quinta-feira, 23 de agosto de 2012
DA INTERAÇÃO NEGATIVA E INCONSCIENTE À ESCOLHA CONSCIENTE DO AMOR
Neste artigo , procuraremos demonstrar o que a interação psíquica
inconsciente entre vocês e os outros significa em termos de perda do amor.
Quando vocês estão
apenas vagamente cientes do seu lado negativo ,mal percebendo a dor que
infligem aos outros , engalfinham-se numa luta de culpa e de autojustificação.
Não conseguem deixar
de associar os outros – com seus próprios conflitos inconscientes – a esse lado
negativo.
Por não admitir o
lado negativo ,vocês incorrem em dupla culpa.
Primeiro ,a culpa pela própria atitude
negativa.
Podemos chamá-la de
culpa primária.
Quando vocês não
admitem a negatividade , envolvem-se no que podemos chamar de culpa secundária.
Se a culpa primária
fosse admitida e suas conseqüências verdadeiramente aceitas , ela deixaria de ser
culpa.
Mas a culpa
secundária cala fundo na alma de todos.
É uma carga que
consome muita energia vital.
A negação sempre
implica atos prejudiciais , internos ou externos ,para com os outros ; estes
são punidos pelas falhas , intenções negativas , falta de amor ,inveracidade ,
despeito e
exigências injustas presentes em vocês.
Se vocês estiverem
cientes , por exemplo , de que não querem amar nem fingir o contrário , a
responsabilidade é de vocês.
Se perceberem que
pagam um alto preço por uma existência sem amor , mas preferirem deixar as
coisas como estão , pelo menos não estarão envolvendo outras pessoas na culpa
de não amar.
Ficarão sozinhos ,
naturalmente , mas por opção ; vocês sabem disso e pagam o preço exigido.
Subtraem ao mundo a
sua maravilhosa capacidade de amar , é verdade e , nesse sentido ,vocês falham.
CULPAR OS OUTROS
Mas quando vocês
culpam os outros pela falta de amor mesmo que usem defeitos reais como desculpa
,quando vocês os punem pelo resultado da sua própria atitude de desamor e
concebem argumentos para justificar o retraimento ,vocês fazem mal de verdade.
Este processo é
muito difundido , muito comum , e no entanto é tão sutil que só as pessoas
possuidoras de uma considerável capacidade de auto percepção podem começar a
reconhcê-lo em si mesmas , e , portanto ,
também nos outros.
Esta é uma atitude
básica.
Existe em muitas
variações e com diferentes graus de intensidade.
A recusa do amor
,quando não admitida ,manifesta-se muitas vezes na seguinte atitude :
“Não quero dar nada a
você – seja quem for esse
‘você’ – mas exijo que você me dê tudo.
Caso contrário , vou
castigá-lo.”
Esta atitude é muito
típica.
Quanto mais
disfarçada e menos conscientemente expressa ela for , tanto mais insidioso será
o seu efeito sobre o eu e os outros.
É sempre relativamente fácil negar, racionalizar,distorcer,
disfarçar ou usar meias-verdades para justificar essa atitude.
Quando vocês se
conscientizam dela e conseguem identificá-la nos amigos ,o influxo da saúde ,do
ar fresco e puro da verdade psíquica é instantâneo : vocês se libertam da culpa
secundária.
Quanto mais vocês
trouxerem à tona todos os detalhes da disparidade entre suas exigências e falta
de generosidade ,
de um lado , e , de
outro , a punição que aplicam quando essas exigências não são atendidas , tanto mais se libertarão da culpa.
Quanto mais
claramente conseguirem enxergar a desigualdade entre o que exigem e o que dão ,
a disparidade entre o modo como gostam de ser tratados e o modo como tratam os
outros , e a forma específica escolhida para punir – sempre de modo a não serem
apanhados ,para fugir à responsabilidade – mais depressa se libertarão de uma
carga que provoca depressão ,
ansiedade
,preocupação ,sensação de desespero e ,
muitas vezes ,
também doenças físicas e frustração material.
Uma das formas mais
comuns de punir os outros quando estes não retribuem à falta de generosidade
com amor é considerá-los culpados – argumentando de tal forma que eles pareçam
ser a causa da sua infelicidade
E vocês podem achar
que têm muita razão se preferirem considerar apenas o resultado , o retraimento
despeitado.
Vocês passam a
ignorar deliberadamente o fato de que não é possível conseguir a reação
desejada quando a sua própria psique ainda está a presa a uma postura negativa
e mesquinha diante da vida.
O lado negativo de
vocês diz :”Vou negar a verdade e
culpar o outro por não me dar tudo e não me deixar levar a melhor com minhas
exigências unilaterais.
Se ele ousar reagir , minha punição será detestá-lo e culpá-lo ainda
mais.”
Aqueles que estão no
início do caminho , ou que construíram uma auto-imagem muito idealizada – onde
não há espaço para essa verdade – pensarão, a princípio ,que é impossível que
eles , também , possam ter uma atitude igual.
A melhor medida para
determinar se essa atitude está ou não presente é considerar o estado da mente
e das emoções.
Se vocês não sentem
ansiedade e ficam à vontade com os outros , se a vida está se desenvolvendo a
contento , e se vocês encaram as dificuldades eventuais como degraus
significativos ,já superaram em boa medida essa atitude venenosa.
Mas em alguma época
ela já esteve presente ; foi preciso vencer os obstáculos do orgulho , da
importância dada ao disfarce , da covardia.
Quando admitem a
malevolência , vocês realizam o mais fundamental ato de amor ,quer saibam disso
ou não.
Se vocês não admitem
a intenção negativa ,podem dar muita coisa ,mas jamais dão aquilo que é real, o
que conta mais.
Podem dar coisas
,dinheiro , fazer o bem , até ter ternura e interesse ,mas estas são dádivas se
não forem acompanhadas pela dádiva da liberdade , através da admissão honesta
do seu lado negativo.
A culpa decorrente
das exigências injustas, do despeito,
da retirada do amor,
e a culpa composta, que nasce quando os outros são castigados pelas desgraças
de vocês , corroem a força e a expressão de vocês mesmos.
Enfraquecem de
verdade.
Enquanto mantiverem
essa atitude , como vocês poderão ter fé em si mesmos , acreditar
na própria dignidade como seres humanos livre ?
Vocês podem tentar
todos os tipos de formas artificiais de adquirir autoconfiança ,mas essa
tentativa não dará certo enquanto não enfrentarem a culpa secundária esse
livrarem dela , admitindo-a.
Então , podem até
conservar , se quiserem ,a culpa primária – a culpa de não querer amar - , mas
pelo menos terão assumido essa responsabilidade.
Vocês vêem , que o
mundo de vocês é um mundo de dualidade.
Existe tanta
confusão por causa da tentativa entre isto ou aquilo.
A humanidade está
entravada pelo conceito dualista de que um dos dois precisa levar a culpa – seja pelo que for.
Ou você é mau e
errado , ou o outro é. Isso cria uma séria dificuldade ,tornando impossível
estar com a razão.
Se você está errado
e o outro não tem culpa ,você sente que existe alguma coisa não totalmente
certa com essa situação.
Também sente que lhe
atribuem uma responsabilidade indevida.
Se você é o único a
assumir o ônus da culpa , certamente espera ser condenado ao ostracismo.
Esta suposição é uma
carga intolerável ; não corresponde à verdade e não permite ver com clareza.
Faz com que vocês se
sintam ainda mais inferiores e indignos de amor.
A infelicidade
parece uma punição justa , e não uma escolha que pode ser alterada à vontade.
Quem assume toda a
culpa permite , por assim dizer , que os outros manifestem secretamente suas
intenções negativas.
Quem , ao contrário
, sente necessidade de se justificar totalmente ao explicar seu comportamento ,
também se coloca numa situação terrível : ele também sente que alguma coisa
está errada , e sabe que considerar o outro totalmente mau também não
corresponde à verdade.
Se for preciso
manter essa farsa , que pode parecer desejável para se livrar da culpa , a
pessoa pode se tornar ansiosa , medrosa , vivendo sob a ameaça de que suas
defesas sejam destruídas – essa pessoa não pode se permitir ser descontraída ,
natural e íntima dos outros.
Ao escolher o
partido da ”inocência” ,ela impossibilita qualquer tipo
de intimidade.
Nesse caso , ela
também não consegue sentir-se bem.
A INTERAÇÃO
INCONSCIENTE
A maioria dos seres
humanos ainda é incapaz de perceber como a distorção e o negativismo afetam e
reforçam diretamente as distorções e o negativismo dos outros ,
formando um engate.
Na interação entre duas
psiques , ocorre o seguinte.
Suponham que alguém
passe a seguinte mensagem não-verbal aquém esteja ligado numa interação
negativa:
“Vou castigar você por não preencher minhas exigências ,
que são insaciáveis.
Não vou amá-lo nem dar-lhe nada.
Vou castigá-lo , fazendo-o sentir-se culpado , esse você quiser alguma
coisa de mim ,vou negar.
Vou castigá-lo da forma mais exemplar , passando a ser sua vítima , para
você não poder me culpar nem me pegar”
Suponham que o outro
esteja tentando interiormente adotar uma postura semelhante.
A resistência dessa
pessoa ,por sua vez , pode ser expressa nesses termos :
“Não posso desistir da atitude defensiva.
Os outros estão dispostos a me ferir , a fazer de mim uma vítima e a me
explorar.
Se eu abrir meu coração ao amor, não conseguirei nada a não ser rejeição
, injustiça e ódio.
Não vale a pena.
É melhor continuar fechado.”
Imaginem como a
atitude de autovitimização da primeira pessoa reforçará a resistência
irracional da segunda a abrir-se , a se tornar vulnerável, a amar.
A parte amedrontada
da alma , que se “protege” pela negação e pelo retraimento ,
será consideravelmente reforçada sempre que deparar com as intenções negativas
do outro.
O castigo muitas
vezes assume a forma de graves acusações que difamam o caráter do outro.
Ou é possível até
usar os defeitos verdadeiros do outro para castigá-lo por não estar à altura
das exigências feitas e por não aceitar entrar num acordo em que um deve dar
tudo e o outro, pouco ou nada.
A interação
inconsciente nessa área , portanto , fortalece e justifica a convicção deque a
atitude negativa é uma defesa necessária.
Desse ponto de vista
tacanho , esta parece uma postura correta.
Assim , quando as
intenções são negativas ,você também é responsável pelo outro.
Uma das verdades
aparentemente paradoxais da realidade espiritual é que ,embora você seja
primordialmente responsável por si mesmo , também é responsável pelo outro , de
maneira diferente.
Pelo mesmo critério
, a intenção negativa do outro fere você , e ele também é responsável pelo
outro , de maneira diferente.
Pelo mesmo critério
, a intenção negativa do outro fere você , e ele também é responsável perante
você.
Entretanto , o outro
não poderia ter êxito se você não fincasse pé tenazmente.
Nesse sentido ,você é
responsável.
Todos têm a opção de
usar as más intenções dos outros como desculpa para não amar ,ou para procurar
uma nova forma de reagir à vida.
Portanto, é
igualmente correto dizer que você é exclusivamente responsável por si mesmo e
que os outros são exclusivamente responsáveis por si mesmos e que ,
em última análise
,todos são responsáveis pelos outros.
NÃO HÁ
DIVISÃO NA REALIDADE MÁXIMA
No fim das contas,
não existe divisão entre o eu e o outro.
Vocês são o outro e
os outros são vocês.
A separação é uma
ilusão.
Portanto, quando
vocês acabam com o velho padrão de culpar os outros para justificar seu modo
injusto de proceder e as exigências mesquinhas que fazem, vocês se livram desse
duplo grilhão e também ajudam a libertar o outro.
Naturalmente , os
outros não devem depender de vocês para isso ; cada um deveria cuidar de si e
encontrar a sua própria saída.
“Os outros não devem depender do fato de eu superar os meus aspectos
negativos e os meus problemas para poderem superar os deles”, vocês poderiam dizer.
E estão ao mesmo tempo
certos e errados.
Estão certos ,
porque os outros podem realmente o que quiserem , independentemente do que
vocês façam.
Os esforços ,a
dedicação e o compromisso deles, e não a atitude de terceiros , determinarão o
resultado.
Mas vocês também
estão errados por não perceberem que o ato de verdade praticado , que é um ato
de amor ,ajuda a libertar os outros.
O fato de vocês
aceitarem a parte que lhes cabe elimina muita confusão , permitindo identificar
a verdadeira contribuição de cada um a uma interação psíquica negativa.
O efeito libertador é
enorme.
Imagine como vocês
se sentiriam se uma pessoa próxima,
que os tenha feito
sofrer por ter apontado culpas reais e falsas ,mas que também tenha criado confusão negando sua
própria culpa ,dissesse de repente :
“Percebi que não desejo dar-lhe amor.
Quero fazer exigências a você e depois culpá-lo, acusá-lo e puni-lo por
não atender meus desejos.
Mas não quero que você se sinta magoado, porque embora eu queira
magoá-lo, não quero sentir culpa por isso”.
Vocês percebem o efeito
liberador dessas palavras?
Provavelmente vocês
não reagiriam a tal ato de amor com hipocrisia , declarando que sempre souberam
disso , e colocando-se no papel de vítimas inocentes.
Se vocês admitirem o
caráter injusto de tantas exigências e o medo de expor os sentimentos e as
intenções negativas ,podem sair com o orgulho ferido ,e nada mais.
Seu interlocutor
,naquele momento , recebe uma dádiva de amor, mesmo que vocês possam continuar
não querendo amar com o coração ,com as emoções ,com o interior.
Mas vocês começaram
a amar ,porque começaram a ser autênticos.
Ao libertar os
outros da falsa culpa que é atribuída a eles para disfarçar a culpa que vocês
sentem , vocês permitem que eles tenham uma noção da culpa real , sem ficar
arrasados e sem a dolorosa luta interior onde se confundem culpas e acusações
recíprocas.
A libertação e o
esclarecimento muitas vezes levam à solução dos problemas mais profundos.
É como se a
personalidade precisasse dessa graça “exterior” , dessa “mão amiga”.
Pois a atribuição
desonesta de culpa aos outros torna quase impossível que estes se exponham ;
significa que , se eles admitirem a culpa , vocês estão certos ao acusá-los de
serem maus , de provocarem a sua desgraça.
É assim que as pessoas
ficam presas umas às outras por atitudes negativas , projeção de culpa ,do tipo ou
isto ou aquilo , confusão e interações negativas.
Alguém precisa
começar a desengatar a corrente e a desamarrar os nós.
A intencionalidade
negativa é uma defesa.
Ela deriva da crença
inata de que o mundo não merece confiança e de que o único meio de se proteger
é ser tão mau quanto o mundo – ou pior ainda.
Quando admitem a
própria maldade , estão ajudando os outros a começarem a confiar na decência
das pessoas.
Eles podem , então ,
começar a ponderar :
“Talvez a vida não seja tão perigosa , afinal.
Talvez eu não esteja sozinho na minha vergonha e culpa ocultas.
Talvez eu possa esquecer.
Talvez eu também possa admitir esses sentimentos sem ser considerado o
único responsável.”
Que diferença isso faria na
atitude de todos em relação à vida !
Como isso afetaria a
situação espiritual da entidade humana !
OS EFEITOS
POSITIVOS DA HONESTIDADE
Quando todos vocês
trabalham juntos dessa maneira honesta , o sistema de energia começa a mudar.
O amor não é um
comando emitido pela vontade e pela mente ; não é uma abstração ,não é um gesto
teatral e sentimental.
É vigoroso ,
afirmativo e livre.
A honestidade é a mais
necessária e rara forma de amor entre seres humanos.
Sem honestidade ,
sempre persiste a ilusão de que uns são separados dos outros ; de que os
interesses são antagônicos ;e de que , para proteger os próprios interesses , uns precisam derrotar os outros.
Só quando vocês
conhecerem o seu lado negativo , e realmente aceitarem e assumirem a
responsabilidade por ele , sem precisar mais projetá-los nos outros – e para
isso é preciso distorcer a realidade – conquistarão , de súbito ,
uma nova compreensão
dos outros , sabendo o que se passa com eles , mesmo que eles não o admitam.
E isso também é
libertador.
É por isso que todos
os que admitem o pior em si mesmos inevitavelmente sentem que o resultado
imediato é alegria ,
libertação ,energia
,esperança e luz.
O desenvolvimento
espiritual confere a vocês o dom de conhecer o interior dos outros : o que
pensam , o que pretendem , o que sentem.
Não é mágica ; é
algo que acontece naturalmente , porque , na verdade , vocês e os outros são um
só.
Ao ler corretamente
o que está na mente de vocês , não poderão deixar de ler a mente dos outros –
pois , na realidade , a mente é uma só.
Os outros são um
livro fechado apenas enquanto vocês se escondem da própria mente.
Ser capaz de ler a
mente dos outros seria uma mágica perigosa se derivasse do poder psíquico de
alguém.
Esse poder poderia
ser mal usado.
Mas sempre que essa
capacidade cresce organicamente ,
como subproduto do
conhecimento da própria constituição interior , é algo natural , não passível
de ser mal usado a serviço de impulsos de poder e negativismo.
A EXPANSÃO
PARA A PERCEPÇÃO MAIS ELEVADA
Quando os seres
humanos evoluem para um estado mais expandido , precisam de outros instrumentos.
Vamos tomar a
simples analogia de alguém que dirige uma empresa.
Quando a empresa é
muito pequena , a organização é adequada ao tamanho e à finalidade da firma ;
portanto ,
tem harmonia.
Mas quando a empresa
se expande , a organização criada para o pequeno estabelecimento já não serve.
Se os proprietários
foram rígidos demais para mudar e continuarem se apegando ao velho sistema
consagrado , a expansão pode ser um fracasso , ou pelo menos pode ser muito
difícil de administrar.
A mesma lei , aplica-se
à expansão interior.
À medida que vocês
crescem e aprendem sobre si mesmos e , portanto , sobre os outros e o mundo
,experimentam a vida de um modo mais profundo e variado – e essa , no fim das
contas , é a finalidade da encarnação.
Vocês aprendem a ter
sentimentos que antes evitavam ;
estão preparando o
terreno , por assim dizer , para a “expansão operacional”.
Em termos práticos ,
isto significa que as atitudes que um dia foram úteis agora podem tornar-se
destrutivas e limitadoras.
No caminho da
evolução , as entidades crescem de várias formas e preparam o terreno para
novas atitudes em relação à vida.
No entanto ,elas
podem impedir a expansão , recusando-se a renunciar a determinadas atitudes
obsoletas.
Assim , vocês agora
precisam adaptar-se a novas maneiras de reagir ao mundo; não devem reagir aos
outros como eles reagem a vocês , e precisam também mudar de forma a reagir ao
que acontece no seu íntimo.
Isso é uma
decorrência , em primeiro lugar , da constatação deque a antiga resposta
é um reflexo condicionado adequado à maneira mais tacanha de viver.
Em segundo lugar , esta é uma decorrência do
questionamento do reflexo e das crenças que estão por trás dele.
E, em último lugar , mas não menos importante é uma
decorrência da escolha do amor, e não da separação ,
como forma de estar
no mundo.
Queremos frisar
outra vez que esta não deve ser uma simples palavra para encobrir muitas coisas
que vocês não querem admitir.
A opção pelo amor
deve ser colocada em prática de acordo com o estágio interior.
Admitir o lado
negativo é sempre um ato de amor , quer isso seja feito diretamente perante a
pessoa com quem vocês estão em conflito – o que é preferível – ou perante
alguém não pessoalmente envolvido no episódio.
E é também um ato de
amor com relação ao universo.
Mesmo que vocês
decidem , por enquanto ,conservar os aspectos negativos , pensem que um dia
vocês vão querer renunciar a eles , por amor ao universo e por amor a si
mesmos.
O AMOR É A RESPOSTA
Aquele que não abre seu
coração perde suas forças.
Por mais correto que
seja o diagnóstico , por mais que vocês venham a entender os antecedentes , a
história e a dinâmica de uma situação problemática , jamais ocorrerá uma
mudança real se vocês não se
decidirem a abrir o coração.
Vocês não poderão
ficar satisfeitos , se não sentirem com o coração.
É inútil fingir que
querem amar , ou mesmo que amam ,
enquanto estiverem
com medo de sentir o que sentem.
Quando isso acontece
, vocês fogem do amor.
Vocês não podem ser
fortes e corajosos ; não podem amar a si mesmos enquanto não amarem.
Da mesma forma,
somente quem ama aos outros pode amar a si mesmo.
O primeiro passo
deve ser a vontade de amar.
Ninguém começa a
amar simplesmente porque decide.
É preciso invocar a
natureza divina do seu mais recôndito núcleo para ter a graça de amar.
A Graça divina pode
manifestar-se por seu intermédio ,fazendo com que abram o coração e percam o
medo dos sentimentos , da vulnerabilidade.
Isso é tudo de que
vocês precisam.
Quem não ama , não tem
nada.
Quem ama , tem tudo.
Mas amar com
falsidade , como uma farsa , é muito menos amar e muito mais ilusório e
prejudicial do que admitir o ódio.
Admitir o ódio é um
ato de mais amor do que o ato aparentemente amoroso que nega o ódio.
Admitir o ódio é um
ato de mais amor do que o ato aparentemente amoroso que nega o ódio.
A RAIVA
SAUDÁVEL PODE SER UMA EXPRESSÃO DO AMOR
Existe uma raiva
saudável que precisa ser expressa de vez em quando , numa vida bem integrada.
A raiva saudável não
gera desarmonia interior.
É um grande erro
ignorar ou negar este fato.
A negação vem da
junção artificial das forças interiores e da sobreposição de bondade forçada e
falsa.
A noção de que não
existe raiva ocasional numa pessoa efetivamente desenvolvida do ponto de vista
espiritual é uma falsa crença ,nascida do medo e da obediência.
No plano humano , a raiva saudável é uma necessidade.
Sem ela ,não haveria
nem justiça nem progresso.
As forças da
destruição prevaleceriam.
Permitir que essas forças
assumam o controle é fraqueza ,não amor ; medo, não bondade ; colocar panos
quentes e incentivar o abuso ,não viver construtivamente.
Isso destrói a harmonia
, em vez de promovê-la.
Destrói o
crescimento saudável.
A raiva pode ser uma
reação ocasional tão saudável e necessária quanto o amor.
Ela faz parte do
amor.
Ela , também , surge
espontaneamente.
Ela , também , não
pode ser forçada.
Tentar forçar ou
negar qualquer emoção leva ao auto-engano o que , por sua vez , pode levar a
pretender que a raiva doentia é saudável.
A causa não
determina se a emoção despertada é raiva saudável ou doentia.
A causa pode
justificar totalmente a raiva saudável ,
autêntica , real ,
que nesse caso , naturalmente ,é construtiva.
No entanto , a raiva
pode ser do tipo doentio , devido aos problemas não-resolvidos , à insegurança
, às culpas , às incertezas e contradições dessa pessoa.
A questão em si pode
provocar raiva justificada , mas a pessoa pode não ser capaz de expressar esse
tipo de sentimento.
Na medida exata em
que uma pessoa é capaz de sentir e expressar amor verdadeiro ,ela também é
capaz de manifestar raiva saudável e construtiva.
Tanto o amor real
como a raiva real vêm do eu interior.
Absolutamente todo
sentimento real é saudável e construtivo e propicia o desenvolvimento do eu e
dos outros.
Os sentimentos reais
não podem ser forçados ,comandados nem impostos.
Eles são uma
expressão espontânea , que ocorre como resultado natural e orgânico do exame de
nós mesmos.
É claro que falamos aqui
da raiva saudável e jamais da violência física.
A expressão de
emoções negativas ,mesmo quando não são saudáveis , não precisa de maneira
nenhuma levar a atos destrutivas , sejam físicos ou não.
Este é um dos equívocos
mais freqüentes e prejudiciais.
A psique interior
receia que o reconhecimento das emoções negativas possa levar à sua
manifestação exterior.
Não é assim.
Pelo contrário,
vocês tem liberdade para manifestar ou não , podem escolher como e quando fazer
isso , ou concluir se querem expressar alguma emoção apenas quando estão
plenamente conscientes.
Quando não estão
cientes do que realmente sentem e por quê , vocês ficam sujeitos a compulsões
de toda a espécie , que fazem sofrer e que não são entendimentos.
A compulsão é o
resultado direto de sentimentos e condições inconscientes e não-reconhecidos.
Quanto mais a pessoa
se conhece , maior é o seu autocontrole.
Não temam , porque
não é assim :
“Eu não posso encarar a mim mesmo com sinceridade porque , nesse caso ,
eu teria de colocar para fora impulsos indesejáveis , fazer mal aos outros e ,
portanto , no fim das contas , fazer mal a mim mesmo.”
Também é preciso
trazer à tona essa apreensão e eliminá-la.
Repitam o seguinte,
todos os dias, ao meditar:
”A percepção do que sinto , por
mais indesejável que seja ,
me dará liberdade.
Tenho opções para agir apenas na
medida da minha percepção.
Posso decidir expressar
verbalmente meus sentimentos quando sua finalidade for boa , como numa sessão
com quem me ajuda.
Se eu achar que essa expressão
pode prejudicar o relacionamento , eu me conterei , sabendo o que faço e sem me
iludir.”
Essa meditação
fortalece , pois penetra nas camadas ocultas da psique.
A raiva saudável ,
desde que originária do eu real , sabe exatamente o que fazer e como suprir as
necessidades do momento.
Quando existe o medo
de expressar uma raiva justificada ,
também existe o medo
de amar , que cria obstáculos às manifestações do eu real , o escoamento do
amor autêntico – ao contrário do amor não-autêntico – e da capacidade de
expressar uma raiva saudável. –
em contraposição à raiva distorcida e torturada.
A raiva saudável fortalece , a raiva distorcida enfraquece.
O amor saudável
abrange tudo e é tanto mais enriquecedor quanto mais a pessoa se doa.
O amor doentio ,
torpe e falso empobrece e alimenta o conflito entre o interesse próprio e o
interesse dos outros.
Ele reforça a
dualidade , que é a sua origem , e sempre opõe o bom ao mau.
O amor não-autêntico
está sempre associado à piedade de si mesmo , ao ressentimento , à hostilidade
e ao conflito.
Nele sempre há a
idéia de que “eu devo amar ; portanto ,
acho que amo , mas não quero amar porque , nesse caso ,
se aproveitariam de mim.
Como eu devo amar mas não quero amar , sinto-me culpado e mau.”
Quem pensa assim não
consegue expressar uma raiva saudável.
Ela é abafada no
nascedouro pois , como a pessoa não ousa amar , duvida do seu direito de sentir
raiva.
Quem continuar e
tentar encontrar a expressão correta dos sentimentos no momento presente
sentirá a beleza do universo , a verdade da existência sem conflitos.
Essa verdade implica
amar e receber toda a felicidade toda a felicidade a que se tem direito.
Se vocês tiverem boa
vontade para reconhecer que , por trás da tentativa de amar , está o não-amor ,
nascido do medo , da mágoa e da ilusão , a constatação do que é ilusório levará
finalmente ao amor verdadeiro , ao verdadeiro eu , à expressão autêntica de
tudo que vocês sentem e são –
que é ser bom e correto.
Assimilem o conteúdo
apresentado neste artigo ,para poderem estabelecer a mais real e vital de todas
as comunicações diretas :
a comunicação com o
eu espiritual.
Para isso , vocês
precisam acabar com a auto-ilusão e os disfarces , que sempre o caminho para o
eu interior.
Aqueles de vocês que
ainda não descobriram em que aspectos e de que forma não são carinhosos devem
decidir-se a fazê-lo.
Não se deixem
enganar pelo fato de que , sob alguns aspectos , vocês já são carinhosos.
Perguntem a si mesmos ,o
quanto vocês estão de bem com a vida.
Esta é a medida para
saber até que ponto vocês são carinhosos e verdadeiros.
Quando admitirem a
raiva , a vontade de punir e o despeito , vocês começarão a amar.
Para entender isso ,
é preciso meditar muito e ter verdadeira boa vontade.
Mas , depois , que
bela chave para a vida vocês terão!
É preciso ter um
desejo forte para passar a essa nova consciência.
Não resistam à
expansão para um novo modo de agir quando estiverem prontos , caso contrário ,
estarão criando uma crise dolorosa.
Quanto menos
resistirem , mais suave será a transição para um novo estado , mais verdadeiro
e cheio de amor.
Assumam o
compromisso de ir mais fundo e mais longe nessa direção.
Isso trará
benefícios para vocês e para as pessoas com quem convivem.
Deixem que isso
aconteça.
Esta é a maior bênção
que pode haver.
Vocês criarão o novo
clima necessário para um novo ambiente interior – por fora e por dentro.
Todos nós, somos de
fato abençoados.
Cada passo de
verdade , cada passo em direção ao amor ,
libera mais energia
espiritual , ativa mais a sua natureza divina.
Sejam essa natureza divina !
Amor, Luz , Paz , Gratidão e Namastê !
Love, Light, Peace,
Gratitude and Namaste!
Amour, de Lumière, la Paix, Gratitude et
Namaste!
Amor, Luz, Paz, Gratitud y Namaste!
الحب، والضوء، والسلام، والامتنان وناماستي!
愛、光、平和、感謝とナマステ!
Amore, Luce, Pace,
Gratitudine e Namaste!
Liebe, Licht, Frieden,
Dankbarkeit und Namaste!
Любовь, свет, мир, благодарность и Namaste!
Upendo, Mwanga, Amani, Shukurani na Namaste!
Love and Light to al
Postado por
0 comments
Postar um comentário
Por favor leia antes de comentar:
1. Os comentários deste blog são todos moderados;
2. Escreva apenas o que for referente ao tema;
3. Ofensas pessoais ou spam não serão aceitos;
4. Não faço parcerias por meio de comentários; e nem por e-mails...
5. Obrigado por sua visita e volte sempre.