SANHIA
“COMO LIDO COM OS VÍCIOS?”
DOMINGO 04 DE AGOSTO DE 2024
Recebemos diversas
perguntas de pessoas que consideram lidar com vícios um componente importante
de suas vidas.
Com frequência, isso
assume a forma de ter um parceiro e/ou pai ou mãe alcoólatra.
Estas pessoas
relatam sentimentos de desamparo, sendo compelidas a tentar ajudar, mas sem
esperanças de que as coisas possam mudar.
O primeiro lugar a
olhar, sempre, quando parecer que o outro está lhes causando problemas ou
quando vocês se sentirem vítimas do comportamento dele, é a projeção.
Tudo que vocês
veem ou julgam no outro é de vocês.
Isso mostra o que
vocês acreditam e julgam de si mesmos.
A mente egóica
grita:
“Não! São eles, não
eu!”.
Ouvir os
pensamentos do ego apenas dá continuidade ao ciclo, garantido que não haja
resolução nem mudança.
A infinitude e
futilidade de quaisquer tentativas de solução persistirão.
A causa do desafio
nunca está fora de vocês; sempre está dentro.
Confundir causa e
efeito é marca registrada da mente egóica.
Quando vocês aceitam que o vício é
de vocês, o jogo torna-se completamente novo.
Agora vocês podem se
perguntar em que são viciados.
Isso provavelmente
não seria enfrentado se permanecessem apegados à crença de que o outro é o
viciado.
No caso do
alcoolismo, as pessoas ficam viciadas em conviver com um alcoólatra.
O vício é uma
resposta padronizada para quando alguém não aceita o que está acontecendo em
sua vida.
Podemos ver isso
claramente nos alcoólatras.
Eles não aceitam
suas vidas.
A depressão e
outras emoções indesejáveis são evitadas por meio do consumo de álcool.
O vício é apenas
uma fuga, usar alguma técnica para não estar no agora.
É uma expressão de
querer que a vida seja diferente do que é.
A consciência do
hábito de rejeitar o que existe em vocês torna muito mais fácil ver o próprio
vício.
Vocês dizem a si
mesmos que não bebem como seu parceiro, então não são viciados
Mas vocês rejeitam seus parceiros por eles serem como são, desejando
que apresentem um comportamento diferente?
Este pode ser um dos
seus vícios.
Vocês não aceitam o
que é.
Suas mentes se perguntam:
“Tudo bem aceitar que o outro beba sem fazer nenhuma tentativa para
ele parar?”
Sua desaprovação, seu julgamento, tiveram algum efeito até agora?
Vocês realmente têm o poder de mudar a situação?
Para alguns de
vocês, isso já dura décadas.
Todos os seus
esforços falharam.
O que restou é o
vício em tentar fazer a diferença, de não aceitar o que é.
Vamos extrapolar
isso para além dos exemplos típicos de dependência, como álcool e drogas.
Qualquer coisa que
vocês fazem para evitar a aceitação do agora é um vício comportamental.
Digamos que estejam
com uma sensação desconfortável.
Vocês podem optar
por meditar porque, em suas experiências, a meditação possibilita a superação
de emoções desconfortáveis, levando-os a estados mais pacíficos.
Este é um vício
comportamental.
Embora esta ação
não traga consigo os mesmos riscos de saúde que acompanham o consumo de álcool
e drogas, é semelhante na medida em que não “resolve” o problema.
Apenas evita-o no
momento.
Os sentimentos
acabam voltando.
O hábito de
escolher evitar os sentimentos desconfortáveis continuará.
O alívio é apenas
temporário.
Cada um de vocês tem
seus vícios preferidos para evitar ver o que não querem.
Algumas pessoas
fazem caminhada, treinam, correm ou comem (parece que o sorvete é o
maior culpado aqui).
Como seria enfrentar de fato os demônios em suas vidas?
Para começar, pode
significar esvaziar a mente dos pensamentos sobre uma determinada situação.
Os pensamentos são
um vício.
A necessidade de
compreender é um vício.
Abandonem esta
atividade mental.
Vocês não podem
impedir que um pensamento venha à mente, nem escolher o próximo.
Mas vocês podem
optar por não pensar no que vai acontecer.
Vocês podem parar de seguir ou agir
de acordo com esses pensamentos.
Vocês podem matá-los
com desatenção.
Para onde vai o foco senão para a atividade mental?
A consciência vai
para o sentimento do qual desejam escapar.
Vocês provavelmente têm um rótulo ou
nome para este sentimento.
Pode ser raiva,
inveja, desespero, frustração ou ansiedade.
Não tentem
definir; não deem um nome.
Não o tratem como
uma coisa, nem o coloquem em uma caixa.
Em vez disso,
pergunte como esta emoção se expressa em seu corpo agora.
O que estão
sentindo?
Observem em que
lugar do corpo essas sensações aparecem
Como são
elas?
Não tentem se livrar
delas ou fazer com que mudem para uma forma que seja mais confortável.
Abandonem qualquer
pensamento que a disposição para enfrentar seus sentimentos permita com que se
sintam melhor.
Todos os avisos
acima são para ajudá-los a evitar vícios comportamentais.
A mente egóica
prefere escolher qualquer coisa a ficar com o que é, então o trabalho de vocês
é apenas aceitar ou enfrentar o que é e vivenciá-lo de forma plena, sem
qualquer outra intenção
Quando vocês
vivenciam essas sensações de forma plena, prestando total atenção nelas,
notarão que elas mudam.
Nada permanece
constante no agora, exceto sua presença e consciência.
A mudança que ocorre
não se deve à atenção que vocês deram.
A mudança é um curso
natural.
A atenção que vocês
dão apenas permite que estejam conscientes deste movimento.
Se tentarem usar a
mente para explicar e compreender ou mudar o sentimento, perderão contato com o
que estão sentindo no agora e, em vez disso, ficarão rigidamente apegados ao
sentimento anterior.
Isso não significa
que a mudança proporcionará uma diminuição nas sensações.
Pode até
aumentá-las; ou mudá-las para outras partes do corpo.
De novo, a única
tarefa que vocês têm é permanecer com a sensação corporal e ignorar tudo o que
a mente tenta lhes dizer.
Então, ouçam tudo
que está presente nesses sentimentos, da mesma maneira que ouve o canto dos
pássaros, o farfalhar das folhas nas brisas ou o toque de uma sirene ao longe
Estes sons estão aí.
Não tem como
pará-los.
Vocês podem tapar os
ouvidos, mas eles continuarão aí
Vocês podem escolher
um vício comportamental, mas os sentimentos ainda estarão lá.
Vocês podem optar
por vivenciar a plenitude dos sentimentos em seus corpos sem recorrer aos
padrões viciantes de pensar no desconforto.
Abandonem as
definições e palavras.
Descubram o que
realmente existe e permitam que isso exista.
Deixem que
permaneça enquanto quiser.
Deixem que se
transforme no que quer que se torne, não porque vocês desejam que se torne
outra coisa, mas porque essa é a natureza do que existe, e vocês estão curiosos
para ver onde isso vai parar.
Voltemos a algo
que foi mencionado anteriormente.
Posso ouvir gritos
silenciosos vindo de alguns de vocês, chateados porque chamamos sua meditação
de vício.
A função da
meditação é vivenciar e ouvir o que está presente, totalmente, incluindo a
guiança que é ouvida da sabedoria interior de vocês, do Eu Divino de vocês.
Não deve ser usada
para excluir o mundo ou para ir a um estado eufórico.
Isso, de novo, é um vício
comportamental, uma fuga.
Não estou de forma
alguma desencorajando-os de se entregarem à meditação caso a considerem
relaxante e agradável.
Mas peço que sejam
totalmente honestos com si mesmos.
Qual é a motivação de vocês?
Vocês a usam para fugir de alguma coisa?
Sugerimos que a
verdadeira meditação é aquela que solta a mente e os pensamentos, estando
plenamente consciente do que está acontecendo no presente.
Existe um propósito
absoluto para a emoção que estão sentindo.
A mente quer
descobrir do se trata tal sentimento.
Mas a mente não é
capaz de fazer isso.
Podemos dizer que
os pensamentos e crenças mentais são responsáveis por desencadear o sentimento.
Como pode a mente ser causa e solução ao mesmo tempo?
Não pode.
Ela só deixa tudo
mais complicado.
A mente não pode
se derrotar.
Vocês apenas têm
que aprender a não prestar atenção nela.
A resposta
emocional de vocês é, provavelmente, uma reação a algo que a mente considera
verdadeiro.
Mudar os pensamentos
é como eleger novos líderes.
Não está resolvido.
O processo
meditativo consiste em aceitar cada sentimento, tudo que está ao redor, sem
censura ou julgamento.
Não serve para calar
os sentimentos, e sim ampliar a recepção.
A verdadeira
meditação não é ativa ou diretiva, mas passiva e receptiva.
Como falamos em
mensagens anteriores, é sintonizar-se com a Vontade Divina, não com a vontade
pessoal.
Não é preciso
mudar de ideia; apenas parar de pensar.
Vocês não precisam
mudar seus sentimentos.
Vocês nem podem,
na verdade, mas prestem atenção ao que aparece.
Quando a mente
começa a parar de criar mentiras venenosas, o corpo para de reagir.
Enquanto isso, é
bom saber que existe um benefício enorme em ouvir o que seus sentimentos têm a
dizer.
Vocês não culpam o
alarme de fumaça pelo incêndio.
E desativá-lo
certamente não os deixará mais seguros.
Sejam gratos quando
seus alarmes dispararem.
Seus sentimentos
estão mostrando que suas mentes estão confusas.
Não é tarefa de
vocês compreender tudo isso.
Vocês apenas têm que
ouvir os sentimentos e permitir que eles os conduzam, em vez de tentar
guiá-los.
Sigam-os.
Eles não são o
problema.
Estaria mais
próximo da verdade chamá-los de solução, mas a verdade mais profunda é que não
existe problema.
Esta é uma energia
de equilíbrio para a confusão mental.
Ouçam essas
sensações e permitam que elas os levem aonde quiserem.
Este lugar
definitivo está dentro de vocês.
Essa é a
verdadeira meditação.
Quando vocês liberam
o vício mental que vocês possuem, o hábito de fugir dos sentimentos ao tentar
mudá-los, ignorá-los ou se livrar deles, suas mentes não irão simplesmente
agitar uma bandeira branca e se render.
Pode ser que elas
joguem alguns dos seguintes jogos: seguir o caminho da justificação,
proclamando que seus sentimentos são bons e corretos, pois qualquer pessoa na
situação de vocês reagiria do mesmo jeito.
Se vocês derem
ouvidos, deixaram suas mentes voltar e tiraram o foco das sensações.
Outro jogo mental
é tentar compreender os sentimentos.
A mente também
tentará defender seus sentimentos, uma parceria próxima à justificação.
Vocês tentarão se
sentir justificados, ao passo que quem desencadeou a emoção estará errado.
Sentimentos não
são bons ou ruins.
Eles apenas são.
Alegria e êxtase não
são sentimentos bons.
Tentar manter os
sentimentos “bons” e descartar os “ruins” é outro exemplo de jogo
mental.
Vocês não terão
sucesso em manter aqueles que desejam, assim como não conseguirão se livrar
daqueles que não gostam.
A consciência plena
de seus sentimentos nada diz sobre a ação ou expressão das sensações
emocionais.
Qualquer necessidade
de expressar seus sentimentos é uma ideia.
Pode ser que algo
surja espontaneamente, mas as coisas são como são.
Observem a
expressão e deixe-a fazer parte do agora (embora ela rapidamente retroceda
deste estágio).
Pode ser que vocês
sejam guiados a uma ação, mas nenhuma decisão está envolvida nisso.
Vocês simplesmente
sabem e agem, sempre retornando a consciência ao presente.
Esses sentimentos
são seus
Os outros não
precisam saber da existência deles.
Da mesma maneira em
que vocês provavelmente não meditariam em uma rua movimentada, com barulhos de
trânsito e vozes altas dos pedestres ao redor, é melhor enfrentar seus
sentimentos em um ambiente silencioso, sem envolver outras pessoas.
Voltando ao ponto de
partida, à questão inicial que tratava dos vícios dos outros em vez dos vícios
pessoais.
Quando vocês
pararem de projetar em seus parceiros, ou em quem quer que seja, e assumir o
vício, lidando com ele como discutimos nesta mensagem, coisas interessantes
podem acontecer.
Coisas
interessantes sempre acontecem no agora.
Quero lembrar que
a função de vocês não é buscar resultados, e sim estar junto do que quer que
esteja acontecendo.
O objetivo não é
acabar com o alcoolismo do seu parceiro.
Tudo o que é
necessário é estar presente no que estiver acontecendo e em quaisquer
sentimentos que sejam despertados em vocês.
Quando vocês
permanecerem presentes nestas emoções, talvez percebam mudanças no parceiro ou
não.
Isso não é importante.
O que é
significativo é o que está acontecendo dentro de vocês.
Afastem-se de seus pensamentos
para perceberem o que está presente.
Seja lá o que for,
não é estático.
O presente está em
constante movimento.
Fiquem com isso.
Ao assumir total
responsabilidade por si mesmos, gradualmente perceberão que não são
responsáveis por seus parceiros.
Quando vocês param
de se julgar, também param de julgar o outro.
Quando tudo chega
até vocês e vocês aceitam suas partes no jogo, percebendo onde
estão seus vícios e assumindo a responsabilidade por onde vocês têm poder, uma
de duas coisas provavelmente ocorrerá: uma pode ser que vocês aceitem seus
parceiros como eles são, quer eles tenham parado de beber ou não, e não sejam
mais impactados negativamente, sendo guiados a permanecerem no relacionamento.
Por outro lado,
pode ser que vocês se sintam guiados a sair do relacionamento, sabendo que
aquele espelho não é mais necessário.
Estas decisões não
são certas ou erradas; na verdade, nem são decisões,
e sim “conhecimentos” que se tornam óbvios.
Além disso,
nenhuma ação ou orientação dura para sempre; é para o agora.
A tarefa de vocês é
sempre para consigo mesmos.
Quando vocês se
escutam e se cuidam, estão cuidando do mundo.
Quando não se
cuidam, não estão servindo a ninguém.
Estejam com seus
sentimentos no agora.
Parem de lutar com o
que está acontecendo e ouça e acolha tudo de verdade, em vez de tentar mudar ou
melhorar alguma coisa.
Deixem essa
consciência guiar vocês e seus relacionamentos
É isso!
Bom Agora
Sanhia/Espírito
Canal: Michael Hersey
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