"EXISTIU OUTRA HUMANIDADE" DE J. J. BENITEZ
QUARTA-FEIRA, 23
DE JANEIRO DE 2008
CAPÍTULO
10
Faz 13.000 anos —afirma Much—, a Terra sofreu um dos mais
espantosos bombardeios cósmicos de sua história.
—Segundo as lendas, a queda de um grande meteorito —tal e como
fazia referência no terceiro capítulo— provocou a desolação e a morte ao longo
e largo do planeta.
O impacto do asteróide foi tão violento, tão dilacerador, que
aquela alucinante destruição ficou como prisioneira no espírito e na memória
coletiva dos escassos povos que sobreviveram.
E se transmitiu com força de umas raças a outras, a pesar do
impressionante lapso de tempo transcorrido.
Essa catástrofe, como digo, segue em pé hoje no fundo dos livros
chamados sagrados ou Santos.
No fundo dos livros das culturas do mundo e no fundo do corpo
redondo e azul da própria vítima: a Terra.
Sigamos, por exemplo, documentadas afirmações do mencionado Much,
recolhidas com detalhe pelo P. Kolosim.
O asteróide —afirmou Much contribuindo uma
imponente documentação astronômica e geológica— se apresentou pelo Noroeste,
penetrando na capa atmosférica a uma velocidade de 15 a 20 quilômetros por
segundo.
A 400 quilômetros da Terra começou a avermelhar, para voltar-se
logo, a causa do roce com o ar, tão incandescente para cegar a quem o tivesse
cuidadoso.
A pouca distância do Atlântico, superada uma temperatura de
20.000 graus, o corpo celeste estalou.
Primeiro voou, feita pedacinhos, sua parte exterior, que,
reduzida a um enxame de gigantescos meteoros, abateu-se sobre a América
setentrional; depois, o núcleo se partiu em dois, golpeando a nosso globo com
um peso de meio trilhão de toneladas, perto dos 30 graus oeste e 40 graus
Norte, no centro do arco formado pela Florida e as Antilhas.
A zona diretamente afetada pode ser identificada com um lance do
chamado Dorso Atlântico, onde abundam os vulcões submarinos e a espessura da
casca terrestre se reduz a 15-20 quilômetros,
quando em qualquer outro lugar mede de 40 a 50 quilômetros.
O fundo oceânico se afundou desde Porto Rico até a Islândia e se
desencadeou o pandemônio.
Com um estrondo apocalíptico —prossegue Much—, uma
coluna de fogo brotou da ferida para o céu, conduzindo gases venenosos,
cinzas vulcânicas e magma ardente.
Tudo ardeu ou ficou incandescente em milhares de quilômetros.
O oceano começou a ferver.
Inimagináveis massas de água se converteram em vapor mescladas
com pó e cinzas, foram transportadas pelos ventos ocidentais sobre o Atlântico.
Depois de um terrível dia e uma terrível noite, a ilha moderada
dos atlantes se afundou...
Não passou muito tempo —escreve o cientista austríaco— antes
de que a ferida de nosso planeta se estancasse com uma crosta negra e dura.
O terrível dia e a terrível noite de que fala Platão em suas
obras tinham bastado, entretanto, para extinguir completamente a vida da Terra.
Pois antes de que as massas de água se movessem em forma de
nuvens, as explosões de magma transtornaram a atmosfera e propagaram os gases
venenosos que, invisíveis, matavam rapidamente e sem dor.
Mas retornemos por uns instantes à cena que tinha lugar na
Sibéria norte-ocidental e que deixamos em suspense no referido terceiro
capítulo.
Quase sessenta horas depois da queda do meteoro, os grandes
cadáveres dos elefantes jazem na clareira e entre as árvores destroçadas da
selva.
O vendaval agita suas pelagens e o Sol ilumina em forma
estranha:
leitoso e opaco.
O gorgorejar do rio e o uivo da tempestade que empurra às densas
nuvens são os únicos ruídos que dominam a paisagem morta.
Pouco a pouco, o pano de fundo de nuvens oculta o Sol, e o
estrépito do furacão se aplaca.
Durante dois, três segundos, reina o silêncio.
Depois, começa o dilúvio.
A água, mesclada com lama e cinzas, precipita-se do céu, e em
poucos minutos a carniça dos elefantes fica coberta por uma viscosa massa cinza
escura.
Esta cresce ininterrumpidamente, inunda a clareira, obstrui o
rio,
desarraiga troncos gigantescos
—Durante seis dias e seis noites chove água, cinza e lama sobre
os corpos dos animais mortos, sobre as novelo moribundas.
Chove a correntes escuras até que a zona fica inundada.
E com a chuva veio o frio.
A violência da colisão tinha aproximado Sibéria ao Pólo quase
3.500 quilômetros.
As massas de água ficaram geladas, com centenas de elefantes e
rinocerontes lanzudos mortos...
Se a Atlântida foi literalmente engolida —afirma
Kolosimo— pelo abismo aberto entre a América e Europa, Mu pôde ser
desintegrado facilmente pela erupção de todos os vulcões que albergava e que a
tradição estima muito numerosos (a região do Pacífico conta
ainda hoje com 336 em atividade entre os 430 do mundo inteiro)
As crateras de todo o planeta deveram ter vomitado o inferno a
conseqüência do gigantesco maremoto originado pela queda do corpo celeste.
Depois, as cinzas eruptivas se foram amassando até envolver o
globo em uma entupida capa de nuvens, tampando o Sol e dando lugar a furiosas
chuvas. calcula-se que tão somente na Europa e Ásia setentrional caíram em seis
dias mais de vinte mil trilhões de toneladas de água e três bilhões de
toneladas de cinzas.
O nível meio das precipitações foi, pois, de 30 metros...
quis me estender no relato do Much porque, embora suas teorias
sobre o formidável cataclismo que sofreu a Terra são compartilhadas por
numerosos autores, em sua hipótese falta algo essencial.
Algo que, logicamente, o cientista austríaco não pôde conhecer
naquele momento: algo que está na biblioteca de pedra encontrada no Peru.
Nas pedras da Ica —tal e como assinalava ao princípio desta
obra— se manifestou a proximidade de um apocalíptico cataclismo.
Uma destruição que pôde ser muito similar à descrita pelo Much,
mas que —segundo se manifesta na biblioteca lítica— teve uma
origem e um tempo diferentes.
Heis aqui a explicação que sobre dita destruição me proporcionou
Javier Cabrera Darquea frente a várias centenas de
pedras relacionadas com este cataclismo:
—A Humanidade que faz milhões de anos povoava o planeta tinha um
elevado nível tecnológico.
Isso o vimos já em muitas das séries de pedras que tenho
analisadas.
Esta civilização perdida no tempo tinha vencido a força da
gravidade, voava ao espaço, conhecia os mais profundos segredos da Astronomia,
etc.
E sabia também que o planeta dispunha a seu ao redor de um
cinturão eletromagnético, que hoje nós acabamos quase de descobrir e batizar com o nome de Vão Allen.
Esse cinturão podia ser utilizado para uso industrial e
tecnológico e a Humanidade gliptolítica o fez.
Mas, como?
Nas pedras —em muitas delas— há pirâmides.
Pirâmides que se levantavam na zona do Equador terrestre.
Um Equador que não coincidia de tudo com o atual. por que estavam ali essas pirâmides?
As pedras o detalham.
A civilização pré-histórica que gravou estas pedras construiu
sortes pirâmides para captar e transformar essa energia eletromagnética que
rodeava a Terra.
—Dita energia —uma vez convertida em elétrica— se distribuía a
todos os continentes, tal e como mostram as pedras gravadas.
A Humanidade pré-histórica conhecia também a eletricidade.
Entretanto, com o passo dos séculos, o uso excessivo desta fonte
de energia ia dar lugar a mais tremenda destruição de que se tenha
conhecimento.
Como terá apreciado em muitas das pedras fabricadas —continuou
Javier Cabrera— nosso planeta tinha naquelas épocas remotas
três Luas ou satélites naturais.
Duas delas, possivelmente, eram menores que a que hoje
conservamos.
Pois bem, ao chegar-se a um consumo extremo da citada energia
eletromagnética, o planeta, lentamente, foi aumentando seu magnetismo natural,
de tal forma que —progressivamente— foi rompendo o equilíbrio entre as luas
mais próximas ao globo e nosso mundo.
Mas este fato não se produziu subitamente.
A maior força de atração do planeta constituiu um fato gradual e
lento.
Entretanto, aqueles homens o descobriram.
E compreenderam o alcance do inevitável desastre.
Possivelmente passaram séculos antes que uma ou duas daquelas
Luas —as mais próximas e de menor diâmetro— se
aproximassem tanto à Terra para cair violentamente sobre nosso mundo.
O fato incontrovertível é que esses astros se precipitaram um
dia sobre o planeta.
E provocaram a mais espantosa das destruições que jamais recorde
o gênero humano.quebrado-se o equilíbrio natural, e a civilização humana —uma
vez mais— se auto-destruiu.
A queda do satélite ou satélites afundou parte dos continentes,
gretou a casca terrestre e desencadeou possivelmente um
interminável dilúvio.
Mas esse dilúvio não se formou de maneira súbita.
A Terra —conforme se aprecia nas pedras— carecia
então de pólos.
E a relação terra-água não era a atual.
Havia então muita mais terra que oceanos.
por que?
O planeta tinha experiente um comprido aquecimento.
E este processo de aquecimento, fazendo que boa parte das águas
se evaporassem, concentrando-se na atmosfera.
Naquela era, a Terra devia apresentar do exterior um aspecto
muito similar ao que hoje tem Vênus.
As nuvens eram extremamente densas cobriam quase por completo a
superfície do globo.
Aquele fato provocaria indubitavelmente um dilúvio universal
como uma conseqüência mais do grande choque dos astros com nosso mundo.
O que então era Atlântida —e que tinha ido derivando já em
direção Este— fazia muito tempo se afundou só em parte.
O resto ficou deslocado violentamente, formando o que hoje
conhecemos pela Europa e norte da África.
Mas Mu não se afundou então, tal e como pretendem muitos
autores.
O continente tinha ido viajando também para o Oeste, deixando
detrás de si —a todo o comprido do Pacífico— um rastro de ilhas e arquipélagos
que hoje existem ainda em boa parte.
Mu chegaria a formar a Ásia, tal e como já te expliquei...
Como vemos, a diferença em relação às teorias do Much sobre a
origem da catástrofe é ampla.
E não o é menos na hora de analisar o tempo transcorrido após.
Para o Much, a queda do asteróide sobre o Atlântico pôde
ocorrer faz aproximadamente 10.000 anos.
Isto explicaria —afirma o cientista— a mudança de clima em
grande parte da Europa e o desaparecimento da capa de gelo que cobria por
aquelas datas, além da Escandinávia,
Grã-Bretanha e Irlanda,
quase a totalidade do continente europeu.
E isto aconteceu —prossegue Much— porque, ao desaparecer
Atlântida do centro do oceano, a chamada corrente do Golfo teve aconteço franco
para as costas da Europa.
E a cálida corrente fez mais benigno o clima.
Por outra parte Much apóia esta teoria na existência no fundo do
Atlântico —junto a Porto Rico—, assim corno na América centro-meridional, Geórgia, Virginia e
Carolina, de vastas crateras abertas faz 10.000 ou 12.000 anos por
enormes meteoritos.
Por último, afirma que os citados bólidos celestes caíram
precisamente na época em que um indescritível sismo formou as cataratas do
Niágara e elevou os Andes até convertê-los em uma das mais imponentes
cordilheiras do globo.
Dificilmente podemos fixar o processo de desglaciação 10.000
anos atrás, posto que —segundo os últimos estudos, já referidos em outra
passagem deste livro— os cientistas, entre eles Claude Lorius, fixam
o começo do último período glacial entre 9.000 e 10.000 anos atrás...
É agora, precisamente, quando acaba de começar a desglaciação.
A teoria, portanto, da mudança de clima na Europa, como
conseqüência da atracação da corrente do Golfo até as costas européias não
resulta muito lógica.
Mas existem mais contradições nas hipótese do Much.
Essas crateras que foram descobertos no fundo do Atlântico
puderam ser provocados, em efeito, por uma chuva de grandes meteoritos.
Entretanto, tampouco podemos esquecer que a Terra, em sua
constante viagem pelo espaço, cruzamento de vez em quando verdadeiros rios ou
correntes de asteróides que seguem um curso definido no Universo.
O planeta, ao atravessar ditos rios de pedras, faz que muitas
delas caiam sobre sua superfície, formando o que nas noites estivais estão
acostumado a denominar estrelas fugazes.
Muito regularmente, cada ano, a Terra atravessa vários de ditos
Isto foi o que ocorreu por exemplo, entre o 9 e em 17 de agosto de
1902, com um máximo de estrelas fugazes na noite do 12 do referido
mês.
Aquela entrada de nosso casco de navio sideral —a Terra— no
leito de pedras que viajavam também pelo Cosmos produziu um espetáculo indescritível.
Muito belo.
Como se milhares de estrelas errantes caíssem a um mesmo tempo e
sobre uma mesma zona.
Os astrônomos denominaram aqueles fogos de artifício com o nome
de perseidas, posto que as estrelas fugazes procediam da constelação do Perseu.
Naquela ocasião —e segundo cálculos dos observadores soviéticos—
os meteoritos que se precipitaram sobre a atmosfera terrestre apenas se pesavam
uma fração de grama.
Mas não sempre essas chuvas de pedras siderais constituíram um
inofensivo espetáculo.
Em tempos remotos, outros meteoritos gigantescos caíram sobre a
superfície do mundo, abrindo crateras, sim, de até 100 quilômetros de diâmetro,
como aconteceu faz duzentos milhões de anos na África do Sul.
Naquele violento choque com a Terra, o asteróide afundou a
crosta sólida do globo e fez brotar o magma pastoso do que os vulcões nos
oferecem algumas mostra na lava.
Mas, até reconhecendo esta possibilidade, em relação com as
crateras existentes no fundo do oceano Atlântico, mais provável parece, não
obstante, que os mesmos tivessem sua origem na sublevação da cordilheira que
divide dito oceano em duas partes quase simétricas.
Por último, a cordilheira andina não se levantou faz 10.000
anos, tal e como afirma Kolosimo.
Precisamente a revolução da montanha —que daria origem às
grandes cordilheiras do planeta— terá que centrá-la nos começos da Era
Terciária.
Faz, portanto, mais de 60 milhões de anos...
Dificilmente em soma, podemos fixar esse formidável cataclismo
10.000 anos atrás.
Mas isto, além disso, encontra nas pedras gravadas da Ica uma
prova decisiva.
Na grande biblioteca não se está falando de 10.000 anos.
Nem sequer de 100.000 ou de um milhão.
As séries que aparecem gravadas nas pedras —todas unidas e
vinculadas entre si— nos remontam muito mais atrás: às foi dos formidáveis
répteis voadores, dos dinossauros, dos agnatos...
Quer dizer, a um tempo que teve lugar faz milhões de anos.
Aquela Humanidade, como dizia anteriormente, soube com
antecipação a proximidade do cataclismo que ela mesma tinha engendrado.
E se apressou a deixar uma mensagem, uma biblioteca, em que se
mostrasse a possíveis civilizações ou Humanidades posteriores todo seu
conhecimento, experiência e sabedoria.
Aquela Humanidade deixou um legado, tal e como hoje estão
levando a cabo já os cientistas norte-americanos, ante a possibilidade de uma
nova auto-destruição termonuclear.
Hoje, esses homens de ciência —apoiados pelo Governo dos Estados
Unidos— estão enterrando todos os conhecimentos desta Humanidade em microfilmes
que encerram em tubos ao vazio.
Mas, o que acontecerá se algum dia são
encontrados por um novo homem primitivo?
Logicamente os utilizará para acender fogo e esquentar-se.
Não compreenderá o que aquilo significa.
E possivelmente o destruirá...
Essa é a diferença com esta outra mensagem, gravado em pedras,
que permaneceram enterradas durante milhões de anos e que nunca
poderiam ser jogadas no fogo para esquentar a homens primitivos
—Mas, por que precisamente em pedra?
—perguntei ao Javier Cabrera.
—É que conhece algum material mais
idôneo?
É que os metais poderiam suportar o passo
de milhões de anos?
Só a pedra pode obtê-lo e só se se encontrar, como neste caso,
protegida.
Aquela palavra —protegida— encerrava um significado tão lhe
apaixonem como estremecedor.
Dias depois, Javier Cabrera me explicaria seu
sentido real.
Agora, nossa conversação tinha entrado em outra fase não menos
interessante que as anteriores.
A presença de pirâmides naquelas pedras me tinha desconcertado
desde o começo.
Examinei uma e outra vez as pedras gravadas e cheguei à
conclusão de que aquilo, efetivamente, eram pirâmides.
Mas, então, por que as consideramos nós como tumbas faraônicas?
Pastora de cabras sorriu.
E me expôs seus argumentos, em parte compartilhados por outros
muitos cientistas do mundo:
—Uma civilização como a egípcia, ponhamos por caso, apesar de
seu desenvolvimento e conhecimento das Ciências, carecia dos necessários meios
técnicos para mover e levantar uma obra como a grande pirâmide do Keops.
Cálculos modernos concretizaram que, só para transladar a pedra
até pé de obra, requereram-se mais de 600 anos
E nos valendo de nossos meios atuais!
—Mas, quem construiu então as pirâmides?
—A Humanidade gliptolítica.
Assim está gravado nas pedras que constituem sua mensagem.
Estas pirâmides eram utilizadas para captar a energia
eletromagnética, já o havemos dito...
O que ocorre é que, milhões de anos depois, os faraós, ao dar-se
conta da magnificência desta obra, quiseram que os enterrassem em seu interior.
Converteram-nas em tumbas.
E inclusive trataram de imitar sua construção.
Mas a primeira finalidade, o motivo real pelo que foram
construídas,
não foi esse.
A Humanidade gliptolítica construiu pirâmides a todo o comprido
do Equador terrestre.
Hoje ficam alguns vestígios dessa formidável obra no Egito,
América e Ásia.
uitas outras resultaram destruídas pelo grande cataclismo ou por
posteriores desastres.
E possivelmente algum dia encontremos seus restos...
Uma nova pergunta me queimava nos lábios.
—Em certa ocasião afirmou que não todos os seres desta
Humanidade pré-histórica pereceram ou ficaram no planeta.
Uma minoria —comentou— saiu da Terra.
Mas, para onde?
O médico icano não respondeu.
Mas me rogou lhe seguisse até a entrada de seu centro-museo.
Ali se inclinou sobre uma pedra de grande tamanho e me respondeu
com firmeza:
—As elites viajaram ao Pleyades.
Concretamente, a um dos planetas de dito amontoado estelar.
Outra vez Pleyades.
Mas, por que este lugar do firmamento?
Lembrei-me então de uma das entrevistas anteriores.
Javier tinha falado de duas pedras nas que apareciam gravados uns
hemisférios que não pareciam corresponder à Terra.
São
de outro mundo, havia dito o investigador.
Minha mente, não sei bem por que, vinculou-o a esta fuga das
elites para um estranho planeta.
E acertei.
Javier Cabrera se incorporou e me assinalou as duas pedras que eu tinha visto
já naquela ocasião
—Partiram ali —me respondeu com a voz tremente pela emoção
—. Nesse planeta, nesses hemisférios desconhecidos para nós,
hospedaram-se.
—Mas, por que escolheram precisamente
esse?
Aguardei a resposta com espera.
Mas Pastora de cabras, encerrando-se uma vez mais em si mesmo,
murmurou tão somente:
—Acredito que o mundo se assustaria se soubesse.
Eu não pude conciliar o sonho em muitos dias.
Este achado trocou, inclusive, minha vida...
Só posso te dizer no momento que aquela Humanidade tinha já
conhecimento da existência de tal planeta no Pleyades...
Não o escolheram porque sim.
—Está relacionado com essas dezenas de
pedras do quarto secreto?
Javier
Cabrera me olhou fixamente e, ao comprovar que me aproximava da
realidade, limitou-se a me dar uma palmada nas costas, caindo desse instante em
um mutismo absoluto.
Profundo.
Quase aterrador.
Tivemos que trocar o rumo da entrevista.
E retornamos à primeira pedra: a que mostrava todo um
acoplamento de duas naves espaciais em pleno vôo.
Mais sereno, Javier Cabrera me explicou assim o significado
daquela transcendental ideografia:
—Aqui vê, em efeito, duas naves, dois pássaros mecânicos
simbólicos, que estão realizando todo um acoplamento espacial.
Exatamente igual a nossos astronautas.
Um dos humanóides realiza o acoplamento...
Assim era, efetivamente.
Assim aparecia naquelas gravações.
A nave principal —continuou Cabrera— é dirigida por este
homem,
que ostenta a chefia da expedição.
Ele representa a energia cognitiva e de mando.
Um daqueles homens gliptolíticos, em efeito parecia dirigir ao
grande pássaro mecânico.
Sobre a segunda nave, outros 2 seres obedeciam ordens do
comandante da expedição.
—Estas naves —segundo minhas investigações— levavam em seu
interior todo um carregamento de vida.
Eram as elites do planeta que abandonavam a Terra antes de que
esta sofresse a grande catástrofe.
Para então, para quando essas elites decidiram sair do globo,
tudo se dava já por perdido.
—E o que aconteceu com os que ficaram no
planeta?
—Pereceram em sua maioria.
O cataclismo sumiu a Terra na mais absoluta desolação.
É possível que os que chegassem a sobreviver tivessem que
começar de novo...
Inclino-me a pensar que o choque foi de tal calibre, de tal
transcendência, que esses poucos seres que puderam salvar-se encontraram
virtualmente a zero.
E com o desaparecimento daquele filum humano pôde começar sua
caminhada uma nova Humanidade.
Outra Humanidade que arrancava possivelmente das cavernas...
Ocorreu realmente assim?
Desapareceu por completo aquela Humanidade
misteriosa?
Ficaram homens gliptolíticos pulverizados
pela Terra?
Quanto tempo deveu acontecer até que uma
nova civilização alcançou as mesmas metas da Humanidade que acabava de ser
arrasada do globo?
Possivelmente nunca saibamos.
O certo, o evidente, é que o homem gliptolítico quis deixar
perseverança de seu passo pelo mundo.
E um dia, por acaso, alguém encontrou toda uma mensagem.
Uma mensagem —isso sim— de sobrevivência.
E nenhuma série da biblioteca lítica o demonstra
melhor que nada ao mostrar os revolucionários conhecimentos de Medicina que
tinha alcançado aquela civilização.
conhecimentos que fazem empalidecer, inclusive, os de nossos
melhores cirurgiões e especialistas.
FONTE: Trecho do Livro "Existiu Outra
Humanidade" de J.
J. Benitez
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