QUARTA-FEIRA, 23 DE
JANEIRO DE 2013
Historias de Maldek – Sharmarie de Marte
Parte
II
SHARMARIE de MARTE – Parte II - Historias de MALDEK e o
sistema solar
Traduzido
do Livro “THROUGH ALIEN EYES – Através de Olhos
Alienígenas”, escrito por Wesley
H. Bateman, Telepata da
FEDERAÇÃO GALÁCTICA, páginas 9 a 35.
“Por
trás do véu de caos existe ainda outro e outro desse tipo.
Seja
sincero, não lisonjeie e nem amaldiçoe falsamente o divino, e posso, então,
garantir-lhes
que uma vez na vida lhes será oferecida uma
oportunidade de saber tudo o que existe para saber e, assim, trazer a vocês a
paz espiritual.
Se
vocês estiverem desconfortáveis dentro da vestimenta de peregrinação (como
a maior parte de sua raça), tenham paciência e esperem, pois foi profetizado:
os grandes mistérios serão revelados a todos no dia em que o sumo sacerdote de
Ra aparecerá ao meio-dia e gritará:”
“Venham todos, aprendam e conheçam, pois ÍSIS
está sem véu”
-Eu
Sou Benagabra
de
Delment.
Tradução e imagens: Thoth3126@gmail.com
OS SENHORES DE PLANEJAMENTO das Casas de Comércio
Continua a narrativa de Sharmarie, o marciano:
Essa sala de conselho
estava preenchida, na sua maioria, por homens e mulheres chamado por Rayatis
Cre’ator de seus Senhores de Planejamento.
Esse corpo de
idealizadores, ou conselheiros, cresceu com o passar dos anos até lotar um
auditório e então atingiu números que atualmente ultrapassam minha capacidade
de compreensão.
Originalmente, os Senhores do
Planejamento eram mais ou menos
trinta.
As reuniões se
prolongavam por dias, sendo interrompidas somente quando Cre’ator fazia uma
pausa.
Muitas vezes, visitantes
importantes compareciam a essas reuniões diárias; entre eles estavam Carlus
Domphey, Trare Vonner (cunhado de Cre’ator) e Adolfro Blaclotter, bem como outro
dignitários.
Vonner e Domphey
estavam no mesmo negócio interestelar lucrativo de Cre’ator e a princípio,
foram considerados concorrentes cordiais
Essas relações
tornaram-se muito hostis em certo período, até que a formação da FEDERAÇÃO de Mundos restaurou a paz (sob ameaça do uso da
força e outros métodos de persuasão) uma paz duradoura entre eles, que perdura até hoje.
A Senhora Cre’ator
nunca comparecia às reuniões do conselho, mas sua filha sim, às vezes
acompanhada de seu meio-irmão Dray-Fost, cujos cabelos negríssimos e olhos
negros (características
físicas de sua mãe de outro planeta) faziam com que se destacasse em meio aos nodianos de cabelos brancos.
Eu, por mim, desejava
viver o bastante para ver aquelas duas crianças crescerem e juntas assumirem o
controle da administração da Casa de Cre’ator, como fizeram por ocasião da
morte do pai.
Sua administração de
primeira vida dos bens dessa hoje grande casa comercial teve um importante
papel cooperativo no rápido desenvolvimento da FEDERAÇÃO GALÁCTICA.
Pouco antes da fundação da FEDERAÇÃO, as reuniões do
conselho contavam com a participação de meu velho amigo 63-92 e de um nodiano
magricela chamado Linc-Core, dono de uma longa barba que lhe chegava até os
joelhos.
Linc-Core tinha a
mesma capacidade de desaparecer que eu vira demonstrada por 63-92 no meu
primeiro dia em NODIA.
Os dois não faziam
comentários verbais, mas falavam telepaticamente com Cre’ator de uma forma que
provocava a formação de grande número de expressões emocionais em seu rosto.
Era óbvio que o
estavam forçando a tomar decisões muito difíceis.
Certa manhã, um homem
apresentado à reunião como o meio-irmão de Crea’tor, Opatel, chegou com outro
homem identificado por Opatel como Sant, do planeta MALDEK.
O maldequiano Sant era fisicamente
belo, com cabelos dourados e olhos cor de violeta.
Não disse nada
durante a reunião, mas de vez em quando ficava vesgo e mexia a ponta da língua
rapidamente contra o centro do lábio superior.
Não se tratava de um
tique nervoso, e sim de uma indicação de que estava se concentrando profundamente
no assunto em discussão.
Sua presença parecia incomodar a todos, exceto Opatel.
No encerramento da
reunião, Sant aproximou-se de mim sorrindo, e falou-me perfeitamente em meu
idioma pátrio.
Disse-me que éramos
vizinhos planetários, pois seu mundo natal de MALDEK
orbitava o mesmo sol
que o meu mundo natal.
Nada mais disse e
foi-se embora, deixando-me sem fala.
Passaram-se quase
vinte anos, no decorrer dos quais a FEDERAÇÃO foi estabelecida e a forma de economia foi
modificada diversas vezes até que Adolfro Blaclotter idealizou o sistema utilizado hoje.
As casas de comércio
de Cre’ator, Vonner e Domphey se expandiam,
entrando em um
sistema solar por vez até que cada uma finalmente dispunha de um posto avançado
em todos os sistemas solares da Via Láctea (como a nossa Galáxia
é denominada na Terra), como
também em várias galáxias vizinhas.
O assunto de abertura
de uma das reuniões diárias do conselho dizia respeito ao relatório segundo o
qual o planeta MALDEK havia
explodido em pedaços.
O relatório
continuava dizendo que tudo parecia bem com os outros planetas do sistema.
Recordo que apenas um
dos Senhores do Planejamento perguntou:
“O que causou essa
catástrofe?”
Como não recebesse
resposta, ele e os outros puseram de lado o assunto e continuaram com a ordem
do dia.
Nos vários anos que se seguiram,
viajei com Reyatis Cre’ator e outros funcionários da casa de comércio para
inúmeros sistemas estelares diferentes, alguns localizados em outras galáxias.
Achei as variadas
culturas por nós visitadas mentalmente estimulantes e educativas, mas Cre’ator
estava cansado até as profundezas da alma.
Estava entediado e
passava a maior parte do tempo na presença de Linc-Core, que ele podia de
alguma forma convocar quando bem quisesse.
Vários dias depois do
retorno a Nodia, Opatel chegou e narrou em primeira mão a explosão de MALDEK, observada por ele da Terra.
Ele acrescentou que
os radiares e planetas do sistema estavam lentamente entrando em novas órbitas
e poderiam mesmo no final seguir em espiral até seu fim, colidindo com o sol.
Cre’ator perguntou o que a FEDERAÇÃO estava fazendo em relação a essa possibilidade, se é que
estava fazendo algo.
Opatel disse que apenas a Terra parecia estar mantendo sua órbita
natural, então os que
quisessem ir embora dos outros mundos do sistema estavam sendo levados à Terra
por segurança.
Opatel disse-me
pessoalmente que meu planeta natal, Marte, estava em perigo e que a FEDERAÇÃO estava considerando colocar em órbita a seu
redor duas luas artificiais para estabilizar sua órbita solar {n.t. O que foi feito com os dois maiores pedaços que
restaram do planeta MALDEK, e hoje são as duas luas de MARTE, Phobos (Medo) e Deimos (Terror)}.
Ele também disse que
um grande número de meus patrícios marcianos estavam sendo transferidos para a
Terra e para um planeta chamado
Mollara em outro sistema solar (Mollara
fica no aglomerado estelar das
PLÊIADES).
Os dois maiores pedaços que restaram da explosão
de MALDEK, hoje são as duas
Luas de MARTE, Phobos (Medo) e Deimos (Pavor).
Os anéis de Saturno e de outros planetas de nosso
sistema solar também tem sua origem em poeira e fragmentos capturados da
explosão de MALDEK.
Phobos foi escavado e atualmente
serve como base subterrânea operacional dos próprios maldequianos que ainda
estão do lado negro e operam buscando o controle total da Terra.
Opatel nos contou que
ele estava voltando para a Terra e que a Senhora Cre’ator desejava viajar com
ele, retornando a Nodia depois de uma breve visita.
Ele garantiu a
Cre’ator que não havia perigo sério iminente.
Depois de certa
relutância, Cre’ator cedeu ao pedido pessoal direto de sua mulher para viajar à
Terra com Opatel, sob a condição de que eu, Sharmarie, a acompanhasse.
Aguardei com
ansiedade a viagem e tinha esperança de ver fisicamente e conseguir falar com
alguém do meu mundo natal que conhecera em minha juventude.
NA TERRA COM A
SENHORA CRE’ATOR
Quando chegamos à
Terra, fomos recebidos como hóspedes do governador maldequiano
da Terra, Her-Rood.
Ele não aparentava
pesar pelo fato de seu mundo natal estar agora girando ao redor sol na forma de
pedacinhos.
Desde a destruição de
seu planeta, ocupava seu tempo abrigando uma orgia incessante em sua magnífica
propriedade, localizada na região da Terra conhecida agora como o sul da
Venezuela. Passei os primeiros seis dias na Terra procurando marcianos.
Consegui encontrar
alguns shens e burrs, que me disseram que mais de cem mil pessoas
do meu povo haviam deixado a Terra com o Zone-Rex Rancer-Carr havia cerca de
três semanas e ido para um planeta chamado Mollara (nas PLÊIADES).
Também me disseram
que havia milhares de marcianos reunidos em algum lugar da Terra, aguardando
meios de transporte que lhes permitissem fazer a mesma viagem.
Não sabiam me dizer
em que local da Terra estava esse grupo.
A Terra estava
repleta de mercados de escravos e a violência corria solta.
Para me afastar da
loucura, decidi voltar para a festa, encontrar alguém que estivesse meio sóbrio
e ainda de pé e fazer-lhe perguntas.
Nunca quis tanto sair
de um lugar como quis sair do planeta Terra.
Sentia intensamente que alguma coisa ia dar muito
errado.
Então, chegou o dia
em que o céu ficou repleto de nuvens muito escuras acompanhadas de trovões e
raios.
Em questão de dias a
freqüência dos trovões e raios aumentou, até que não havia mais silêncio.
Era ensurdecedor.
A chuva caía
torrencialmente, batendo nos telhados das construções com tanta força que
algumas das estruturas rachavam e resvalavam de suas fundações, sendo
carregadas com grandes ondas de lama.
Procurei e encontrei
a Senhora Cre’ator quando começou a tempestade, mas não consegui localizar
Opatel.
Quando alcançamos o
local onde nossa espaçonave fora deixada, esta sumira.
Juntamente com vários
outros convidados da festa, adquirimos um carro aéreo pilotado por um homem que
mantinha o carro no ar e voando concentrando mentalmente sua força vital
através de um cérebro de cão, separado do corpo, mas ainda vivo.
Sua energia durou
menos do que um dia.
Cerca de dez minutos
depois de ele aterrissar a nave no topo de uma montanha, caiu no sono e depois
morreu.
Como o carro
estivesse sendo sacudido com violência pelo vento, girando rapidamente na lama,
resolvi que a Senhora Cre’ator e eu devíamos sair do carro e procurar outro
tipo de abrigo.
Pouco depois, vimos o
carro deslizar sobre um despenhadeiro e desaparecer de nossa vista.
Naquela hora, desejei
que tivéssemos ficado no carro e encontrado nossa morte quando ele se
precipitou despenhadeiro abaixo.
Havíamos andado uma
curta distância, quando vimos no céu a espaçonave que nos trouxera a Nodia.
Estava obviamente
tentando nos alcançar, e seus esforços nos deram esperança.
Mas, a cada raio, a
nave balançava e girava.
Várias vezes parecia
ter sido realmente atingida por raios.
Então, de repente,
desapareceu, para nunca mais ser vista.
A Senhora Cre’ator
caminhou para a beira do penhasco.
Claro que eu sabia o
que ela planejava, com um salto fatal, pôr fim à própria vida.
Então, o barulho dos
trovões e da chuva cessou e uma voz chamou meu nome.
Virei-me e vi 63-92
de pé um pouco acima de mim, envolto numa aura de luz
branca.
Ele disse com
suavidade:
“Não permita que ela tire a própria vida.”
Repliquei:
“O que devo fazer?”
Ele respondeu minha
pergunta dizendo:
“Não posso lhe dizer o que fazer, mas pelo bem da
alma da Senhora Cre’ator, não a deixe tirar a própria vida.”
Procurei minha arma e
tirei-a do estojo no meu cinto.
Quando ergui a arma,
pensei, estou prestes a matá-la, ela, que jurei proteger do mal.
Quando atirei, o
corpo dela se curvou e se elevou do solo.
Os braços se mexeram
várias vezes como as asas de um pássaro, então o corpo desapareceu sobre a
beirada do penhasco.
O som do trovão e da
chuva recomeçou quando ergui a arma em direção à minha têmpora.
Disparei a arma
várias vezes, mas nada aconteceu, então, atirei-a o mais longe que pude e andei
até a beira do penhasco, não para pular, e sim para procurar o corpo da Senhora
Cre’ ator.
Não conseguia
enxergar a base do penhasco, mesmo com a luz dos raios.
Enquanto andava, dei
por mim entoando uma oração marciana pelos mortos que aprendera há muitos anos.
Depois de vagar
vários dias, fiquei muito fraco e caí de bruços na lama.
A lama logo começou a
me cobrir e fiquei preso.
Adormeci e sonhei com
coisas agradáveis que tinham ocorrido ao longo de minha vida.
Meu corpo
desvinculou-se do campo vital universal e morreu, deixando minha alma à
disposição da vontade dos Elohim.
A vida que acabei de
descrever durou um pouco mais de 72 anos terrestres.
Foi somente em minha
encarnação atual que descobri as agruras da minha primeira vida e das vidas
posteriores (recorporificações) de muitas das pessoas com as quais interagi
naquela primeira vida.
Quero que entendam
que minha associação de 53 anos com a casa de comércio de Cre’ ator e minhas
inúmeras viagens galácticas, patrocinadas por essa organização, levaram-me a
entrar em contato com culturas e pessoas que muito impressionaram meu espírito
com os costumes dos seres humanos brilhantes e sagrados, bem como os costumes
de seres humanos sombrios e sinistros.
Encontrei o amor com
mulheres de muitos mundos, mas só vim a ser pai nesta vida que estou
experiênciando atualmente.
Toda vida é
importante no Plano Mestre do Criador do Tudo Que É.
Se isso não fosse
verdade, não haveria vida alguma.
VIDAS SOBRE O
PLANETA TERRA
Nós, do “estado mental
irrestrito aberto,” (não
sujeitos à Barreira
de Freqüência do planeta Terra) somos
capazes de recordar todas as vidas que já experienciamos.
Para nós cada vida
constitui, na verdade, uma parte de uma única vida contínua, sem as
interrupções das descorporificações.
Embora isso seja
verdade para uma pessoa que vive no estado mental aberto, não é o caso para os
que vivem no “estado mental
fechado”
(nível molar) existente na Terra hoje e que prevalece no
planeta por centenas de milhares de séculos.
Eu fiz uma comparação
dos dois tipos de estados mentais para que vocês entendam que toda e cada vida
por mim experienciada na Terra desde que o planeta foi submetido à nociva
Barreira de Freqüência foi vivida, em grande parte, sob
as mesmas condições mentalmente restritivas (com pouquíssimas exceções) às
quais está sujeita hoje uma pessoa da Terra.
Portanto, cada vida
que vivi na Terra (e foram centenas) se iniciou e se encerrou comigo ignorando o
fato de que já vivera e certamente viveria repetidas vezes na forma física
humana.
Das centenas de vidas
por mim vividas na Terra no passado, várias (cerca de cinco) se
destacam.
Descreverei essas
vidas resumidamente na ordem em que ocorreram.
Algumas delas
separaram-se por milhares de anos e variaram em duração de 14 a 534 anos.
O PRÍNCIPE
Foi há tanto tempo,
no passado, que especificar uma data exata colocaria em dúvida a sua e a minha
credibilidade nas mentes dos que são considerados
(ou
acham que são) autoridades na pré-história da
Terra
(n.t.
Ou daqueles que somente acreditam
naquilo que o “sistema determina que é verdade, PRINCIPALMENTE o dogmático sistema
religioso”)
Então, não darei a
vocês nada que precisem defender ou perder seu tempo discutindo com gente cujas mentes estão fechadas e determinadas a acreditar no contrário.
Garanto-lhes que, por
vários motivos, é impossível identificar registros físicos de qualquer tipo
relativos a esta antiga civilização, a menos que se considerem como provas os
parafusos para metais e objetos feitos à máquina encontrados em depósitos de carvão
antracito.
O nome de meu pai era
Agrathrone.
Minha mãe, Merthran, foi uma de suas centenas de mulheres.
Fui o 182 de 670
filhos.
Tinha praticamente o
dobro de meias-irmãs e duas irmãs.
Fui chamado Urais.
Meu pai era mais do
que imperador; era venerado como um deus por seus súditos.
Como eu era seu
filho, era também considerado uma divindade, assim como todas as suas mulheres
e os outros filhos.
Naquela época, o reino de meu pai
cobria quase um terço da superfície da Terra, mas ele tinha planos de governar cada
centímetro quadrado.
A capital do império
localizava-se na região norte do país atualmente denominado Tailândia.
Meu pai tinha aliados
secretos (deuses) que, de vez em quando, faziam visitas descendo
em seus ovos prateados que vinham dos céus.
Desde quando era bem
criança, eu temia sua chegada, assim como todos na casa real.
Eles traziam injeções
imunizantes e comprimidos que éramos obrigados a tomar.
Vários dias depois de
tomar as injeções, o pessoal da casa ficava preso de medo, pois às vezes um ou
mais de nós morria em conseqüência de uma reação violenta.
Caso morresse uma
criança, sua mãe em geral também morria.
Se uma criança
morresse e a mãe não, ela era executada imediatamente.
Para meu pai e os deuses celestiais, essas mortes significavam
simplesmente que os que morriam tinham uma constituição biológica inferior, incompatível
com seus planos de produzir uma raça, biologicamente superior, totalmente
resistente a qualquer tipo de infecção ou doença {n.t. a ideologia e fanatismo
da “raça superior e/ou eleita por deus” persiste AINDA HOJE em nossa civilização}.
Eu estava no final da
adolescência, quando descobri que havia um plano de, mais cedo ou mais tarde, infectar
e matar todos os outros seres humanos do planeta com armas biológicas que não
prejudicariam as pessoas do império que houvessem sido, biologicamente selecionadas
como superiores (só para começar) e
tivessem recebido as imunizações ao longo de vários anos.
Quando as pessoas
sobreviviam a uma injeção, é claro que se sentiam aliviadas, mas a cada vez que
sobreviviam a uma injeção, também começavam a sentir que eram de fato cada vez
mais superiores aos outros seres humanos não-imunizados.
Eu não era nenhuma
exceção a essa regra.
Os deuses celestiais
estavam sempre vestidos com roupas protetoras e espreitavam para o mundo
interior de dentro de elmos transparentes que lhes envolviam totalmente as
cabeças.
Suas visitas
semi-anuais nunca duravam mais de umas poucas horas.
Certo dia, eles
chegaram em mais de 30 ovos prateados no mínimo 50 vezes maiores do que os que
eu já vira até então.
Transportavam uma
carga de veículos e máquinas que, ao ser desembarcada,
cobriu centenas de
acres.
Naquele dia, o
império de Agrathrone, instantaneamente, passou de uma sociedade movida a
carros-de-boi para um nível técnico que assombraria
os físicos mais imaginativos da Terra de hoje.
Meus irmãos e irmãs
estavam reunidos com outros membros de casas nobres, então um deus celestial
caminhou em meio a nossas fileiras fazendo seleções por razões que, naquela
hora, não nos eram claras.
O deus celestial, que
ficou diante de mim e me selecionou tocando meu peito, era um belo homem que
batia a ponta da língua contra o meio do lábio superior (era um maldequiano).
Falou-me mentalmente,
dizendo:
“Você vai se dar muito bem, marciano.
Sim, vai se dar muito bem.”
Não sabia o
significado do nome pelo qual ele me chamou (a denominação “marciano” é usada apenas para corresponder às
referências do leitor).
Foi embora rindo,
deixando-me com uma dor de cabeça latejante.
Aqueles dentre nós
que haviam sido selecionados (tanto
homens como mulheres) foram indicados para
veículos que, segundo nos disseram, podiam voar pelo ar.
Tinham formato
cilíndrico, com cerca de 11 metros de comprimento e diâmetro de aproximadamente
3,6 metros e exterior verde-oliva.
Deram-nos manuais de
operação escritos em nosso idioma nativo.
A instrução no
capítulo final do manual era:
“Quando tiver certeza
de que consegue operar o veículo, faça-o.”
Não fui o primeiro de
meu grupo a tentar voar.
Foi engraçado
observar um de meus irmãos ou irmãs se elevar do solo alguns metros e trombar
com os veículos de um ou mais dos outros novatos.
Ao aterrissarem eles
discutiam e se acusavam de serem os causadores da colisão.
Quando tentei voar
pela primeira vez, foi fácil; era como se sempre houvesse sabido.
Meus sonhos, daquele momento em diante, ficaram
repletos de vôos na garupa de motonetas voadoras ou em aeronaves cheias de
gente de cabelos brancos.
Eu gostava da emoção
de voar e me aventurava a centenas de quilômetros da capital às mais altas e
baixas altitudes permitidas pelo regulador automático de altitude.
Muitas vezes, desejei
ser capaz de me elevar a altitudes cada vez maiores até alcançar a terra dos
deuses celestiais.
As vezes, levava
comigo um menino (no início da adolescência) nos meus vôos práticos.
Na época, pensei que
ele fosse meu filho natural.
(Só na minha vida atual vim descobrir que o menino
era, na verdade, filho da primeira de minhas três mulheres e um de meus irmãos
mais novos.
Não faz diferença, amava-o naquela época como o amo
agora.)
Meus vôos nunca nos
levavam para muito longe de minha base natal.
O motivo era que os
vilarejos e cidades estavam cheios de gente não-imunizada de casta inferior que
não podiam fornecer nem a mim nem a meus passageiros a comida e as acomodações
condizentes com nossa tão nobre posição.
Era interessante ver
as expressões espantadas em seus rostos camponeses quando voávamos lentamente e
passávamos a apenas alguns metros sobre suas cabeças.
Alguns chegavam mesmo
a morrer de choque.
Foi na primavera de
meu segundo ano como piloto que um irmão mais velho, de nome Jasaul, e eu fomos
convocados por meu pai.
Ele e seus
conselheiros estavam seriamente preocupados com um boato que chegara à corte.
Ouviram dizer que
Mokaben, governador de uma província distante,
ocasionalmente fora
visto tremendo.
Ordenaram-nos que
voássemos até a província para descobrir se isso era verdade.
Se fosse, devíamos
executar Mokaben e substituí-lo por Jasaul como governador daquela terra.
Jasaul era um homem
atarracado com um rosto redondo, que ele gostava de esconder por trás de uma
barba grosseira e áspera.
Não sabia pilotar
carros aéreos.
Era por essa razão, é
óbvio, que precisavam de meus serviços.
Jasaul era muito
inteligente, fascinava a todos com seus conhecimentos.
Saímos da capital de
nosso pai com uma frota de oito carros aéreos.
Alguns desses carros
levavam alimentos especiais e outros estavam abarrotados de serviçais.
A viagem durou cerca
de dois dias e meio (perdemo-nos várias
vezes), e chegamos na terra de
Toray à noite.
O ponto de referência que
identificava nosso local de aterrissagem (o Egito) era
uma grande pirâmide cujos lados de calcário branco (na verdade o revestimento era de ÔNIX branco) muito bem polido refletiam,
brilhando, a luz de uma lua quase cheia.
Havia lâmpadas
elétricas acesas abaixo de nós, e conseguíamos ver no solo muitos homens
fazendo-nos sinais frenéticos para que nos afastássemos da estrutura
resplandecente.
Nem todos os pilotos
de nossa esquadrilha entenderam a mensagem a tempo.
Suas naves, primeiro
oscilaram de maneira instável, a seguir caíram na relva alta que crescia às
margens do rio vizinho.
Perdemos quatro
carros aéreos dessa maneira, e todos os seus ocupantes morreram.
Como vocês já devem
ter percebido, a terra que naquela época chamávamos Toray incluía a região
conhecida hoje como Egito.
A pirâmide e o rio
eram, naturalmente, o que vocês denominam respectivamente de Grande
Pirâmide de Gizé e o rio Nilo, que ainda hoje existem nessa terra.
Quando nos
encontramos com Mokaben, ele não se esforçou para ocultar o fato de que seus
tremores duravam até dez minutos, aproximadamente.
Ele não tinha dúvidas
sobre a razão de estarmos ali.
Disse-nos que, nos
143 anos em que governara a terra de Toray, tivera de executar muita gente que
contraíra a doença dos tremores.
Jasaul e eu
comparamos o registro de imunização de Mokaben com os nossos próprios e
observamos que eram idênticos.
Em sua opinião, a
doença era causada por algum efeito gerado pela Grande Pirâmide. Mokaben
reivindicou seu direito, na qualidade de nobre, de tirar a própria vida, e
concedemos seu pedido.
Ele acrescentou que,
de qualquer forma, era um homem condenado, pois enfurecera os deuses celestiais
ao não impedir o roubo (cinco dias antes de
nossa chegada) do cume de cristal (Astrastone, a substância material mais dura do Universo) da Grande Pirâmide.
Naquela noite, fui
apresentado a outro dos prodígios
dos deuses celestiais.
Jasaul mostrou-me uma
caixa que lhe permitia conversar com nosso pai como se ele estivesse presente
na mesma sala (tratava-se, de fato,
de um rádio transmissor e receptor)
Meu pai instruiu
Jasaul a conservar o corpo de Mokaben, pois os deuses celestiais desejavam
examiná-lo (fazer uma autópsia)
Jasaul solicitou e
obteve permissão para mudar a sede de governo de Toray o mais longe possível da
Grande Pirâmide.
Vários dias depois,
saí de Toray a caminho de casa acompanhado de dois dos carros aéreos restantes.
Jasaul ficou com um dos carros e um piloto.
Um dos carros aéreos
de minha esquadrilha levava a múmia e os órgãos removidos cirurgicamente de
Mokaben.
Acima: Nas últimas décadas, mineiros sul-africanos têm
encontrado centenas de esferas metálicas, e pelo menos uma delas tem três
sulcos paralelos girando em torno de seu equador.
Segundo
um artigo de J. Jimison, as esferas são de dois tipos – “uma de metal sólido azulado com manchas brancas, e
outra que é uma bola oca recheada com um centro esponjoso branco”.
Roelf Marx, curador do museu de Klerksdorp, África do Sul, onde estão guardadas algumas das esferas, disse:
“As esferas são um
mistério completo.
Elas parecem feitas
pelo homem, todavia, à época na história da Terra, em torno de 2,8 bilhões de anos em que vieram descansar nesta rocha, não existia
vida inteligente. Elas não se parecem com nada que eu já tenha visto antes”.
Os dois terços
restantes da superfície da Terra eram governados por centenas de diferentes
reis que eram aliados a doze imperadores que, por sua vez, mantinham forte
aliança entre si.
Depois de muitas
décadas de guerras primitivas (levadas
a cabo com espadas, lanças, arcos e flechas) entre esses imperadores e meu pai, a situação estava num impasse.
Esse estado de coisas
era algo que meu pai e seus amigos os deuses celestiais definitivamente
planejavam modificar; esta era a base de seu plano diabólico.
Vencer fisicamente o
outro povo da Terra não fazia parte do programa dos deuses celestiais, pois não
tinham necessidade alguma daqueles que consideravam racialmente (biologicamente) inferiores.
Aproximadamente dois
anos depois de Jasaul se tornar governador de Toray, meu pai começou a enviar
carros aéreos em missões que os levavam a sobrevoar as terras de seus
adversários.
Tratava-se de missões
de treinamento destinadas a familiarizar os pilotos com os pontos geográficos
sobre os quais um dia eles lançariam suas bombas biológicas.
As populações dessas
terras nada podiam fazer além de brandir os punhos na direção de nossos carros
aéreos que, normalmente, jogavam dejetos humanos nelas, simulando um
bombardeamento.
Foi no decorrer
desses exercícios de treinamento, que recebi uma mensagem de Jasaul dizendo-me
para ir visitá-lo com mais seis de meus irmãos mais velhos, de quem deu os
nomes.
Não tivemos
dificuldades para receber permissão de nosso pai para fazer uma visita de uma
ou duas semanas a Jasaul.
Depois de vários dias
bebendo vinho e nos banqueteando, Jasaul pediu para falar em particular comigo.
A história por ele contada foi, a princípio,
desconcertante.
Contou-me sobre os outros deuses
celestiais que o haviam visitado e o convenceram de que o plano de nosso pai de
destruir os não- imunizados da Terra estava errado e atrairia sobre nós não
apenas a ira deles, como também a ira do poder divino que criara o próprio
mundo.
Acreditei nele, assim
como quatro de meus seis irmãos.
Os dois, que julgaram
que deveríamos permanecer leais a nosso pai, não se reuniram a nós para o
desjejum na manhã seguinte.
Os deuses celestiais
de Jasaul propuseram que retornássemos a nosso lar com um aparelho que, uma vez
ativado em meio ao arsenal de bombas biológicas, iria secretamente
neutralizá-las.
Quatro dias depois,
esse aparelho foi colocado, cumprindo muito bem sua tarefa.
Quando chegou o dia
de serem usadas, cerca de sete meses depois, as bombas foram carregadas nos
carros aéreos.
Mas ao serem
lançadas, simplesmente preenchiam os céus com tufos iridescentes de fumaça que
brilhavam à luz do sol.
Meu pai e seus deuses
celestiais ficaram furiosos e se apressaram a produzir mais bombas (um trabalho obviamente demorado, mesmo para
os deuses)
O estranho
desaparecimento dos dois irmãos que não retornaram conosco de Toray, e o
comportamento estranho, carregado de culpa exibido por vários de meus irmãos
conspiradores (que àquela altura
estavam sendo mentalmente torturados pelos deuses celestiais para confessar) logo revelaram quem entre nós era responsável
pela sabotagem.
Tínhamos previsto que
seríamos descobertos, assim fugimos juntos em carros aéreos para a terra que
vocês conhecem agora como Japão
(naquela época ligada ao continente que vocês
denominam Ásia).
Mais tarde, Jasaul
juntou-se a nós.
Nossos três carros
aéreos, por um motivo que desconhecíamos, mais tarde pararam de funcionar e, ao
longo dos vários anos que se seguiram, gradualmente se desintegraram até se
tomarem montes irreconhecíveis de metal em pó.
Finalmente, recebemos
a notícia de que nosso pai e seu império já não existiam.
O fim de seu reinado ocorreu imediatamente depois
que os dois tipos de deuses celestiais antagônicos batalharam entre si em algum
local dos céus a grande distância do planeta.
Tornou-se impossível
operar as máquinas de guerra e os carros aéreos de nosso pai, e ele foi atacado
de surpresa pelas forças aliadas dos outros doze imperadores.
Posteriormente, fomos
visitados por um representante do imperador em cujo território estávamos
vivendo.
Disseram-nos que não
temêssemos, que mal algum nos atingiria, pois éramos considerados grandes
heróis que estavam sob a proteção dos deuses celestiais benevolentes.
Vivi nessa vida até
os 534 anos de idade e morri serenamente enquanto dormia.
Alguns séculos
depois, a Barreira de Freqüência mudou drasticamente para pior e os povos da
Terra ficaram mais uma vez sujeitos a graus consideráveis de deterioração
biológica e mental.
CONTINUA …
Originalmente postado em 16 de Agosto de 2012.
Permitida a reprodução desde que mantida a
formatação original e a citação das fontes.
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