Eu tomei o
exemplo – há algum tempo – da cebola, com suas diferentes camadas.
Uma camada
está em um lugar, ela pode ter consciência de outros lugares, ou seja, das
outras camadas, mas ela pode, também, extrair-se de todas as camadas e
constatar que a cebola não existe.
***
Como você pode
ter resistências se você mesmo determina que as resistências vêm da personalidade?
Elas lhe
pertencem?
Resposta
Não.
Então,
efetivamente, isso não tem qualquer importância.
***
Há um estado a
atingir?
Absolutamente, não.
***
Cabe a você saber onde se situa sua Liberdade, onde
se situa sua sede de experiência, em suma, onde você considera estar em seu
caminho e sobre seu caminho.
Até o
momento em que seu ponto de vista o fizer dizer que não há caminho e que sua
Essência sempre esteve aí.
***
Só a
personalidade tem necessidade de um testemunho.
A alma tem
necessidade de um observador.
Mas,
quando não há mais testemunha, nem observador, nem identidade, nem
identificação possível, então, você ali está.
***
A redução
da consciência é um jogo.
Esse jogo
é, por vezes, patético e terrível, porque há identidade a uma forma e uma forma
– por definição, limitada – desemboca, inevitavelmente, no sofrimento de seu
próprio fim como forma ou saco de comida.
Em suma, o
que é experiência e experimentação, com outro olhar, torna-se absurdo.
Quando
você desemboca nessa absurdidade, nesse «por que se preocupar»
(sem renegar, mas refutando isso como
ilusório, então), essa
estase leva-o a ser o que você É, ou seja, Absoluto.
***
Apreenda,
efetivamente, que é, sempre, a consciência e a experiência que querem definir
uma localização, um sujeito, um objeto, uma cena de teatro, mas, para além da
consciência, não há nem cena de teatro, nem espectador, nem ator, nem mesmo
teatro.
***
A
evidência é tudo, exceto uma compreensão.
Enquanto
há vontade de compreensão ou compreensão, você se afasta.
A
evidência é evidência: ela não é compreensão.
Tudo o que
é compreensão – quer passe pela razão, quer passe pela experiência
– é apenas um afastamento do que você É.
***
A
exteriorização em uma forma (tanto a sua como de qualquer outro), confinada ou não confinada, prende-o,
por si mesma, pela existência dessa forma, uma vez que há identidade,
identificação ao que você criou.
Mas essa
criação não existe.
Enquanto
seu olhar é oriundo dessa forma e, portanto, desse confinamento, você está
limitado pela própria forma.
Mas não
creia que é renegando essa forma que você vai dela sair.
O
princípio da refutação não é isso.
Assim,
portanto, a partir do instante em que você aceitar que não pode compreender,
que não pode experimentar o Absoluto, você aceitará que você O É, de toda a
eternidade, de toda forma, de toda Dimensão, de todo tempo e de todo espaço.
Isso lhe
aparecerá, naquele momento, tão evidente, que você poderá rir de si e de todas
essas formas e de todas essas ilusões, mas não antes.
***
Aceite,
portanto, que nada, jamais, mudou, e veja-o, claramente.
Você não é
aquela que anda em um caminho, você não é aquela que quer dar meia-volta.
Isso, são
apenas as gesticulações do efêmero, do ilusório.
Você É o
que jamais se moveu, você É o meio da roda, o centro do centro, em todos os pontos.
Aceite o
que você É e não terá necessidade nem de avançar, nem de recuar, nem de dar
meia-volta, porque você jamais se moveu.
***
Onde você se
coloca?
Onde você se
situa?
Você é esse
saco?
Você é essa
consciência?
Você é essa
experiência?
Coloque-se
a boa questão.
***
Parece-me
que, a vocês, no Ocidente, o CRISTO havia dito que você podia ter todas as explicações,
o conhecimento de todos os mistérios, manifestar todos os carismas, produzir
todos os milagres, se lhe faltasse o Amor, isso para nada servia.
Mas não o
amor no sentido em que o humano entenderia e quereria, mas o Amor no sentido
Absoluto, o que porta, suporta e transporta a Luz, tanto Vibral como física.
***
Enquanto
você crê que compreender vai levá-lo ao Absoluto, você nada compreendeu.
***
Quando
tudo o que é conhecido desaparece, então, vocês são o que vocês São.
***
A
ignorância É Absoluto. «Felizes os simples de espírito»
***
O ego quer
brincar de procurar a Luz, o ego quer brincar de percorrer um caminho.
Lembrem-se
de que o Absoluto jamais se moveu.
***
Porque o
mental pode apenas apoiar-se em suposições falsas.
Se vocês
põem fim a essas suposições falsas, o mental não pode mais apoiar-se em nada.
Aí está o
princípio da refutação.
BIDI -
Enquanto você crê que compreender vai levá-lo ao Absoluto, você nada
compreendeu [15/08/2012]
Quanto
mais vocês penetrarem a Humildade verdadeira, e o Amor (que, eu os lembro, não é simplesmente servir o que quer que seja ou
quem quer que seja, nem dar todos os seus bens, mas Ser Amor), a partir deste momento, vocês o são,
Absoluto.
É o que eu
nomeei o Abandono do Si.
***
Eu sempre
disse a vocês que, no Absoluto, todo conhecimento deste mundo encarnado é
ignorância.
É por isso
que o Absoluto não pode ser conhecido.
Reconhecer
isso é a maior das sabedorias e necessita uma grande humildade.
***
Quando
todo o conhecido é refutado, então o Absoluto está aí.
***
A razão e
a compreensão, assim como o conhecimento, estritamente nada permitem a vocês.
***
Quando a
refutação for levada e conduzida ao seu término, nenhuma afirmação é
necessária, nem mesmo indispensável, nem mesmo desejável.
Já que não
estando mais no palco do teatro, não sendo mais o espectador, não sendo mais
uma das cascas ou das camadas da cebola, vocês não tem mais necessidade de
afirmar o que quer que seja.
Nem de
demonstrar o que quer que seja.
***
O Fogo do
Céu faz emergir uma forma de reconexão e uma forma de re-identificação com a
Fonte, dando-lhes a certeza da natureza do seu “Eu Sou”, que é Luz.
O Absoluto
pode decorrer (ou não) daí.
Mas o Fogo
do Céu, ele próprio, desencadeia apenas o que vocês são e não o Absoluto.
Para
aquele que está no terror, o Fogo do Céu será um terror.
Aquele que
é o “Eu Sou”, o Fogo do Céu irá completar o “Eu Sou” na Infinita Presença (e,
em certos casos, no Absoluto).
Lembrem-se
de que o Absoluto não é nem um objetivo, nem um destino, mas, sim, a sua
natureza.
***
O processo
não visa fazê-los focar a atenção ou a sua consciência (aquela do Eu ou aquela do Si) nos elementos da sua vida, mas no próprio
princípio: todos os medos, não o medo disso ou daquilo, porque vocês arriscam
manter uma identificação.
Refutar o
medo basta a ele mesmo.
Vocês não
são o medo: o medo é uma secreção do caso de comida, mantido pelos pensamentos.
Nada mais.
***
Como o que não existe poderia afetar o que
vocês São?
O que é
afetado é o Eu e o Si.
Nada mais.
BIDI - Desaparecer da personalidade e se
descobrir Absoluto [23/08/2012]
Porque o
que sustenta toda a busca e toda a ilusão de um caminho – espiritual ou outro – é, sempre, desencadeado, estimulado pelo medo.
O medo é o
que congela.
O medo é,
muito exatamente, o que evita e o que o impede de viver o Centro e, sobretudo
o centro do Centro, presente em cada ponto.
***
O medo,
dito em outros termos, mantém o teatro, mantém uma história sem fim, que os faz
participar da própria ilusão desse mundo.
Sem medo é
extremamente simples: não haveria mundo, no sentido em que vocês o percebem, no
sentido em que o vivem, como única realidade possível.
***
Se vocês
dão corpo aos seus medos, se os aceitam, se os vivem (tanto no saco mental como no saco de comida), esse medo é o que lhes venda o Amor
e a Luz.
Todo medo
é, enfim, apenas o reflexo da falta de Amor e de Luz.
O medo não
é, unicamente, uma Sombra, não é, unicamente, o que incomoda ou fere,
mas é, bem
mais, um princípio constitutivo da Ilusão e do efêmero.
***
Nenhuma
estratégia de evasão pode transcender e refutar o medo: apenas no modo de ver,
de aceitar seus medos, ou seja, de aceitar vê-los.
Nenhuma
explicação, mesmo do seu histórico, apresenta o mínimo interesse, porque vocês
não podem, no Conhecido, opor-se ao que os mantêm no confinamento.
***
Crer,
supor ou aderir ao fato de que essa é a única realidade (quaisquer que sejam os
sistemas de conhecimento que vocês levem a efeito, quaisquer que sejam suas
percepções que vocês afinam), são, em última análise, apenas ilusões.
Reconhecer
isso é reconhecer que nenhum conhecimento pode superar qualquer ilusão.
***
Aquele que
é Absoluto é, portanto, um Jnani, ou seja, um Liberado Vivente.
Ele não
recusa a vida desse corpo.
Ele não
recusa a vida da personalidade, mas o seu ponto de vista não é mais o mesmo.
O que quer
que se torne esse saco, o que quer que se torne esse mundo, o que quer que se
tornem os pensamentos, o que quer que se tornem as relações e as interações,
aquele que é Absoluto é a Verdade.
***
Aquele que é Absoluto é ignorante de todo
conhecimento.
***
Porque o
Coração não tem necessidade da cabeça.
Porque o
Coração é a evidência final que os devolvem à Verdade da Imortalidade, além de
toda consciência, de toda forma, de todo papel ou de toda atribuição a uma
função além da forma.
***
O
silêncio, o sono são, se pudesse exprimir-me assim, o melhor dos yogas, porque
vocês não dão tomada a nada: nem à vontade de viver experiências, nem a uma
vontade de meditação, nem a uma vontade de ação, nem ao que quer que seja que
tenha uma tradução e uma aplicação no efêmero.
***
Não se
esqueçam, jamais, de que é sempre o mental, os pensamentos e a alma que os
levam a sempre mais projeção, ideal de Amor e de Luz, mas que não podem, em
última análise, jamais estar totalmente presentes, enquanto isso permanecer
inscrito em um ideal ou uma projeção de Amor e de Luz.
***
Aquele que
é Absoluto é Amor, além de qualquer contingência, de qualquer referência, de
qualquer confinamento e de qualquer ilusão.
***
Quando
vocês descobrem o seu status, que é Absoluto, vocês não têm mais necessidade de
projetar o que quer que seja (nem ideal, nem Amor, nem Luz, nem o que quer que
seja), porque se tornaram a Fonte de si mesmos, que se situa bem além desse
saco, bem além de suas interações, bem além da sua vida aqui, sobre a Terra.
***
O Absoluto
não pode, em caso algum, ser uma projeção do que quer que seja, porque esse
centro do Centro, mesmo se haja movimento da Vida, sempre esteve aí, em todos
os pontos e, portanto, imóvel.
***
Não há
lugar algum para onde ir.
Todo
movimento de um ponto a outro da consciência mantém a ilusão.
***
...
enquanto encarar que deve avançar para um objetivo, você faz apenas afastar-se
do seu próprio objetivo, porque não há objetivo.
***
O que você
fará da sua Kundalini, quando esse corpo não existir mais?
O que você
fará do Fogo do Coração, quando esse corpo tiver desaparecido?
É preciso
ir ao coração do Coração.
Não é mais
nem o Fogo do Coração, nem a Coroa Radiante do Coração, nem as Três Lareiras,
nem mesmo o Canal do Éter, nem mesmo o Manto Azul da Graça: é além.
***
A ilusão
apenas deve ser Vista.
Lutar com
uma ilusão faz apenas reforçá-la.
***
Como eu
disse, o Absoluto não é uma busca, e ele não pode ser uma busca.
Enquanto
vocês buscarem, enquanto procurarem, vocês estão na ilusão, porque toda busca,
mesmo a mais louvável, mesmo a mais honrosa é apenas um medo da morte e uma
busca – em outro lugar que não aí onde ela está – da imortalidade.
***
O Absoluto
com forma pode, de maneira não hierarquizada, passar anos em Maha Samadhi ou em
Shantinilaya, como exercer as atividades as mais frustrantes e as mais
degradantes para a personalidade.
Em um caso
como no outro, o Absoluto não pode ser afetado, porque não há diferença entre
Shantinilaya e limpar banheiros: a consciência não está mais nem nos banheiros,
nem em Shantinilaya.
Vocês são
tributários do olhar, porque fazem uma diferença entre limpar os banheiros e
viver a Paz Suprema.
***
É a ilusão
suprema crer que um sistema de conhecimentos ou de experiências vai levá-los ao
Final.
Vocês não
podem ser levados ou conduzidos ao Final por quem quer que seja, nem mesmo por
si mesmos, porque é, justamente, esse si mesmo que desaparece, quando o
Absoluto está aí.
***
E a única
Verdade, que não sofre exceção, é a Liberdade de cada um, de ir para onde
quiser, de pensar como quiser, de crer no que ele quiser, de agir e de
interagir em todas as outras ilusões.
BIDI - O medo dá a você a ilusão de ser esse
saco de comida [28/08/2012]
O Absoluto
não conhece qualquer confinamento em qualquer história que seja.
***
Você
poderia ler todos os livros de história do mundo, que isso não o faria mover-se
uma vírgula da personalidade.
***
Eu jamais
escondi de vocês que, qualquer que seja o sistema de conhecimento que vocês
procurem, toda essa busca é apenas uma vaidade, e mostra, simplesmente, sua
ignorância para Ser a Verdade.
É uma fuga
à frente, uma fuga de si, uma fuga do Absoluto.
***
A
falsificação diz respeito à precipitação da alma e às circunstâncias do que
alguns ignorantes chamaram a Queda.
Mas qual
queda?
O que é que
cai?
Como o que
jamais se moveu e não se moverá, jamais, pode cair em algum lugar?
***
Por que
limitar-se a amar seus filhos?
Vocês são,
todos, os filhos, uns dos outros.
Vocês são,
todos, os pais, uns dos outros.
***
Não é
pedido para rejeitar quem quer que seja, mas, por que fazer uma diferença entre
um filho que vocês fizeram e
todas as outras crianças?
Onde está o
Amor?
Enquanto
vocês permanecem nesse ponto de vista, não pretendam viver o Amor.
***
Quanto
mais vocês soltam em sua própria vida, mais a Luz agirá.
São vocês
que fazem obstáculo, pelos comportamentos, pelos prejulgamentos, pelos
pensamentos todos feitos, pelos apegos.
***
Eu não
posso mostrar-lhes qualquer caminho porque, assim que há um caminho, assim que
vocês creem percorrer um caminho, não são mais o que vocês São, vocês estão em
uma projeção.
***
Vocês
estão em um sonho coletivo, e vocês criaram regras, e nós todos criamos regras
nesse sonho coletivo.
Mas
nenhuma regra pode depender do Absoluto.
O Absoluto
não é uma regra.
***
Vocês têm,
sempre, necessidade de crer que é necessário ter uma Terra, um Planeta, que é
necessário ter um corpo, que é necessário ter um Sol, que é necessário ter um
guia, um Mestre, um pai, uma mãe, um filho.
Mas
deem-se conta desse condicionamento.
Deem-se
conta disso.
E vocês
reclamam a Liberdade.
Olhem,
objetivamente.
***
Você quer
mudar as regras da personalidade, enquanto eu lhe digo, sem parar, para mudar
de ponto de vista. Ninguém lhes diz para fazer isso ou aquilo, exceto mudar de
ponto de vista.
Não é
porque você priva esse saco de comida ou esse saco mental de nutrir-se ou de
uma relação que você vai ser Absoluto.
***
Como vocês
querem ser Absolutos ou como querem viver esse Desconhecido (porque vocês não o conhecem), levando o que quer que seja que lhes é conhecido, uma vez que tudo o que lhes é conhecido é
efêmero?
***
Mas a Luz
é Inteligência, Total, Absoluta, Instantânea, sem tempo, sem futuro e sem
passado.
***
O Absoluto
é Ilimitado, como a Luz.
Vocês não
têm necessidade de sentido na Luz, porque a Luz É o sentido.
Vocês não
têm necessidade de apêndices: vocês não têm necessidade de mãos nem de cérebro.
***
A que vocês
dão corpo?
A qual desejo
vocês sucumbem?
Com o que
vocês se envolvem?
Olhem.
Ousem
olhar-se.
Sem
julgar-se, sem condenar.
Como vocês
podem julgar ou condenar o que não existe?
É absurdo.
BIDI - O Absoluto É o que vocês São [05/09/2012]
Dirija-se
ao seu ego e pergunte-lhe como ele pode ser capaz de manter-se além do Efêmero.
Qual é a
persistência dele para além do que é chamada a morte?
O que resta
dele?
Fazê-lo
capitular não é renegá-lo.
O
princípio da refutação, nesse caso, aplica-se exclusivamente à noção de
Efêmero. Qualquer que seja o ego, qualquer que seja sua potência, qualquer que
seja o saco de comida, qualquer que seja o mental, ele desaparecerá, a um dado
momento.
***
Não mais
aderir ao efêmero, não é rejeitá-lo: nada há a rejeitar.
A
refutação não é uma rejeição, mas uma compreensão – real, total,
inevitável
– da diferença entre o efêmero e o Eterno.
***
Vocês
devem, como foi dito, estar desapegados do próprio fruto de suas ações. Isso
não quer dizer não mais agir, mas estar lúcido nessa ação.
***
Como foi
dito, aquilo a que vocês se têm, tem a vocês, qualquer que seja aquilo a que
vocês se têm. Isto faz apenas ilustrar o princípio da lei de Atração e de
Ressonância.
Como vocês
podem ser Livres tendo-se ao que quer que seja?
Isso não
quer dizer tudo dar.
Isso não
quer dizer desembaraçar-se de tudo ao que vocês se têm, mas, efetivamente, não
mais ali ter-se.
***
Não lhes é
pedido, no princípio da refutação ou do esquecimento, para fazer desaparecer
tudo o que está sob seus olhos, mas, efetivamente, estar lúcido do que os tem,
e que de fato, vocês creem ter.
Aí está a
grande diferença.
O ego vai
crer que é preciso mudar de profissão, abandonar toda atividade.
Jamais foi
dito isso.
Isso é o
ego que os faz crer.
Vocês
devem estar desapegados do fruto de suas ações, quaisquer que sejam, porque eu
os lembro de que há o que foi nomeado uma Inteligência da Luz.
***
Enquanto
vocês creem que estão em um caminho, vocês se enganam a si mesmos.
Crer que
há um caminho é, já, pôr uma distância, é inscrever um objetivo no efêmero de
sua vida.
O que
vocês São não tem necessidade de objetivo, não tem necessidade de caminho,
mas tem,
simplesmente, necessidade de ser reconhecido.
Aí está a
refutação.
Jamais
lhes foi pedido – exceto por seu ego – para abandonar quem quer que fosse ou o
que quer que fosse, mais que não vocês mesmos.
É isso que
permite a Infinita Presença e desembaraçar-se de tudo o que é ilusório e
efêmero, como elemento que os mantêm na ilusão.
***
Como podem
vocês reivindicar uma Liberação qualquer, em relação à abertura do que quer que
seja, uma vez que
vocês estão além do fechamento e da abertura?
É o ponto
de vista que é preciso mudar.
Sair de si
mesmo não é recusar a vida, mas é compreender e apreender o sentido do efêmero.
Quando a
consciência desaparece, quando esse corpo desaparece, quando esse saco mental desaparece, será
que vocês desaparecem?
A questão
principal está aí.
O que é que
desaparece e o que é que resta?
Coloquem-se
a questão.
Uma coisa
é certa, é que quando vocês dormem ou quando morrem, o mundo desaparece,
totalmente, para vocês.
***
A Vida
agirá sempre melhor do que o ego: é uma característica fundamental.
***
Enquanto
vocês se sentem implicados, vocês se colocam, irremediavelmente, do lado do
efêmero.
O
Observador não é, absolutamente, implicado pela direção de um resultado.
Ele grava
simplesmente, como a câmera, o que se desenrola.
Será que o
funcionamento da câmera é afetado pelo cenário?
Felizmente
não.
E vocês,
como Observadores, se são afetados pelo resultado, vocês não são Livres.
A câmera
filma, sem perguntar-lhes sua opinião.
O
Observador olha.
Colocar-se
ao nível do Observador é, já, sair da Ação/Reação, da Dualidade e não mais
estar submisso ao que quer que seja da relação a esse mundo.
***
Querer
apropriar-se do que você É, é impossível.
Querer
compreender o que você É, é ainda mais impossível.
***
O Absoluto
não é nem agradável, nem desagradável: é a essência da Verdade.
***
Mas toda
vontade de ação contra a ilusão mantém a ilusão.
É por isso
que não pode haver qualquer caminho.
A própria
concepção de um caminho é uma ilusão.
***
Vocês não
podem, de maneira alguma, representar o Absoluto.
Enquanto
existe uma vontade de representação, de comparação, de identidade ou de
identificação, vocês se enganam a si mesmos.
***
No
Absoluto você pode ser toda forma, toda Dimensão, todo espaço, todo tempo, toda
representação, toda projeção, sem, no entanto, ser nenhuma.
***
Enquanto
seu ponto de vista é centrado em uma forma, em um tempo, em um espaço, em um
destino, em uma história, em uma percepção, há trapaça.
Nenhuma
Verdade pode existir aí.
E eu
entendo por Verdade o que não é afetado nem por um tempo, nem por um espaço,
nem por
uma ideia, nem por um conceito, nem por uma percepção: por qualquer sentido e
por qualquer consciência.
***
O Absoluto
É a Eternidade.
A Fonte
não é a Eternidade, uma vez que ela parte de um ponto, ela se nomeia: a Fonte.
Todos os
processos, espaciais e temporais, que vocês vivem (sejam as Vibrações, seja a percepção do que vocês nomeiam o Canal
Mariano), têm apenas
um único objetivo: é de fazer cessar toda distância e toda separação.
Aí está a
Eternidade.
A
Eternidade não repousa em nada de efêmero, em qualquer movimento, nem em um
finito, nem em um infinito, mas em um indefinido.
Não é a
mesma coisa.
Porque
assim que há definido, finito ou indefinido, definição, há a separação.
BIDI - Perguntas & Respostas [17/09/2012]
O Absoluto
não é um objetivo.
Ele é o
que vocês São, que jamais se moveu, que está presente em todo ponto e em todo
centro, que jamais se manifestou, que jamais se identificou, nem mesmo
projetou.
O único
obstáculo para o Absoluto é vocês mesmos, através da identidade, através da
projeção, através de um ideal.
***
A evolução
diz respeito apenas à pessoa e à personalidade, mas, jamais, a personalidade
encontrará saída enquanto ela existe.
***
É preciso ser Nada para ser Tudo:
Nada aqui,
insignificante, no sentido, não de uma desvalorização, mas de uma clara
consciência da ilusão e do efêmero.
A
Dissolução, de seu ponto de vista e de onde você está é, necessariamente, o
fato de ser Nada.
Você é
Nada, a partir do instante em que tenha rejeitado, como desprovido de sentido,
tudo o que
é ilusório, tudo o que faz apenas passar.
Um
pensamento passa.
Você não é
seus pensamentos.
Sua vida,
mesmo, passa.
Você não é
sua vida.
Assim,
portanto, o mecanismo da Dissolução é bem mais do que a ausência de separação (como isso é vivido na Fusão), mas bem mais, um mecanismo que eu qualificaria de
aceitação, pós-refutação da ilusão.
***
Enquanto
vocês se creem tributários de qualquer limite, vocês o são, porque ser
tributário de um limite mostra que a consciência está nesses limites.
Mas, como
vocês sabem, existe uma consciência não limitada.
É a
primeira etapa, mas isso não é tudo.
BIDI - Perguntas & Respostas [29/09/2012]
Aquele que
superou as emoções não é insensível, mas olha, simplesmente, as emoções nascer
e desaparecer, sem retê-las, de modo algum, sem ser afetado por elas, de modo
algum.
***
A
investigação sobre quem você É, puxar à consciência os primeiros momentos de
Unidade na pequena infância são, efetivamente, mais importantes do que qualquer
meditação.
A
meditação, no fim de certo tempo, ou do hábito de prática, torna-se, sempre, um
narcisismo exagerado: a necessidade de contemplar-se nessa Paz.
É a Ilusão
espiritual.
***
Questão: é preciso tudo abandonar para
reencontrar o Absoluto?
Quem disse
abandonar quem quer que seja, exceto o Si?
O problema
é um problema de ponto de vista e de identidade, assim como de identificação.
Assim que
o ponto de vista muda, assim que você não é mais identificado ao que quer que
seja, então, o Absoluto está aí.
Mas você
não pode bater-se contra o «eu», nem mesmo considerar combater o Si.
O Si
desaparece pelo Abandono de toda reivindicação e de toda justificação.
Esse
corpo, esse mental, essas emoções são efêmeros: deixe-os viver, eles nada lhe
pediram.
Isso não
corresponde, verdadeiramente, a tudo abandonar.
Abandonar-se
não é abandonar coisas exteriores.
***
Só o
narcisismo de apego a uma identidade, a uma evolução espiritual – que é uma
trapaça – é o freio o mais potente ao que vocês São.
A
Perfeição não é amanhã.
A
Perfeição não é ontem.
A
Perfeição nada tem a ver com esse mundo.
***
É muito
simples: a consciência é ávida de percepções, de experiências, de identidade,
de união, de Unidade, como de divisão e de separação.
O que você
É é independente do jogo da consciência.
Se, a um
dado momento, a consciência desaparece, não há mais identidade, mais pessoa,
mais ator, mais espectador.
É isso que
você É.
***
Querer
encontrar um sentido às palavras que nós lhes damos, uns e outros
– em
Assembleia ou não –, para
fazê-lo colar à sua própria vivência ou à sua própria compreensão não o fará
mover-se um milímetro.
Ali mesmo
é o mental, que tem necessidade de tranquilizar-se com o conhecido, com um
ponto de comparação.
Enquanto
você compara, é o mental que elabora estratégias.
É isso que
é preciso ver Claramente.
Tudo o que
você pode dizer, tudo o que você pode comparar não é Absoluto.
***
Acolher a
Luz, aceitar a Luz não é a prova de que vocês se tornaram Luz.
BIDI - Perguntas & Respostas [05/10/2012]
Eu os
lembro de que o Absoluto não pode, de forma alguma, ser qualificado porque,
assim que houver qualificação, emoção, definição, sentido, há projeção, há
consciência.
E enquanto
a consciência estiver presente, qualquer que seja, ainda uma vez (separada ou Unificada), isso estritamente nada muda no problema da própria
consciência.
***
É sempre o
ego que aspira a ser Liberado.
Vocês,
vocês não têm que Ser Liberados, a partir do momento em que vocês saírem do
jogo da consciência.
Porque
dizer “Ser Liberados” é, então, admitir que vocês não sejam Livres.
***
Eu
distingui Absoluto com forma, de Absoluto sem forma, por razões didáticas
Mas aquele
que descobre o que ele É, de toda Eternidade, não é mais afetado por este
corpo, por qualquer interação deste mundo, mesmo se ele puder ali jogar.
Mas ele
está consciente de que é um jogo, de que isso não é a Verdade.
Ele não está
mais submisso nem à sua própria forma, nem à sua própria consciência.
BIDI - Perguntas & Respostas [14/10/2012]
Não se
esqueçam de que o Amor que vocês nomeiam Vibral, não se dirige aos sentimentos
humanos e, ainda menos, à pessoa, mas ao que se tem por trás da pessoa.
***
Qualificar
o Amor (através de uma voz, através de uma
atitude, através de uma sedução),
é próprio
das pessoas.
Superar a
pessoa é não mais jogar esses jogos.
Enquanto
você está sujeito ou submisso a qualquer reatividade, o que se exprimirá será
sempre a pessoa.
***
Toda
pessoa terá, sempre, razão em face de mim.
Porque eu
me dirijo ao que há por trás da pessoa, ou à frente.
***
O Absoluto
é sua natureza, bem antes da encarnação, bem antes da falsificação, bem antes
dos jogos da sombra e da Luz.
Enquanto
você considera que o Absoluto é uma passagem, uma continuidade, um contrato, ou
algo que dependa de outra coisa, você se engana.
É sempre a
pessoa (instalada mesmo no Si), que o faz crer que o Absoluto seja um objetivo,
que haja uma distância, que haja algo, ao longe, a obter.
Você não
pode obter o que você É.
Só o ego o
faz crer nisso.
***
A Porta
Estreita (que está em ressonância para vocês,
segundo os ensinamentos dos Anciãos), corresponde, como eles disseram, à Crucificação e
à Ressurreição: é a última etapa, é a Infinita Presença, é a Última Passagem.
Depois,
unicamente abandonando o próprio resultado dessa Ressurreição, você é Absoluto.
***
Mas o
Absoluto não é um estado.
Enquanto
você considera que é um estado, que você pensa atingir, isso não pode ser.
Eu
qualifiquei, efetivamente, o Absoluto de Estado além de todo estado.
Ele não é,
portanto, um estado: é sua natureza.
É o que
você sempre foi, o que sempre será, com consciência, sem consciência, com
corpo, sem corpo.
***
Crer que
porque você vai compreender algo do Absoluto permitirá ali chegar, é um engano,
total.
***
Algumas
Estrelas evocaram o que foi nomeado: tensão para o Abandono.
Mas a
tensão para o Abandono não é o Abandono.
É o
momento em que a consciência considera que não há outra saída que não a de
sacrificar-se a si mesma.
É por isso
que o Absoluto que você É, é uma maturidade, e não uma maturação.
É o
momento em que sobrevém o medo de desaparecer, que é preciso ousar desaparecer.
Mas sua consciência não pode desaparecer por si mesma, nem pela vontade, nem
por qualquer experiência que seja.
BIDI -
Perguntas & Respostas [19/10/2012] - [Clique aqui]
Questão: quando temos um encargo de responsabilidades espirituais e materiais,
devemos deixá-los ir para viver os últimos sobressaltos da vida sensual desse
mundo carbonado (com o risco de esquecer-se do que nos consagramos ao longo de
nossa vida) ou, efetivamente, essas últimas provas estão aí para permitir-nos
vê-las, para melhor superá-las?
Sua
questão é múltipla.
Considerar
que haja o que quer que seja para lembrar-se concernente à sua vida, recorre,
portanto, a um processo de memória ou de lembrança.
Nem a
memória, nem qualquer lembrança, diz respeito ao que você É.
O que
apareceu um dia e o que desaparecerá um dia (e
que você chama sua pessoa, sua vida), está inscrito, necessariamente, em um efêmero.
De outro
lado, o que você nomeia «prova», o que você nomeia «responsabilidade» diz
respeito, justamente, apenas a esse efêmero e absolutamente a nada mais.
Só a
personalidade coloca-se entre um inicio e um fim, que corresponde ao
aparecimento e ao desaparecimento da vida, na consciência.
A noção de
prova, a noção de responsabilidade diz respeito apenas a esse saco de comida e
a esse saco mental e, em caso algum, ao que você É.
Reagir ou
não reagir concernirá, sempre, ao desenrolar do efêmero.
Eu o
convido, portanto, a considerar que o conjunto de proposições dizem respeito
apenas ao que é efêmero e, portanto, dizem respeito apenas à pessoa em uma
crença numa evolução, em uma crença em provas, em uma crença na perenidade da
memória ou de uma lembrança.
Você nada
É de tudo isso.
Assim, não
se coloque a questão de agir ou de não agir, mas, efetivamente, de olhar agir
ou não agir.
Porque
você não é implicado pelo agir ou o não agir.
Enquanto
há implicação, através de um efêmero, não pode haver Absoluto.
***
A
consciência apoia-se na memória, apoia-se na antecipação, mas memória e
antecipação pertencerão, sempre, à ação/reação, à dualidade e, portanto, ao
efêmero.
Você não
pode apoiar-se em qualquer memória, qualquer antecedente, assim como qualquer
projeção, para ser o que você É.
Isso muda
o ponto de vista, muda o olhar e coloca-o, de maneira irremediável, no que você
É, e não no que você crê, e não como resultado de uma memória, ou antecipação
de uma projeção.
***
Enquanto
você mantém (pela pessoa ou a consciência) a ilusão de uma memória, de um
progresso, de uma evolução, de uma transformação, você se inscreve a si mesmo,
no efêmero, o que você não É.
***
Constatar
a Unidade, viver a Unidade, é um estado da consciência.
Ser
Absoluto é ser além de todo estado e, sobretudo, não uma consciência.
O Absoluto
vive-se após a Dissolução ou durante a Dissolução.
A Unidade
vive-se como Comunhão de consciência, de Si a Si, ou de qualquer Si a outro Si.
A
consciência é experiência.
O Absoluto
não é implicado por qualquer experiência, qualquer contemplação.
A
consciência não pode apreender-se do Absoluto.
É o
Absoluto que contém a consciência.
***
Questão: dizer-se “que a
Liberação seja feita” pode ajudar-nos a sair dessa ilusão?
A partir
do instante em que você pronuncia essa frase, você considera, portanto, que
você não é Liberado.
Você põe,
portanto, uma distância com o que você É.
Como,
colocando, de imediato, uma distância com o que você É, você pode esperar encontrar o que você É?
Você
inscreve, através dessa frase, o Absoluto, como um objetivo, como uma busca,
como uma falta.
É um erro.
***
Questão: você nos repete que nada há a fazer, mas nós vivemos, ainda, sobre esta
Terra, na qual se é, portanto, obrigado a fazer coisas, ao mesmo tempo sabendo
que é a ilusão.
Mas eu jamais disse para nada fazer.
«Ficar Tranquilo» diz respeito à consciência.
Eu mesmo
especifiquei que tudo o que havia a fazer, por esse saco, era para fazer.
O Absoluto
não é ser preguiçoso.
O Absoluto
consiste em mudar de olhar, de ponto de vista, e de consciência.
Eu jamais
disse que não seria preciso fazer o que havia a fazer por esse saco, bem ao
contrário.
A pessoa
entende sempre o que ela quer.
Eu jamais
disse isso.
Ninguém
jamais disse isso.
Havia sido
especificado, por alguns Anciãos, há alguns anos, que havia circunstâncias de
vida a mudar para liberar a liberdade.
Mas
ninguém jamais disse (e eu ainda menos) que era preciso nada fazer.
Quando eu
digo «nada façam» eu não falo de atividades da pessoa, eu me dirijo ao que
vocês São.
Em que um
Absoluto com forma deve recusar a encarnação?
A recusa é
uma oposição da consciência, e em nada diz respeito ao Absoluto.
O que você
É não se importa com o que se faz, de como você o faz, ou como você o realiza.
As
obrigações dizem respeito à pessoa, mas não ao que você É.
Crer que
sua pessoa, extraindo-se das obrigações, vai encontrar o Absoluto, é um erro.
A pessoa
não pode compreender o Absoluto, você é a prova disso.
Ela
interpreta os dizeres de acordo com o seu ponto de vista, ou seja, a própria
pessoa.
Enquanto
você raciocina assim, e age assim, isso mostra que você não está «Tranquilo».
***
O Absoluto
não se importa com seu grau de atividade ou de inatividade.
***
Realizar o
Abandono do Si não é uma Realização: é uma Liberação.
Não é um
objetivo a cumprir, é, bem ao contrário, algo a soltar.
Mas esse
algo a soltar não deve ser confundido com o fato de nada mais fazer.
A
consciência é o que segura.
A
a-consciência é o que soltou.
O que quer
que vocês segurem (com a consciência, com as ideias, com as crenças, com as
memórias, com as projeções), enquanto vocês seguram o que quer que seja disso,
vocês não são Livres.
Aquele que
é Livre não apagou suas memórias: elas continuam aí, mas elas não o afetam
mais.
A pessoa
como a Consciência, o ego como a Consciência Unificada, estão sempre na busca
de uma experiência, de um objetivo.
Nenhum
objetivo e nenhuma experiência relevam do Absoluto.
***
Questão: que fazer, esperando o fim?
Eu empurro mais longe seu raciocínio.
Assim que
você está na idade de conceber que você é uma pessoa (após três, quatro anos), você sabe, intimamente, naquele momento, que o que
apareceu nessa forma (esse corpo, esse campo de consciência) tem um fim.
Será que,
contudo, você decide, a partir da idade de quatro anos, nada fazer?
O
sentimento de um fim, se ele deve conduzir a um desinteresse, não o leva a
lugar algum, porque se tratará, sempre, de uma fuga.
Aquele que
é Absoluto não é implicado nem pelo início, nem pelo fim (de si mesmo, como do mundo).
Não há
qualquer atitude mental satisfatória para o Absoluto porque, se você se diz que
em tantas semanas é o fim, e você espera esse fim, você se engana.
Olhe: geralmente, quando se anuncia a um saco de comida que ele vai partir de
uma doença grave, o que é que acontece?
Geralmente,
essas pessoas estão mais vivas do que antes.
Elas
degustam cada minuto, cada dia e cada hora.
É
independente da atividade ou da não atividade.
É, eu
diria, uma atmosfera Interior.
É como se,
sabendo que você é uma pessoa (com quatro, cinco anos) que acabará um dia, você se
dissesse:
«esse dia, sendo inevitável, para que serve
deixar viver esse saco?».
Ora, a
recusa da ilusão mantém a ilusão.
Do mesmo
modo, toda expectativa (mesmo justificada, mesmo real) de um evento real, testemunha o que
você é.
A
expectativa põe uma distância com o que você É.
Esperar
que o fim do que quer que seja permitirá a você ser Absoluto, é um erro.
O fim do
que quer que seja lembra-o, simplesmente, o que você É, para além da pessoa.
Isso se chama
a Liberação.
Aquele que
é Absoluto é Liberado Vivo.
Ele não
tem necessidade de esperar um eventual, ou um real, fim, do que quer que seja,
para Ser isso.
Vigiem
para jamais colocar-se, a si mesmos, em um sentimento de expectativa porque o
sentimento de expectativa (como de espera ou de esperança) põe uma distância.
Há uma
armadilha.
Como foi
dito, vivam cada minuto, aí onde vocês estão, plenamente, inteiramente, como se
fosse o último, porque de qualquer modo, aparecendo em uma pessoa, há a certeza
e a inevitabilidade, do fim dessa pessoa.
***
Nada pode
afastá-lo, nada pode aproximá-lo. (do
Absoluto)
Há apenas
circunstâncias que reforçam a ilusão, que a mantém, que a arrasta.
E há
circunstâncias que Liberam disso.
Mas as
circunstâncias são Interiores: elas não dizem respeito à cessação de uma
atividade ou de uma responsabilidade.
BIDI - Perguntas & Respostas [28/10/2012]
Mas atenção,
eu jamais pedi para crerem em mim.
Vocês
estariam no erro.
Mas, em
contrapartida, o que eu disse (quer vocês tenham lido ou escutado), é que isso,
para
vocês, representa uma chance ou uma infelicidade, nada mudará.
Quer dizer
que, no momento vindo, quer vocês tenham compreendido, quer vocês tenham
aceitado a possibilidade de que isso seja a estrita Verdade, ou que vocês nada
compreenderam do que eu disse, do que leram, tudo isso permanecerá gravado, em
vocês, no momento vindo.
Toda a
diferença está aí.
E é minha
conclusão: aquele que deixa esse mundo será confrontado, é claro, a uma nova
realidade.
Aquele que
refuta essa nova realidade, como sendo outra camada da cebola e não uma
finalidade verificará, por ele mesmo, o que ele É.
Mas aquele
que não tem a mesma ocasião, em sua consciência, de pôr em dúvida o que é
visto, o que é percebido, será tributário do que é visto e do que é percebido.
Portanto,
quer vocês tenham me compreendido ou rejeitado, não tem qualquer espécie de
importância.
Alguns,
entre vocês, tornaram-se, de imediato, Absoluto.
Outros se
erigem em oposição, pela razão e pelas crenças.
Pouco
importa.
Vocês
verão, efetivamente, no momento vindo.
***
O Absoluto
não é implicado nem pelo tempo, nem pelo espaço.
Portanto,
ele não está em lugar algum, nem por toda a parte.
Eu diria
melhor: in-delimitado ou indefinido porque, se você propõe que é ilimitado, já,
você concebe que há um limite possível (possivelmente, um limite) e isso o
remete, ao seu modo de apreender, com sua consciência, as coisas.
***
Então, BIDI pode apenas repetir-lhes sua
conclusão que ele já deu: não se coloquem a questão de saber se o que eu disse
é verdadeiro ou falso porque, em caso algum isso diz respeito à sua
consciência.
Lembrem-se
de que, estritamente, nada há a compreender e de que quanto menos vocês
compreendem, mais a consciência afrouxa-se.
E quanto
mais a consciência afrouxa-se, mas há a faculdade de fazer aparecer o
observador e, sobretudo, viver quem se tem atrás do observador: o que vocês
São, sem forma, sem atribuição, sem objetivo, sem finalidade, mas a Morada da
Paz Suprema.
O que
vocês querem ser mais, ao mesmo tempo sabendo que vocês podem ser qualquer
forma em qualquer consciência que seja, em qualquer mundo que seja, exceto aí onde vocês Estão?
Mantenha
simplesmente em sua consciência (se
vocês não são Absoluto), que em
definitivo, vocês o São.
Não
aportem a isso o peso de qualquer crença ou de qualquer certeza, e vocês verão,
por si mesmos que, a um dado momento, ao fim desse saco, isso voltará a vocês.
Olhem,
sobretudo, nos países ocidentais: o único modo que vocês tinham, era de seguir
regras, leis ou crenças, espirituais ou sociais.
Falavam-lhes,
então, de paraíso, de inferno e, portanto, de uma continuação da consciência: é
exatamente o que acontece.
Mas será que a
continuação da consciência é suficiente?
Será que vocês
se contentam com isso?
Em definitivo,
qual é o objetivo da consciência?
Ela tem uma
finalidade?
Ela tem uma
origem e um fim?
Exceto
indo verificá-lo por vocês mesmos, vocês não têm qualquer meio de sabê-lo.
Vocês
podem apenas crer nisso, supor ou comparar ao que vocês vivem, em consciência,
no mundo no qual vocês estão.
Ora,
nenhum elemento desse mundo, nenhum elemento de suas intuições, nenhum elemento
de suas percepções ou de suas Vibrações, permitir-lhes-á Ser Absoluto. Ora, é o
que vocês São, desde sempre, antes mesmo que a consciência existisse.
Não se
coloquem a questão de elucidar o que eu lhes disse porquê: ou vocês o vivem, ou
vocês não o vivem.
Simplesmente:
como a consciência é ligada à memória (qualquer que seja, quer seja a
experiência em sua vida, aqui, ou outra memória que vocês nomeiam akáshika,
pouco importa), no momento vindo, isso voltará a vocês. Mas, enquanto não
existia testemunho que lhes coloca a questão do Absoluto, ou que afirma o Absoluto, em que isso
lhes concernia?
Exceto em
algumas tradições, algumas faixas de alguns movimentos e alguns seres que ali
tiveram acesso, o que resta?
Os
testemunhos do Absoluto, por aqueles que o são (porque
o olhar mudou, o ponto de vista mudou), não estão aí para provar-lhes o que quer que seja,
nem demonstrar-lhes o que quer que seja.
Mas
simplesmente para deixar o traço que eu lhes expliquei.
Esse traço
basta-se por si mesmo porque, a um dado momento, a consciência (em face do novo, em face de uma mudança de quadro ou de limite) colocar-se-á a questão do
in-delimitado, do indefinido.
Simplesmente,
porque essas palavras foram pronunciadas.
Aí estão,
portanto, o sentido e o objetivo de nossas conversas.
Jamais foi
o de alimentar o mental.
O
princípio da investigação e da refutação (que
eu lhes dei, no início),
simplesmente, permitiu-lhes perceber, concretamente, tocar com o dedo e com o
espírito, o que é efêmero e que diz respeito à integralidade desse mundo.
É isso que
é importante.
É isso que
voltará, no momento vindo.
É por
isso, também, que eu insisti no fato de jamais considerar o Absoluto como um
objetivo ou uma finalidade: o que ele não é.
São,
portanto (de algum modo), contra definições que, pelo
absurdo, farão, em um primeiro tempo, na encarnação, derrapar, de algum modo, o
mental e, do outro lado (quando o saco não estiver mais), desencadear o estímulo necessário da
consciência.
Então Bidi vai saudá-los.
Eu diria,
de meu ponto de vista: ...
BIDI - Perguntas & Respostas [03/11/2012]
Trechos
extraídos das mensagens do site francês Autres Dimensions:
Traduzidas do
francês para o português por:
Seleção e
edição: Elizabeth
Rodrigues
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