Como psiquiatra e empata, sempre me senti intrigada pela ciência
da empatia.
Pesquisas
mostram que nosso cérebro possui um grupo especializado de células chamadas
neurônios-espelho,
responsáveis pela empatia e pela compaixão.
Estudos sugerem que os empatas têm um sistema de
neurônios-espelho hiperativo, que os coloca no alto da escala de empatia.
Quando alguém que você ama está sofrendo, você pode sentir como
se estivesse acontecendo com você.
(Enquanto acredita-se que
narcisistas tóxicos tenham um transtorno de deficiência de empatia, o que os
coloca no nível inferior da escala de empatia).
Às vezes, você pode até sentir o sofrimento de estranhos e do
mundo.
Da mesma forma, quando alguém é bondoso ou otimista, você também
absorve a intensidade dessas expressões positivas.
Compreender
a capacidade de resposta do seu sistema de neurônios-espelho lembra da
importância de se proteger de desconfortos que não são seus.
É um dom ser tão carinhoso, mas também é necessário impor
limites saudáveis.
Para preservar seu estoque, use sua empatia com sabedoria.
Saiba quando é o momento certo para se interiorizar e
reabastecer.
O que é um limite saudável?
Modulando a resposta do neurônio-espelho
Suas
ações podem modular a resposta dos seus neurônios-espelho, para que você não
fique sobrecarregado com sentimentos de empatia ou com o sofrimento de outras
pessoas.
No meu livro Thriving as an Empath, eu
explico que limite significa comunicar suas preferências sobre como deseja ser
tratado.
Por exemplo, “Seria ótimo encontrá-lo
esta noite, mas só tenho uma hora”, ou “Desculpe, não posso
assumir outro compromisso agora”,
ou “Por favor, abaixe sua voz”
Se você for inconsistente, não será levado a sério.
Para expressar um limite com sucesso, seja gentil, mas firme.
Então os outros saberão que você está falando sério e será menos
provável que se sintam ofendidos.
Se
você hesita em estabelecer limites, o que o está
impedindo?
Seria baixa autoestima?
Você tem medo de ser rejeitado ou
ferir os sentimentos dos outros?
Pode ser que você não se sinta seguro para se expressar em sua
família, ou talvez pense que compaixão
significa ser um mártir e não estabelecer nenhum limite?
Alguns de meus pacientes emotivos iniciam a psicoterapia
sentindo-se tímidos demais para falar sobre suas vidas.
Antes de se sentirem capazes de estabelecer limites, sempre
foram os capachos ou as vítimas em seus relacionamentos.
Para mudar este padrão, pratique
o ditado:
“Sinta o medo, mas imponha os limites mesmo assim”.
Comece com pessoas mais fáceis, como um operador de
telemarketing ou um amigo compreensivo.
(Não comece com a sua mãe!).
Aprender esta habilidade de proteção ajudará a não se sentir
sobrecarregado com as respostas dos neurônios-espelho.
Daí, você pode escolher quanto quer dar e quando é necessário
impor limites a alguém.
Defina sua intenção.
Eu tenho um sistema de neurônios-espelho bem afinado que está
ligado à compaixão e empatia.
Continuarei buscando o equilíbrio entre doação saudável e
autocuidado, aprendendo a estabelecer limites com firmeza e gentileza.
Esta forma de autocuidado me permitirá ter relacionamentos mais
saudáveis.
(Adaptado do livro Thriving as na Empath: 365 Days of
Self-Care for Sensitive People)
Autor: Judith Orloff
Fonte: https://drjudithorloff.com/
Fonte secundária: www.eraoflight.com
Tradução: Sementes das Estrelas/Mariana Spinosa
https://www.sementesdasestrelas.com.br/2022/04/empatas-compaixao-e-neuronios-espelho.html
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