segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
SOBRE A FORMAÇÃO DAS NOSSAS IMAGENS MENTAIS
Toda personalidade, no curso de uma vida,
normalmente no início da infância, com freqüência até mesmo quando bebê, forma certas impressões devidas a influências do ambiente ou as experiências inesperadas e repentinas.
Tais impressões são geralmente baseadas em conclusões formadas pela personalidade.
Na maioria das vezes, elas são conclusões erradas.
Uma pessoa vê por um infortúnio, por uma agrura inevitável da vida, e então generaliza esses acontecimentos em convicções.
As conclusões formadas não se baseiam na reflexão:elas são mais da natureza de reações emocionais, atitudes gerais em relação à vida.
Elas não são completamente desprovidas de um certo tipo de lógica, mas esta é uma espécie muito limitada e errônea.
Com o passar dos anos essas conclusões descem mais e mais para o fundo do inconsciente,
moldando em certa medida a vida da pessoa em questão.
Nós chamamos cada uma dessas conclusões de imagem.
Você talvez diga que uma pessoa poderia também ter uma imagem positiva, saudável, gravada na alma.
Isso é verdadeiro apenas até certo ponto, porque onde não foi produzida uma imagem errada, todos os pensamentos e sentimentos estão em movimento, flutuando; eles são dinâmicos; são flexíveis.
Porque o Universo como um todo é invadido por um número de forças divinas e correntes de energia.
Os pensamentos, sentimentos e atitudes não ligados a uma imagem fluem em harmonia com essas forças e correntes divinas, adaptando-se espontaneamente à necessidade imediata e mudando de acordo com a necessidade de cada momento e situação.
Mas as formas de pensamentos e sentimentos que emanam das imagens são estáticas e congestionadas.
Elas não se submetem e mudam de acordo com as diferentes circunstâncias.
Assim, elas criam desordem.
As correntes puras que fluem através de uma alma humana são perturbadas e distorcidas.
Há um curto-circuito.
Essa é a maneira como nós o vemos.
O modo como você o vêem e sentem é através da infelicidade, da ansiedade e da perplexidade diante de muitos eventos aparentemente inexplicáveis.
Por exemplo, você percebe que não pode mudar o que quer mudar ou que certos acontecimentos na sua vida parecem repetir-se regularmente sem uma razão óbvia.
Esses são apenas dois exemplos; existem muitos outros.
As conclusões erradas que formam uma imagem são formadas pela ignorância e com o conhecimento parcial e, portanto, não podem permanecer na mente consciente.
À medida que a personalidade cresce, o novo conhecimento intelectual contradiz o velho “conhecimento” emocional.
Portanto, a pessoa enterra o conhecimento emocional, até que ele desaparece do campo de visão consciente.
Quanto mais este é escondido, mais forte ele se torna.
Com freqüência, você não compreende o que faz reter uma tal impressão, a partir da qual formou uma conclusão errônea; seu intelecto, sua mente como um todo, cresceu, foi modificado pelo que você aprendeu, pelo seu ambiente e pela experiência de vida, contudo, enquanto sua imagem permanece viva, você, num nível emocional mais profundo, não mudou.
Num certo momento de sua infância, você sofreu um choque.
Quando você pensa num choque, imagina logo uma experiência repentina com um impacto muito forte e inesperado, como um acidente.
Mas um choque pode também acontecer,
particularmente para uma criança, numa descoberta gradual de que as coisas são o contrário das expectativas mais queridas e acariciadas.
Por exemplo, uma criança vive com a idéia de que os pais são perfeitos e onipotentes.
Quando surge a percepção de que não é assim, ela vem como um choque, embora essa percepção possa vir como uma série de eventos até que a nova descoberta torne a sua impressão duradoura.
Quando uma criança descobre que os seus conceitos até então aceitos a respeito dos pais, ou do mundo como tal, não são verdadeiros, ela perde a segurança.
Ela fica assustada.
Ela não gosta da descoberta e irá, por um lado,
repelir esse conhecimento desagradável para o subconsciente porque se sente culpada e, por outro lado, construirá defesas contra essa “ameaça”.
Quer tenha ocorrido repentinamente ou numa conscientização lenta, essa ameaça é o choque ao qual nos referimos.
Todos vocês sabem que o choque causa entorpecimento.
O seu corpo, bem como os seus nervos e a sua mente, ficam entorpecidos a ponto de perder a memória temporariamente ou apresentar outros sintomas.
Assim a criança experimentará um choque porque os pais, o mundo, a vida, não são do modo que ela pensava que eram.
Embora a impressão que criou o choque possa ser objetivamente correta, ainda assim a dedução que e a criança é capaz de fazer fatalmente será incorreta.
Porque as crianças tendem a generalizar, elas projetam as suas próprias experiências sobre todas as outras alternativas.
Os pais de uma criança são o seu mundo, o seu universo, e portanto o que a criança conclui após o choque deve ser aplicado a todas as outras pessoas, à vida em geral.
Essa aplicação generalizada é a conclusão errônea que cria a imagem.
A imagem foi criada quando o mundo e os conceitos ordenados da criança foram destruídos.
As conclusões errôneas derivam, em primeiro lugar, da generalização.
A realidade é que nem todas as pessoas têm as mesmas limitações que os pais: nem todas as condições de vida são semelhantes àquelas que a criança descobre no seu próprio ambiente.
Em segundo lugar, o mecanismo de defesa que a criança escolhe com uma compreensão limitada do mundo é errado em si mesmo; e ele o é ainda mais quando aplicado a pessoas e situações outras que não aquelas do ambiente infantil.
Esse, é o modo como as imagens são criadas.
Mas você não se recordará espontaneamente das suas emoções, reações, intenções interiores e das suas conclusões.
Você não pode recordar-se delas porque sentiu a necessidade de esconder todo esse procedimento pela sua falta de lógica racional e também porque sentia vergonha pelo fato de seus pais não serem o que você pensava que eles deviam ser.
Na sua mente infantil você presumiu que o seu caso era singular.
Todo mundo tinha pais perfeitos, perfeitas condições familiares, e só você experimentava essa singularidade chocante que tinha que ser escondida de todos, até de você mesmo, bem como, é claro, dos seus pais e de outras pessoas próximas.
A vergonha originou-se da idéia equivocada de que o seu caso era único, e todo o processo emocional tinha que ser escondido por causa da vergonha.
Quando esses processos permanecem escondidos , parte da sua personalidade não pode crescer.
Se uma planta é deixada na terra com as suas raízes cortadas, ela não pode crescer.
O mesmo se dá com cada corrente ou tendência emocional.
Portanto, você não deve ficar surpreso ao descobrir que as suas imagens-conclusões não se conformam absolutamente à sua inteligência adulta.
Um bebê ou uma criança muito pequena conhece apenas as emoções mais primitivas:
Conhece o amor e o prazer, quando a sua vontade é satisfeita; conhece ódio, ressentimento e dor quando isso não acontece.
É simples assim.
Só mais tarde é que ela aprende a avaliar objetivamente, em vez de dar ouvidos à sua própria dor ou prazer.
Enquanto a sua imagem vive, você continua no procedimento infantil porque, neste aspecto, a sua mente permanece infantil, não importa o quanto o resto da sua personalidade tenha progredido e aprendido.
A sua personalidade desenvolvida é capaz de julgar de forma madura no nível intelectual e, em alguns casos nos quais nenhuma corrente ligada a imagens obstrui a sua percepção, até mesmo emocionalmente.
Porém, onde essa impressão chocante lenta ou repentina afetou a alma, não se assimila a experiência conscientemente e, portanto, a mente permanece infantil; ela permanece no estado em que estava quando as imagens-conclusões foram formadas e mandadas para o inconsciente.
Consequentemente, uma parte de um ser maduro,
em outros aspectos permanece imatura.
Na verdade, essa parte continua a fazer as mesmas deduções que a criança fez, de forma emocional e inconsciente, enquanto a imagem não é elevada para a consciência.
Por exemplo, imagine uma menininha que chora quando quer atenção; a mãe, porém, imagina que atender quando a criança chora vai “estragá-la”.
A criança aprende que a mãe não vem quando ela chora, mas que ela vem em outros momentos,
aparentemente não relacionados com o seu choro.
Portanto, é tirada a seguinte conclusão:
“Para ter a minha necessidade atendida , eu não devo mostrar que a tenho.”
Ora, com essa mãe em particular, não mostrar as necessidades pode realmente ser uma boa estratégia.
Mas quando a garotinha se torna uma mulher, é mais provável que essa estratégia produza o resultado oposto.
Uma vez que ninguém saberá que ela tem uma necessidade específica, ninguém dará a ela o que precisa.
Todavia, uma vez que ela é completamente ignorante da sua “imagem”, porque esta submergiu há muito tempo atrás no seu inconsciente, ela passará pela vida sem entender por que é tão frustrada.
Ela não sabe que age de tal forma que a vida parece confirmar a sua crença errônea.
SERÁ QUE EU TENHO UMA IMAGEM?
Como você pode estar certo que uma imagem assim existe no seu interior?
Uma indicação é que você não consegue superar certas falhas, não importa o quanto tente.
Por que as pessoas amam alguns dos seus defeitos?
Elas o fazem pela simples razão de que uma imagem faz com que certos defeitos pareçam uma maneira de proteger-se da dor.
Por exemplo, uma pessoa sabe que é preguiçosa:
mas ela pode não saber que a relutância de sair da cama e sair para o mundo é uma proteção erroneamente concebida contra a possibilidade de ser ferida.
“Se eu permanecer na cama, ninguém pode me ferir”, pode ser o raciocínio inconsciente.
Portanto, uma imagem está no fundo dessa atitude.
Outro sinal seguro da existência de uma imagem é a repetição de certos incidentes na vida de uma pessoa.
Uma imagem sempre forma um padrão de comportamento ou reação de uma maneira ou de outra; ela também atrai um padrão de ocorrências exteriores que parecem surgir sem que você faça nada para produzi-las.
Conscientemente, a pessoa pode desejar ardentemente algo que é exatamente o oposto da imagem, porém o desejo consciente é o mais fraco dos dois, uma vez que o inconsciente é sempre mais forte.
A mente inconsciente não percebe que ela impede a realização do mesmo desejo que a pessoa tem conscientemente mas não pode realizar, e que o preço por essa pseudo proteção inconsciente é a frustração do desejo legítimo.
É muito importante que isso seja compreendido.
É de igual importância entender que os eventos externos
– certas situações,certas pessoas
– podem ser atraídas como um ímã para uma pessoa por conta de imagens interiores como essas.
Isso pode ser difícil de perceber, mas é assim.
O único remédio consiste em descobrir qual a imagem, em que base ela está formada e quais foram as conclusões erradas.
Com freqüência vocês não percebem a repetição e o padrão nas suas vidas.
Vocês apenas passam por cima do óbvio.
Estão acostumados a presumir que certos eventos são coincidências, ou que algum destino os está testando arbitrariamente, ou que outras à sua volta são responsáveis pelos seus repetidos infortúnios.
Como conseqüência, você presta muito mais atenção às ligeiras variações de cada incidente do que ao seu caráter básico, e falham em notar o denominador comum de todos os acontecimentos devidos à sua imagem.
A maioria dos psicólogos descobriu esses padrões e conclusões errôneas.
O que eles em geral não sabem é que essas imagens raramente foram iniciadas nesta vida, não importa o quão cedo elas foram formadas.
Na maior parte do tempo uma imagem é muito antiga, sendo carregada de uma vida para outra.
É por isso que incidentes que não formarão imagens em uma criança ou em uma pessoa que está livre desse conflito em particular colaborará para formar uma imagem em alguém que trouxe essa imagem para esta vida.
Quando existem imagens de vidas anteriores, a encarnação ocorre num ambiente que deve criar provocações às imagens presentes, talvez por meio de imagens correntes semelhantes nos pais ou em outras pessoas que cercam quando ela se torna um problema é que a pessoa vai prestar-lhe atenção, em lugar de desviar o olhar.
Se a imagem é ignorada, as circunstâncias ficarão muito mais difíceis na próxima vida na Terra, até que os conflitos se tornem tão avassaladores que fatores externos não mais possam ser considerados culpados.
Então a pessoa começa a voltar-se para dentro.
A única solução é tornar conscientes as imagens.
Nós lhe damos pistas de como começar , mas você não será capaz de colocá-las em prática completamente sozinho.
Vai precisar de ajuda.
Mas, se existir seriedade no seu desejo de encontrar e dissolver as imagens na sua alma,
mais ajuda e orientação irão chegar e você será conduzido à pessoa adequada, com a qual poderá formar uma organização cooperativa de trabalho.
Para fazê-lo, precisará, entre outras coisas , de humildade, essencial para o seu desenvolvimento espiritual.
A pessoa que está continuamente relutando em trabalhar com outra tem necessariamente falta de humildade, mesmo que seja apenas nesse aspecto específico.
COMO PROCURAR IMAGENS
Então, como é possível localizar as suas imagens pessoais?
Você não o fará trabalhando nos sintomas,
quaisquer que possam ser, antes porém trabalhando com os sintomas.
Esses sintomas são a sua incapacidade para superar certas falhas e atitudes; a sua falta de controle sobre certos eventos da sua vida que se repetem e criam um padrão; os seus medos e resistências em ocasiões específicas, para citar apenas alguns.
Quanto mais você tenta eliminar os sintomas sem que tenha compreendido suas raízes e origem,
mais vai exaurir em esforços inúteis.
Os sintomas são uma parte do preço que você paga por suas conclusões interiores errôneas e ignorantes.
Comece a busca das imagens recapitulando a sua vida para localizar todos os problemas.
Anote-os.
Inclua problemas de todos os tipos.
Você precisa se dar ao trabalho de descrever tudo concisamente, preto no branco, pois se apenas pensar a respeito, não terá a visão geral necessária para comparação.
Esse trabalho escrito é essencial.
Certamente que não é pedir demais.
Você não tem que fazê-lo todo em um único dia;
faça com calma mesmo que leve alguns meses.
É melhor ir devagar do que simplesmente não começar.
Então, quando você tiver pensado em todos os seus problemas, grandes e pequenos, mesmo os mais desprovidos de sentido, os mais insignificantes, comece a procurar pelo denominador comum.
Você vai constatar, na maioria dos casos, a existência de um denominador comum, às vezes mais de um.
Nós não dizemos que uma dificuldade não possa ocorrer apenas uma vez na sua vida, independente de qualquer imagem interior.
Isso é possível.
Esse fato também se baseia em causa e efeito,
com tudo no Universo, mas pode não estar ligado à sua imagem.
Seja, porém, cauteloso.
Não ponha uma ocorrência de lado superficialmente,considerando-a sem conexão com a sua imagem pessoal simplesmente porque assim lhe parece à primeira vista.
É bem possível, e até provável, que não existam esses acontecimentos na sua vida.
Todas as experiências desagradáveis são provavelmente devido à sua imagem e relacionadas com ela, mesmo que de alguma maneira remota.
O denominador comum pode não ser fácil de achar.
Só depois que você tiver compreendido as suas imagens é que estará em posição de julgar quais de suas experiências, se alguma, tem algo a ver com ele.
Até então você deve manter esse julgamento em reserva, por assim dizer.
Medite, investigue a si mesmo com sinceridade,
verificando suas reações emocionais no passado e no presente, e com a ajuda da prece, depois de uma longa e árdua busca, você irá descobrir qual é o denominador comum.
Não descarte algo apressadamente por não lhe parecer relacionado com o resto.
Sonde, e você talvez tenha uma surpresa.
Os eventos aparentemente mais díspares terminam por ter um denominador comum.
Quando você o tiver encontrado, terá dado um importante passo à frente na sua busca porque então possuirá um indício que o conduz à sua imagem.
Para chegar à imagem em si, a todos os caminhos tortuosos através dos quais ela foi formada e à compreensão da sua reação quando você a formou , será necessário explorar o seu inconsciente de forma mais completa.
OS BENEFÍCIOS DA DISSOLUÇÃO DAS IMAGENS
Não se deixe dissuadir por sua própria resistência interna, pois esta é tão errônea, ignorante e míope quanto a própria imagem.
A força que faz com que você resista é exatamente a mesma que criou a imagem, logo de início; sem que você o saiba, ela criou e continuará a criar infelicidade em sua vida e vai contrariar os seus desejos conscientes.
Na verdade, ela faz com que você perca, ou nunca obtenha, aquilo que podia ser seu por direito.
Portanto, tenha sabedoria o bastante para ver através disso e para avaliar a sua própria resistência pelo que ela realmente vale.
Não se deixe governar por ela.
Como você pode ser uma pessoa espiritualizada,
uma pessoa desenvolvida e desprendida no bom sentido, se continua sendo governada pelas suas forças inconscientes e por aquelas conclusões ilógicas, errôneas e ignorantes que formaram uma imagem tão dolorosa no seu interior?
A imagem é o fator responsável por toda a infelicidade.
Ninguém mais é responsável por ela, senão vocês mesmo.
É verdade que você não sabia de nada antes , mas agora sabe.
Você está agora equipado para eliminar a fonte da sua infelicidade; e, por favor, não diga:
“Como posso ser responsável por outras pessoas agirem de uma certa maneira, repetidamente, em relação a mim?”
Como nós dissemos antes, é a sua imagem que atrai esses acontecimentos em sua direção, de forma tão inevitável como a noite segue o dia nesta Terra.
É como um ímã, como uma lei química, como a Lei da Gravidade.
Os componentes da sua reação que formam a imagem influenciam as correntes universais que penetram a sua esfera pessoal de vida de maneira tal qual certos efeitos devem ocorrer, de acordo com a causa que desse modo você pôs em ação.
Se não tem a coragem de escavar o seu inconsciente, de encarar a sua imagem, dissolvê-la e assim fazer de si mesmo uma nova pessoa, você nunca será livre nesta vida; estará sempre acorrentado e amarrado.
O preço da liberdade é a sua coragem e a sua humildade em encarar o que está por dentro.
Quando tiver dado todos os passos necessários,a vitória da liberdade é um prazer tão grande que,
não importa o que aconteça fora de você, nada pode empanar a sua felicidade.
Ademais, você pode ter a certeza de que as imagens que não forem dissolvidas nesta vida terão de ser dissolvidas numa vida futura.
Isso não dever ser tomado como uma ameaça; é apenas uma conseqüência lógica.
E como pode ser uma ameaça algo que deve libertá-lo das suas cadeias?
O quanto antes você descobrir as suas imagens de livre e espontânea vontade, mais fácil será a sua libertação.
Você pode seguramente acreditar nisso.
Achar, compreender e dissolver uma imagem é um longo processo.
Mesmo depois que você a tenha compreendido, a reeducação das correntes e reações emocionais,
que foram condicionadas numa direção por um longo período, leva tempo, exige esforço e paciência.
Você pode revoltar-se contra a infelicidade, porém quando perceber que a causa não é o Criador nem o destino, mas você mesmo , sua revolta pode virar-se na sua própria direção e então você vai ficar impaciente consigo mesmo.
Com essas correntes, você jamais será bem-sucedido em localizar e dissolver a sua imagem;
você tem que estar em um estado mental descontraído, e esse estado só pode ser conseguido quando você entende e aceita a longa duração da busca.
Enquanto estiver buscando a imagem, não aborde o seu subconsciente com uma atitude moralista.
Ele não gosta disso e irá resistir.
Ele lutará contra você e tornará mais difícil um acordo com a sua consciência volitiva.
Comece por pensar nas suas feridas, conflitos e problemas.
Considere as suas atitudes incorretas como ignorância e erro.
Na verdade, todas as faltas o são!
Comece pensando sobre as suas idiossincrasias,
seus preconceitos, suas emoções tensas em certos campos da vida.
Pense em como você reage emocionalmente a certas coisas e em quando e como essas reações se repetem como um padrão ao longo da vida.
Comece com uma visão dos seus desapontamentos, que aparentemente nada tem a ver com as suas ações ou reações.
Depois, quando reconhecer um certo padrão regular, você será capaz de ver a conexão com a sua atitude interior, que pode até então ter escapado à sua consciência.
Para nós, meditação, ou prece profunda, ou pensamento profundo, significa tomar tudo o que você descobriu acerca dessas reações reprimidas ou ocultas
– quer digam respeito à tendência que você encontra repetidamente, quer você se depare com reações muito diferentes daquelas reações externas que já conhece
– e refletir sobre o seu significado, sua importância , seu efeito sobre você e sobre os outros.
Compare-se com a Lei Espiritual tal como você a conhece agora.
Pense a respeito disso, tanto do ponto de vista espiritual quanto do ponto de vista prático.
Trabalhe com esse conhecimento recém-descoberto sentindo-o e experimentando-o novamente.
Então pense outra vez sobre ele tão objetivamente quanto o sabe fazer agora.
Então pense outra vez sobre ele tão objetivamente quanto o sabe fazer agora.
Simplesmente mude o seu pensamento para um nível mais profundo e o aplique ao conhecimento novo que você obteve, tanto aos reconhecimentos aparentemente repetidos quanto aos chocantemente novos e diferentes.
Não deixe essa nova compreensão de lado, senão você pode resvalar de volta para o mesmo velho padrão.
Você pode facilmente enganar-se e pensar que,
somente porque descobriu uma informação e significativa sobre a sua alma, nada mais é necessário.
Você pode ter o conhecimento teórico e ainda assim continuar reagindo da mesma velha maneira.
Não é suficiente compreender interiormente suas tendências e reações ocultas e parar por aí.
O trabalho só começa depois desse reconhecimento.
E essa é a meditação em profundidade, no nível emocional profundo que você descobriu.
Caso negligencie essa meditação, você pode reter o que encontrou, mas gradualmente ele vai ficar mais remoto, uma mera informação teórica no seu cérebro, enquanto por debaixo você continua reagindo como antes.
Nesse caso você não terá obtido sucesso em integrar e unificar as suas reações emocionais erradas e conclusões errôneas com o seu conhecimento intelectual.
As emoções dependem mais do hábito do que as tendências exteriores.
Além do mais, elas são tão enganadoras que, a despeito dos seus esforços, os seus velhos padrões podem simplesmente continuar agindo sem que você tome consciência desse fato.
Você está acostumado a empurrar o conhecimento desagradável para o subconsciente, e não pode perder esse hábito de um dia para o outro.
É preciso uma grande quantidade de treino, de concentração e esforço.
Novos padrões de hábitos têm que ser estabelecidos até que você reconheça os sinais das tendências que devem ser tornadas conscientes.
Você tem que desenvolver uma sensibilidade especial para isso
– e , é claro , leva tempo.
VERGONHA
Tudo o que tem ligação com as imagens interiores errôneas causa à pessoa uma forte vergonha.
A atitude ou conclusão em questão pode nem mesmo ser vergonhosa objetivamente falando.
Talvez não houvesse nenhuma razão para vergonha, caso ela estivesse à luz do dia; você não sentiria que ela merecesse essa reação, se a encontrasse em outras pessoas.
Depois de ter a coragem de trazê-la à luz, você experimentará por si mesmo como esse sentimento de embaraço e vergonha desaparece por completo.
Mas, antes dessa exposição, enquanto você ainda está lutando com ela, você sentirá a vergonha com muita força.
Você pode ter um defeito que é muito mais embaraçoso, mas, tendo-o descoberto há muito tempo atrás, você o aceitou, chegou a um acordo com ele e portanto não se sente mais envergonhado, podendo, talvez, até mesmo ser capaz de discuti-lo abertamente com outras pessoas.
Contudo, algo que é um defeito muito menor causa-lhe profunda vergonha, enquanto você não entra em acordo com ele.
Digamos que você descubra que foi fortemente influenciado por um dos seus pais e é muito dependente dele.
Isso por si só não é motivo para se envergonhar;
isso é algo que se discute geralmente todos os dias.
Mas você tinha estado inconsciente disso até agora, ignorava o quanto e de que maneira foi influenciado e o quanto permanece dependente de emoções semelhantes.
Porém, quando você se depara pela primeira vez com essa idéia, ela causa um sentimento de agudo embaraço.
Essa é uma típica reação ligada a uma imagem.
E se você a antecipar, novamente tornará as coisas mais fáceis para si mesmo.
Você não estará sob a impressão emocional,
subjetiva, de que está sozinho no mundo ou que só você tem tais sentimentos, pois é nisso que as suas emoções acreditam e é por isso que você se sente tão envergonhado.
Essa crença é um sinal do sentimento de separação que você sofre em tais momentos.
Mas se você se der conta de que todo mundo está passando por essa reação, de que ela é um sintoma a ser esperado, será capaz de contrabalançar a sua impressão emocional subjetiva e falaciosa, não lhe dando atenção em vez de continuar se deixando governar por ela.
Só assim você pode libertar-se da muralha de separação que o fecha na escuridão, na solidão e no medo, na culpa e na falsa vergonha.
Só você pode evoluir como uma pessoa livre, com a cabeça erguida, em vez de ser governado e suprimido pelas suas impressões erradas e pela falsa vergonha.
É preciso apenas um momento de coragem para atravessar aquilo que parece tão vergonhoso e para encarar-se como realmente é.
Você não descobrirá que viveu em um mundo fantasmagórico de medos e vergonhas que absolutamente não é real.
Com muita freqüência, a vergonha não surge porque de repente você descobriu algo de muito maldoso ou horroroso.
Não!
Você pode ficar muito mais envergonhado por algo simplesmente tolo.
Se você entender que, quando formou a imagem, o raciocínio que agora o faz se envergonhar estava de acordo com a sua capacidade de pensamento e raciocínio, você só é tolo relativamente.
E você, ser humano inteligente que é, não pode reconciliar-se com o fato de que uma reação tão “boba” ainda vive no seu íntimo.
Você está agora no ponto em que realmente reconhece que essa foi a sua dedução, a sua conclusão durante anos até o presente, e agora fica bastante embaraçado em ver que isso era parte da sua mente, da sua “mente subterrânea”,
mas ainda assim da sua mente , da sua reação.
Será mais fácil para você aceitar isso se considerar que nesse aspecto você continuou sendo uma criança, porque deixou todo o processo de raciocínio na escuridão da mente subconsciente.
Também é de grande ajuda perceber que não existe ninguém que você possa citar entre todos que conhece que não possua as suas próprias imagens, e, portanto, incongruências semelhantes.
Se você conversasse com uma criança de , digamos, quatro ou dez anos, você não ficaria surpreso em encontrar esse raciocínio.
Aperceba-se disso e você vai superar o constrangimento.
Antes que você possa mudar o que quer que seja,
você precisa entender o que em você mesmo causa todo esse sofrimento.
Só então, lentamente, de forma gradual, você será capaz de reeducar as suas emoções, dissolver as suas imagens e criar na sua alma formas novas e produtivas que correspondam à Lei Divina.
SHAUMBRA e NAMASTÊ !!!
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