Deixe-me perguntar: com que frequência você se sente impotente
em apenas um dia – oprimido por obrigações e expectativas irreais, preso em
situações que parecem impossíveis de mudar ou vitimado por pessoas ou emoções que não pode controlar?
No
entanto, nascemos com um potencial ilimitado para crescer, nos adaptar e ser
bem-sucedidos, o que nos torna naturalmente poderosos.
Só o fato de termos aprendido a engatinhar e depois andar, de
saber como usar a boca e as cordas vocais para formar palavras que os outros
conseguem entender e de desenvolvermos habilidades para nos relacionarmos com o
mundo ao nosso redor prova que somos naturalmente poderosos.
Então, quando e como acabamos
perdendo esse poder?
Apesar
(ou talvez devido aos) dos
enormes avanços tecnológicos das últimas décadas, as exigências da vida moderna
tornaram-se cada vez mais desafiadoras.
Conforme vamos avançando em nossas semanas ocupadas,
impulsionados por uma pressão intensa para obter segurança e trabalho, manter
um determinado estilo de vida ou apenas pagar as contas, resta pouquíssimo
tempo para relaxar, refletir e revigorar.
Adicione desafios globais
sem precedentes, como mudanças climáticas, violência, armas, COVID-19, inflação e guerras, e
não é de se admirar que o estresse, a ansiedade e a depressão tenham sido
chamados de “a epidemia do século XXI”.
O papel do nosso protetor
interno
Por
causa deste nível de opressão, nosso protetor interno, a mente subconsciente,
corre para o resgate.
Para nos ajudar a lidar com os desafios da vida, essa parte mais
profunda da nossa mente emprega dois modos de sobrevivência: evitar e agradar.
Ambas as estratégias visam nos proteger do que o subconsciente
considera ameaças perigosas, como críticas, fracasso e abandono.
Os
modos de sobrevivência de evitar e agradar consistem em seis padrões de
sobrevivência distintos: a vítima, a invisibilidade, o procrastinador, o
camaleão, o ajudante e o amante.
A mente subconsciente desenvolveu esses padrões de sobrevivência
no início de nossas vidas, quando dependíamos inteiramente dos adultos ao nosso
redor.
Não é preciso que haja algum trauma significativo, negligência ou abuso para que o protetor interno duvide de nossa segurança.
Podemos ter tido uma educação
completamente normal, e nossos irmãos ainda podem relembrar dos bons tempos.
Ainda assim – talvez porque alguns de nós são mais sensíveis
– provocações
implacáveis, olhares desapontados quando não tiramos notas boas ou um amigo
pisando na bola significa que a vida é assustadora e que precisamos tomar
cuidado para evitar que nos machuquemos.
Nosso
subconsciente usa essas memórias carregadas de emoção como pontos de referência
para o futuro, condensando-as em crenças que definem nossas perspectivas de nós
e do mundo ao nosso redor.
As mais comuns são: “Não
estou seguro”; “Não sou bom o suficiente”; “Não pertenço”; “Não sou digno de
ser amado”; e “O mundo não é um lugar bom/seguro”.
Como a mente subconsciente nos
sabota
Devido
ao estresse crônico com o qual vivemos, nosso subconsciente fica em alerta
máximo continuamente, procurando por qualquer perigo em potencial que seja
semelhante ao que vivenciamos no passado.
Quando uma ameaça é detectada, nosso subconsciente cruza as
referências das experiências atuais com memórias de eventos semelhantes e nos
arremessa no modo de sobrevivência, usando crenças limitantes antigas para nos
convencer de que estamos prestes a ser abandonados e envergonhados.
Presos
neste ciclo de sobrevivência, deixamos de ser adultos competentes para nos
comportarmos como quando éramos crianças.
Nos encolhemos como crianças quando nos sentimos criticados, nos
esforçamos demais para obter aprovação e nos escondemos embaixo do cobertor
para evitar tarefas desconfortáveis.
Mesmo que consigamos entender racionalmente como devemos lidar
com os desafios, nossos padrões de sobrevivência subconscientes continuam
substituindo qualquer lógica ou raciocínio.
A
curto prazo, voltar aos velhos padrões pode nos dar uma sensação de segurança
ou pertencimento.
Mas quando os padrões de sobrevivência se tornam os parâmetros
de quem somos e nos fazem abordar a vida em constante autodefesa, enfrentamos
duas desvantagens significativas:
•
Ficamos ainda mais impotentes, pois acreditamos que nossa segurança e bem-estar
dependem dos outros, em vez de encontrar paz, força e validação dentro de nós;
•
Já que não desaceleramos para ouvir nossos pensamentos, enfrentar nossas
emoções ou fazer perguntas profundas, como “O que realmente quero?”; “Qual é o meu propósito?”; ou “Qual é o
sentido da vida?”, nunca desenvolvemos autoconsciência, autoaceitação e autoestima
fortes.
Acabamos nos tornando mais do que impotentes – nos desconectamos
de nós mesmos.
A
depressão e a desesperança surgem quando percebemos que não importa quantas
pessoas ou situações evitemos ou quanta aprovação recebamos, ainda terminamos
presos, impotentes e inseguros sobre quem somos e se somos importantes.
É por isso que os padrões de sobrevivência, ao contrário das
intenções deles, não aliviam nossas lutas contra o estresse, a ansiedade e a
baixa autoestima; eles as intensificam e prolongam.
Maneiras
de escapar do “ciclo
de sobrevivência”
Agora,
a notícia boa: podemos sair do ciclo de sobrevivência para sempre.
Não somos impotentes e, na verdade, nunca abrimos mão do nosso
poder.
Vamos dar uma olhada em alguns exemplos comuns de como podemos
sentir que entregamos nosso poder quando estamos em modo de sobrevivência:
•
Nos importamos mais com as opiniões dos outros do que com as nossas;
• Seguimos conselhos dos outros, mesmo quando não queremos;
• Preferimos ficar quietos e passar despercebidos;
• Deixamos as pessoas nos maltratar sem nos defender;
• Nunca dizemos não ao que os outros querem que façamos.
Embora
tudo isso pareça profundamente incapacitante, devemos levar em consideração o
seguinte: estamos abrindo mão do nosso poder ou não estamos afirmando nosso poder?
Se
acreditamos mais no que os outros dizem, é porque não descobrimos o que
acreditamos.
Se preferimos ficar sem voz, é porque não acolhemos totalmente os
dons que nos tornam únicos.
E se não respeitamos nossos limites, é porque não nos tornamos
nossa própria fonte de segurança.
Em nenhum destes exemplos cotidianos, abrimos mão de alguma
coisa.
Nos sentimos impotentes porque nosso subconsciente continua
contando com padrões de sobrevivência que nos são familiares, presumindo que
ainda somos pequenos e indefesos.
E como nosso subconsciente acredita que somos impotentes, nosso
eu consciente também acredita.
Antes
de colocar a culpa no seu subconsciente, lembre-se de que ele continua tratando
você como criança porque as únicas referências que ele tem são as memórias e
crenças limitantes da sua infância.
Mas, como usar um mapa de 1965 para se orientar em Nova York,
navegar pela vida com crenças ultrapassadas não levará você a um lugar de
felicidade e realização.
Além disso, essas velhas crenças limitantes normalmente não se
baseiam no que você é, mas em como você foi tratado pelos outros, o que
geralmente diz mais sobre eles do que sobre você.
“…como usar um mapa de 1965 para
se orientar em Nova York, navegar pela vida com crenças ultrapassadas não
levará você a um lugar de felicidade e realização.”
A
solução para o empoderamento não é retomar nosso poder, porque não podemos
abrir mão dele.
A solução é tornar o acesso e o aproveitamento de nosso poder
inato nossa forma padrão de ser.
Para isso, precisamos atualizar nosso sistema de crenças para que
o subconsciente não reaja mais apenas para se defender.
Para
sair do modo de sobrevivência e nos fortalecer, precisamos aprender a conhecer,
valorizar e amar o que é autenticamente nosso.
Assim que o fizermos, conseguimos criar uma vida cheia de
significado, escolhendo liberdade em vez de segurança, integridade em vez de
invisibilidade e propósito em vez de conforto.
Afinal, considerando o
estado precário do nosso mundo, não podemos permitir que a ansiedade, a
insegurança e a impotência tomem conta de nós.
Autor: Dr. Friedemann Schaub, PhD
Fonte: https://www.spiritualityhealth.com/breaking-the-cycle-of-powerlessness
Fonte secundária: https://eraoflight.com/
Tradução: Sementes das
Estrelas/Mariana Spinosa
https://www.sementesdasestrelas.com.br/2023/03/quebrando-o-ciclo-da-impotencia.html
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