LIVRO IV - O TRABALHO MAIOR
A MANHÃ SEGUINTE
Por
Suzanne Lie PhD Em 26 de fevereiro de 2014
domingo,
13 de abril de 2014
JASON FALA:
Após o Arcturiano ter deixado nossa casa, nós dois despencamos
no sofá mais próximo.
Imediatamente entramos num sono/meditação, pois não estávamos
seguros de em qual realidade nós estávamos despertos.
Como poderíamos ter conversado com um ser de luz cintilante num
momento e então estarmos sentados em nosso sofá no outro?
Gradualmente nós caímos no que deve ter sido um sono real, pois eu
tive um sonho muito importante.
Quando acordei, já era o dia seguinte.
Após me recuperar de uma noite dormindo no sofá com nós dois
disputando uma pequena manta para se aquecer, eu percebi que tinha dormido
durante uma reunião de trabalho muito importante.
Com esta conscientização, meu sonho maravilhoso saiu de meu
conhecimento.
Sacudi Sandy até ela acordar e tentei culpá-la por eu ter caído no sono.
Após ter descarregado minha raiva nela, ela ter chorado e corrido
para o banheiro, eu percebi o que tinha feito.
Como pude sair de um sonho maravilhoso e entrar num estado de
consciência tão baixo a ponto de culpar a pessoa que eu mais amava por algo que
eu havia feito?
Decidi ir à cozinha fazer para Sandy
seu chá preferido e trazê-lo para ela como uma oferta de paz.
Foi quando comecei a me lembrar do sonho.
Levei o chá para o nosso quarto e o ofereci com uma expressão
encabulada de desculpa, o que fez Sandy sorrir
e aceitar o chá.
Sentei-me na cama ao lado dela enquanto ela tomava o chá e eu
tentava me encorajar a contar meu sonho.
Tudo bem, Sandy disse após me deixar sofrer por
uns minutinhos, eu perdoo sua explosão e estou pronta para ouvir o que você
tanto quer me contar.
Você sabe que quero lhe contar alguma coisa? – eu
perguntei.
Agora nós vivemos como uma pessoa.
Não creio que tenhamos muitos segredos, ela
disse com um sorriso meigo.
Vá em frente, querido.
Se você não tivesse gritado, provavelmente eu teria gritado.
Eu também perdi uma reunião importante.
Não entendo tudo que está acontecendo conosco, mas de alguma
forma eu acredito que é real.
Você é a única pessoa com quem poderia conversar sobre essas
experiências, eu tenho muita certeza de que sou a única pessoa com quem você
pode conversar.
Eu aquiesci e esperei até Sandy dar
uma palmadinha na minha perna e dizer:
Vá em frente.
Obrigada pelo chá que me trouxe, estou pronta para ouvir.
Enquanto dormíamos no sofá, desabafei
antes de perder a coragem, tive um sonho de que eu estava ascendendo.
Por volta das 3:00, eu de repente acordei e ouvi em minha
cabeça: “acabo de sonhar com a ascensão”, mas não
podia me lembrar de como foi.
Então eu fui ao banheiro.
Voltei ao sofá com outra manta, que pus em você e tentei me
lembrar da sensação novamente.
Entretanto, eu estava muito distraído pra lembrar do sonho
porque, apesar de ser uma noite fria, meu corpo estava quente.
Parecia que o calor vinha de dentro, não de fora de mim.
Eu não sei por quanto tempo fiquei deitado/sentado no sofá
sentindo o calor intenso dentro de mim.
Por fim, eu caí no sono.
Assim que acordei de manhã, eu me lembrei de uma parte do sonho,
mas eu ainda não podia me lembrar de como era.
Então olhei para o relógio e fiquei fora de mim por perder um
compromisso, o que me fez esquecer totalmente do sonho.
Assim que me acalmei e estava fazendo seu chá, o sonho começou a
voltar para mim.
Gradualmente eu comecei a me ver no que parecia uma nuvem.
Eu estava numa posição vertical com as mãos apontando para
baixo, mas eu lentamente estava subindo.
Após um curto momento, eu senti uma sensação de puxão em meus
pés, o que parou o meu movimento ascendente.
Então me conscientizei de que havia alguma coisa que eu tinha
que liberar.
Eu não sei o que era, nem se era importante.
A única coisa importante era que eu tinha que liberar para que
eu pudesse continuar minha ascensão.
Portanto, respirei lentamente e me disse: “Vá!”
Imediatamente retornei à minha ascensão lenta, mas constante.
Porém, não demorou muito até eu sentir novamente o puxão.
Desta vez eu sabia o que fazer.
Respirei longamente e disse: “Vá”
Outra vez e outra vez eu tive de deixar ir, sem nunca
saber o que eu estava deixando ir.
Eu somente sabia que minha ascensão era muito importante e eu
tinha que continuar.
Por fim, comecei a subir mais rápido e os puxões diminuíram
imensamente.
Foi quando vi algo muito acima de mim.
Controlando minha excitação, eu lentamente continuei a flutuar
de um modo ascendente em direção ao desconhecido.
Pensamentos passavam por minha mente.
Quando eu escolhi ignorá-los, comecei a sentir a euforia das
dimensões superiores.
Minha forma começou a formigar, meu coração se abriu e meu
Terceiro Olho focalizou um objeto pouco nítido acima de mim.
No final, todos os pensamentos foram liberados e minhas emoções
eram somente uma sensação de expectativa e maravilha.
Os puxões pararam completamente, mas o deixar ir era constante.
Eu estava vivendo num tipo de entrega que eu sentia como muito
natural.
Meu corpo ficou extremamente quente quando percebi uma luz
emanando de mim.
Foi quando vi uma luz vinda de cima, que parecia o amanhecer
rompendo por uma manhã escura.
Conforme me aproximei da luz, o objeto acima de mim ficou
crescentemente mais claro.
Era um orbe com um rosto, mas eu não podia reconhecê-lo porque a
luz era muito brilhante.
Apesar de o rosto se aproximar mais e mais, eu ainda não podia
reconhecê-lo, mas eu estava começando a sentir amor incondicional e grande
alegria.
Então, quando o amor e a alegria preencheram minha consciência,
eu comecei a reconhecer o rosto.
Era eu, mas não meu eu de todo dia.
Era o rosto do meu EU.
Quando terminei de falar, percebi que havia entrado em um transe.
Quando voltei ao meu eu físico, vi Sandy olhando
diretamente em meu coração.
Ela colocou a xícara vazia no criado-mudo e se inclinou para me dar
um enorme e demorado abraço.
Seu abraço pareceu tão bom quanto o rosto que eu vira.
Sandy devagar soltou meus ombros e deitou de novo na cama,
dizendo:
Sinto muito ter ficado tão histérica quando você estava nervoso.
Creio que justamente por termos voltado de uma experiência
maravilhosa de comungar com o Arcturiano e termos
sonhos tão felizes, foi chocante demais ter que “voltar à 3D”, Sandy
disse com um sorriso de desculpas.
Você também teve um sonho? – eu
perguntei.
Sim, ela
respondeu pensativamente.
Eu sonhei que estava andando num parque e me deparei com pessoas
reunidas atrás de um arbusto.
“Olhe”, elas
disseram enquanto apontavam pela folhagem.
Quando olhei eu vi um Buda de ouro sentado num banco de madeira.
Eu estava pensando “que estátua linda” quando uma
luz irradiou das mãos do Buda e ele virou sua cabeça para olhar diretamente em
meus olhos.
Olhamos um nos olhos do outro infinitamente.
Eu acordei com a lembrança do Buda de ouro sentado num banco de
madeira.
Então, quando você gritou comigo, a queda daquela serenidade
para a sua voz irada me retornou a uma pequena criança correndo para reclamar
com a mamãe.
Porém, agora eu sou a minha mamãe, então não havia ninguém com
quem eu reclamar.
Mas, assim que eu comecei a entrar numa profunda depressão, eu
me lembrei de olhar pela folhagem para ver um Buda de ouro sentado num banco de
madeira.
Então você apareceu com o chá na mão e uma desculpa em seu
rosto, e eu ouvi o Buda de ouro dizer:
“Não é o QUE você faz que é importante, e sim COMO você faz”.
Como eu poderia culpar você por ficar com raiva?
Agora eu percebo como muitas das minhas intenções “amorosas”
foram manchadas pelo antigo paradigma de trabalhar duro e a
necessidade de recompensa externa e de reconhecimento.
Não creio que foi por acaso que nós dois dormimos durante
importantes reuniões de trabalho.
Esse trabalho é apenas pela sobrevivência, apenas pelo dinheiro.
Eu creio que uma das coisas que o Arcturiano
nos disse e que não pudemos entender até nossos sonhos, foi que
o “Buda de Ouro estava tão feliz sentado num banco de madeira num
pequeno parque quanto quando estava sentado num templo enorme com pessoas
louvando-o”.
Agora eu entendo que o Buda olhou diretamente para mim para que
eu pudesse olhar para mim mesma mais claramente.
Sim, eu acrescentei, eu não podia reconhecer meu próprio rosto porque
a luz era brilhante demais.
O Arcturiano estava nos dizendo através de nossos
sonhos que nós precisamos SER o EU de que nós
nos lembramos ao invés do eu que nós nos tornamos assim que nos esquecemos”, Sandy
quase que cochichou.
Meu sonho veio para me lembrar de que o banco de
madeira era muito confortável e de modo algum me diminuía.
Sim, acrescentei, eu faço o que faço porque quero reconhecimento ou eu
faço porque eu tenho SIDO o meu EU?
Se escolhermos colocar nossa atenção naquilo que perturba nossa
paz, nós não podemos mais ver o Rosto do nosso Eu
É quando nós afundamos nos dramas e na dissonância da vida 3D.
As energias que culminaram no hoje foram muito intensas,
rápidas, confusas, inoportunas e transformadoras.
Nosso verdadeiro EU estava nos
chamando, enquanto nosso ego nos puxava para nossa escravidão.
Aproximei-me de Sandy e a envolvi em meus
braços enquanto olhava em seus olhos.
Nosso processo de ascensão começou, e como todos os processos, a
parte mais difícil é libertar-se da inércia.
Portanto, nós temos que fazer alguma coisa desafiadora todo dia.
Sandy sorria enquanto disse:
Meu pai costumava dizer:
“estudo demorado, estudo errado”.
Ele também dizia:
“Faça alguma coisa, mesmo se for errada”.
O que ele queria dizer com isso era que nós facilmente ficamos
parados na tentativa de sempre estar certo.
Está tudo bem se cometemos um erro contanto que no fim
alcancemos nosso eu.
É o nosso ego que sempre quer estar certo.
–Eu
acrescentei enquanto puxava Sandy para o meu peito, mas nossa
Alma ressoa além da polaridade.
Então, não existe nem
certo nem errado.
Existe somente ação.
É pela ação que nós aprendemos e nós estamos aprendendo enquanto
prosseguimos.
Nós estamos criando a nossa ascensão!
E nós a estamos criando AGORA!
Não é apenas o QUE nós fazemos,
mas COMO nós fazemos!
Na verdade, não é o “o que”, mas “o como”, que nos
liberta do ego e nos leva para o centro do Fluxo.
Quando Sandy se afastou de mim para olhar em meus olhos, eu vi lágrimas de
alegria descendo por seu rosto.
Ah, Jason, me doeu no coração termos brigado
esta manhã.
Eu sinto muito ter gritado com você.
Você pode me perdoar?
Minha querida, a pergunta é se eu posso me perdoar. –eu
respondi enquanto se formavam lágrimas em meus olhos.
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