VOCÊS NÃO SÃO O CORPO
PARTE 2/4
06/04/2017
"Vocês são livres quando o seu corpo lhes pede para
comer"?
"Vocês
são livres quando o seu corpo lhes pede para ir ao banheiro"?
"Não, vocês obedecem".
"Compreendam bem que mesmo dentro desse mundo, e mesmo dentro de
seu personagem, a liberdade é uma armadilha".
BIDI
http://semeadorestrelas.blogspot.com/2017/04/bidi-o-que-voces-sao-parte-11.html
Questão: Você pode
desenvolver sobre o Absoluto, com forma e sem-forma?
O
Absoluto com forma ou o Jnani vivente, corresponde simplesmente à
presença de
um corpo e de uma consciência quando
a Eternidade é validade e surge.
Quanto
ao Absoluto sem forma, ele é o
Parabrahman, ele é o Último, ele é a própria fonte da consciência à frente da
própria Fonte.
Esse
ponto não é um lugar, ele não está inscrito em
nenhum tempo, em nenhum espaço, ele é o
que vocês são.
Não se
deixem enganar pelas palavras.
Na Índia, os gurus adoram o Brahman, o
Atman; se
desfaçam de todo conceito, de toda explicação, sejam verdadeiros.
Observem,
se vocês quiserem, o que pode ainda hoje afetá-los,
que isso seja no corpo, nos pensamentos, nas emoções, em sua
vida.
Se
vocês aceitam que vocês não são sua vida,
a Vida viverá vocês, mas
vocês não
terão mais necessidade de
viver sua vida, de ganhar sua vida,
ou
de ter qualquer preocupação.
Desde
o instante em que vocês não estão mais identificados com o corpo,
não
em conceitos ou
em crenças, mas
em verdade, vocês não podem mais oscilar, não podem mais
mudar, vocês estão
imóveis, vocês são a Vida que ultrapassa toda forma, toda
consciência.
Lembrem-se
que é aqui nesse corpo entre o que vocês chamam nascimento e
morte, que vocês estão completamente
mortos.
Entre os buscadores que tiveram a
possibilidade, por uma ascese, de maneira inesperada,
de viver além da forma, a experiência além dessa forma corporal conhecendo
o que eles são, e quando vocês se conhecem
além de toda aparência e de toda história,
mais nada pode alterar o que quer
que seja.
O Absoluto não é um
conceito; poderíamos fazer um
poema, poderíamos escrever um mais longo do que o Bhagavad Gita e que os
Upanishads, que isso não mudaria nada.
Como
vocês dizem no Ocidente, é isso que tem vocês acorrentado de maneira segura
como uma verdadeira corrente fixada a um muro.
Vocês
pedem a Paz, vocês pedem a felicidade, vocês pedem a Luz, mas tudo isso já está aí, é o que vocês são
Vocês já sabem
o que vocês querem?
E
nisso que vocês querem, reivindicação vem de onde?
O Absoluto não tem nenhuma reivindicação,
ele constata a presença
de um corpo, ele constata a presença de um mundo, ele
constata
as engrenagens, ele constata a
existência dos mundos invisíveis, ele constata a existência dos mestres e
das entidades as mais elevadas, mas ele não
se importa.
Sua
implicação deve ser total, vocês não podem mentir a si mesmos,
seu saco
de comida
é testemunha.
A
consciência manifestada nesse mundo, no seio dessa forma, entre
o nascimento e a morte é só o resultado da digestão dos alimentos,
nada mais.
Quando
vocês nascem, vocês não têm nenhuma identidade, nenhuma lembrança, vocês têm
somente as
necessidades instintivas e depois
muito rápido, desde que o sentido do “eu” aparece em seu nome, vocês se reconhecem através de um nome, através
da vibração desse nome vocês reconhecem através daqueles que os educam, que os criam, que
os alimentam e
aí é muito tarde, vocês estão presos.
Eu
lhes proponho reencontrar, como eu já disse em inumeráveis repetições,
se debruçar sobre o que vocês eram antes do nascimento.
Eu não
falo de vidas passadas-que concernem à pessoa-,
eu lhes peço situarem-se à frente da
pessoa e à frente da forma,
à frente de
toda história.
Se
vocês reencontram isso, então vocês estão
livres, não antes.
Vocês
estão, todavia, informados que
por toda parte sobre esta terra virá um momento em que vocês encontrarão o que
vocês são.
Isso
será mais fácil ou menos fácil segundo suas crenças residuais, segundo o
que vocês acreditam ainda ser uma
pessoa.
Vocês não
são nem seu sexo, nem sua profissão, nem seu corpo; vocês não são nem sua história, nem mesmo o que vocês chamam sua espiritualidade,
nem mesmo suas vibrações.
As
vibrações são um intermediário e um testemunho da passagem
da consciência a uma outra oitava da
consciência, é tudo.
Vão
além disso e observem, não seu personagem, não pela refutação, mas observem a fatuidade de tudo
o que é passageiro: suas emoções,
suas dores, suas alegrias.
Vocês
dependem do ambiente, vocês dependem uns dos outros,
é isso
aí a Liberdade?
Vocês
dependem das histórias, isso também é
a Liberdade?
Então
o Absoluto, o Parabrahman, poderíamos dialogar durante tempos muito longos; o
importante não está aí.
Você busca
ainda os conceitos,
você busca se
agarrar a uma compreensão.
Compreenda
de uma vez por todas que nenhuma compreensão e que nenhum conceito o liberará.
Desde
que existe
uma ideia, vocês não estão livres.
O
Jnani tem também as ideias, mas elas não vêm dele.
Ele não faz mais
tela, ele não se opõe
mais, ele deixa correr o
que corre.
O
corpo funciona muito bem sozinho, as
ideias e os pensamentos chegam
e vocês
creem que vocês pensam, mas vocês
não pensam, os pensamentos nascem e se extinguem.
Vocês
indicam alguns como válidos para vocês e vocês fazem os conceitos, vocês fazem as
histórias, vocês fazem as relações, negligenciando o essencial: o que vocês são.
Certamente,
eu lhes falei da consciência Turiya, do que era o sono, mas tudo isso concerne
ao Si.
Mesmo
o Si deve
ser sacrificado sobre o altar da Liberdade.
Compreendam
bem que mesmo
dentro desse mundo, e mesmo dentro
de seu personagem, a liberdade é uma armadilha.
Vocês
são livres quando o seu corpo lhes pede para comer?
Vocês
são livres quando o seu corpo lhes pede para ir ao banheiro?
Não, vocês
obedecem.
Então
a liberdade é relativa porque ela está sujeita a essa forma, a uma história, a um passado e a um futuro.
O
Jnani não
tem nenhum futuro nem nenhum desejo
de experiências;mesmo que ela se
produza, ele se contenta em vivê-las.
Ele não está
apegado, nem mesmo submisso.
Somente
o corpo tem necessidades reais, esse saco
de comida tem necessidade de
alimento, mas é só.
O
verdadeiro conhecimento não pode vir senão de sua experiência, todo o resto é apenas
fatuidade e histórias que se contam para se tranquilizar.
Então
falamos de
carma, falamos de doenças, falamos de simbolismo, discutimos sem parar do Atman, da Luz, do Amor, mas vocês não podem
discutir isso e ser isso ao mesmo tempo.
A
melhor testemunha do Amor e da Liberdade é o Silêncio, onde
a densidade do silêncio se torna tal que
quaisquer que sejam os gritos que eu possa proferir, a vacuidade está aí.
Se
vocês são
feridos, de uma maneira ou de outra, eu envio vocês à sua pessoa, à sua incongruência, às suas andanças, mas novamente eu não acuso nada, nem a pessoa, vocês
são livres para jogar o que vocês quiserem, mas eu
atraio a sua atenção
que não
importa qual jogo, qualquer que
seja em qualquer
mundo que seja, não é a
Verdade; ele permite a expressão da
Verdade, o
que não é a mesma coisa.
Desde
que existe em vocês a necessidade de se
ocupar, a necessidade
de compreender, a necessidade de explicar, vocês
não estão disponíveis para a
Verdade.
Vocês
estão no jogo,
vocês jogam,
é uma peça de teatro, eu disse e repeti suficientemente na
minha forma como hoje.
É
evidente, todavia, que existem as
circunstâncias desse corpo e
de sua vida que são mais propícias à explosão da Verdade do que outras.
Vocês não
podem se suicidar, vocês
não podem
colocar fim à pessoa que não está sendo nada.
Tudo
isso que sua pessoa experimentou nesta vida como em outras vidas
é presunção, é um
divertimento, e vocês são lúcidos?
Desde
o instante em que vocês se tornam lúcidos, não enquanto crença ou conceito, mas verdade
vivida, tudo isso para
vocês não
tem mais sentido, se isso não é o sentido do jogo e da experiência.
Vocês são perfeitos antes de todo
nascimento, como depois de toda morte.
Vocês são perfeitos em seu sonho, qualquer que seja a sua
doença, qualquer que seja sua deficiência.
Quando vocês dormem, não há mais o
mundo.
Exceto
quando sonham, qual é a consciência que vocês têm em seu sono?
E,
portanto, o
fato de desaparecer cada dia lhes permite estar na forma de
manhã, é tudo.
Quando
vocês desaparecem, o corpo não precisa de
vocês, é isso que lhes prova bem que vocês não são o corpo.
As
funções do corpo são automáticas, esse saco de
comida tem uma lógica que é própria dele.
Essa
lógica não
pode ser desfeita, quer por seus pensamentos, suas
emoções, suas histórias, seu passado ou suas projeções no futuro.
É isso que
pesa para vocês, é
isso que
esgota o sopro vital e é isso que faz você morrer para esta forma,
mas também para sua Eternidade.
Ora,
esta Eternidade não pode morrer, é impossível.
...Silêncio...
Há outras questões?
Pergunta: Você pode nos dizer sobre o verdadeiro
perdão?
O
perdão para a pessoa é um meio de se
libertar de todo o laço
que conduz, como vocês sabem, sobre
a Graça em seus diferentes aspectos.
Perdoar,
para a Eternidade, não quer dizer nada.
Novamente
eu me dirijo além da pessoa, mesmo que seja a pessoa que colocou a
questão.
Você é responsável?
Seu
corpo apareceu um dia porque duas consciências separadas emitiram
os fluídos naturais e
permitiram a um corpo nascer.
Mas antes desse corpo quem era você?
O
perdão os
libera dos apegos à pessoa,
às situações, preparam de alguma forma a
liberdade, mas o Jnani (Alguém
que sabe, um ser liberado ou iluminado) não tem nada a perdoar, nem nada a se fazer perdoar.
Ele
está além do bem e do mal, ele está além mesmo da Unidade, de toda noção de conceito de dualidade ou de não-dualidade, e o perdão não representa
nada além do que um jogo do efêmero, mas que alivia
o efêmero.
O
verdadeiro perdão é um ato de amor, isso não é uma decisão conceitual ligada a
qualquer sentimento.
O
verdadeiro perdão é a expressão do desejo
profundo de
encerrar toda
a história.
Vocês não têm nenhuma responsabilidade no que vocês
são em eternidade, em seus
renascimentos ou seus nascimentos, isso
lhes foi explicado.
Os
chamados Lipika
Cármicos são apenas os
vigaristas eles lhes manipulam,
eles fazem vocês acreditarem que vocês têm alguma coisa a resolver, que vocês têm
feito erros que devem corrigir.
É uma
vigarice total.
Desde
que vocês aderem a isso, vocês não encontram jamais
a Liberdade
É a Liberdade que os
encontrará no momento oportuno.
Mas
vocês aceitarão, se vocês estão saturados de superstições, de conceitos religiosos, de
conceitos relativos às suas experiências,
suas certezas?
O
Jnani só
tem uma certeza, ele sabe e
vive o que ele é, o resto se
desenrola sem
sua intervenção.
Isso
cria Leveza, isso cria o que vocês são, o fato aparece além de toda vontade.
O perdão permite se aproximar do
que vocês chamam a Graça, quer dizer,
o Atman da Luz, mas eu lembro vocês, que
mesmo que vocês sejam Luz,
o
que vocês são na verdade é anterior a toda
Luz e a toda criação.
O
perdão está
ligado à história, certamente; o
Jnani não conhecendo nenhuma história, não estando identificado a nenhuma delas,
a nenhum jogo, o
que ele pode ter a perdoar?
Ele
só pode permanecer aí onde ele está,
e tudo se produz dele mesmo.
Nele não pode
existir nem vontade de perdão, nem vontade de amor,
nem
vontade de Luz, porque ele sabe e
reconheceu, por sua
experiência,
que
todos esses elementos são apenas as projeções do
que ele já é.
Vão
à fonte de quem vocês são, vão à fonte da vida, vão à fonte de toda
forma.
Isso
não quer dizer se deslocar, não se mover, porque tudo já
está aí.
Aí
está o verdadeiro perdão que sua pessoa, seus personagens devem,
não com
qualquer outro também ilusório como vocês, mas
a sua verdade e somente a isso.
Eu
diria então que o único e verdadeiro perdão é esse.
Perdoar
o desconhecimento da Verdade, perdoar ter sido absorvido pelos jogos
ao invés de pela Verdade que está além de todo jogo.
A única questão que vale o golpe é:
“vocês
querem ser livres, livres de toda contingência, de toda forma, de toda
consciência, de toda projeção de amor, de toda
história, ou não?”
Desde
o instante em que vocês responderam a esta questão com
honestidade, então não há nada a fazer ou a realizar.
Se
vocês querem jogar o jogo das histórias, então construam suas histórias, aqui ou
em outros lugares, é a sua mais total liberdade.
Vocês
têm mesmo a liberdade, se posso dizer, de privar vocês mesmos da liberdade, é muito fácil.
É
suficiente aderir a qualquer história que seja, é suficiente que
a atenção da consciência esteja desligada do
instante presente e da Eternidade para que a consciência seja levada nos jogos.
Lembrem-se
que a consciência –além de toda forma, porque a consciência é mais ampla
do que o conjunto dos mundo, dos universos, dos multiversos-, a
consciência não pode ser contida nem por uma forma, nem pelo espaço, nem pelo
tempo, e vocês estão, portanto, desligados disso.
É
isso que vocês são, realizem-no, não se mexam
mais.
Todo
movimento é induzido pelo corpo e o efêmero.
...Silêncio...
Questionem.
Questão: O que acontece, uma vez que estamos livres?
Continua parte 3/4 (em formatação)
Tradução do Francês: Mariana Anzzelotti
Áudio da Leitura da Mensagem em Português - por Noemia.
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