QUARTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO DE 2011
Entrevista com Babaji, Verão de 1978
Por Dio Urmilla Neff (Impresso no Jornal Yoga, 1980)
BABAJI, sussurrei atentamente, como se O desafiasse a aparecer.
Olhei em volta do saguão do condomínio de meus pais.
Era 1966, e eu estava preso numa cadeira, vidrado no clássico de Paramahansa Yogananda,
A Autobiografia de um Iogue.
Estava fascinado pelos fenômenos que tão trivialmente ele apresentava.
Tinha acabado de chegar a uma citação do renomado mestre Lahiri Mahasaya:
"Sempre que alguém pronuncia com reverência o nome de Babaji, esse devoto atrai uma bênção espiritual instantânea", entoei novamente, tentando sentir a reverência.
Nada parecia ter acontecido no saguão; não vi luzes, não escutei vozes etéreas.
"Que bobagem", pensei.
O que estava esperando?
Eu teria ficado surpresa ao saber, no entanto, que Babaji me ouviu, e que 12 anos mais tarde viria a me dizer que sim!
Babaji foi o guru do guru do guru de Yogananda, que vivia no Himalaia e, segundo informações teletransportadas de ponta a ponta com seu pequeno grupo de devotos.
Yogananda o descreveu como o autor da Kriya Yoga, um sistema de técnicas de meditação.
Supostamente há centenas de anos atrás, foi dito a Babaji que ele não deveria ser um ser humano em absoluto, mas um avatar, um ser divino, que desceu até a carne para ajudar a humanidade.
A Autobiografia de um Iogue descreveu Babaji como austero e formidável: de acordo com o relatado, ele enfiava uma espada em brasas no ombro de um devoto, e depois curava a queimadura imediatamente com sua mão, explicando aos seus seguidores alarmados que o homem, teria de outra maneira, que morrer pelo fogo tal como o seu carma houvera ditado.
(Nota MM: Quem aqui se precipita, faz "suposições" e vai embora, se exclui de uma conclusão maravilhosa.)
Eu li em uma outra ocasião, onde foi dito que Babaji ordenara um discípulo aspirante que pulasse de um penhasco para provar sua devoção.
O homem pulou.
Disseram que Babaji o teria trazido de volta à vida e o aceitado como seu devoto.
Atualmente Babaji vive em Seu ashram na remota aldeia de Herakhan, nas cercanias do Rio Gautama Ganga nas Montanhas Kumaon de Uttar Pradesh.
[O Ganga Gautam é um rio sagrado para Shiva, que corre passando por várias montanhas chamada Kailash, que dizem ser o original Monte Kailash onde a primeira cerimônia do fogo fora realizada.]
Por favor, notem que o Babaji falado neste artigo, já não reside mais em Herakhan como descrito nesta peça, mas que passou dessa forma no Dia dos Namorados de 1984.
Embora Ele tenha estado lá desde 1970, relativamente poucos Ocidentais O visitaram.
É como se apenas aqueles que por acaso descobriram Seu paradeiro pudessem ir, e o resto de nós aceitaríamos que Ele continuasse inacessível, vivendo em algum ponto desconhecido do Himalaia.
Meu marido e eu soubemos da localização de Babaji através de uma jovem mulher, em San Francisco, que passara oito meses com ele.
Estávamos cheios de um desejo de vê-Lo, e com a convicção de que Ele era de fato o lendário Babaji.
Embora num primeiro momento não tivéssemos como saber como poderíamos financiar uma viagem dessas, um certo dinheiro de família que havia sido bloqueado em disputas judiciais,
foi subitamente liberado para nós.
Três meses depois estávamos na Índia.
Encontro com Babaji
No cume do ashram de Babaji em Herakhan, encontramos umas construções deliciosas na cor branca e pêssego, bananais e jardins de flores nos níveis dos terraços com visão panorâmica dos rios límpidos da Gautama Ganga.
O diminuto templo octogonal, com sua garganta vermelha, domo branco e verde, situado entre as folhas de bananeira; uma bandeira vermelha desbotada pendia de sua torre.
Tudo estava limpo, bem varrido e em paz.
Em ambos os lados do ashram estavam os campos de milho e arroz, montes verdes-castanhos secos, e várias casas de pedras.
À direita estava a aldeia de Herakhan, com seu riacho turbulento e uma ponte em miniatura.
Cruzando diretamente o largo leito do rio havia uma caverna e o elevado Monte Kailash,
tradicionalmente sagrado para o deus Hindu Shiva.
No fundo, mais montanhas ombreavam o rio branco, com leito pedregoso.
Uns poucos aldeões trabalhavam nos campos ardentes; outros conduziam pela água búfalos de pelagem negra ao longo das trilhas estreitas.
Chegamos à tarde, eu estava descendo correndo os degraus do ashram para pegar minhas malas, quando quase esbarrei num grupo de indianos liderados por um sujeito alto e gordo,
com uma camisa de seda violeta e dhoti.
[A dhoti é um traje tradicional indiano para os homens, que consiste em um longo tecido enrolado formando uma espécie de calças.]
O líder tinha um rosto jovem e redondo, meio dourado e preto, cabelos na altura dos ombros,
penteados para trás e ondulado, estilo indiano.
Eu fiquei momentaneamente confusa - não conseguia identificar se a pessoa era homem ou mulher; ele ou ela parecia combinar o melhor de ambos.
O rosto era tão atraente... tão esplêndido.
Oh!
Eu chorei, ao perceber quem era.
Babaji perguntou o meu nome, então, passou ao meu lado e caminhou rapidamente para o jardim, onde seus seguidores se reuniram para o canto vespertino.
Eu sentei na parte de trás do jardim, olhando com espanto para a figura envolta na seda violeta.
Parecia quase como um índio americano, com sua altura, testa convexa e profunda, e olhos escuros.
As narinas alargadas ligeiramente; Seus lábios estavam muito bem esculpidos.
Suas bochechas eram volumosas e rosadas e Ele brilhava com saúde.
Havia algo atraente, maravilhoso, sobre sua face.
Ele era o ser mais bonito que eu já vi.
Babaji sentou num muro baixo no final do jardim, recebendo os devotos que faziam fila para cumprimentá-Lo.
Mulheres em saris [vestimenta tradicional das mulheres indianas que consiste de um tecido comprido enrolado sobre uma saia e uma jaqueta] ajoelhavam-se e tocavam suas testas em Seu pé, e depois levantavam, e radiantes, diziam algumas palavras a Ele.
Homens em dhotis e homens de terno se aproximavam Dele, muitos totalmente prostrados no chão em pranam, o gesto indiano de respeito a algum guru.
As pessoas que tinham chegado naquela tarde Lhe trouxeram presentes, e Babaji desembrulhava camisas e dhotis, kits com aquarela e folhas de desenho, caixas de frutas e iguarias indianas.
Alguns devotos trouxeram óleos aromáticos para massagear Seus pés, ou incenso para acenderem por ali.
Eles todos, obviamente, adoravam-No.
[É tradicional na Índia, levar presentes para o guru ou santo ou à divindade local no templo.
Esses presentes, que podem ser flores, doces ou frutas, incenso ou suaves óleos perfumados ou outros itens, como roupas ou jóias, até dinheiro, muitas vezes são distribuídos pelo guru para os outros, às vezes depois de alguns dias, às vezes imediatamente.
Isto é conhecido como prasad, abençoado pelo guru.
A comida que é servida no ashram, também referido como prasad, é abençoada por ser oferecida ao guru ou por um sacerdote, que a oferece à divindade local antes de ser distribuída.]
No dia seguinte começava a rotina de ashram que seria a vida cotidiana nas próximas dez semanas.
Nós levantávamos às quatro para tomarmos um banho rápido nos córregos de cristal da Gautama Ganga debaixo do ashram, e nos reuníamos no pequeno e cimentado corredor de kirtan [templo hindu; kirtan é um serviço religioso que consiste em cantar para os devotos que rezam e cantam.]
Babaji chegava para nos receber, e nós fazíamos fila para cumprimentá-Lo, ou íamos até o Seu assento elevado e falávamos com Ele.
Depois íamos para os nossos quartos, sentávamos com Babaji no jardim, trabalhávamos na cozinha ou carregávamos baldes de água tirados do rio.
[Nessa época, não havia eletricidade e muito poucos confortos modernos no Herakhan.]
Ao meio-dia nos reuníamos no pátio para o almoço e depois dormíamos em nossos quartos.
Tomávamos o nosso segundo banho no meio da tarde e depois sentávamos no jardim para o canto vespertino e para conversar com Babaji.
Quando ficava escuro, voltávamos a nos encontrar na sala de kirtan e cantávamos.
Às vezes à noite, Babaji tirava um de nós para fazer um discurso; às vezes Ele fazia palhaçada e brincava com um devoto, ou puxava alguém em seu colo e o abraçava e ninava como uma mãe.
E muitas vezes Ele simplesmente se sentava, sem falar, e nós cantávamos continuamente até que desse a hora de dormir.
Herakhan Baba
De acordo com Seus devotos indianos, Babaji fica disponível num corpo físico por um período de tempo, então Ele desaparece e aparece a Seus seguidores apenas em visões.
Quando Ele se manifesta de novo fisicamente, Ele tem um corpo novo, dizem eles, e uma aparência diferente.
Eles dizem que Ele não encarna, mas se materializa;Ele não nasce - mas parece já adulto.
A descrição de Yogananda sobre Babaji, em seu livro (A Autobiografia de um Iogue, por Paramahansa Yogananda, Self-Realization Fellowship, 1971, LA), aparentemente se refere a um tempo em meados de 1800.
Outro livro, por Baba Hari Dass, cobre a vida de Babaji entre 1890 e 1920 na região Kurmachala da Índia, adjacente ao Nepal (Hariakhan Baba: Conhecido, Desconhecido por Baba Hari Dass, Sri Rama Foundation, 1975, Davis, CA).
Babaji era então mais frequentemente chamado de Herakhan Baba, por causa da Sua longa associação com a aldeia.
Fotografias mostram Herakhan Baba sendo alto, com uma tez relativamente clara, cabelos curtos e escuros, e características nobres.
Dizia-se que Ele não dormia de forma alguma, não tinha fome nem sede, e era excepcionalmente forte.
Emanava um doce perfume de almíscar.
Herakhan Baba teria realizado atos milagrosos na frente de grandes grupos de pessoas. Dizia-se que curava enfermos, ressuscitava os mortos, aparecia em dois lugares ao mesmo tempo, sentava-se em fogos sagrados sem se queimar.
Eventualmente, Ele tinha milhares de seguidores em várias partes da região Kurmachala, e onde quer que Ele fosse, multidões de pessoas se aglomeravam para receber Sua bênção.
Em 1922 (ou 1920 por outra fonte) Ele adentrou nas águas na confluência dos rios Gori e Kali na frente de um grupo de devotos e não foi visto novamente.
Certa manhã, alguns dias depois que cheguei, eu estava voltando para o ashram após lavar meu saris no rio.
Babaji me chamou até Ele quando me aproximava dos degraus do ashram.
Ele estava sentado com algumas pessoas num jardim à sombra de árvores perto do leito do rio e estendeu Sua mão dourada para me ajudar a sentar ao Seu lado na mureta de pedra.
Ele relatou a mensagem simples que Ele dá a todos os seus devotos.
"Viva uma vida de simplicidade, verdade e amor", Ele disse: "e repitam mentalmente o mantra Om Namah Shivaya continuamente".
Logo depois eu comentei sobre o mantra com um jovem fotógrafo de Gwalior, um devoto de longa data de Babaji.
O fotógrafo me contou do tempo que ele tinha acompanhado Babaji até a província de Bihar, onde Sri Yukteswar, o guru de Yogananda, ensinou Kriya Yoga para milhares de pessoas.
A maioria dos devotos ainda se reuniam para praticar Kriya, e eles sabiam que Babaji era - o criador da técnica.
"Ensina-nos mais Kriyas", eles pediam, aglomerando-se em volta de Babaji.
Eles não queriam saber de mais nada.
Então Babaji ordenou que o povo se sentasse em várias filas, e disse ao fotógrafo para ir até cada um e instruí-los na técnica de Kriya adequada à essa época.
Perguntei a ele o que tinha feito.
"Eu apenas sussurrei: Om Namah Shivaya", disse ele.
A história de como Babaji apareceu em Sua forma atual realmente começa em 1920, quando um menino de cinco anos de idade, em Bihar teve uma visão.
Um jovem homem, brilhante esplêndido, apareceu diante dele e lhe deu alguns prasad, um alimento abençoado.
O garoto ficou cheio de devoção durante sua juventude, e até se tornar um homem adulto,
vagou a pé por toda a Índia, Nepal e Tibete, em busca de sua brilhante visão.
Até que finalmente ele avistou uma fotografia do lendário Baba Herakhan num altar familiar em Kurmachala e assim veio a conhecer o guru que estava procurando.
Em 1949, em um ashram dedicado ao Herakhan Baba, o devoto se trancou em um quarto e prometeu que não iria comer ou se mover de sua posição de yoga até que sua amada visão lhe aparecesse novamente.
E Babaji apareceu, assim diz a história, e recompensou a devoção do homem, tornando-lhe o seu arauto.
O recém-batizado guru foi chamado de Mahendra Baba.
Ele estabeleceu ashrams de Babaji em toda a Índia e reuniu os devotos remanescentes de Herakhan Baba em Kurmachala, revelando que os seus amados Herakhandi [residentes sagrados de Herakhan] e o legendário Babaji eram um e a mesma coisa - e que Ele iria aparecer novamente.
Quando me acostumava com a vida em ashram, aprendendo a ir ao banheiro no leito do rio às quatro da manhã ainda escura, e dominar a arte de tomar banho completamente vestida,
retornava ao que parecia ser a principal ocupação do ashram - assistir ao Babaji.
Suas atividades pareciam ser, tanto quanto poderia dizer, participar de um ritual de fogo especial prévio ao amanhecer, frequentar sessões de canto pela manhã e à noite, reunião com devotos em Seu quarto, e periodicamente supervisionar os rituais Védicos.
Às vezes Ele ia cantar no jardim e ter uma sessão de massagem nas pernas, pintar com aquarelas ou jogar xadrez com um grupo de ocidentais.
Outras vezes, Ele mandava vigorosamente os devotos a um projeto: plantar uma árvore, abrir uma trilha no mato, ou carregando pedras do leito do rio até um canteiro de obras.
Ele costumava aparecer na hora do almoço, rapidamente passeando entre os comensais sentados, fazendo uma pergunta aqui e ali. . . como é que eles gostavam do arroz, se estavam confortáveis, etc...
Sua energia parecia inesgotável.
Alguém pode muito bem ficar confuso com a rotina diária bastante simples de Babaji.
Ele não pareceu fazer milagres espetaculares, como Herakhan Baba ou pareceu proibir e ser rígido como na descrição de Yogananda.
Como sabemos que Ele é aquele?
Não posso ajudar em nada sobre esta questão, pois eu senti que sabia que Ele era o legendário Babaji, no momento em que ouvi falar Dele.
Meu marido uma vez brincando perguntou a Babaji se Ele era o homem em uma foto de Herakhan Baba.
"Sim", Babaji disse, sorrindo, e autografou a foto.
Mahendra Baba havia previsto que Babaji seria chamado de Bhole Baba, o Pai Simples,
porque Ele não iria fazer milagres óbvios.
E assim Ele não fez - pelo menos, na maioria das vezes.
Aprendi isso numa ocasião quando o ashram foi subitamente visitado por um ônibus cheio de centenas de devotos da cidade vizinha de Haldwani.
Era meio-dia, e os visitantes encheram o pátio, os degraus, e inclusive os caminhos no jardim,
esperando sob o sol quente para o almoço.
A cozinheira indiana estava muito preocupada, pois ela só tinha preparado comida suficiente para vinte pessoas e sabia que não poderia alimentar todos eles."Sirva a comida", Babaji ordenou, sob seu protesto.
Assim, a equipe de apoio entrou pela multidão de aldeões sentados e começou dar arroz e legumes em seus pratos de folha de bananeira.
Eles distribuíam em seu caminho apesar do pátio lotado, descendo pelos degraus e até o jardim.
Eles encheram o prato do último visitante e voltaram para o pátio para servir as repetições.
A cozinheira percebeu que Babaji tinha intervindo de alguma forma, mas ela não podia provar.
Babaji, caracteristicamente, fingiu ignorância.
Meu amigo de San Francisco me contou uma outra história sobre pães e peixes quando ela trabalhava como cozinheira do ashram.
E ouvi muitas histórias como essas: Babaji em dois lugares ao mesmo tempo para curar a esposa de um fazendeiro num vilarejo distante; Babaji falando fluentemente Inglês ou Alemão,
quando ficava a sós com certos devotos; Babaji tornando-se subitamente mais leve quando um devoto fervoroso insistia em carregá-lo por todo o rio.
O mais perto que cheguei em testemunhar "milagres" foi quando Babaji apareceu para ler a minha mente - um ato considerado muito comum para os padrões de ashram.
Foi-me dito que eu poderia chamá-lo mentalmente, e Ele mais cedo ou mais tarde responderia ao meu pedido.
E descobri, para minha surpresa, que eu só tinha que pedir um pouco de compreensão sobre um conceito ou algumas percepções sobre um problema, e a resposta viria alguns dias depois, de alguma forma sutil, por um lampejo de entendimento ou por outra pessoa, de repente falando-me a resposta.
Isso era muitas vezes também, seguido por alguma manifestação física pequena.
Eu queira saber uma resposta ou ter um pequena compreensão, e de repente ficava a um passo de Babaji.
Parecia que toda vez que eu estava no caminho certo mentalmente, recebia uma confirmação imediata Dele: um olhar rápido, um aceno abençoado, um prasad de presente.
Quanto mais eu testemunhava Babaji, mais maravilhoso Ele parecia.
Quando Ele entrava na cozinha conjugada, o lugar de repente ganhava vida.
As senhoras de sari saltavam da limpeza do arroz e iam cumprimentá-lo.
O jovem cozinheiro saía de sua cabana de madeira, radiante, seus legumes borbulhantes temporariamente esquecidos.
Os trabalhadores da cozinha se amontoavam em cima de Babaji, seus rostos iluminados com o olhar radiante do "Ele está aqui", eu vim a conhecer tão bem.
Em junho de 1970, aí a história se passa, um fazendeiro de Herakhan chamado Chandramani sonhou que ele deveria atravessar a Ganga Gautam e entrar numa caverna ao sopé do Monte Kailash.
Ele assim fez, e uma vez lá dentro, encontrou um belo jovem sentado na pose de lótus [uma posição yogue usada na meditação com ambas as pernas cruzadas].
O jovem era alto e esguio, com cabelo escuros na altura dos ombros e uma tez clara. Chandramani foi para casa e voltou com um pouco de leite para o jovem.
O fazendeiro continuou a levar o leite a cada dia e logo se mudou para a caverna para melhor servir ao jovem, a quem tinha se tornado muito dedicado.
Pouco tempo depois eles subiram o Monte Kailash.
Nesta montanha sagrada o jovem se sentou em uma postura yogue perfeitamente imóvel por 45 dias, sem comer nem beber, sem jamais abrir os olhos.
Mais tarde, ele e Chandramani atravessaram o rio para o pequeno templo octogonal construído décadas antes por Herakhan Baba.
Eles viveram numa cabana nas proximidades, e um por um os aldeões apavorados vinham prestar suas homenagens a este jovem e notável homem, acreditando ser ele o próprio Herakhan Baba, de volta finalmente.
Cerca de um ano depois que ele apareceu na caverna, o jovem guru começou a viajar para várias aldeias e cidades no norte da Índia.
Desta forma mais pessoas tomaram conhecimento dele, e logo havia um fluxo constante de pessoas em marcha até a cidade rumo ao remoto templo nas Colinas Kumaon.
Uma amiga indiana de Bombaim me contou como foi seu primeiro encontro com Babaji naqueles primeiros dias, e como Ele se revelou a ela. Minha amiga é particularmente ocidentalizada, uma espécie de pessoa sem noção que leu pela primeira vez "A Autobiografia de um Yogue", em 1959.
Ela sentiu um desejo intenso de encontrar Babaji, e assim partiu para o Himalaia para encontrá-lo.
Ela não O encontrou então, e aí tentou novamente em 1965 - ainda sem sucesso.
Numa noite em 1971, ela estava sentada com seu pai próximo ao seus altar familiar que estava coberto com imagens de divindades e santos.
Um parente foi até a porta e insistiu em trazer um jovem guru para conhecer a família.
Minha amiga tinha desistido de Babaji e de gurus, em geral, até então, e não quis conhecer esse outro.
Mas seu pai, sempre hospitaleiro, concordou em vê-lo.
O parente veio com um jovem belíssimo que foi direto até o altar e se sentou.
Olhando intensamente para a minha amiga, e sem falar, apontou para uma imagem no altar que, muito estranhamente, ela não tinha visto lá momentos antes - um desenho de pequenas linhas de Babaji extraído da Autobiografia de um Yogue.
Então ele apontou para si mesmo.
Ainda em silêncio, ele apontou para a imagem e para si mesmo duas vezes mais.
Às lágrimas, minha amiga caiu a Seus pés.
Ela tinha encontrado Babaji, finalmente.
Esta mulher me disse, assim como outros devotos indianos, como era exatamente Babaji nos primeiros anos de Herakhan.
Em 1971 e 1972, eles disseram, Ele se sentava por horas na posição de lótus com os olhos fechados, aparentemente num profundo estado meditativo.
Mesmo quando não estava em meditação, ele quase não falava, diziam eles, e assim mesmo apenas em monossílabos.
Seus olhos pareciam irradiar uma luz, e muitas vezes seu olhar era tão brilhante e penetrante que as pessoas não conseguiam olhar para Ele.
Fotografias de Babaji, dessa época mostram um jovem esbelto, belamente perfilado com idade de mais ou menos vinte anos, com olhos escuros e surpreendentes, e uma massa de cabelos emaranhados.
Ele olhava, em algumas fotos, como um guerreiro Sioux, e em outras como a Virgem Maria.
A arte do teatro
A primeira tempestade da temporada de pré-monção irrompeu, inchando o preguiçoso leito do riacho em uma torrente lamacenta.
O ar tornou-se fresco e leve, e tudo - os edifícios cor de pêssego, os caminhos de cimento, a profusão de folhas de bananeira - ficava molhado e brilhante.
Você não conseguia captar muita coisa de uma compreensão de Babaji só de observá-lo,
pensei.
Eu sentava no fundo do saguão gotejante do kirtan, tentando juntar os pedaços que eu sabia sobre o lendário Babaji e este enigmático guru diante de mim.
Ele era diferente com cada pessoa e, às vezes, diferente a cada momento.
Ele era deliciosamente inocente, um colega carinhoso, e de repente ficava esvaziado, como se tivesse acabado de ser chamado à distância e deixado seu corpo para trás.
Ele ficava sério, em seguida austero, depois amoroso, e então ridículo.
Com uma bela mãe Punjabi e seus filhos, Ele sempre foi atencioso, hospitaleiro, fofo.
Com uma mulher idosa da aldeia, Ele estava sempre brincando, rindo e gritando o equivalente a "Buu!" em Hindi.
Para outros, Ele aparecia indiferente ou até com raiva.
Para muitos devotos Ele era tudo isso por sua vez.
Eu não entendi esse comportamento caleidoscópico.
Comecei a procurar devotos antigos de Babaji para ter uma explicação.
"Eu o vi trabalhar durante seis anos", uma escritora de Londres me contou numa certa manhã em seu quarto acolhedor, "e ele sempre nos serve e sempre com infinito amor e compaixão por nós, independentemente do que aparece na superfície".
Ela era uma jovem mulher alta, elegante, muito equilibrada que aparentemente era uma das favoritas de Babaji.
Ele a elogiou muitas vezes e a manteve perto dele todos os dias.
Ela passou por todos os tipos de miséria no começo, ela disse.
Depois de sua primeira visita, ela veio abaixo com uma doença estranha, não diagnosticada e caiu de cama com uma febre por seis meses.
Ela sentiu que a doença - e sua cura milagrosa - era tudo obra de Babaji.
Em uma visita posterior, ele a expulsou do ashram, com malas e tudo, debaixo de uma furiosa chuva de monção.
Nas visitas subsequentes ele alternadamente ignorava-a, tratava-a gentilmente, parecia esquecê-la.
Eu perguntei sobre o seu comportamento atual.
"Apenas o outro lado da moeda, eu tenho medo", disse ela, rindo.
"Estou sob enorme pressão", ela explicou, "para não deixar meu ego ser pego em toda essa atenção."
Ela acredita que Babaji trabalha as pessoas, primeiramente, psicologicamente, expurgando-os dos seus vários demônios, e então as eleva espiritualmente no tradicional papel de um guru para com seus devotos.
Ela sentiu que toda a atenção era apenas um outro teste que ele estava fazendo com ela.
Falei com uma linda mulher de meia-idade, de Nova Delhi, uma tarde, enquanto estávamos sentados no saguão do kirtan.
A esposa de um rico empresário de Nova Delhi, ela tinha estado com Babaji desde seus primeiros dias
"Babaji está aqui para servir, e acredite, ele serve!
Ele pode fingir nos ignorar, mas por trás disso há um amor totalmente abrangente".
Ela me disse que ao longo dos anos Babaji tinha a colocado em alguns momentos difíceis,
mas ela sempre conquistava alguma percepção essencial disso, uma compreensão mais profunda de seu propósito espiritual.
Ela se tornou muito mais forte psicologicamente, ela disse, e estava repleta de gratidão pelo Babaji.
"Eu nunca vou esquecer o que ele me disse uma vez", ela sussurrou.
"Ele disse, 'Eu só vim aqui para dar. Se você vier com dúvidas, eu vou lhe dar razão para duvidar", disse ele uma vez à minha amiga de San Francisco, que no início estava bastante desconfiada dele.
'Se você vier desconfiada, eu vou lhe dar todas as razões para ser desconfiada.
Mas se você vem buscando o amor, eu vou lhe mostrar mais amor do que você algum dia conheceu.' "
Em pouco tempo a estação das monções nos apanhava intensamente.
Quase todos os dias chovia intensamente durante horas, transformando as esparsas encostas em selvas exuberantes e brilhantes, e os nossos quartos em cavernas ensopadas de água.
Usamos muitas velas para iluminar nossos varais de roupa passando pelo alto.
O cheiro de algodão úmido pendurado em toda parte.
"Não se deixe enganar pelo drama exterior", minha amiga de Londres me falava em outra ocasião, quando tomávamos um gole de chá quente em seu quarto.
"Ele é basicamente imparcial e justo.
Independente do que se faça, ninguém consegue ... Influenciá-lo. Ele é", ela buscou a palavra,"incorruptível".
"E lembre-se", acrescentou,"as mensagens de Babaji são sempre muito sutis. Ele se comunica numa ... linguagem simbólica. Ele dá dicas, pistas."
Contei a ela sobre um incidente alguns dias antes, quando Babaji me ajudou a arrombar as portas do meu quarto inchadas pela umidade.
"Eu sou o seu ajudante," disse em Inglês.
"É exatamente isso," ela disse.
"Ele está te ajudando; ele está abrindo portas para você".
E assim eu colecionei histórias e opiniões dos devotos, indianos e ocidentais, de Babaji.
Eu ouvi muitas teorias legais sobre seu comportamento, por vezes, incompreensível.
Ele gostava de explodir com os egotistas, diziam, elogiando-os profusamente, tornando-os seus"favoritos".
Quando estavam extremamente orgulhosos, ele aparecia para demoli-los, expulsando-os do ashram ou dramatizando alguma experiência particularmente humilhante para eles.
Pessoas inseguras, Babaji derrubavam-nos ainda mais, geralmente ignorando-os.
E com pessoas indecisas, ele respondia seus pedidos de aconselhamento de diferentes maneiras e em momentos distintos, confundindo-os irremediavelmente.
Uma explicação oferecida para este fenômeno era que, quando problemas psicológicos que afligiam alguém (ou amarras, sanskaras, ignorância, estresse ou carmas, como são diversamente chamados) surgiam na presença de um mestre espiritual, eles eram dissolvidos devido a sua influência purificadora.
Parecia que Babaji estimulava estes indivíduos a se revelarem, para que pudessem ser dissolvidos.
Disseram-me que os egotistas acabaram perdendo sua arrogância, mas mantiveram sua confiança, os tímidos perceberam a força interior que tinham o tempo todo, e os indecisos aprenderam a tomar decisões.
Esta análise é puramente teórica, é claro.
Ninguém sabia o que Ele estava realmente fazendo.
Muitos de nós chamamos essas manobras teóricas de"Teatro Herakhan".
Minha própria experiência com Babaji foi um caso pontual.
Uma das principais razões de eu ter ido vê-Lo era para ajudar em um tremendo beco sem saída
- Eu não sabia se permanecia casada ou deixava o meu marido.
Babaji me sacudiu pra frente e pra trás como uma bola de ping-pong, de um lado pro outro do meu dilema.
Tinha dias que ele me dizia para ficar casada e de outros para separar, e me mergulhar ainda mais em meu fosso de indecisão e auto-piedade.
Ele normalmente me ignorava exteriormente, e respondia a todas as minhas perguntas interiormente, me dava várias dicas de que ele estava realmente me ajudando, me honrou com um pedido de escrever sobre ele, e não conseguia me lembrar de meu nome.
Quando voltei para a Califórnia, eu também caí misteriosamente doente, e tão misteriosamente me recuperei.
E no decorrer dos seis meses seguintes, minha vida dramaticamente alterou para melhor.
Eu também me encontrei muito mais feliz, e capaz, finalmente, de tomar minhas próprias decisões.
Babaji fizera alguma coisa em mim?
É tudo especulação, é claro.
"Das milhares de pessoas que virão para Herakhan", Babaji disse uma vez a uma outra amiga americana, "apenas um punhado me conhecerá".
Sua Mensagem
Tão ativo quanto Babaji era, ele raramente fazia um discurso, ou entrava nos detalhes de um discurso espiritual.
Ele simplesmente nos instruía a viver uma vida de simplicidade, de verdade e amor e a repetir"Om Namah Shivaya". (Om Namah Shivaya é pronunciado "Om" [omi"], Nah-mah-hah [Na-ma-á], She-vai [xi-vai]. (Swami Muktananda, um renomado siddhi yogue, amado por muitos americanos, também ensina este mantra, pronunciando-o "Om Namah Shivaya".)
Eu conhecia sobre nam jap, a repetição de um mantra, a partir de meus estudos de filosofia Vedanta anos antes.
Acredita-se que esses termos em sânscrito são da mesma vibração, embora numa frequência diferente, dos objetos que eles nomeiam.
Assim, o nome sânscrito para "luz", por exemplo, é feito do mesmo material, forma-vibração,
como a luz física real, mas numa oitava diferente, por assim dizer.
Acredita-se ainda que se você repete o nome de Deus em sânscrito, então você muito precisamente atrairá Sua atenção e, assim, evocar ou criar essa divindade dentro de sua própria consciência.
Evocando a presença de Deus tão imediatamente, acredita-se, é um caminho para a iluminação.
Eu tinha ouvido falar "Om", descrito nos livros como se fosse o som base da criação.
Para mim, "Namaha" é traduzido como "Eu me prostro a Ti" e "Shivaya" como o deus hindu Shiva, ou aquele aspecto de Deus que destrói nossas neuroses, nossa ignorância.
Aprendi também que "Shiva", em sânscrito significa"aquele que dá felicidade", e, portanto, pode se referir a todos os deuses ou a Deus em geral.
O mantra invocava Deus, não importa qual é a religião do indivíduo, me disseram.
Portanto, o significado pra mim,"Om, eu me rendo a você, Deus", ou Om, livrai-me desta ignorância, Deus!"
Entrevista ...
Q: Qual é sua mensagem para os americanos?
Babaji: A mesma que para toda a humanidade.
Seguir os princípios da simplicidade, verdade e amor.
Q: A "verdade" significa mais do que falar sinceramente?
Babaji: A verdade tem muitos significados.
(Babaji então chamado o seu sumo sacerdote, Shastriji, para responder à pergunta, Shastriji fez uma longa recitação em Hindi, traduzido aproximadamente como segue:
"Deus colocou 'satya' verdade, acima de tudo".
Os Vedas e outras escrituras antigas descrevem Deus como a encarnação da verdade eterna. E a verdade cria o sucesso, pois quem fala a verdade e vive de acordo com os princípios verdadeiros é bem sucedido em tudo o que faz. Isto é porque a verdade evoca a força de vontade.
Uma pessoa em uma luta, por exemplo, que vive e fala a verdade, terá automaticamente a força de vontade para vencer essa luta.
Portanto, a verdade, com a consequente força de vontade e o sucesso, é o primeiro princípio da fórmula de Babaji.)
Q: A "simplicidade" significa viver próximo à terra com poucas posses?
Babaji: Significa ser desprovido de auto-possessão e egoísmo.
Q: O "amor" significa amar os outros e amar a Deus?
Babaji: Amar outras pessoas é amar a Deus.
Q: O que significa o "Om Namah Shivaya"?
Babaji: Tem um significado muito profundo.
(Mais uma vez ele chamou o Shastriji, que disse:.
"É um 'mahamantra', um grande mantra, uma versão reduzida e mais poderosa do mantra central para todos os quatro Vedas.
É chamado de beej mantra, um mantra "semente".
Quanto menor e mais concentrado o objetivo, mais poderoso ele é.
Uma semente contém dentro de si todo o poder necessário para criar uma árvore poderosa na floresta, e assim, por comparação, é muito mais poderosa do que a árvore.
E assim é com 'Om Namaha Shivai', é o beej, a semente, da versão mais longa, e, portanto, é um mantra muito, muito potente". Shiva.)
Embora muitos devotos ocidentais viam Babaji como um grande mestre psicológico, muitos indianos O viam sob uma luz totalmente diferente - como um avatar de Shiva.
Shiva é um dos três aspectos de Deus na cosmologia hindu.
Brahma, dizem, é o aspecto criativo, Vishnu, o aspecto estimulante ou mantenedor, e Shiva, o aspecto destrutivo.
Os hindus também acreditam que estes aspectos de Deus podem encarnar ou se materializar em forma humana como avatares.
Encarnações de Vishnu, dizem, são mortais - eles eventualmente devem morrer, mas as encarnações de Shiva são projetadas para serem imortais.
Os devotos indianos com quem conversei estavam certos da condição de avatar de Babaji.
Primeiro de tudo, disseram, Mahendra Baba muitas vezes disse a seus respeitosos seguidores que seu amado Herakhan Baba e Babaji Yogananda eram ninguém menos que o Shiva encarnado.
E os pesquisadores hindus há muito tempo prediziam que quando o próximo Shiva aparecesse em forma humana, teria uma cicatriz em sua perna direita, outra no braço esquerdo, e Shiva tinha os símbolos e signos do zodíaco nas solas dos seus pés.
Com certeza, Babaji tem as cicatrizes do pré-requisito, e após anos de relutância, finalmente,
permitiu que seus pés fossem revelados e fotografados.
E lá estavam eles, espalhados por seus calcanhares e as bolas de seus pés: um touro pequeno, uma cobra, o tridente de Shiva, um "Om" na escrita bramânica, o signo de Leão,
um carneiro de Áries.
Minha amiga de Bombaim me contou como ela e outras mulheres muitas vezes tinham visto a luz que irradia da testa de Babaji, e às vezes a luz formava vários símbolos de Shiva: um olho aberto na vertical; o "Om"na escrita bramânica; as três pontas do tridente de Shiva.
A cobra é um símbolo particularmente significativo de Shiva.
Um indiano aposentado comandante da Força Aérea de Allahabad me falou de uma época,
em que Babaji levou um grupo de devotos às cabeceiras do rio Ganges.
Quando a multidão estava reunida à beira da água, o comandante viu uma grande cobra, com três cabeças brilhantes levantando-se subindo lentamente pra fora d'água.
Ele ficou sem palavras e tentou chamar a atenção de Babaji.
"Será que eu realmente vi isso?", mais tarde ele perguntou a Babaji.
Sim, você viu".
Eu estava meditando sobre essas anedotas durante a limpeza da biblioteca um dia, quando eu encontrei um livro sobre Satya Sai Baba, o mestre do sul da Índia tão famoso em materializar objetos a partir do ar.
O livro dizia que em 1963, diante de uma platéia de milhares de pessoas, Sai Baba curou-se de uma doença grave seguida de um coma de oito dias.
Revelou que ele era uma encarnação de ambos, Shiva e sua consorte Shakti, dizendo que estava cumprindo uma antiga profecia que previu que o casal iria reencarnar e sofrer de uma doença de exatamente oito dias.
Naquela noite, pedi mentalmente que Babaji esclarecesse a questão
- apenas quem era esse Shiva, afinal?
No dia seguinte, um jovem inglês parou na biblioteca no ashram onde eu estava limpando a biblioteca.
Ele me contou a história de uma vez em que ele e um grupo de devotos tinham ido para Nova Delhi, onde Babaji fora convidado a realizar uma cerimônia do fogo purificador pelos profetas do templo do Livro de Bhrighu.
Este livro, segundo ele, era uma das maravilhas da Índia, uma série de folhas de antigos livros em uma língua pouco traduzida, que dizia os nomes e as necessidades de qualquer visitante que acaso viesse ao templo - até os dias atuais.
Parece que o Livro tinha apresentado uma leitura espontânea um dia, recomendando que um santo pouco conhecido da aldeia de Herakhan fosse chamado para realizar um ritual do fogo Védico.
E quando Babaji chegou, o inglês disse, os profetas encontraram Seu nome no livro e leram o seguinte:"Shiva voltou para nós, manifestado em três formas: Shiva sozinho, nesse monge aí", os sacerdotes apontavam um santo homem de barbas brancas observando-os num canto.
"E Shiva e Shakti juntos em Satya Sai Baba, e como Nataraj, o Shiva dançante da destruição, na forma deste jovem guru, Herakhan Baba."
O Shiva Dançante da Destruição de todas as facetas de si mesmo que Babaji nos apresenta,
a ideia do deus da destruição é a mais intrigante. No entanto, ele apresenta algo desse aspecto a seus devotos, pois o que ele sempre diz aos seus devotos é que haverá muitas calamidades graves em todo o mundo - as catástrofes naturais e guerra - e que vai acontecer muito em breve.
Ele diz que, na verdade, que"Om Namaha Shivaya (ou a repetição de qualquer nome de Deus) e a prática da verdade, da simplicidade e do amor é o próprio antídoto dessas calamidades, e que as pessoas que fazem essa prática, independentemente de seus caminhos espirituais e religiões, serão protegidos.
Os devotos indianos de Babaji, inclusive os que vem de tão longe, como Nataraj, o aspecto mais aterrorizante de Shiva, Babaji é pessoalmente responsável por esta destruição, e é sua tarefa destruir a ignorância do mundo e trazer uma nova era espiritual.
Ele agora está reunindo seus devotos de vidas passadas, dizem eles, para lhes ensinar a nova Kriya, a repetição de "Om Namaha Shivai", e provê-los com a armadura espiritual necessária para suportar os próximos eventos.
Eu conhecia essa previsão e esta crença sobre Babaji antes de partir para Herakhan, e estava familiarizado com o feroz e guerreiro Shiva Nataraj retratado na arte indiana e na mitologia.
Mas nada acerca de Babaji, a face dourada de comportamento mutável, se assemelhava com essa visão de destruição.
Quanto mais eu via sua jovialidade e compaixão subjacentes, mais eu especulava sobre esta estranha previsão e toda essa questão de Shiva.
Pedi mentalmente ao Babaji para resolver este enigma, e algumas noites mais tarde tive um sonho vívido sobre isso.
Sonhei que vi uma chama de uma vela queimando num coração, e soube que representava o amor e a devoção.
A vela se transformou em uma chama mais quente, mais brilhante, e eu pude ver que ela queimava e purificava tudo o que não era o amor.
Toda escuridão, coisas inferiores que não correspondiam ao amor intenso desta chama foram consumidas e destruídas por ela, mas apenas, ao que pareceu, para abrir caminho para o bem e o todo que tomou o seu lugar.
Então percebei, compreendi que o aspecto Shiva "destrutivo" de Deus era realmente uma vibração muito intensa de amor que passava incólume através de objetos de natureza amorosa semelhante, mas também, destruía imediatamente tudo o que era de uma baixa vibração
- crueldade, ganância, ou egoísmo, por exemplo.
E parecia que a designação de Babaji de 'Om Namah Shivaya' como um mantra de proteção agora fazia sentido.
Se a concepção do Vedanta sobre mantras estava correta e repetir esse mantra evocava o aspecto Shiva de Deus em uma pessoa, então ele naturalmente permaneceria incólume quando a energia de Shiva passasse por ele, desde que a mesma energia já estivesse presente em seu interior.
Eu acordei, repleta das imagens deste sonho estranho.
Era outra "mensagem" de Babaji, uma resposta à minha pergunta?
Era possível que esta noção de destruição/nova era espiritual fosse verdade?
Babaji estava realmente trabalhando para informar e proteger todos aqueles que ele podia alcançar?
Lembrei-me de suas palavras à minha querida amiga de Nova Delhi em seus primeiros dias no ashram.
"Eu tenho tanta coisa para fazer", ele lhe disse baixinho:
"E tão pouco tempo para conseguir fazer isso".
[Seguem todos os trechos de uma entrevista com Babaji no Verão de 1978.
Foram publicados no artigo original, junto com o texto acima.]
Q: Eu ouvi dizer que o povo do Livro de Bhrighu tinha uma leitura de que Shiva se materializou em três lugares agora: Shiva e Shakti em Sai Baba,
Shiva sozinho em um monge, e a Shiva dançante da destruição em você.
Isso é verdade?
Babaji: Você ouviu o que você ouviu.
Acredite no que você sabe em seu coração.
Q: Parece tal uma contradição esse aspecto de Deus que veio para destruir,
irradie tanto amor e bondade.
É esta destruição, basicamente, um ato de amor à Terra?
Babaji: Muitas pessoas neste mundo são muito traiçoeiras.
É do maior e melhor interesse do mundo remover essa gente traiçoeira.
Uma certa quantidade de destruição é necessária.
É do maior interesse da humanidade e do mundo em geral.
Q: Você tem devotos nos Estados Unidos de vidas anteriores que você quer encontrar?
Babaji: Sim.
Q: Quando alguém sente um anseio de te ver, um anseio de estar com você,
isso significa que, possivelmente, ele ou ela é um antigo devoto seu?
Babaji: Sim.
Q: Você quer abençoá-los e protegê-los e chegar até eles antes da destruição que vem?
Babaji: Sim.
Eles serão protegidos.
[Falando da Mahamantra, 'Om Namah Shivaya ']
"Também é simbólica", Shastriji continuou.
"Tanto em seu som e na forma como está escrito 'Om', contém os sons e símbolos dos três aspectos de Deus:. Brahma, Vishnu e Shiva, e também a Deusa Mãe, e do Princípio Absoluto em que se baseia toda a existência
'Namah Shivaya' simboliza os cinco princípios que compõem toda a criação: ar, terra, fogo, água e prana, ou 'sopro'.
'Om Namah Shivaya' foi o primeiro som falado por Deus, e como resultado desse primeiro som, ou Verbo, toda a criação se desenrolou".
Q: Em Autobiografia de um Iogue diz que, se você disser o seu nome com reverência, você receberá uma bênção de você, Babaji. Você sabia disso?
Babaji: Absolutamente.
Q: Muitos dos devotos ocidentais com quem falei sobre terem lido essa parte e que disseram seu nome, acabaram vindo aqui em seu ashram.
Isso é em parte, a razão pela qual eles vêm aqui?
Dizer seu nome assim os atraiu até você?
Babaji: Absolutamente.
É por causa do poder.
Q: Você tem uma mensagem especial para os devotos de Yogananda ou para os praticantes de Kriya Yoga na América?
Babaji: Nenhuma mensagem.
Todos estão fazendo a Kriya.
Todos que estão aqui estão fazendo a Kriya.
Q: Qual é a Kriya agora?
Babaji: Ab nam jap. (Traduzido a grosso modo, isso significa, 'Repetição mental do nome de Deus' ou '... De qualquer nome de Deus.')
Q: Eu soube que você disse, que tudo sobre você em Autobiografia de um Iogue é verdade, exceto a parte sobre sua irmã, que você não tem irmã.
É verdade isso que eu soube?
Babaji: É inútil.
Apenas dez por cento é verdade e noventa por cento é mentira.
Eu deveria escrever isso?, perguntei ao tradutor.
"Você tem", disse ele. Babaji assentiu.
Reimpressão da Yoga Journal, 1980
***
Entrevista de rádio em 2.000
Esta entrevista de rádio foi publicada online num site simples oferecido pela Rádio Pathways,
em 2000.
Meu amigo Ron, enviou-me e disse:
"Uau, isso não te parece como os e-mails?"
Com certeza me parece!
A estrutura e as vocabulário são praticamente idênticos.
Eu escrevi para o pessoal da Radio Pathways, perguntando como, onde e quando fizeram essa entrevista com Babaji.
Aqui está sua resposta:
"Prezada Sra. Devivo:
A entrevista com Babaji ocorreu há pelo menos 3 ou mais anos atrás.
Naquela época, alguns programas eram transcritos.
De qualquer forma, estávamos em uma exposição de saúde e este homem de meia idade se aproximou de nós e disse que ele era um canal de Babaji, e que teria como aceder a Babaji se colocássemos um link do site de Babaji.
Não sabemos quem é essa pessoa e nunca mais o vimos.
Não conseguimos encontrar o site babaji.net mas alguns meses atrás alguém disse que este site existia e, tão sincero a nosso ver, que colocamos o link.
A fita foi gravada, mas eu lembro de alguém ter mencionado que o homem tinha uma voz profunda e a voz que ele canalizou tinha um som agudo e tímido.
Espero que isso ajude. Rádio Pathways".
Dr. Bob: Bem-vindo ao programa.
Estamos esperando o Babaji aparecer.
Este mestre tem sido visto em diferentes épocas e lugares e em diferentes corpos desde épocas registradas.
Ele foi finalmente encontrado em uma caverna nas montanhas do Himalaia em um corpo de 18 anos de idade.
Ele compartilhou seus ensinamentos, orientações e mensagens até 1984, quando deixou o corpo.
Você pode ler sobre ele em "Autobiografia de um Yogue", de Yogananda e em "Eu Sou Harmonia", de Shyam, que investiga a aparição mais recente de Babaji em Haraikhan, na Índia.
Babaji: Olá Bob.
Om Namah Shivai.
Dr. Bob: Você é o Babaji?
Babaji: Sim.
Eu vim para dar uma mensagem sobre as grandes mudanças e como viver no caminho mais elevado e passar por estas mudanças, ao se viver na Verdade, na Simplicidade e no Amor,
servindo aos outros e se conectando com Deus.
Dr. Bob: O que é essa expressão que você usou?
Babaji: É o mantra que eu vim compartilhar com todos os que estão abertos a recebê-lo.
Ele pode acalmar uma mente perturbada e curar o corpo doente.
Ele pode permitir que você se conecte com o seu Eu Superior e com Deus.
Dr. Bob: O que isso significa ou qual é a tradução?
Babaji:Significa simplesmente
"Eu reverencio ao divino interior", ou para uma mente ocidental, "Seja feita a Tua vontade".
Dr. Bob: E como você usa esse mantra?
Babaji: Repita o mantra diariamente quando estiver no trabalho ou durante a meditação.
[A meditação] Japa é repetir o mantra durante a passagem da mala bead ou o que você chama de rosário entre os dedos cada vez que dizem essse mantra.
Há 108 bolinhas em um mala bead .
Mas você não tem que fazer isso.
Você pode simplesmente repetir silenciosamente.
Dr. Bob: Para aqueles que estão lendo a transcrição, como você o pronuncia?
Babaji: É pronunciado como este "Ooommm Na-ma Xi-vai".
Dr. Bob: O que são estas grandes mudanças que você está falando?
Babaji: As grandes mudanças ou a Grande Revolução já começou.
Será tanto maravilhoso quanto destrutivo.
A maioria da humanidade será destruída pois a Natureza equilibra as grandes injustiças que a humanidade tem causado ao meio ambiente e entre si.
Há alguns lá fora, que estarão abertos a esta mensagem e irão repetir o mantra, viver na Verdade, na Simplicidade e no Amor, e servir aos outros.
Eles viverão no caminho mais elevado, conectando-se a Deus.
Serão corajosos e sempre caminharão.
Haverá muitas montanhas a atravessar, mas eles não vão parar até que a meta seja alcançada.
Eles serão fortes, e nunca se sentirão abatidos.
Esses sobreviverão à Grande Revolução.
Dr. Bob: O que sua mensagem tem a ver com a mudança?
Babaji: A mudança não tem nada de novo.
É uma Lei da natureza.
O que nasce deve morrer e o que morre tem que nascer.
O ser humano é escravizado em seu menor inferior.
O Eu Superior deve ser desenvolvido, de modo que o eu inferior seja destruído e o coração seja transformado.
Dr. Bob: A primeira parte da sua mensagem é viver na Verdade.
O que você quer dizer com isso?
Babaji: O homem é escravizado pelo seu eu inferior.
Isso faz com que ele deseje coisas, poder e adquira o máximo que puder.
A fim de fazer isso, o homem deve mentir, trapacear e maquinar.
Em sua cultura, as coisas raramente são vendidas de verdade.
Dr. Bob: Sim, eu sei o que você quer dizer.
No outro dia fui comprar um computador que vi num anúncio que mostrava o sistema e o preço.
Quando cheguei à loja, descobri que custava 300 dólares a mais obter o sistema operacional adequadamente instalado e as peças certas para completar o sistema.
Quando fui arrendar um carro compacto por 259 dólares, descobri o verdadeiro custo que incluía pagamento de taxa de entrada, taxas de entrega, taxas de excesso de quilometragem, taxas de desgaste excessivo, impostos, título, licença, seguro extra,
taxas de manutenção, taxa de empréstimo, etc, que elevou ao verdadeiro custo para 500 dólares por mês sem incluir a gasolina!
Há sempre esses custos extras que nunca são mencionados.
O mesmo acontece com casas.
Quando você soma tudo, você pagar cerca de três vezes o preço real.
Mas seu cérebro está dizendo "sim, é só 110 mil" ou "uau, esse carro é apenas 259 dólares por mês ".
Babaji: Sim, os negócios são cheios de meias verdades, trapaças e mentiras evidentes.
Tudo parte da natureza inferior do homem e de seu desejo de adquirir coisas.
Dr. Bob: Eu acho que a ideia de subestimar o preço é para pescar você com vara e isca ou para te vender algo que você realmente não precisa de modo que o lucro seja maior.
Acho que é porque as pessoas odeiam ir à concessionária comprar um carro.
Babaji: E viver na Verdade não está limitado aos negócios.
Envolve realmente nossos relacionamentos.
Quantas vezes você contou uma mentira para um ente querido?
Dr. Bob: No passado, era culpado.
Mas no caminho mais elevado eu acho que não há necessidade pra isso.
Babaji: Se nós vivêssemos na verdade a maioria dos problemas deste mundo desapareceria.
Dr. Bob: Então, a primeira parte da sua mensagem é ser verdadeiro.
Verdadeiro sobre o seu trabalho, nos negócios, e nos seus relacionamentos.
Babaji: É importante que as palavras que saem de sua boca sejam verdadeiras.
Que você não se envolva em conversas fúteis ou fofocas.
É melhor ficar calado do que proferir mentiras que certamente irão voltar e te assombrarão.
Como está escrito na sua religião ocidental,"A verdade vos libertará".
E também há verdade em nossos relacionamentos, quando estamos no caminho mais elevado.
Quando somos honestos com os nossos entes queridos.
Quando não tratamos as pessoas como dispensáveis, como jogamos coisas fora.
Quando não compramos pessoas como adquirimos coisas.
Se você viver na verdade, então muitos problemas deste mundo deixariam de existir.
Nós não iríamos à guerra em nome de um Deus contra outro Deus, quando na verdade queremos adquirir as coisas do inimigo.
E isso leva à segunda parte da minha mensagem ...
Simplicidade
Dr. Bob: Simplicidade?
Babaji: SIM.
Nosso desejo pelas coisas tem criado um grande desequilíbrio e um preço alto demais ao meio ambiente deste mundo.
Esta aquisição tem levado a poucos possuindo e controlando a maior parte da riqueza.
E quanto mais esse desequilíbrio torna-se mais distorcido, as chances de uma grande guerra e da reação destrutiva do meio ambiente causando doenças horríveis tornam-se mais prováveis.
Mas, se estivermos no caminho elevado, viveríamos na simplicidade.
Quantos casas um indivíduo tem necessidade para morar.
Quantas roupas precisamos ter para vestir.
Coisas, coisas e mais coisas.
Em pouco tempo elas serão donas da gente.
Nos preocupamos com essas coisas.
Nós as roubamos.
Vamos à guerra por elas.
Desperdiçamos nosso tempo guardando e as mantendo.
Ficamos aborrecidos com as coisas, descartamo-las, compramos coisas novas e repetimos o ciclo várias vezes.
Mas ainda ficamos solitários, insatisfeitos, agitados.
Dr. Bob: Então, no caminho mais elevado, o indivíduo desejaria poucas coisas e viveria simplesmente e ainda ficaria confortável.
Babaji: Sim.
O Buda certa vez disse que se você não consegue perceber em certos momentos, deixe sua casa e todas as suas coisas que jamais poderiam te tornar esclarecido.
Dr. Bob: Isso é porque nos apegamos a todos os nossos bagulhos, e aí não conseguimos libertar a mente para explorar os caminhos mais elevados.
Babaji: Exatamente.
No caminho elevado o indivíduo se apega a nada, mas existe uma conexão, uma conexão espiritual com o Eu Superior, que é parte de você, o verdadeiro você, aquele que observa o Universo, aquele é conectado ao Criador.
Agora, isso não significa que você deve desistir de suas coisas.
Isso significa que as coisas são coisas.
E no caminho mais elevado, o indivíduo não está ligado às coisas, mas apenas observa.
Dr. Bob: Observa?
Babaji: Sim, o verdadeiro Eu Superior é um observador que assiste, sem julgamento, sem pensamento.
Dr. Bob: Sem julgamento ou sem pensamento não podemos nos apegar às coisas ou ser condicionado por elas.
Babaji: Sim.
Apenas uma observação sem desejo.
E sem desejo o indivíduo pode viver na simplicidade.
Dr. Bob: Então, se a humanidade vivesse na simplicidade o meio ambiente iria ficar em equilíbrio, haveria comida suficiente e coisas para todos.
E não haveria motivo para guerra, fome ou pobreza.
Mas isso soa como um fantasia.
A civilização tem existido há cerca de 15 a 20 mil anos e nada mudou.
Só está piorando.
Babaji: Sim, mas o seu mundo está entrando num período de grandes mudanças destrutivas.
E se a simplicidade não estiver adequada, então a natureza vai fazer isso da maneira mais difícil, destruindo grande parte da humanidade.
Dr. Bob: E como isso vai acontecer?
Babaji: Haverá grandes mudanças em seu mundo.
A maior parte da humanidade será destruída pela doença desencadeada pelos recessos escondidos das massas de terra.
Outros enfrentarão o grande fogo interior.
Dr. Bob: Que tipo de doenças?
Babaji: Micróbios, tais como os vírus que normalmente vivem em áreas isoladas serão desencadeados quando o meio ambiente estiver esgotado.
Dr. Bob: E sobre a atividade econômica?
Babaji: Isso também está em estado grave de desequilíbrio.
Os poucos que detêm a maioria da riqueza estão agora escravizando os pobres, mais do que em qualquer outro momento na história.
Dr. Bob: O que você dizer Não há escravidão.
Babaji: Quando uma grande empresa paga um trabalhador 10 centavos por hora, alojando-o em um complexo de arame farpado que você jamais viveria, e aí vende pra vocês seus produtos acabados por muitas e muitas vezes o preço de custo, e então os poucos proprietários da empresa mantém o excesso de lucro, enquanto o trabalhador é mal pago e você paga caro.
Esta é a escravidão que vem da ganância.
Dr. Bob: Como isso nos afetará?
Babaji: Esta forma de ganância levará à guerra.
As massas se levantarão com paus e pedras e derrotarão os maiores exércitos.
E os consumidores, quando descobrirem isso, apoiarão os oprimidos ... mas cheguemos à última parte da minha mensagem.
Dr. Bob: E essa é ...
Babaji: Amor. Verdade, Simplicidade e Amor.
E Amor no caminho mais elevado é incondicional.
É como o Eu Superior que observa, sem pensamento, sem desejo, sem julgamento.
É Amor do Criador.
Repita"Om Namah Shivay" e você vai se conectar com o seu Eu Superior que é Deus.
Dr. Bob: Então Babaji, o caminho mais elevado consiste em viver na Verdade, na Simplicidade e no Amor. Certo?
Babaji: É a forma como estamos vivendo neste corpo neste mundo.
Existe também a meditação que é o cantar do mantra "Om Nama Shiva".
Dr. Bob: Mais uma vez para aqueles que estão lendo a transcrição, como é o mantra pronunciado?
Babaji: Como esta:"Ommmm Nahh-ma Xi-vai".
Dr. Bob: Ok. Agora Babaji, quanto tempo você tem estado por aí?
Babaji: Estou aqui desde o início dos tempos.
Dr. Bob: E onde está você?
Babaji: Eu às vezes crio um corpo para residir nele.
Em outros momentos, eu fico aqui para vos guiar.
É só dizer o meu nome e eu vos ouvirei.
Dr. Bob: Você está num corpo agora?
Babaji: Não, mas isso não é importante.
O importante é a minha mensagem de Verdade, de Simplicidade e de Amor e que eu estou aqui se precisarem de mim.
Esforcem-se a viver no caminho mais elevado.
Tornem-no o seu propósito servir aos outros.
É para isso que você está aqui neste mundo.
Esse é o propósito de estar num corpo...para servir.
Não é ganhar dinheiro, adquirir coisas, poder, conhecimento...é para servir.
Não importa qual é a sua capacidade, não importa qual a tarefa ou recurso...você tem um propósito aqui, para ser um ser humano, é estar a serviço, e seu caminho de vida está na Verdade, Simplicidade e Amor.
Dr. Bob: E sobre as grandes mudanças escuras de que você fala. Podemos detê-las, impedi-las, e salvar a humanidade?
Babaji: Essas mudanças, ou o que eu chamo de a Grande Revolução, já estão em movimento.
Elas ESTÃO vindo e estão em estágios iniciais do processo.
Vocês estão percebendo as mudanças no clima, nas condições mais extremas de temperatura, maiores tempestades e mais poderosas, mais ocorrências de atividade vulcânica e terremotos e mais extremos nas economias.
Vocês percebem as mudanças na percepção do tempo.
Tudo parece estar se acelerando.
Vocês veem seus relacionamentos mudando rapidamente.
Vocês estão agitados.
Você saem e mudam de emprego com frequência.
Vocês precisam de mais e mais, de mais e mais rápidas entradas múltiplas sensoriais.
Agora, essas mudanças estão aqui e aumentarão rapidamente e haverá muita destruição.
Isso não pode ser mudado através da tecnologia.
É um pouco tarde demais.
Mas há alguns que vão ter uma mente aberta.
E àqueles que seguem a minha mensagem, irão sobreviver a isso e irão continuar a servir e criar as mudanças maravilhosas de que eu também falo.
Dr. Bob: E o que pode ser maravilhoso depois de toda essa mudança destrutiva que você está prevendo?
Babaji: Depois da Grande Revolução, este mundo entrará numa idade de ouro.
O meio ambiente estará em equilíbrio e a humanidade terá mudado suas formas de vida baseada no caminho mais elevado.
Haverá uma tecnologia tremenda.
Ela vos levará às estrelas nesta galáxia e em outras galáxias além.
Vocês vão se tornar uma grande raça, criando vida em todo o universo.
E vocês vão se encontrar com seres sencientes de outras dimensões do espaço-tempo,
quando sua ciência romper o pano de fundo quântico, a base do ser de onde tudo vem, o HOLOCAMPO (HOLO FIELD).
Dr. Bob: Uau. E onde isso tudo nos levará?
Babaji: Vocês são os olhos e ouvidos do Universo.
Vocês são os observadores da criação e de sua miríade de coisas.
E, eventualmente,...isso leva de volta ao seu verdadeiro eu...ao Criador... quando irá começar um outro universo... mais e mais na dança do criador...
Lembrem-se, apenas chamem pelo meu nome eu vos ouvirei.
Se vocês estiverem abertos eu vos orientarei...repitam o meu mantra...vivam na verdade, na simplicidade e no amor...e lembrem-se que o seu propósito neste corpo, neste mundo, é servir...(silêncio).
Dr. Bob: Babaji. Você ainda está aqui? ..........
Eu acho que não.
Bem, isso certamente foi interessante e espero que você apareça de novo em breve.
Bem, até a próxima vez meus amigos, por favor, juntem-se a nós para mais uma edição do Pathways, onde iremos explorar as fronteiras da mente, do corpo e do espírito.
Até então ...
fiquem bem.
FIM DA ENTREVISTA
Material em inglês enviado por Rosa
Fonte:
Tradução para o português: Agaceene
Imagens elaboradas por Zulma Peixinho
***
Nota MM:
Aqui está uma coletânea de trechos das canalizações (telepatias cósmicas) do Autres Dimensions que falaram um pouco sobre a manifestação da Fonte na forma de Babaji:
Questão: qual diferença você faz entre a Fonte Pai/Mãe Una e Maria?
Será extremamente delicado explicar, com palavras, que não existe qualquer diferença entre Maria, a Criadora, e a Fonte Pai/Mãe Una.
Maria não é uma entidade feminina, no sentido que você entende.
Maria é andrógina, assim como os Arcanjos são andróginos.
Nós não conhecemos a dualidade dos sexos.
Nós somos o sexo, na totalidade, no sentido em que você entende, mas isto escapa a seu campo de compreensão e a seu campo mesmo de percepção.
Assim, por vezes eu expresso a noção de Fonte Pai/Mãe e por vezes eu exprimo a noção de Divina Maria Criadora.
Mas, trata-se em definitivo da mesma, não entidade, mas da mesma Consciência.
Por vezes ela se manifesta como entidade masculina, fazendo-se chamar Pai ou Babaji.
Entretanto, Maria jamais foi reencarnada, no sentido que você entende, e jamais tomou corpo desde sua Assunção.
Ela está presente nas dimensões unificadas.
Maria está presente na 18ª dimensão e da 11ª dimensão.
Ela fica perto do Sol, numa Embarcação de Luz, pronta a se manifestar e a recolhê-los e a acolhê-los.
Sua Presença se realiza, cada vez mais, para inúmeros seres humanos.
Existe, entretanto uma diferença entre a Presença de Maria e a Presença da Fonte Pai/Mãe Una.
Existe uma diferença de polaridade, como se você olhasse duas luzes ou um cristal, segundo duas faces diferentes.
Mas a realidade que está coberta é sensivelmente a mesma.
É mais fácil, entretanto, pela sua polaridade dual, devido a esta encarnação nesta dimensão, para vocês, estar em contato com a Fonte Una Mãe Maria, do que com a Fonte Pai Babaji.
Questão: você falou do Pai como Babaji e Omraam Mikhaël falou ultimamente do Pai como Abba. Abba Eli.
Trata-se exatamente da mesma entidade.
O Cristo na cruz disse «Eli Eli lama sabachtani». «Meu Pai, meu Pai, por que me abandonastes?».
O Pai, assim nomeado por Cristo, também traduzido Abba ou Babaji, na linguagem da Vibração original, corresponde à Vibração da Fonte.
Segundo as tradições e segundo as tomadas de forma que não passam pela encarnação, mas por um processo de Criação de um corpo adulto, o Pai pode tomar a forma que quiser, manifestar-se sob a forma que ele quiser.
Tanto como uma gota d’água em um planeta, como em um sistema solar ou no universo.
Em alguns casos, ele cria um corpo e se manifesta no Interior desse corpo.
Isto é difícil para vocês aceitarem, que a totalidade possa se reduzir a um corpo.
E, no entanto, isto é.
A Fonte é onipotente, onipresente e pode estar presente no grão de areia, como no Sol que explode em toda galáxia, do mesmo modo.
Ele é Consciência absoluta, pode decidir e criar uma forma e ali habitar durante certo tempo.
Este foi o caso, há algumas dezenas de anos, de um ser que vocês chamaram de Babaji Haidakhan.
Cristo, quando falou de seu Pai que o enviou, falou da mesma entidade, que se chamou em grego Abba e em aramaico também Abba.
"Se você tem necessidade de dar nome e forma ao que eu sou, você pode fazê-lo.
Se você tem necessidade de apresentação, eu fui aquele que se denominou e que percorreu este mundo, durante pouco tempo, como eu posso fazê-lo a cada vez, materializando um corpo, criando-o.
Eu fui Haidakhan Babaji.
Eu sou aquele que veio observar este Mundo antes que ele desaparecesse, antes que se crie a Verdade, antes que se revele a beleza de minha Criação e, especialmente, a sua.
Porque, sim, além de seus sofrimentos presentes neste Mundo, que eu mesmo tive que suportar a cada Presença por mais de quatorze anos, sem ser destruído e desagregado em meio a essa forma, então, sim, eu entendo e eu vejo seu sofrimento, mas este aqui não é nada em relação ao que vem.
Eu lhe peço então, se você o deseja, de vir a mim, como eu venho a você, e de liberar, em você, o que não é a Alegria, de deixar se desligar de você o que não é você a fim de encontrar as Moradas da Alegria".
Questão: quando um pensamento se apresenta, formular: «Pai, que sua Vontade seja feita» pode permitir transcender o ego?
É uma abordagem mental.
Há quantos Seres humanos que disseram sobre a Terra: «Pai, que sua Vontade se faça» e que fizeram apenas a própria vontade?
O abandono à Luz é fazer a Vontade do Pai.
Mas eu os lembro que o Cristo sobre a Cruz disse: "meu Pai, por que me abandonaste?".
A Verdade está aí: é a crucificação, é o momento em que você entrega, realmente e em Verdade, seu Espírito ao Pai.
Mas vocês podem repetir, repetir sem parar, durante milhões de anos: “Pai, que tua Vontade se faça”, e isso não se fará entretanto, pois se saberia, não é?
Ou isso se veria, em todo caso.
Desconfiem das crenças.
Eu creio que muitos Seres insistiram nisso.
“Não faça de minhas palavras uma religião”, disse o Cristo.
Coisa que se apressaram a fazer os humanos, como sempre.
Ao invés de viverem o Cristo, eles criaram algo para adorar.
Eu insisto: não há qualquer frase.
Vocês podem repetir os mantras de Babaji («Om Namashivaya»), durante milhares de anos,
vocês podem rezar durante horas e horas, não vão, entretanto, abrir o Coração.
O Coração se abre apenas pelo Abandono à Luz.
Anael os manteve muito, muito longamente nisso.
Não é por acaso se lhes falaram, há mais de um ano, para se prepararem ao que vem.
A Luz que vem é uma Vibração extremamente rápida.
Se vocês querem metabolizá-la, incorporá-la, vocês não podem resistir a ela.
Vocês podem apenas se abrir a ela, sem isso, ela os destruirá.
Quando digo os destruirá, ela destruirá suas ilusões.
Mas, destruir as ilusões faz muito mal.
Questão: você pode nomear os sábios da Índia que falaram desse estado?
Primeiro há o mais próximo de vocês, em termos temporais, que foi Sri Aurobindo, através do yoga integral.
Eu não falo de seus escritos eruditos, mas falo da obra desse yoga integral, através de alguns de seus escritos.
Em seguida há, é claro, todo o ensinamento chamado Kriya Yoga, de Babaji.
Há, em seguida, os yogas sutras de Pantajali, onde é retomado o conjunto de manifestações dos siddhis e dos nadas, ou seja, poderes da alma, traduzindo-se quando o estado Turiya se desperta.
Em seguida, foi formado certo número de escritos, progressivamente e à medida da experiência que viviam esses seres, mas, eu repito, aplicada ao nível mental.
Há muito numerosos seres, no Oriente como no Ocidente que descreveram o próprio estado em termos mentais, porque eles não tinham outras ferramentas à disposição para descrevê-lo.
Mas, eu repito, atenção à armadilha enorme.
Não é porque vocês aceitam o que está escrito e descrito que vocês vão vivê-lo.
Muitos seres, de fato, podem falar de Unidade e de Turiya, mas não vivem absolutamente Turiya.
Eles transformaram, portanto, a Unidade em um conceito mental.
Lembrem-se de que não pode haver Unidade sem Vibrações.
Isso é impossível nesse mundo.
Questão: chamar à Luz ou chamar a Babaji é a mesma coisa?
Chamar à Luz e a Babaji é a mesma coisa. A Fonte é Luz Vibral mas ela tem um conjunto de características bem mais importantes que a Luz Vibral.
Então, chamar a Babaji e chamar ao Pai, ou chamar à Fonte, é a mesma coisa.
Mas, chamar ao Espírito Santo, não é a mesma coisa. Chamar à Radiação do Ultravioleta, não é a mesma coisa. São partes constituintes.
Agora, o que acontece quando você sente a Fonte ou quando você chama Babaji?
Babaji é uma forma da Fonte que tomou forma, portanto que tem certo número de características históricas, vibratórias, ligadas a esta forma tomada, a esta materialização de um corpo com funções particulares.
O Babaji anterior, aquele que chegou no início do século XX, tinha, aí também, a energia da Fonte mas numa outra forma e portanto uma outra função.
A forma que é materializada pela Fonte, em função da época, está em relação com a problemática do momento. Portanto, há uma coloração diferente.
Mas o mais próximo de vocês, ao nível da forma, ou seja, algo que sua Consciência é capaz de assimilar, é que, nesse caso, há eventualmente uma representação que vai lhes permitir, mais facilmente, raciocinar, que a abstração total, para vocês, no momento, do que é a Fonte, ou seja, independente da forma.
Questão: podemos chamar da mesma maneira a Babaji para pedir ajuda para alguém?
É preferível não passar, a partir do momento em que tem acesso à vibração da Luz e à Luz Vibral, especificamente, por uma Vibração de forma, qualquer que seja. Por que? Porque você restringe as possibilidades de ação. É preciso que haja acordo Vibratório.
Com a forma à qual você pede algo (através de um Mestre ou através de qualquer coisa que esteve conscientizada em uma forma precisa, mesmo o Arcanjo Miguel por exemplo), é mais restritivo do que chamar, por exemplo, a Inteligência da Luz ou da Fonte sobre alguém.
Pedir, não chamar.
Pedir para.
Mas por que não?
Não há formalismo. Não tente encontrar formalismo e colocar em áreas formais os domínios da Luz, por favor.
Há bastante formalismo como esse, não é?
Vocês descobrirão os mundos além do formalismo.
Isso não quer dizer que não é estruturado, mas isso quer dizer que as liberdades são muito importantes.
Por exemplo, o Arcanjo Miguel, na 18ª dimensão, tem tal forma, mas ele pode se antromorfizar ele mesmo nas representações que vocês têm, ou ainda em outras formas. Por exemplo, transferir sua Consciência em um cometa. Um cometa não é Miguel. Ele tem a conscientização. Não é a mesma coisa. Então, não limitem.
Então, se querem, agora, vou simplesmente me retirar do canal e lhes digo até breve e lhes transmito todas minhas saudações, todas minhas bênçãos e todo meu Amor. Mantenham-se bem e divirtam-se, sobretudo.
Questão: quando os seres mudam de dimensão, isso pode refletir a vontade de viver uma experiência espiritual específica?
Sim. Completamente.
Do mesmo modo que, sobre a Terra, há os que querem ser os patrões.
Há os que são feitos para dirigir.
Há os que não são feitos para dirigir, mas que creem que eles vão dirigir.
No plano espiritual isso não existe, porque vocês são transparentes, quer dizer que as almas que são feitas para dirigir almas, elas vão dirigir almas.
Uma alma que é feita para explorar os encadeamentos da ciência vai subir muito rapidamente para além do antropomorfismo.
A evolução não é linear, é por isso que eu não posso lhes falar de escala de tempo.
Um exemplo que eu conheço bem é o intraterra.
Ao nível do intraterra há os guardiões das redes magnéticas.
Há seres ao mesmo tempo humanóides, mas também não humanoides, que se chamam os delfinoides.
Esses seres estão aí, em seu espaço de tempo linear, desde o reino dos Gigantes, ou seja, desde mais de 350.000 anos, mas eles não sentem passar o tempo do mesmo modo, porque eles estão na Luz.
Eles estão num corpo de 3ª dimensão unificada ao mesmo tempo estando, ao mesmo tempo, na 5ª dimensão.
O problema é que, em sua dimensão, vocês estão dissociados.
Vocês não têm conexão lúcida com os mundos multidimensionais.
Vocês descobrem isso desde pouco mais de 20 anos.
Lembrem-se, por exemplo, de Babaji, na Índia, que viveu experiências muito específicas de consciência, mas ele estava tão, como dizer..., desorientado por este estado, que ele foi obrigado a se retirar do mundo.
Por que?
Porque ele não podia exprimir através de seu corpo, através das palavras, através dos conceitos, através das emoções, através do mental, o que ele era.
E era a verdade.
Hoje, alguns entre vocês falam, por exemplo, dos triângulos.
Quem conhecia isso há 40 anos?
Portanto, vocês deram mesmo um passo de gigante em certo número de domínios.
O único domínio em que é preciso dar um passo de gigante, agora, é o que eu clamei deixar cair sua cabeça.
(Trilha sonora para a apresentação dos Slides)
Trechos da coletânea extraídos das mensagens do site
Traduzidas para o português por:
e
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