UMA LIÇÃO DE AMOR E PERSISTÊNCIA - PAI CIPRIANO E SENHOR TATÁ CAVEIRA
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
- OS VALORES E A RESPONSABILIDADE DA FÉ.
Muito
eles nos dizem com o intuito de que possamos, através da repetição, pensarmos
se houve aprendizado ou estamos de recuperação na escola da vida.
Nos
questionam quais são nossos objetivos?
Quais são
nossos reais compromissos?
Quais são
nossas responsabilidades?
Pai
Cipriano diz que muito "Seu Cavalo"
(médium) tem escrito e falado exaustivamente
para todos, inclusive para a mídia sobre a sociedade que tem exacerbado valores
materiais em detrimento dos valores espirituais. Que o homem tem brincado de
Deus, adaptando a fé as suas necessidades e interesses, assumindo para si até
mesmo o poder da vida e da morte de outro ser humano.
Será que estamos, de
fato, perdendo nossos valores espirituais e deixando a materialidade ser o maior objetivo em nossas vidas?
Estamos
adaptando fé, a religião 'as nossas necessidades?
Onde fica a
fé, Deus, a irmandade entre os seres humanos, o amor ao próximo?
Onde está
nossa caridade, valores familiares?
- Deus e o servir: fé consciente.
Os homens tornam-se
cada vez mais "poderosos" desagradando a Deus.
Ruim para Deus, ruim
para os homens.
Estamos colocando
Deus, Orixás, guias em uma posição servil .
Para muitos os guias
estão trabalhando para o ser humano, e acreditam que eles precisam de nós para
se manifestar, para evoluírem...
Não deveria
ser ao contrário?
Somos
nós que precisamos servir a Deus, somos nós que devemos louvar e agradecer aos
Orixás e guias pela sua presença em nossas vidas.
Nós
é que precisamos evoluir e servir.
Mas fazemos
de fato isso?
Sabemos de
fato agradecer a Deus, aos orixás e aos guias?
Ou só
lembramos deles quando estamos com problemas?
Pretos-velhos
e sacerdotes não são bengalas.
Isso é dito
por eles constantemente, mas foi aprendido?
Aprendemos
de fato que eles nos dão orientação espiritual, mas a caminhada, as escolhas, são
nossas?
Entendemos
o livre arbítrio, compreendemos a importância de nossas escolhas, pensamos nas
possíveis consequências de nossos atos e estamos prontos para assumi-las sejam estas boas ou ruins?
Pai Cipriano diz que a
sociedade atual não difere da romana, com sua perda de valores... buscamos nas
ofertas, oferendas, sacrifícios cruentos e na fé interesseira, a solução de
nossos problemas.
Porém, é preciso
lembrar a importância das palavras (que saem de nossas bocas
naquilo que prometemos, nas responsabilidades que assumimos).
"João disse: ... no início era o verbo, o verbo
era Deus, e o verbo se fez homem."
A
intenção do pensamento se faz em palavras e atitudes; assim, não basta pedir ou
pensar algo e fazer o contrário, pois a palavra do pensamento irá se
materializar em nossas vidas, em nossos atos (nos
bons e nos maus pensamentos).
Pai Cipriano diz e
ensina, na sua forma de preto-velho, a importância da atitude, da obra, da
pratica, e de uma fé consciente e inteligente, em que os guias e os Orixás não
são "bocas famintas" ou "barrigas vazias" a procura de trocas, barganhas ou migalhas, em troca de
oferendas quaisquer.
- FUNÇÃO DA RELIGIÃO (NÃO SOMENTE DA UMBANDA) EM
NOSSAS VIDAS.
Ele
nos lembra sempre: qual a função da religião, na ajuda e no benefício ao
próximo; na disciplina, dignidade e no valor humano?
As entidades e guias
não precisam nos satisfazer em tudo.
Os assistentes nem
sempre são crentes, às vezes vêm apenas pedir, outras vezes são crentes e
durante a busca eles louvam e glorificam.
Louvar
e glorificar é o objetivo e o papel do crente.
Terreiro
é comunidade, Igreja significa comunidade, então todo terreiro é uma Igreja,
uma assembléia, uma comunidade que entrar em comunhão para louvar ou entrar em
consonância com as divindades na procura de ajuda (material
e espiritual) e para pedir.
Pedir é algo que o
homem faz desde que se tornou homem; o erro não está no pedir, mas sim, no que
se pede.
E o pedido não pode ir
contra a consciência divina, a moral, os valores, o respeito ao livre-arbítrio
de cada um.
Se o pedido vai contra
essa consciência divina, ai sim, perdemos o amor divino, o respeito ao
significado da própria fé e da religião, sua entre a Deus.
Hoje
o homem não faz a entrega (pede tudo e qualquer
coisa, inclusive prejudicando ou tentando prejudicar o próximo), não se
dá ao próximo,
não
compartilha.
Rompemos
o vínculo com o divino olhamos apenas para nós mesmos.
Foi avisado por Pai
Cipriano para trocarmos o ver pelo enxergar, a necessidade do comprometimento
com a fé e com o trabalho espiritual.
Que o médium deve
assumir deveres diversos e cabe ao sacerdote orientar, ensinar e cobrar a
participação dos médiuns.
Não
devemos confundir o que é responsabilidade, o que é comprometimento e o que é
entrega.
Aos
ignorantes não há compreensão do real valor de Deus.
O
mínimo necessário para que a manifestação de Deus seja válida e forte em suas
vidas, tudo foi resumido ao dinheiro, ao bem-estar, a acumulação de bens...
quem assim age e assim vive e consegue essas coisas, é valorizado e se diz que
Deus o está ajudando.
Muitas pessoas
desfrutam dessa visão, mas sem a responsabilidade para com o divino (independente
até da religião que professam).
Poucos adquirem a consciência
do sacro-ofício, do se dar, do se importar uns com os outros.
Veem apenas Deus por
$$$.
Pai
Cipriano diz que Deus começa e termina dentro de nós mesmos.
Naquilo
que pensamos em Deus e materializamos em nossas palavra e atitudes.
- ENTREGO, ACEITO, CONFIO E AGRADEÇO.
É
preciso saber vivenciar o que nos foi ensinado: entrego, aceito, confio e
agradeço.
Nos é exemplificado
que "o livro da vida" existe espiritualmente e nós somos este livro.
Trazemos algumas
páginas escritas por Deus, por nossas escolhas e atos; outras páginas estão em
branco e que deveram ser preenchidas ao longo de nossa caminhada.
A página seguinte pode
estar escrita ou não.
Sendo, 'as vezes,
consequência do que nós escrevemos anteriormente,
do como superamos e mediamos
em nossos problemas.
O
entendimento do "livro da vida"
manifesta-se o Carma (acontecimentos que irão
ocorrer: bons ou ruins) e do Darma (o modo,
as circunstâncias pelas quais lidaremos com os carmas), para seguir
nossa caminhada na vida e entre nossos semelhantes.
A
religião irá nos ajudar; mas não está ali para resolver todos os nossos
problemas.
É
através da religião que nos aproximamos do divino e conseguimos o equilíbrio
para entender, aceitar e manifestar nossas próprias escolhas,
sejam
elas boas ou ruins.
Existe uma diferença
entre o se dar e se achar merecedor, assim como o de ser merecedor.
Esta diferença esta no
que se aprendeu no caminho, na maturidade de saber que o material e o
espiritual nem sempre se encontram.
- O QUE QUEREMOS E O QUE MERECEMOS.
Será que
sabemos de fato o que fazemos?
Não
existem só caminhos bons. Independente quantos milagres tenham sido feitos,
poucos irão compreender e aceitar que os problemas ocorreram e que estão
vinculados as escolhas sejam elas boas ou ruins.
Às vezes somos
avisados, mas, mesmo assim, negamos o ruim, pois só queremos o bom.
Devemos entender que
não existe bem sem mal, ou mal sem bem; o importante é aprender como lidar com
ambos.
O
grande fascínio de viver é saber viver.
Buscando
na religião a fonte de ajuda para degustar os momentos bons e ruins,
aproveitando com plenitude a existência e sem amarguras,
culpas
e medos.
Quando não se tem tudo
que se quer, devemos saber aproveitar o que se tem, do jeito que tem (seja
pouco ou até o mínimo, seja bom ou ruim).
Saber
avaliar ações e consequências torna mais fácil o trato com o ser humano.
Daí
a necessidade de se por valores a cada escolha, a cada momento.
O que vale são as
conquistas verdadeiras.
Lembrando que
gentileza gera gentileza e devemos praticá-la.
Um ato de agressão e
ofensa não deve ser devolvido, mas entendido e levado 'a justiça (seja
dos homens, seja a de Deus).
- CRENÇA, FÉ, AÇÃO E TRABALHO.
Devemos
questionar sempre: esta forma me atende?
Estou
louvando da forma adequada?
Estou
servindo a Deus ou me servindo dele?
Estou
ajudando aos meus semelhantes ou os usando para meu benefício?
Estou me
dando a uma fé inteligente ou sendo cega e buscando na fé benefícios próprios?
Sr. Tatá Caveira nos diz: fé sem trabalho não serve para nada.
Sem
trabalho esta fé não tem força.
Sem
consciência, valores, respeito, comprometimento, doação,
inteligência,
essa fé se torna banal e manipulável, interesseira e corrupta.
Não
agrada a Deus ou a seus representantes.
Aceitem se quiser o desafio do Sr.
Tatá:
"- Vocês acreditam que basta
somente a fé cega e tudo acontece?
Pois bem, peguem um punhado de terra
em sua mão e com sua fé cega façam crescer dali um Baobá.
Se conseguirem não deixem de me
mostrar.
Pois aí acreditarei que só a fé cega
basta."
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Vários
trechos transcritos de aulas e conversas de Pai Cipriano e do Sr.
Tatá
Caveira com médiuns de nossa casa.
Sr.
Etiene Sales é sacerdote umbandista da Tradição de Umbanda de Pretos-velhos,
fundamentada no culto Omolokô.
Escritor
e cientista da religião.
Fonte: Preto Velho na Umbanda
http://pretovelhonaumbanda.blogspot.com.br/2013/05/uma-licao-de-amor-e-persistencia-de-pai.html
http://blogluzevida.blogspot.com.br/2016/11/uma-licao-de-amor-e-persistencia-pai.html
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