uma
satisfação.
Permitindo crer que
há uma busca a ser efetuada, cumprida e concretizada.
É preciso superar
isso e ir além disso.
A melhor maneira,
efetivamente, é nada fazer, deixar acontecer.
E sair, até mesmo,
da dinâmica aparente da observação, do que é observado, do próprio observador.
Porque, quem está por trás de tudo disso?
Ou melhor: o que é que está por trás de tudo
isso?
Enquanto você
observa, você não é o observador.
Enquanto você for o
observador, você não é o que está por trás do observador.
Investigar sobre
isso é uma prática, essencial.
Desta investigação,
realizada honestamente, irá resultar a fase final,
irá resultar,
também, a Onda da Vida e a permeabilidade das rodas (dos chakras) à Onda da Vida.
Não se ocupe da Onda da Vida, você não pode nem comandá-la,
nem controlá-la, nem
dirigi-la.
Você vai, portanto,
observá-la.
E você vai se
colocar, então, do ponto de vista do observador, que vai se perguntar: está certo, está errado?
Enquanto você fizer
esse jogo, o Êxtase não pode nascer.
Chega um momento em
que você se apreende de que você não pode influir, de modo algum, na Onda da Vida, mas você sempre é o observador.
Coloque-se, então, a
questão de “o
que é observado?”, de “quem é o observador?” e você irá se tornar a Onda da Vida.
Deixando nascer,
então, o Êxtase, marcador indizível do Absoluto.
O que é para
estabilizar é o que já está estabilizado e que jamais se moveu, jamais
desapareceu.
É, muito exatamente,
o Absoluto: aí, onde não há
mais observador, aí, onde não há mais observado, e aí, onde não há mais,
tampouco, o que existe por trás do observador.
Porque o Absoluto é, ao mesmo tempo, o observado, o
observador, e o que está por trás do observador.
Aí também, não há
mais distância, nem diferença.
Nós não temos mais perguntas, nós lhe agradecemos.
Então, eu proponho
que nós coloquemos, de maneira temporária,
um fim aos nossos ‘entre ti e mim’.
Eu deixarei o mais
qualificado do que eu exprimir o que representam esta Doação de Si e
este Abandono do Si.
Eu irei intervir em
outro momento, no seu caminho para esta realização.
Resta a vocês lerem
o que eu disse.
Não façam disso uma
palavra de certeza ou de evangelho.
Tentem ver o que é
justo, o que não é justo.
Não em um aspecto
discriminante, mas, do mesmo modo que eu o expressei, em forma de investigação.
Eu darei as
instruções, dentro de poucos dias, que irão nos permitir concluir este ‘entre ti e mim’ a fim de ir ao Princípio e à própria Essência do que foi dito.
Ou seja, ir além do
diálogo, ir além do ‘diabole’ e além do simbolismo, para, de
algum modo, reunir os três elementos na mesma indizível Verdade do Absoluto.
Eu rendo Graças pela sua escuta.
E eu lhes rendo Graças
por terem suportado,
e levado, as palavras que eu tinha para dar a vocês.
Já que é preciso
nomear-me, BIDI saúda vocês e lhes diz, no seu
tempo, até breve.
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