MAYA“O ESPELHO E O FEITIÇO,
SOBRE A VERDADEIRA NATUREZA DOS RELACIONAMENTOS”SEXTA
FEIRA 08 DE AGOSTO DE 2025O ESPELHO E O FEITIÇO
Há um mal-entendido silencioso que
muitas vezes passa despercebido pelo coração humano, um sussurro suave passado
de geração em geração, dizendo simplesmente:
“Eu te conheço”.
Parece inocente.
Confortável, até.
Mas essa simples afirmação, quando
aceita com muita pressa, torna-se a base para uma complexa teia de projeções,
papéis e acordos invisíveis que moldam silenciosamente toda a dinâmica entre
duas almas.
Na maioria dos relacionamentos,
especialmente aqueles marcados por amor, intensidade ou longa história, cada
pessoa não encontra a outra como ela é no momento presente.
Em vez disso, elas se encontram como
um reflexo, uma reconstituição, um eco magnetizado de algo não resolvido,
inacabado ou não encontrado do passado.
A alma, sentindo familiaridade na energia
do outro, busca interiormente e assume um papel quase instintivamente, como se
dissesse:
“Ah, sim, eu me
lembro desse padrão.
Deixe-me entrar nele
mais uma vez, e talvez desta vez eu encontre um encerramento.”
Isso é o que muitos chamam de carma,
embora não seja um castigo, nem seja pessoal.
É simplesmente um loop, uma repetição
sagrada de histórias esperando para serem vistas com clareza e dissolvidas pela
consciência.
É a tentativa da alma de completar o
que antes estava fragmentado, não mudando o outro, mas finalmente entrando em
plena presença com o que sempre viveu dentro de si.
PROJEÇÕES E ATORES NO PALCO DA VIDA
Dessa forma, um dos parceiros pode se
tornar, sem querer, a figura paterna severa com a qual o outro nunca se
reconciliou.
Ou a mãe ausente.
Ou o irmão desaprovador.
Ou, com a mesma frequência, o
fantasma de um ex-amante que ainda assombra o sistema nervoso com palavras não
ditas e necessidades não atendidas.
O relacionamento se torna um palco, e
as pessoas nele se tornam atores: vestindo figurinos costurados a partir da
memória, da emoção e da expectativa ancestral.
E assim, mesmo que duas pessoas
acreditem estar se relacionando autenticamente, na verdade, elas frequentemente
estão segurando espelhos uma para a outra, presas em um feitiço de reflexão
mútua, incapazes de sair do palco por tempo suficiente para perguntar:
“Quem é você,
realmente, fora do que eu vejo?”
O mais surpreendente, e muitas vezes
doloroso, é que, dentro desses papéis, a pessoa pode esquecer completamente a
própria essência.
Você pode começar a dizer palavras
que nunca quis dizer, sentir emoções que não lhe pertencem ou carregar fardos
que parecem repentinamente pesados, mas estranhamente familiares.
Porque naquele momento, você não é
mais você mesmo, mas um eco, um espelho.
Romper esse encantamento cármico não
significa abandonar o relacionamento, embora às vezes isso possa ocorrer.
O convite mais profundo é liberar o
papel que você assumiu, afastar-se da identidade que assumiu na presença dela e
retornar à verdade simples:
“Eu não te conheço como
pensava que conhecia.
Não preciso ser quem
me tornei para sobreviver a esta conexão.”
O desfazer dos laços cármicos começa
com esta profunda humildade: a disposição de abandonar a máscara de esposa,
marido, curador, salvador, vilão, filho, professor, e de se reencontrar a
partir do lugar do desconhecido, onde a amizade se torna possível e a
curiosidade substitui a expectativa.
Passar do contrato de papéis para a
abertura da presença real é uma passagem sagrada.
Pode parecer, a princípio, uma perda,
pois quando o espelho é colocado de lado, a ilusão de proximidade pode
desaparecer.
Mas
o que surge em seu lugar é algo mais duradouro:
a amplitude de ser, a liberdade de
crescer e a permissão silenciosa de não precisar do outro para completar
qualquer história não dita.
O INÍCIO DO AMOR VERDADEIRO
É por isso que parte do amor mais
profundo surge não daqueles que desempenharam um papel em sua ferida, mas
daqueles que o encontram sem projeção, sem suposição, sem os velhos roteiros.
Eles não exigem que você permaneça no
personagem, eles permitem que você seja fluido, desconhecido, mutável.
E este é o começo do que eu chamaria
de amor verdadeiro, não porque seja livre de desafios, mas porque é livre de
encenação.
Amar verdadeiramente o outro é não
mais exigir que ele segure seu reflexo.
É deixá-lo ser desconhecido e ainda
permanecer.
É
dizer:
“Não vou pedir que
você cure o meu passado.
Não me tornarei a
sua história inacabada.
Mas permanecerei
presente com quem você é agora, mesmo que eu ainda não a entenda.”
Então, se você se sente perdido na
dinâmica do seu relacionamento, se você se pega agindo a partir de emoções que
não reconhece como suas, ou repetindo conversas que parecem estranhamente
roteirizadas, pause.
Feche os olhos.
Respire.
E
pergunte suavemente:
“Qual papel estou desempenhando que não serve mais a nenhum de
nós?”
Então imagine-se colocando
delicadamente esse papel na terra, como uma capa desgastada, e sinta o que
retorna a você quando você não carrega mais a forma da necessidade de outra
pessoa.
Esta é a porta para a libertação no
relacionamento.
E uma vez atravessada, o que resta é
você e o outro como Um.
Samuel
Canal: Octavia Vasile
Fonte primária: https://www.facebook.com/photo/?fbid=1135922611893503&set=pb.100064273232754.-2207520000
Fonte Secundária: https://eraoflight.com/2025/07/31/the-mirror-and-the-spell-on-the-true-nature-of-relationships/
Tradução: Sementes Das
Estrelas / Iara L. Ferraz
https://www.sementesdasestrelas.com.br/2025/08/maya-o-espelho-e-o-feitico-sobre-a-verdadeira-natureza-dos-relacionamentos.html


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