CIÊNCIA
E A JORNADA INTERIOR OSHO:
Sábado,
17 de maio de 2014
PERGUNTA A OSHO:
Um dos problemas
básicos da ciência é a
linguagem.
A ciência está
crescendo porque nós temos uma definição clara sobre o que estamos falando.
Um dos problemas
básicos para os cientistas, quando eles estão tentando compreender o que
significa a jornada interior, é definir claramente, por exemplo, o que significa
consciência.
Eu lhe dou, como...
A maioria dos cientistas não fazem qualquer diferença entre consciência (estar desperto), consciência (estar ciente) ou mente consciente.
Eles estão usando
este termo de uma mesma maneira.
Assim, eu gostaria
de lhe pedir, se for possível, que tenha uma compreensão a respeito desses
termos.
Sim, não há dificuldade alguma.
As palavras podem ser definidas claramente.
A dificuldade não é por causa das palavras, a dificuldade básica está vindo de um outro lugar.
É que o cientista, no fundo, não
acredita que exista alguma coisa no interior
Ele pode dizer assim, ou pode não dizer assim, mas toda a sua
formação, toda a sua educação faz com que ele confie somente nos objetos - os
quais ele pode dissecar, os quais ele pode observar, ele pode analisar, ele
pode compor, criar, desfazer a criação, descobrir seus básicos componentes.
Toda a sua mente é orientada para o objeto e a subjetividade
não é um objeto.
Assim, se ele quiser colocar a subjetividade diante dele
sobre uma mesa isso não será possível. Isso não é da natureza da subjetividade.
Assim, o cientista segue descobrindo tudo no mundo, exceto a si próprio
Uma grande barreira existe, e a barreira é que nada existe no
interior
Quando você corta uma
pedra em pedaços, o que você encontra? -
mais pedras.
Você continua cortando em pedaços menores, pedaços menores.
Você chega às moléculas, você chega aos átomos, você chega
aos elétrons, mas, ainda assim, você não chega a coisa alguma mais interna.
Eles todos são objetos.
Ele também gostaria que a vida fosse descoberta dessa mesma
maneira, e porque ele não consegue descobrir a vida dessa mesma maneira, ele começa a negá-la
E a consciência é ainda um problema mais difícil.
Por ele não conseguir tocá-la, dissecá-la, descobrir seus
componentes, ele simplesmente a rejeita - ela não existe.
Assim, esse é o seu
preconceito.
Por causa desse preconceito ele fica confuso.
E esse preconceito pode desaparecer muito facilmente, se ele
hipoteticamente aceitar - eu não estou dizendo que ele tem que acreditar,
apenas aceitar hipoteticamente - que se existem coisas do
lado de fora, então é muito científico que devem existir coisas que estão no
interior porque na existência tudo está polarizado pelo seu oposto.
O externo somente pode existir se existir um interno.
O inconsciente somente pode existir se existir consciência.
Isso é uma dialética simples
da vida - e ele conhece isso - na existência,
em todo lugar, ele encontrará a mesma dialética. Tudo está em
oposição ao seu oposto.
E ambos são, de alguma maneira estranha, complementares um ao
outro
- se opondo e ainda assim complementares um ao outro.
Negar o interior é uma atitude muito
não-científica.
Assim, primeiro tem que se aceitar hipoteticamente que o
interior existe
Em segundo lugar, tem que se entender que a metodologia que
funciona para o exterior não pode funcionar para o interior. Simplesmente
porque o interior é a dimensão oposta ao exterior o mesmo método não será
aplicável.
Você terá que encontrar uma nova metodologia para o interior.
E isso é o que eu chamo
meditação, isso é a nova metodologia para o interior.
Osho, em "The Last
Testament"
(Trecho de uma entrevista à edição italiana de 'Science 85
Monthly')
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