QUINTA-FEIRA, 28
DE MARÇO DE 2013
Livro: A Presença de Deus
Richard Simonett
Como criou Deus o Universo?
Para me servir de uma expressão
corrente, direi:
pela sua Vontade.
Nada caracteriza melhor essa vontade
onipotente do que estas belas palavras da Gênese
- "Deus disse:
Faça-se a luz e a luz foi feita"
Questão nº 38
Ao ligarmos a tomada o recinto escuro
é inundado de claridade,
permitindo-nos visualizar o que ali
está.
Mais exatamente enxergamos sua imagem
conduzida pela luz até nossos olhos.
Estes funcionam como câmeras de vídeo
registrando as emissões luminosas que produzem o fenômeno da visão no cérebro.
Isto significa que quanto mais
distante estivermos mais tempo levaremos para tomar conhecimento da imagem que
chega.
Como a luz viaja à velocidade de
aproximadamente trezentos mil quilômetros por segundo, um objeto a três metros
de distância será visualizado em milionésimo de segundo, fração de tempo
imperceptível para nós.
A diferença se faz sentir quando
observamos o firmamento.
O Sol, por exemplo, está a
aproximadamente cento e quarenta e nove milhões de quilômetros.
Contemplamos sua imagem com uma defasagem
de oito minutos.
Se fotografarmos uma estrela situada
a mil anos-luz registraremos como era há dez séculos.
No céu, portanto, contemplamos o
passado.
Vemos estrelas que talvez não mais
existam...
Não vemos aquelas cuja luz ainda não
chegou com a notícia de seu nascimento...
Imaginemos um planeta situado no
centro da Via Láctea, a aproximadamente trinta mil anos-luz.
Hipotético morador, usando um super
telescópio, registraria como viviam nossos ancestrais.
Seria possível realizar um completo
levantamento da Terra, desde os seus primórdios, simplesmente fotografando
nosso planeta a distâncias progressivas com instrumental ótico adequado.
***
Outro aspecto curioso relacionado com
a Astronomia diz respeito à nossa condição de viajores do Infinito, passageiros
de uma imensa nave espacial - a Terra,
que se desloca vertiginosamente,
obedecendo a vários movimentos.
Alguns deles:
Em torno do próprio eixo.
Em torno do Sol.
Em torno de determinada região do
Cosmo, acompanhando a Via Láctea.
No entanto a Terra parece
absolutamente imóvel, porquanto faltam-nos elementos de referência.
Viajando num trem constatamos que se
desloca observando as imagens que se sucedem na paisagem.
Se fecharmos os olhos, haverá o
barulho das rodas.
Se taparmos os ouvidos restará o
sacolejo sobre os trilhos.
Eliminado o atrito e sem nada ver ou
ouvir teremos a impressão de que o trem está imóvel.
É exatamente o que ocorre com a nave
terrestre.
O Sol e as estrelas estão muito
distantes para servirem de referência visual e nosso planeta desloca-se
suavemente pelo espaço infinito.
Fica a impressão de absoluta
imobilidade.
***
A Astronomia progrediu notavelmente neste século.
Modernos instrumentos permitem muito
mais do que simplesmente observar o movimento dos astros.
Pode-se, por exemplo, com o uso do
espectroscópio, que decompõe a luz que chega das estrelas, definir de que são
feitas, sua idade, velocidade, distância, tamanho, luminosidade....
O Efeito Doppler, uma análise espectral que define a direção das estrelas,
demonstra o Universo em expansão.
Isto sugere que houve um momento em
que toda a matéria existente esteve tão incrivelmente comprimida que poderia
ter a forma de minúsculo ovo.
Há aproximadamente quinze bilhões de
anos, houve o que os cientistas chamam de Big Bang, não propriamente uma
explosão,
mas um movimento violento de
expansão, com tal concentração energética que se fez naquele momento uma
monumental luz.
Nascia o Universo.
***
Os místicos sempre intuíram como tudo começou.
Na milenar civilização hindu
concebe-se que um ovo dourado produzido pela divindade se rompeu em determinado
momento dando origem ao Universo.
Na Bíblia, a imagem poética:
Faça-se a luz e a luz se fez...
Pairando acima de cientistas e
religiosos temos a figura augusta do Cristo, luz intensa que brilhou na Terra
há dois mil anos,
permitindo-nos identificar a força
suprema que movimenta o Universo e sustenta a vida.
Chama-se Amor.
***
Viajores da Eternidade, deslocando-nos em velocidade vertiginosa pelo Infinito,
a bordo da nave Terra, tranqüila seria nossa jornada se exercitássemos amor.
Jesus, que amou intensamente,
legou-nos a fórmula ideal:
Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o
assim também a eles.
Quando, num prodígio de entendimento
e harmonização, todos os homens seguirem essa orientação, teremos a mais
espantosa revolução na sociedade humana.
Cessarão os desníveis sociais
absurdos que fazem a vergonhosa convivência entre a miséria e a opulência...
Acabaremos com a fome e a
desolação...
Ninguém se sentirá feliz em casa
confortável, com belo guarda-roupa e sortida despensa, enquanto existirem
multidões que não têm onde morar, nem o que vestir, nem o que comer...
***
Inibindo o amor há o velho egoísmo humano, que nos leva a racionalizações para
justificar a omissão diante dos pobres de todos os matizes.
São eleitos de Deus, que lhes impõe
males e privações para conduzi-los ao Céu -
explicam muitos religiosos...
Estão resgatando débitos cármicos - dizem muitos espíritas...
Madre Teresa de Calcutá, a grande
servidora do Cristo, comenta sabiamente:
Falar sobre os pobres está em moda,
mas conhecer, amar e servir aos pobres é coisa bem diferente.
Talvez consigamos algo nesse sentido
se cultivarmos um pouco de compaixão; se, diante das misérias humanas, a gente
ter dó, como se diz popularmente.
Compadecendo-nos venceremos o
imobilismo e talvez sejamos até capazes de vivenciar o amor, cujo melhor
sinônimo, aquele que melhor o explicita, é o verbo servir.
A propósito, diz um sábio judeu que
aprendeu o verdadeiro amor ao próximo ouvindo a conversa de dois aldeões.
Dizia o primeiro:
-Diga-me, amigo João, você gosta de mim?
-Claro!
Sou seu amigo.
Gosto muito de você.
-Você sabe, amigo João, o que me dói?
-Ora, como posso saber o que lhe dói?
-Mas, João, se você não sabe o que me
dói, como pode dizer que gosta de mim?
Conclui o sábio:
O verdadeiro amor ao próximo consiste
em saber o que dói no outro.
***
De lição em lição aprendemos o que é o amor.
Um dia nos disporemos a exercitá-lo.
Então, o Universo não terá segredos
para nós.
Seremos parte dele, integrados no
infinito amor de Deus.
Do livro A Presença de Deus
Irene Ibelli
Empreendedora Digital, Humanista e
Espiritualista
Eleita Cidadã Planetária Pelo
Projeto
Vôo da Águia
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