17 de setembro de 2012
– OS SEGREDOS PERDIDOS DA MAÇONARIA
Estamos sempre diante da impressão de que algo não
foi dito ou não foi bem retratado acerca dos eventos que tiveram lugar ao longo
dos séculos.
Daí encontrarmos uma série de estudos voltados à
redescoberta de verdades históricas.
Assim nasceram o materialismo histórico e a mais
tarde a chamada “nova história”.
Na linha do materialismo histórico a abordagem
chamada “crítica”, a “visão dos vencidos” tem sido a mais convincente.
A premissa é transparente: os vencedores têm
sempre alguma coisa menos dourada, mais complexa, que preferem ou precisam
ocultar acerca de sua atuação no cenário histórico.
Os vencidos nada têm a perder e somente podem se
beneficiar com uma análise histórica profunda, radical.
Os IIr.’. britânicos
Christopher Knight e Robert Lomas, em
A Chave de Hiram, ed. Landmark trazem-nos aportes impressionantes que, como
outras obras deste gênero ao longo dos séculos, coloca em xeque uma série de
valores das religiões formalmente estabelecidas no Ocidente Cristão (católicas romana e ortodoxa mas, principalmente
as protestantes)
Por exemplo: finalmente temos uma explicação
convincente para o fato de a Bíblia traduzida ao alemão por Martinho Lutero
trazer vários Livros da Bíblia, como os 2 capítulos que compõem a história da
resistência dos Macabeus
a
Antíoco Epifane – aliás a Bíblia de Lutero é letra por
letra idêntica à Bíblia Católica Romana
– enquanto as versões protestantes (King James em
inglês
e João
Ferreira de Almeida em português) não trazem I e II Macabeus, além de haver
ainda uma série de outros expurgos, livros faltando que, segundo os
protestantes, “não são livros inspirados, são meramente
históricos” ao contrário do que Luteranos e Católicos
acreditam
Em síntese, Judas Macabeu instaura
uma nova linhagem que, embora heróica, não é reconhecida pelo judaísmo oficial
por questões sucessórias (ele não era da tribo de Davi).
Os Cavaleiros Templários, quando de suas
escavações em Jerusalém, pelo XII século, possivelmente localizaram esta
informação em antigos escritos ali depositados e, como o protestantismo recebeu
poderosa influência daqueles Cavaleiros cristãos excomungados no século XIV
pela Igreja Romana, a visão templária está presente nas bíblias protestantes e
não nas católicas.
Lutero sofreu pouca ou nenhuma influência dos
descendentes intelectuais e espirituais dos Templários, estando assim muito
mais próximo da Igreja Romana.
Até que surja uma explicação mais profunda ou
detalhada, esta hipótese aventada pelos Autores é perfeitamente convincente.
I – A origem da
Maçonaria não está nas Guildas de Pedreiros Medievais:
Chris Knight e Robert Lomas iniciam seu Trabalho
ressaltando ser a Maçonaria uma Instituição tradicional, voltada ao
aperfeiçoamento do indivíduo e da sociedade, sob os auspícios de Deus ou Grande
Arquiteto do Universo.
Ao contrário das religiões formalmente
estabelecidas, não há na Maçonaria qualquer referência a entidades ou
divindades “das trevas”: é a única
Instituição radicalmente Monoteísta do Ocidente.
De pronto descartam a hipótese segundo a qual,
antes de formalizar-se na Inglaterra no dia 24 de junho de 1717, a Maçonaria
ter origem exclusiva ou principal nas guildas de pedreiros medievais.
Apresentam 3 motivos para esta conclusão:
Todas as Corporações de Ofício de Pedreiros
Medievais recebiam as bênçãos da Igreja Romana o que seria impensável para a
Maçonaria.
Ficava-se por vezes uma vida inteira, por exemplo,
na construção de uma grande Catedral, tornando desnecessários códigos de
reconhecimento.
Quanto à profissão, se alguém alegasse ser
pedreiro sem o ser, sua inabilidade o denunciaria rapidamente.
As Antigas Obrigações (Old Charges) da
Maçonaria estabelecem, por exemplo que “nenhum irmão deve revelar qualquer
segredo legítimo de qualquer outro irmão se isso puder lhe custar a vida ou as
posses”.
Somente por excomunhão alguém poderia correr este
risco naquele tempo.
Hereges eram excomungados.
Que
atividade de construção poderia conduzir pedreiros cristãos à condenação por
excomunhão?
Mais lógico concluir serem Cavaleiros em fuga – os
Templários em cujas cores, símbolos e costumes há tanta reminiscência na
Maçonaria.
Há ainda, nas
Old Charges a proibição peremptória de um irmão relacionar-se
sexualmente com qualquer mulher da família de outro irmão.
Cavaleiros em fuga que solicitassem proteção
precisariam deste cuidado,
sem dúvida!
Mas
o que poderia impedir um pedreiro, por exemplo, de casar-se com a irmã de
outro?
Há mais,
nas Old Charges, mas atenho-me à mais chocante: entre maçons
sempre se contaram muitos reis e nobres.
O
que conduziria reis e nobres a aprender normas de comportamento moral com
humildes pedreiros?
O argumento apresentado como “definitivo”
pelos
Autores é o fato de nunca ter havido guildas de pedreiros na Inglaterra, berço
da Maçonaria.
(Sobre este as
reminiscências a “construções” existentes na Ordem há outra explicação muito
mais consistente que a fantasiosa hipótese “guildas de pedreiros medievais”, mas fogem ao escopo destas notas. Alhures e
oportunamente o desenvolverei)
II – Os Segredos
Perdidos da Maçonaria:
Viajando a 3 continentes (Europa, África e
Ásia) os
Autores investigam antigas construções, idiomas locais, bibliotecas e
reminiscências em histórias populares encontrando explicações fascinantes a
praticamente todas as expressões que usamos em Loja – e quem de nós não
sentiu o desejo sincero de conhecer profundamente as origens do que dizemos nos
Rituais, freqüentemente recebendo a admoestação de que “compreenderíamos
mais tarde”, o “mais tarde” vai chegando e
os mistérios aumentam sem que expliquem os primeiros, etc?
Pois os IIr.’. Knight e Lomas sentem esta pulsão
e contam com a possibilidade de pesquisar in loco, trazendo-nos informações
precisas e preenchendo esta lacuna.
Desde o primeiro contato com a Ordem sabemos que
havia segredos originais que foram perdidos por circunstâncias dramáticas
envolvendo a morte de um homem lendário – Hiram Abiff, construtor do Templo de
Salomão – segredos que foram substituídos ou recriados em
época bem remota.
Os Autores, com a discrição necessária a uma Obra
destinada ao grande público, apontam na direção certa a pesquisarmos.
Detalhes da vida de Sequenenre Tao, rei egípcio do
Alto Nilo em período tenso, quando o Baixo Nilo estava sob o controle dos
hicsos, apontam na direção da origem exata do mito de Hiram Abiff, ficando como
hipótese de trabalho altamente convincente a especulação se o patriarca Abraão
seria também um nobre hicsos.
Muito do que se vê no interior da Loja Maçônica
vem convincentemente explicado em A Chave de Hiram que, cautelosamente,
apresenta fatos e dados históricos claramente delimitados das especulações dos
Autores –
abundam no livro expressões como “talvez”, “provavelmente”, “quase com toda a
certeza”, etc. quando se envereda pelo caminho
especulativo, mas estas especulações são robustecidas por documentos antigos,
fotos e transliterações idiomáticas que realmente nos persuadem.
Melhor que a leitura da Obra só mesmo uma visita
aos sítios arqueológicos mencionados, de Ur, na Mesopotâmia (atualmente Iraque...)
passando pelos monumentos e bibliotecas egípcias, Jerusalém e o Vaticano,
chegando à Capela Rosslyn, na Escócia.
III – Alguns
Aportes:
Investigando de perto, com total isenção e sem
estar sujeito a qualquer limitação dogmática apriorística, os Autores chegam a
conclusões a um só tempo fascinantes e perturbadoras.
Cito aqui apenas 7 dentre as muitas arroladas
ao longo da Obra.
A vinda dos descendentes de Abraão (José e seus irmãos) ao
Egito estaria no contexto das chamadas “invasões hicsas”
àquele importante centro do Mundo Antigo.
A cerimônia de consagração do rei egípcio envolvia
um ritual onde se encenava a sua morte e, na encenação de sua ressurreição, ele
era erguido pelos sacerdotes que lhe murmuravam ao ouvido:
Ma’at neb-men-aa, ma’at-ba-aa
que, em egípcio antigo, traduz-se literalmente como “Grande é o Mestre
de Ma’at.
Grande é o Espírito
de Ma’at” – Ma’at é a
corporificação institucional da Verdade e da Justiça.
Estaria a vida e a morte trágica de Sequenenre Tao
na origem do mito de Hiram Abiff?
As marcas existentes em sua múmia, em exposição no
Museu do Cairo e reproduzidas no livro, reforçam esta tese. Moisés foi iniciado
nos mistérios do Egito Antigo e muito da teologia judaica retrata
reminiscências egípcias,
assim como sumérias, caldéias e babilônias.
Os pilares que se destinavam a unir o humano ao
divino nos reinos do Alto e do Baixo Nilo são as mais antigas reminiscências ao
que mais tarde seriam as Colunas do Templo de Salomão.
Há uma ligação estreita entre o simbolismo das
pirâmides, a Estrela de Davi e a Estrela da Manhã (Vênus), como o mais importante líder político e
religioso dos hebreus definia a si mesmo.
Os manuscritos encontrados no Mar Morto trazem
informações riquíssimas sobre a história de Israel, o momento em que a
Palestina estava sob o domínio romano e os primórdios do cristianismo –
manuscritos similares provavelmente tenham sido encontrados pelos Templários
quando de suas escavações em Jerusalém tornando-os dignos herdeiros das
Tradições Egípcias reproduzidas em Israel assim como precursores da Maçonaria
como a conhecemos hoje.
A Cabala seria a racionalização matemática e grega
do antigo pensamento tradicional dos líderes religiosos hebreus.
IV – O Resgate:
A descoberta dos
Manuscritos do Mar Morto, em Qumram, Palestina e Nag Hammadi, no Alto Egito,
logo após o término da Segunda Guerra Mundial,
trouxe luzes
incríveis sobre os tempos de dominação da Palestina pelos romanos e os
primórdios do desenvolvimento dos ensinamentos de Jesus Cristo.
Encontraram-se diversos pergaminhos, em péssimo
estado de conservação (alguns com mais de 2.500 anos de idade!)
narrando histórias dos hebreus em seu cativeiro na Babilônia, dos primeiros
discípulos de Cristo, códigos de legislação e uma série de dados, muitos dos
quais frontalmente conflitantes ao que se tornou a história oficial tanto do
povo hebreu quanto da Primeira Igreja de Jerusalém sob a liderança de Jesus
Cristo e, a seguir, de seu irmão Tiago.
Há muito ainda a ser
traduzido e compreendido, somente se arranhou a superfície de toda aquela gama
enciclopédica de informações; à medida em que nossos corações se tornam capazes
de receber a plenitude da mensagem deixada a nós pelos zelosos rabinos da
comunidade de Qumram e os primeiros cristãos de Nag Hamadi, mais será revelado.
Está provado que
documentos similares foram sepultados sob o Templo de Salomão – há inúmeras
referências cruzadas a “documentos protegidos debaixo do Santo dos
Santos, no Templo de Salomão”.
Os Templários os desenterraram e, com o auxílio de
intelectuais da época,
decifraram.
Toda esta informação está incorporada aos rituais
maçônicos:
há um grau, o do Santo Real Arco, que rememora,
por alegorias ilustradas em símbolos, precisamente a descoberta destes
documentos.
sto nos traz dados que permitem compreender melhor
a história dos primórdios da civilização humana no Oriente Médio e apreender a
plenitude do simbolismo maçônico.
BIBLIOGRAFIA
A Loja Cavaleiros do Templo n 26
parabeniza a este Ir.'. e Mui digno Mestre por esta Peça de Arquitetura.
Lázaro Curvêlo Chaves – M.’.M.’.Solicitações
Delegado da G.’.L.’.U.’.S.’.A.’. para
a região norte de São Paulo e Sul de Minas
Ilustração: Ir.´.
MM Daniel Martina
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