QUARTA-FEIRA, 23 DE JANEIRO DE 2013
Historias de Maldek – Sharmarie de Marte
– Parte I
SHARMARIE de MARTE – Parte I - Histórias de MALDEK e o Sistema Solar
Traduzido do Livro “THROUGH ALIEN EYES – Através de Olhos Alienígenas”, escrito por Wesley H. Bateman, Telepata da FEDERAÇÃO
GALÁCTICA, páginas 9 a 35.
A Terra, quando ficava
mais próxima de Marte, parecia um pouco maior do
que uma lua cheia avistada da Terra.
Quando sua órbita se
aproximava mais de Marte, o planeta Vênus parecia ter um quinto do tamanho da Lua vista pelo mesmo ângulo.
Os radiares, que naquela
época funcionavam plenamente, são conhecidos de vocês como os planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno e refulgiam no céu noturno.
Tradução e imagens: Thoth3126@gmail.com
“Somos o produto de
milhões de anos de vidas.
O que sabemos daqueles
tempos determina quais emoções misturamos com nossos pensamentos e energiza os
símbolos de nossos sonhos.
Nossas experiências
pessoais de vidas passadas fazem com que sejamos diferentes assim como os
flocos de neve são diferentes uns dos outros.
Devo então dizer isto:
como você solicitou as visões de muitos seres, pode contar que ouvirá a mesma
melodia quando eles cantarem sua canção, embora as letras de algumas nem sempre
rimem com as que são entoadas por outras vozes do coro.”
Eu Sou Sangelbo de Temcain.
Palavras de Sharmarie, de Marte:
Em minha primeira vida humana em Marte, meus pais eram pastores da tribo
nômade Shem.
Minha mãe, Scenra, era a única companheira de alma de meu pai,
Ari-lionent,
embora o costume do El (a consciência Planetária, neste caso, Marte) do meu mundo seja
de uma a sete companheiras de alma para cada homem.
Meu pai foi morto durante um embate com a tribo habitante das montanhas
de meu mundo, a qual chamávamos naquela época de Burrs.
Minha mãe tornou-se, assim, uma viúva muito jovem, com cerca de 23 anos
terrestres.
Sua beleza física e estado civil atraíram a atenção de um dos vários
senhores da guerra (Bar-Rexes) com os quais tínhamos de lutar naqueles dias.
Minha mãe acabou por se tornar parte da família daquele canalha, e me
deram à irmã de meu pai, Tee-robra, para ser criado em meio a seus quatorze
filhos.
Tia Tee-Robra não era fisicamente atraente e não tinha companheiro
permanente, mas conhecia e ensinava os métodos de tecelagem e fabricação de
tendas finas, bem como as artes da guerra a seus filhos e a muitas outras
pessoas que a procuravam.
Nossas perambulações eram governadas pela relva que crescia às margens
dos cursos de água alimentados pelo derretimento sazonal das calotas polares e
pelas pesadas nevascas de inverno que caíam nas montanhas.
Era necessário cerca de três meses terrestres para conduzir nossos
rebanhos de carneiros (quase duas vezes maiores do que qualquer raça de carneiros encontrada
na Terra hoje), cabras, burros e camelos (do tipo dromedário, de uma corcova) para os pontos de
travessia que nos permitiam transpor os cursos de água e inverter a direção em
que viajávamos.
Os que fossem pegos atravessando cursos de água fora do ponto autorizado
pelo Bar-Rex local podiam esperar a morte ou a escravidão pelo resto da vida.
Duas vezes por ano, as viagens para o sul de minha tribo nos levavam a
uma dessas pontes autorizadas que atravessava um curso de água; a que estávamos
atravessando era a hi, ou fortaleza, do Bar-Rex que era o protetor de minha mãe
naquela época.
Tivemos de batalhar contra outro Bar-Rex no fim de nossa viagem para o
sul.
Nessas ocasiões, a tribo pagava taxas, e os homens jovens eram
considerados possíveis candidatos ao serviço militar.
Nem sei quantas vezes a influência de minha mãe me salvou de ser
selecionado quando cruzei a hi do norte.
Como nasci quando a tribo estava viajando para o sul, usei um cordão de
contas vermelhas no pescoço até a idade de mais ou menos cinco anos terrestres;
a partir de então, as contas foram substituídas por urna tatuagem no ombro
direito representando um círculo com um ponto em sua circunferência, indicando
o ponto em nosso itinerário de viagem no qual eu nasci.
A criança que nascesse durante uma viagem para o norte usava contas
brancas até a idade de cinco anos e então recebia o mesmo tipo de tatuagem no
ombro esquerdo.
Por acordo mútuo, o Bar-Rex da hi do sul poderia reivindicar somente quem
tivesse tatuagem no ombro direito para executar qualquer forma de serviço
físico, enquanto o Bar-Rex do norte podia reivindicar apenas os que tivessem
tatuagem no ombro esquerdo.
A hi do norte era um ponto onde se reuniam seis vias fluviais, ao passo
que na hi do sul se juntavam apenas três vias fluviais.
Isso significava que o Bar-Rex da hi do norte tinha seis tribos sob seu
poder.
Ele era um velho guerreiro rude que andava no meio do povo, trocando
histórias obscenas.
Eu gostava dele e de seu filho mais velho, que ele chamava de seu “chicote”
e tinha inveja de quem usava contas brancas, pois algum dia estaria a seu
serviço.
Afastei-me da tribo durante dois anos e fiquei algum tempo nas colinas,
evitando as patrulhas militares do sul e visitando de vez em quando as
jovens das tribos Burr.
Os Burrs pagavam tributos a inúmeros Bar-Rexes na forma de cereais,
frutas e artigos manufaturados de metal.
Isso os livrava do serviço militar, mas não impedia que seus jovens
roubassem os rebanhos da tribo Shem quando lhes dava na cabeça.
Meu pai foi morto numa dessas incursões dos Burrs.
As patrulhas militares descobriram, por intermédio dos pais contrariados
de várias de minhas namoradas, que havia um Shem desgarrado andando no meio
deles de vez em quando.
Não dá para confiar no
silêncio de uma Burr.
Voltei para a tribo e em virtude da intercessão de minha mãe, escapei de
qualquer castigo devido à minha ausência de mais de dois anos.
Minha mãe deu à luz uma filha de Cap-Tonelarber, o Bar-Rex da hi do sul,
uma verdadeira princesa que foi chamada de Wren-Shanna.
Tempos depois, eu e Wren-Shanna nos tornamos grandes amigos, e
recentemente, em nossa vida atual, visitamos o local do primeiro nascimento
dela.
Vestidos com roupas protetoras, ficamos entre as antigas ruínas quase
irreconhecíveis da fortaleza do pai de Wren-Shanna.
Enquanto uma tempestade de areia violenta rugia a nosso redor,
recordamo-nos das coisas boas daquele tempo.
Minha mãe conseguiu, com seu sacrifício, que eu desfrutasse várias
temporadas preciosas, que gastei sob a tutela de So-Socrey, um curandeiro
tribal de grande sabedoria.
Era um bom amigo de tia Tee-Robra e provavelmente a única pessoa no
universo que conseguia beber mais do que ela.
Foi com ele que me escondi nas colinas até finalmente voltar para a tribo
durante a jornada para o sul.
Foi também ele quem me ensinou os valores medicinais das plantas e o que
sabia dos métodos dos Elohim, como orar pedindo sua assistência mágica e quando
era conveniente fazê-lo.
Certa vez, So-Socrey testou meu conhecimento do que me ensinara me
descendo num poço cheio de cobras venenosas para colher bulbos de uma planta do
tipo do cactos.
Consegui levar os bulbos e sobrevivi, tornando-me uno com a realidade das
serpentes em seu nível de vida universal.
Depois ele fez um chá dos bulbos e o tomou.
Então, ficou muito alterado e passou a fazer uma demonstração de como
conseguia urinar na cor que bem quisesse.
Quando ele produziu uma corrente infinita de fogo, percebi que ainda
tinha muito a aprender.
Atualmente, consigo duplicar as mudanças de cores (amarelo é fácil), mas nunca
encontrei a coragem necessária para tentar duplicar o rio infinito de fogo de
meu mentor.
Chegou o dia em que o Tane (o supervisor militar) do Bar-Rex e dois
de seus novos recrutas começaram a me procurar durante uma travessia da hi.
Ele deveria ter trazido todo seu exército.
Coloquei em prática os ensinamentos de tia Tee-Robra e de So-Socrey e
estropiei fisicamente meus indesejáveis futuros amos.
Depois de vários dias sendo perseguido por toda a região da hi, acabei
por ser vencido pelo número – e por um apelo de minha mãe para me entregar e
parar de ferir outros perseguidores que, em alguns casos, haviam sido meus
companheiros de brincadeiras em outros tempos.
Eu era considerado um solitário e fazia muito poucos amigos.
Era também considerado um pouco louco e perigoso.
Fui incumbido de juntar-me a uma patrulha de camelos que viajava para o
norte para ficar de olho nos rebanhos que atravessavam o curso de água na
direção sul, rumo à hi de meu amo.
Foi durante essa época que alguns de meus camaradas de armas e eu
aprendemos com um velho veterano a nadar.
Ansiávamos pela comida, pelas histórias contadas ao redor da fogueira do
acampamento e pela companhia feminina que o outro lado da via fluvial nos
oferecia de bom grado.
A Terra, quando ficava
mais próxima de Marte, parecia um pouco maior do que uma lua cheia avistada da
Terra.
Quando sua órbita se aproximava mais de Marte, o planeta Vênus parecia ter um quinto do tamanho da Lua vista pelo
mesmo ângulo.
Os radiares, que naquela época funcionavam plenamente, são conhecidos de
vocês como os planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno e refulgiam no céu
noturno.
Sob as estrelas e a luz derramada pelos corpos planetários de nosso
sistema solar, os membros da patrulha sentavam-se em nosso acampamento e
especulavam sobre a existência de alguma forma de vida em outro lugar do
universo.
(Não consigo deixar de contar uma mentirinha e dizer que tínhamos certeza
de que a Terra era habitada por homenzinhos verdes e mulheres púrpuras
gigantescas.)
Alguns de meus camaradas enumeravam antigas lendas e histórias e se
recordavam de sangrentas escaramuças com soldados de outras fortalezas que
haviam se aventurado a ir longe demais em nosso território, ou quando uma
patrulha de nossa hi natal entrou na jurisdição de outro Bar-Rex.
Havia também narrativas de guerras de grandes proporções acontecidas
entre os Bar-Rexes, e que haviam determinado o atual status dos vários
senhores.
Entre as histórias, havia uma que falava da existência de misteriosos
gigantes com máscaras prateadas, vestidos de púrpura que velejavam, em trenós
para areia, nas areias vítreas que se iniciavam a muitos quilômetros das
estradas cobertas de relva.
Mesmo os mais corajosos Bar-Rexes temiam um encontro com esses gigantes
que se diziam viver nas vertentes da montanha sagrada chamada Darren.
(Essa montanha vulcânica é chamada Monte Olympus pelos atuais
habitantes da Terra.)
A representação dessa
imensa montanha marciana com dois raios ao fundo é o emblema que identifica
nossas espaçonaves marcianas e outras coisas que necessitam de tal
identificação.
O Monte Olympus, também conhecido por seu nome em latim, Olympus Mons, é um vulcão extinto do planeta Marte, sendo o maior vulcão do Sistema
Solar.
Ele ergue-se a 27.000
metros acima do nível médio da superfície marciana, sendo três vezes mais alto
que o Monte Everest.
Sua base estende-se por
quase 600 quilômetros.
Sua caldeira tem
dimensões de 85 km por 60 km.
O Monte Olympus foi descoberto pela sonda espacial Mariner 9 da NASA em 1971, embora já fosse do conhecimento de astrônomos desde o século XIX.
Tem um declive suave, o
que faz sua base ser vinte vezes maior do que a sua altura.
Foto: Nasa
RANCER-CARR, O
ZONE-REX
Desde tempos muito antigos, uma pessoa muito especial ocasionalmente se
manifesta com grande autoridade espiritual, que alguns Bar-Rexes obedecem de
boa vontade e outros são forçados a obedecer.
Tal pessoa se chama um Zone-Rex.
Em minha primeira vida, essa pessoa, na forma de um jovem que era filho
de um mineiro de cobre Shem (profissão exercida com licença especial) recebeu ordens dos
gigantes de máscara prateada de governar e guiar espiritualmente todos os que
viviam sobre nosso mundo.
Esse homem vive hoje e tem o nome de Rancer-Carr.
Nunca encontrei ou vi Rancer-Carr em minha primeira vida.
Mal sabia eu em minha primeira vida que formaríamos um relacionamento
nesta vida atual, pois em Marte vivi apenas aquela primeira vida.
Cada vida depois dessa (e houve muitas) foram passadas nos confins da Barreira de
Freqüência do planeta Terra.
Embora atualmente Marte seja inóspito à vida sem a utilização de
equipamentos artificiais de sustentação de vida, fico muito feliz em poder
visitar meu mundo natal sempre que posso.
{n.t.
Esse ser humano de Marte
vive hoje e tem o nome de Rancer-Carr e em sua homenagem, pela sua luta em
defesa da vida, um sol do sistema das PLÊIADES tem o nome de CARRdovan (Electra), sendo que em sua órbita existe um planeta de
nome MOLLARA, habitado por seres humanos oriundos da Terra,
de Marte e de outros planetas que para lá migraram em função dos acontecimentos
que se sucederam após a destruição do planeta MALDEK em nosso sistema solar, há cerca de 251
milhões de anos passados…}
Minha vida mudou depois que ganhei de presente de minha mãe uma bela
armadura de couro de cor vermelho-sangue.
Ela me rendeu um número considerável de comentários invejosos e zombarias
de alguns de meus camaradas, então decidi não usá-la na presença deles.
Eu vestiria a armadura quando voltasse para a fortaleza, assim minha mãe
ficaria contente.
Uma vez, dei por falta de minha armadura e fiquei furioso.
Procurei o homem que eu suspeitava ter roubado minha propriedade e
lutamos até que ele acabou morrendo.
Só mais tarde descobri que ele tinha tirado a armadura para me pregar uma
peça.
Fui colocado a ferros, aprisionado e depois sentenciado à morte.
Certa manhã, fui levado à presença do Bar-Rex e de minha mãe.
Também faziam parte do grupo três estranhos homens de cabelos brancos
vestindo roupas idênticas feitas não de lã, e sim de um material com um tipo de
trama que eu nunca vira.
As palavras que eles disseram uns aos outros soavam estranhas.
Um se aproximou de mim e tocou minha testa com uma vara cintilante e tudo
ficou preto.
Despertei com uma grande dor de cabeça, em meio a centenas de personagens
esquisitos que, para mim, pareciam na maior parte serem pequenos como crianças.
Eu não conseguia entender o que estavam falando e em alguns casos eles
não conseguiam se entender uns aos outros.
Parecíamos estar em uma
caverna em meio a caixas de metal, e as paredes emitiam uma suave luz estranha.
Os homens de cabelos brancos nos deram água e uma comida que eu nunca
provara.
Depois de certo tempo, aprendi a gostar da comida e ficava esperando que
fosse distribuída.
Pouco a pouco, passou a haver comunicação entre os diferentes tipos de “baixotes”,e consegui entender o fato de que ninguém
sabia onde estávamos ou o que estava nos acontecendo.
Perdemos a noção do tempo.
O Aglomerado Estelar
M-45, as PLÊIADES e seu Sol Central ALCYONE,sistema ao qual o nosso Sol pertence e orbita
conjuntamente com SÍRIUS (Constelação de Cão
Maior) e Alpha e Próxima Centauri (da Constelação do
Centauro).
MEU AMIGO 63-92
De vez em quando, eu reparava num homem, mais alto do que os baixotes mas
não tão alto quanto eu, andando no meio da multidão.
Ele usava uma veste branca de lã esfarrapada e manchada e carregava uma
cabaça negra com estranhos símbolos brancos grosseiramente pintados.
Descobri mais tarde que esses símbolos representavam os números 63-92.
Sentado apoiado numa parede, sentia-me triste e ansiava por estar
novamente com as pessoas de minha tribo.
Coloquei as mãos no rosto para esconder minhas emoções dos que estavam ao
meu redor e chorei.
Enquanto chorava, senti alguém tocar o alto de minha cabeça e dizer o meu
nome.
Olhei para cima e vi diante de mim o homem que, daquele momento em
diante, eu chamaria apenas de 63-92.
Ele me estendeu a cabaça, da qual nada bebi além de ar.
Embora seus lábios não se movessem, ouvi-o dizer:
“Que gosto você quer que tenha?”
Lembrei-me de uma bebida alcoólica suave muito popular em meu mundo natal
e imediatamente minha boca começou a se encher magicamente dela,
até que engoli o líquido, então a manifestação cessou.
Coloquei as pontas dos dedos nos olhos para saudar esse mago da mesma
forma que saudaria alguém como meu professor So-Socrey.
Perguntei como ele sabia meu nome e como conseguia falar comigo sem mexer
os lábios.
Ele replicou:
“Os Elohim
sabem os nomes de todos, e foram eles que me contaram seu nome.
Falo com
você em sua mente.
Comunicar-se
desse modo é uma capacidade que você acabará por adquirir depois de chegar a
seu destino.
Não é
assim tão difícil se comunicar dessa forma.
Algumas
das pessoas que estão agora a seu redor, que você chama de baixotes, podem se
comunicar facilmente dessa maneira umas com as outras.”
Perguntei fisicamente: “Quem são os Els (Elohim)?
Quando serei libertado de meu encarceramento para poder viajar ao destino
do qual você fala?” 63-92 repeliu minhas perguntas com um gesto e foi-se embora, desaparecendo
na multidão.
Em certo momento durante minha prisão, as paredes de meu cárcere
começaram a zumbir e a produzir um som agudo que nos sobressaltava e despertava
os que estivessem dormindo naquela hora.
Uma das paredes começou a se deslocar e se dobrou dos dois lados,
formando uma abertura pela qual eu conseguia ver um panorama maravilhoso.
Construções altas e objetos prateados cintilavam à luz do Sol e pareciam
flutuar como penas ao vento ou se deslocar rapidamente pelo céu.
Pode-se dizer que testemunhei o que foi para mim, na época, um céu repleto de UFOs.
Parados numa rampa inclinada para baixo, havia vários daqueles homens de
cabelos brancos fazendo-nos sinais para sairmos.
Enquanto descia pela rampa, voltei-me para olhar o lugar onde estivera
preso.
Parecia uma grande casa circular (maior do que qualquer casa que eu já vira – na
realidade era uma espaçonave nodiana), coberta por listas horizontais de cores
alternadas: vermelho, branco e negro.
Por inúmeras janelas circulares pude ver homens de cabelos brancos
olhando para o que era obviamente seu mundo natal.
De repente, 63-92 estava na minha frente.
Ele me instruiu mentalmente a não ir para a esquerda com os outros, e em
vez disso ir para a direita e ignorar quem tentasse me dizer outra coisa.
Meu instrutor então desapareceu diante de meus olhos.
Ao virar para a direita, entrei num mercado cheio de bancas e vendedores
de todos os tipos possíveis (a maioria vendia verduras).
Fui atraído na direção de um vendedor de flores que desprendiam um aroma
maravilhoso que está além de minha capacidade de descrição.
A meu redor vi outras pessoas trocando um tipo de dinheiro para fazer
suas compras.
Embora eu não tivesse esse dinheiro, o vendedor me deu uma grande flor
amarela e me enxotou de sua barraca com um sorriso.
Em cada banca ou loja, davam-me até aquilo pelo qual eu sentia apenas um
ligeiro interesse mental, então me orientavam a ir embora.
Logo fiquei sobrecarregado com meus presentes e me sentei, colocando-os
em volta de mim.
Em pouco tempo, as pessoas vinham a mim e apontavam para um ou mais de
meus artigos, entregando-me vários discos-dinheiro de várias cores (como as fichas
plásticas para jogar pôquer).
Esses discos me fizeram muito bem: ninguém os tirava de mim, e sim preferiam
me dar o que eu bem quisesse sem eu ter de pagar.
Que mundo!
Meus passeios e minhas viagens acabaram por me levar a uma padaria grande
que vendia pães, bolos e tortas de tipos que nenhum Bar-Rex do meu mundo natal
poderia ordenar que fosse colocado diante dele.
Na padaria serviam mulheres e meninas agradáveis e roliças que me
orientaram, com gestos das mãos, a me sentar no chão num canto (todas as cadeiras
eram pequenas demais para eu me sentar).
Elas me trouxeram tudo o que eu desejava, até que não consegui comer mais
nada.
Uma senhora elegantemente vestida usando anéis cintilantes desceu as
escadas e mentalmente me pediu para que me fosse.
Não discuti com ela.
A noite parecia não chegar nunca nesse novo mundo (o planeta NODIA).
Houve um breve período de crepúsculo de aproximadamente 29 horas
terrestres, seguido de um clareamento gradual do céu.
Experienciei me queimar de Sol pela primeira vez na vida.
Um vendedor de rua, vendo isso, deu-me um vidro grande de loção.
Pensei que eu devia beber a coisa, até que meu benfeitor meneou a cabeça
fazendo o movimento universal que representa não, fazendo uma mímica de como eu
deveria aplicar topicamente a loção na pele.
Também ganhei um chapéu de abas largas.
Durante o terceiro crepúsculo depois de minha chegada ao planeta NODIA
instalei-me num local onde todos pareciam estar comemorando.
Podia-se comprar bebidas que causavam euforia, mas meu copo era enchido
continuamente sem eu pagar nada.
Vi dois homens (não nodianos) serem assassinados.
Os corpos dos mortos tiveram suas roupas e outros pertences tirados e
foram levados para outro lugar.
Logo depois, um grupo de homens e mulheres se aproximou de mim
(não eram deste mundo) e mentalmente me ofereceram uma grande soma de
dinheiro para eu matar o assassino, que estava sentado a uma mesa perto dali e
continuava a beber corno se não tivesse feito nada de errado.
Mentalmente recusei e também recusei a oferta de protegê-los contra
qualquer futura injúria física que os homens violentos que também residiam no
planeta pudessem lhes causar.
Despertei do torpor causado pela bebida, encontrando-me novamente
encarcerado num poço coberto por grades de metal.
Meus inúmeros companheiros de cela formavam um grupo deplorável de vários
tipos de outros mundos.
Seus gemidos, gritos, lamentos e conversas altas eram ensurdecedores.
O lugar fedia, e percebi que provavelmente eu era um dos que mais
contribuíam para o mau cheiro.
As grades que cobriam o poço foram levantadas e o lugar aos poucos ficou
silencioso.
Parados à beira do poço, olhando para seu conteúdo humano, havia três
homens de cabelos brancos e várias pessoas de outro mundo acompanhando-os.
Um dos homens de cabelos brancos era jovem (da minha idade, uns 19 anos terrestres)
O jovem de cabelos brancos (nodiano) vestia uma camisa bege lisa e larga e calças
da mesma cor caindo frouxas até os tornozelos.
De pé a seu lado, para minha surpresa, havia outro marciano com uma
criatura parecida com um macaco no ombro (um animal chamado de poon pelos nodianos),
O marciano falou comigo no idioma de minha tribo:
“Aquele ao lado do qual
estou oferece a você a liberdade se você o servir para o resto de sua vida e
aceitá-lo como seu único deus.”
Eu Pensei mentalmente, esse camarada é mesmo um bobo convencido.
Também cogitei mentir para conseguir minha liberdade,
O jovem cabeça-branca me chamou em voz alta em meu idioma nativo:
“Você não está muito enganado a respeito de quanto
me julgo importante. Venha se unir a nós, marciano. Sou Rayatis Cre’ator.”
Abaixaram uma escada e eu subi por ela para receber a luz do
sol-estrela SOST, e para o início de uma vida nova e muito
emocionante
no planeta NODIA.
Trocaram dinheiro com um grupo de carcereiros e meus companheiros de cela
subiram a escada e se dispersaram em direções diferentes.
Acima:
A estrela/Sol POLARIS, popularmente conhecida como Estrela Polar, é a estrela mais brilhante da constelação chamada Ursa Menor.
Esta estrela é o SOL SOST, onde esta situado o PLANETA NODIA.
A estrela POLARIS/SOST é uma das estrelas pertencentes a constelação da Ursa Menor que no
correr dos séculos vem sendo usada na Terra para nortear os navegantes, desde
os tempos das descobertas de Colombo e Cabral, pois é uma estrela fixa que
determina o NORTE.
A estrela apontada como Polaris A é o SOL SOST, que é orbitado pelo
planeta NODIA e b seria o radiar AMPT, onde orbita o planetoide
Vitron, o lar de Mocalar, cerca de 84 vezes MAIOR do que a Terra…
Vistos da Terra a proximidade de ambos faz com que
os astrônomos pensarem que sejam um sistema de sóis duplo.
Sem dizer outra palavra, o marciano nos deixou.
A medida que andávamos, o aroma de pão quente enchia o ar.
Logo chegamos a um de meus lugares preferidos do planeta Nodia: a padaria
onde, em outro tempo, eu fora generosamente alimentado.
Não entramos na padaria, em vez disso, fomos para os fundos do prédio e
subimos uma escada comprida até o quinto e último andar.
Atrás de uma porta lisa havia quartos grandes decorados com mobília e
obras de arte lindas de se ver.
Esses alojamentos eram ocupados por poucos nodianos e vários tipos de
pessoas de outros mundos.
Havia elevadores que iam até o subsolo, onde havia corredores e quartos
intermináveis cheios de nodianos fazendo uma coisa ou outra com uma mão
enquanto comiam um pedaço de pão quente com a outra.
Todos pareciam receber ordens de um homem ruivo de pele clara chamado
Rick-Charkels e sua companheira Orja.
Deram-me um colchão de palha e Rick-Charkels me disse que eu deveria
dormir em uma das sacadas.
Depois de eu relutantemente tomar banho, deram-me roupas novas que eram
uma réplica perfeita daquela que estivera vestindo desde minha chegada no
planeta NODIA.
Certa manhã, encontrei nos pés do meu colchão a armadura vermelha que
fora responsável por meu exílio neste lugar de maravilhas e perigos sutis.
Raramente permitiam que eu entrasse nos alojamentos e apenas o fazia para
chegar às escadas que levavam para a rua.
Saía de meu alojamento para acompanhar Rick-Charkels,
Orja e sua equipe de cozinha quando faziam suas compras.
Meu objetivo e o da equipe era carregar o saque.
Uso o termo “saque” porque os vendedores não aceitavam pagamento pelos seus produtos e
mercadorias, e respondiam como se estivessem ofendidos se oferecessemos
pagamento.
Comecei a aprender com facilidade o idioma nodiano, mas descobri que sua
forma de comunicação telepática era frustrante devido a minha falta de
conhecimento de tantos assuntos que exigiam pensamento abstrato.
Certa vez, ao crepúsculo, fui visitado por Rhore, o Marciano, que falara comigo
no dia em que fui libertado do poço por meu benfeitor nodiano.
No início, Rhore tinha acesso aos meus aposentos atravessando os telhados
dos edifícios adjacentes e pulando na sacada de uma distância considerável.
Nas visitas posteriores, usou uma escada como ponte, guardando-a no
telhado vizinho até precisar dela.
Rhore era shem, embora não pertencesse a meu grupo.
Ele calculou que estava no planeta Nodia havia quase onze anos
terrestres.
Era livre para ir e vir como bem entendesse e decidiu viver a cerca de 56
quilômetros de distância, numa floresta povoada por inúmeros tipos diferentes
de animais.
Ele se locomovia numa motoneta (scooter) que voava a aproximadamente um metro e meio do
chão, mas não alcançava a altura dos telhados.
Certa vez, Rhore apontou uma estrela brilhante no céu, que era, na
verdade,
o sol que proporcionava luz e calor a nosso mundo natal (e ao nosso planeta
Terra).
Ele me disse que seriam necessários cerca de 16 dias para o “barco estelar”
nodiano chegar a nosso mundo natal.
Disse que um dia gostaria de visitar Marte para arranjar uma companheira
ou duas, mas não para viver lá permanentemente.
Fiquei consternado com sua afirmação e perguntei-lhe por que se sentia
assim.
Ele disse:
“Por que viver
entre os ignorantes quando se pode viver entre os sábios?”
Muitas vezes, ao cair da noite, eu subia na garupa da motoneta de Rhore e
viajávamos para seu lar na floresta e para outros locais de grande beleza
natural.
Também visitávamos os lugares onde os
barcos (espaçonaves nodianas) estelares eram construídos e onde existiam colônias de trabalhadores de
outros mundos.
Essas excursões e infindáveis conversas com Rhore me ajudaram a entender
melhor meu novo lar e me incutiram o forte desejo de aprender o possível sobre
tudo o que estivesse a meu alcance.
Com Rhore fiquei sabendo que meu benfeitor, Rayatis Cre’ator, era na
realidade um tipo diferente de Bar-Rex.
O mistério dos vendedores generosos foi esclarecido quando Rhore explicou
que eles eram, na verdade, sócios de negócios de Cre’ator.
Todo o sistema dos empreendimentos comerciais de Cre’ator mantinha-se
coeso pelo que se poderia chamar o princípio do Chefão: ele fazia a seus sócios
ofertas irrecusáveis.
Cre’ator, por vários motivos compreensíveis, mantinha uma imagem pública
muito discreta.
Já em sua juventude, ele tivera cinco filhos: dois meninos e duas meninas
com uma mulher que vivia em outro planeta no mesmo sistema solar, e uma filha
com uma bela nodiana que também estava ausente da casa durante o primeiro ano,
mais ou menos, de meu serviço.
No dia em que ela chegou com a filha ruiva (nodianos ruivos são muito raros), minha vida deu
outra reviravolta importante.
Fui incumbido, juntamente com um número considerável de guarda-costas,
de acompanhá-la às compras que, de vez em quando, estendiam-se por todo o
mundo e também pelos planetas próximos.
Ela se esquivava da segurança, aventurando-se em lugares que faziam seus
guardas nodianos mais corajosos se encolher.
No início, minha tarefa parecia se resumir em carregar sua filha nas
costas ou nos ombros sempre que a criança me chutasse as pernas.
Com o passar do tempo, descobri que eu poderia delegar essa tarefa a
qualquer um dos outros guardas do séquito Logo depois, percebi que eu era o
comandante deles.
Foi uma revelação espantosa.
Eu fora eleito para o cargo por meus companheiros soldados numa votação
secreta.
Embora a Senhora Cre’ator ignorasse a segurança, mostrava-se muito
interessada em vestir seus guardas com uniformes escandalosamente coloridos e
em encharcá-los com perfumes caros.
Esta última prática foi interrompida quando os “espers” (os que vasculham
mentalmente os arredores à procura de perigos ocultos) se queixaram que o
cheiro estava interferindo em sua capacidade de desempenhar sua função.
Recebi uma sala espaçosa nos alojamentos localizados sobre a padaria.
Rhore tinha permissão de me visitar, contanto que tomasse banho e vestisse
roupas limpas.
No começo de nossas relações, Rhore disse-me que ele havia sido trazido
para Nodia por mulheres que encontrara no deserto marciano colhendo os mesmos
bulbos de cactos inebriantes que meu primeiro professor,
So-Socrey, tinha em tal alta conta.
Uma das mulheres perguntou a Rohre se ele queria viajar com ela para
mundos distantes onde ela venderia o estoque de cactos.
Ele aceitou sem hesitar sua oferta.
O nome da mulher era Martcra, mas era em geral
conhecida como Bandeira Cereja, pois desfraldava uma bandeira com uma cereja vermelha bordada sempre que
aterrissava num mundo e montava uma loja.
Numa visita a Nodia, Bandeira Cereja, devido a circunstâncias legais
imprevistas, julgou necessário partir do planeta às pressas, deixando Rhore
para trás.
Ele nunca mais a viu. Foi adotado e sustentado, como eu, pela ilustre
Casa de Cre’ator.
Rhore instruiu-me no uso de ROMs mentais que me ajudaram a preencher rapidamente minha mente com
conhecimentos e experiências que, usando-se qualquer outro método, levariam uma
eternidade para adquirir.
Havia um suprimento inesgotável desse material mentalmente registrado e
eu o absorvia em todos os momentos livres, quando eu não estava a serviço da
Senhora Cre’ator.
Um dia, fui acordado do sono por um poderoso comando mental de Rayatis
Cre’ator dizendo-me para ir ao grande salão do conselho.
Nunca estivera lá.
Ao chegar, encontrei uma cadeira vazia com meu nome gravado no encosto de
couro.
CONTINUA …
Originalmente
postado em 16 de Agosto de 2012.
Permitida a reprodução
desde que mantida a formatação original e a citação das fontes.
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