Há uma parte “egoísta” nossa,
que funciona pensando constantemente em nós próprios, e depois nos outros,
somente se for necessário.
Isto
não é necessariamente algo mau; é parte importante do que significa estar vivo.
Quando o interesse próprio converte-se na força dominante da
nossa vida, porém, pode fazer-nos agir insensivelmente e até prejudicialmente
para com os outros.
Tem o potencial de fazer-nos egoístas e, se fica sem controlo,
inclusive criminosos.
Por um lado, há momentos, especialmente nas emergências,
quando o não ver a nossa própria ação, pode mesmo ter resultados
catastróficos.
Se bem que todos temos que resolver os nossos problemas, alguns
destes não podemos resolvê-los sozinhos.
Devemos confiar na ajuda de outros.
Por outro lado, há momentos nos quais, estendendo-lhe a mão a
outros, podemos ajudá-los de uma maneira na qual eles não podem ajudar-se a si
mesmos.
O que é necessário em tais circunstâncias é benevolência.
A
amabilidade que não dá força a quem recebe cria muito pouco valor perdurável.
Da perspectiva budista, a verdadeira benevolência é a que tem o
poder para erradicar a causa da miséria na vida das pessoas e que conduz as
mesmas para a causa da felicidade.
Essa benevolência, pela sua própria natureza, requer coragem.
Então, como podem as pessoas comuns, governadas pelo impulso
para o próprio interesse, manifestar benevolência de uma maneira construtiva e
significativa?
Um exemplo natural é visto nas ações de uma mãe para com o seu
filho.
Uma mãe fará qualquer coisa para proteger seu filho, até mesmo
significando enfrentar incêndios e inundações.
A
benevolência também inclui a capacidade de reconhecer nos outros a força e a
capacidade das quais nós mesmos podemos carecer, e o nosso desejo de aprender
dessas qualidades.
Sendo fácil identificar os pontos fracos nas outras pessoas, é
mais difícil pensar em reconhecer claramente e apreciar os pontos fortes dessas
pessoas.
Não obstante, se focamos os pontos fortes, naturalmente
chegaremos a apreciar, sentir-nos mais perto, e inclusive desenvolver um afeto
por elas.
Como resultado, podemos encontrar-nos pensando nessas pessoas
mais frequentemente e sentindo preocupação pelo seu bem-estar.
Nós
praticamos e acreditamos no Budismo pela
nossa própria felicidade e pela dos outros.
Estes dois objetivos da fé não podem estar separados.
Quando
os nossos pensamentos no bem-estar dos outros torna-se parte das nossas orações
diárias, transcendemos o impulso inato a estar preocupados somente por nós
mesmos, e iluminamos a ignorância fundamental que é a fonte dos sofrimentos com
a luz do nosso espirito budista inerente.
Fonte: https://portaldobudismo.com/
https://www.sementesdasestrelas.com.br/2022/02/benevolencia-budista.html
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